O que você VERIA se ASSISTISSE ao BIG BANG ?

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https://www.youtube.com/watch?v=gSWFF1dQTIs

Zusammenfassung

TLDRO vídeo propõe uma viagem no tempo para entender como seria testemunhar o Big Bang, explorando desde o universo atual, com temperaturas extremamente frias e escuridão cósmica, até o início com a 'radiação cósmica de fundo', que marca a luz remanescente do Big Bang. O autor leva o espectador pelas grandes transições cosmológicas, como a dominação da energia escura e a formação das primeiras estrelas e galáxias em um universo caótico. O vídeo destaca momentos cruciais, como a recombinação de elétrons e prótons formando os primeiros átomos neutros, permitindo que a luz começasse a viajar livremente. Também discute a inflação cósmica e a criação dos primeiros núcleos atômicos durante a nucleosíntese. No encerramento, o vídeo enfatiza a conexão profunda entre a existência humana e o Big Bang, apontando que estamos vivendo em um dos momentos mais deslumbrantes visualmente da história do universo.

Mitbringsel

  • 💥 O Big Bang não é apenas um evento, mas um processo contínuo.
  • 🌌 Hoje vivemos em um universo escuro com estrelas e galáxias.
  • 🌡️ A temperatura atual do universo é cerca de -270°C.
  • 🔭 A radiação cósmica de fundo revela vestígios do Big Bang.
  • ⭐ As primeiras estrelas e galáxias surgiram em um universo caótico.
  • 👨‍🚀 380 mil anos após o Big Bang, a luz começou a viajar livremente.
  • 🔄 Nucleosíntese criou núcleos de hidrogênio, hélio e lítio.
  • 🚀 A inflação cósmica expandiu o universo em velocidade incrível.
  • 🌌 O universo primitivo era dominado por radiação e caos.
  • 🧐 O tempo de Planck limita nosso entendimento pré-Big Bang.
  • ✨ Humanos são parte do contínuo do Big Bang.

Zeitleiste

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O vídeo começa explicando que há 13,8 bilhões de anos ocorreu o Big Bang, o evento que originou tudo o que conhecemos. O narrador destaca que irá explorar o que alguém veria se pudesse presenciar o Big Bang. A viagem inicia do presente, 13,8 bilhões de anos após o evento, e é mencionada a diferença de temperatura entre o espaço (-270°C) e a Terra. O vídeo sugere que ver o universo requer equipamentos para captar diferentes frequências de luz, como a radiação cósmica de fundo. Além disso, é discutida a cor média do universo, chamada Cosmic Latte.

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    Continuando a viagem para o passado, o vídeo para em 10 bilhões de anos após o Big Bang, quando a energia escura começou a dominar o universo, acelerando sua expansão. Antes disso, a gravidade dominava e a expansão não era acelerada. Retornando ainda mais, a 15-400 milhões de anos, a temperatura era de 20 graus, permitindo condições agradáveis e a formação das primeiras estrelas. O universo nessa época era mais caótico e preenchido com radiação do Big Bang, afetando sua aparência e energia total. Essa jornada explora momentos cruciais do universo e a transição de um estado sem estrelas para um universo rico em galáxias e estrelas.

Mind Map

Video-Fragen und Antworten

  • Como seria testemunhar o Big Bang?

    O video explora como seria presenciar o Big Bang, desde a escuridão até a formação de átomos e estrelas.

  • O que é a radiação cósmica de fundo?

    É a luz remanescente do Big Bang, que esfriou conforme o universo se expandiu.

  • Quando a energia escura começou a dominar o universo?

    Por volta de 10 bilhões de anos após o Big Bang, a energia escura começou a dominar a expansão do universo.

  • Como era o universo nos primeiros milhões de anos?

    O universo estava cheio de galáxias em colisão, era caótico, com estrelas enormes e azuis surgindo.

  • O que houve 380 mil anos após o Big Bang?

    Formaram-se os primeiros átomos neutros, permitindo que a luz viajasse livremente pelo universo.

  • O que é a nucleosíntese?

    É o processo de formação dos primeiros núcleos atômicos de hidrogênio, hélio e lítio após o Big Bang.

  • O que significou a inflação do universo?

    Foi um período de rápida expansão que levou o universo ao seu tamanho atual, marcando a separação das forças fundamentais.

  • Por que a viagem ao passado do universo termina aos 10⁻³³ segundos?

    Porque não temos teorias físicas capazes de explicar eventos anteriores ao tempo de Planck.

  • Qual é a relação entre humanos e o Big Bang?

    Nós somos produtos do Big Bang, parte desse universo e de seu processo evolutivo.

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    Há cerca de 13,8 bilhões de anos, um evento único  e inesperado deu origem a tudo que nós conhecemos.
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    O Big Bang.
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    Não faltam vídeos discutindo perguntas como onde
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    o Big Bang aconteceu? Ou o  que havia antes do Big Bang?
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    E essas são perguntas interessantes.
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    Mas no vídeo de hoje eu quero  responder uma pergunta que eu
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    tenho certeza que ninguém respondeu pra você.
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    O que você veria se você presenciasse o Big Bang?
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    Pra começar nossa viagem, nós vamos partir do dia  de hoje, 13,8 bilhões de anos depois do Big Bang,
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    e eu vou deixar uma contagem regressiva aqui
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    embaixo para você acompanhar o quão  longe nós estamos do nosso destino.
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    Apesar de estarmos bem confortáveis no  planeta Terra, o espaço não é nada agradável.
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    Atualmente, a temperatura média do  universo é de menos 270 graus Celsius,
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    que é muito menor do que a  menor temperatura natural já
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    registrada na Terra, de menos 89,2 graus Celsius.
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    Se você for para o espaço, é bom levar um casaco.
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    Melhor ainda se for da Loos,
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    que inclusive você tem 15% de desconto  se usar o cupom Ciência todo dia.
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    Se você olhar para o espaço atualmente,  você vai testemunhar um universo escuro,
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    marcado por luzes brilhantes  que são as estrelas e galáxias.
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    Mas para os padrões do universo,  você é praticamente cego.
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    Porque tudo o que você enxerga fica dentro de uma
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    pequena região do que é possível  ver, que é a faixa da luz visível.
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    Se o seu olho fosse equipado com lentes especiais
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    para captar outras frequências  de luz, como o micro-ondas,
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    você ainda conseguiria ver o  brilho que restou do Big Bang.
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    Essa é a radiação cósmica de fundo.
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    Ela é a luz do início do universo que  esfriou conforme o universo se expandiu.
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    E essa é a luz que vai nos  guiar em direção ao Big Bang.
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    O universo está cheio de luz de todos os tipos e
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    dá pra usar esse fato para determinar  uma espécie de cor média do universo,
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    chamada de Cosmic Latte.
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    Essa é a cor do universo. Que é meio sem graça.
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    Do ponto de vista tátil, ficar exposto ao vácuo do
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    espaço faria você sentir seu sangue  ferver por causa da baixa pressão.
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    Então, além do agasalho, leve um traje de  astronauta na sua próxima viagem espacial.
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    Em relação aos outros sentidos, o espaço não  tem cheiro, muito menos ar para respirar. E
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    ele também não transmite sons. Mas você ficaria  surpreso com o que vai acontecer daqui a pouco.
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    Voltando mais 4 bilhões de anos para o passado,  agora nos encontramos em um universo com quase
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    10 bilhões de anos de idade. A primeira impressão  que você teria ao chegar nesse momento do universo
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    é de que ele parece basicamente o mesmo. Se você  conseguisse ver em todas as frequências de luz,
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    você talvez notasse o universo como sendo um bege  um pouco mais claro que o Cosmic Latte do presente,
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    com temperatura média do universo apenas 1 grau  mais alta. Então, é bom continuar de agasalho.
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    Mas o que tem de tão especial nesse momento que  me fez querer parar aqui? Foi aqui que a segunda
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    aceleração do universo começou. Ou, em outras  palavras, onde a energia escura começou a dominar.
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    Até aqui, o universo era dominado pela gravidade.  E apesar de estar se expandindo, a expansão não
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    estava acelerando. Mas isso mudou quando a  expansão de uma energia misteriosa, que nós
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    conhecemos como energia escura, começou a dominar  o futuro do universo. Esse é um ponto crucial
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    na história, mas que passaria despercebido se  dependêssemos apenas dos nossos sentidos. Às vezes
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    a beleza de uma viagem não é a vista, e sim o  significado que ela pode ter para alguém. Voltando
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    para o passado cada vez mais remoto, existe mais  um momento curioso que é digno de parada. Em algum
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    momento entre 15 e 400 milhões de anos após o  Big Bang, a temperatura média do universo era de
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    uns 20 graus Celsius. Essa é a nossa definição de  temperatura ambiente. Seria possível um ser humano
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    não congelar no espaço? Então sinta-se livre para  tirar o casaco. E além de temperaturas agradáveis,
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    nós estamos nos aproximando da formação  das primeiras estrelas do universo,
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    que aconteceu alguns milhões de anos após o Big  Bang. As galáxias eram muito mais brilhantes. E
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    as primeiras estrelas deveriam ser enormes e ter  cores mais azuladas do que as estrelas do universo
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    atual. Ao mesmo tempo, várias galáxias estavam se  colidindo e se fundindo. O universo era um lugar
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    muito mais caótico e dramático. O universo  estava em processo de transição, aos poucos
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    deixando de ser um espaço sem estrelas, para um  universo recheado de bolhas de hidrogênio capazes
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    de fazer fusão nuclear. E além disso, o próprio  espaço estava preenchido com a radiação quente do
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    Big Bang. Nessa época, a radiação cósmica teria  tons avermelhados. E essa radiação de fundo não
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    só seria visível, como também seria responsável  por uma porção significativa da energia total do
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    universo. Muito antes das estrelas e das galáxias,  o universo já foi dominado por radiação. E uma
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    radiação quente como uma tarde de verão é um  lembrete desse passado energético. Voltar para
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    mais próximo do Big Bang significa abandonar a  agradável companhia das estrelas e as temperaturas
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    amenas do universo de milhões de anos. Você está  preparado? Porque a viagem a partir de agora pode
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    ser um pouco turbulenta. Como era o universo sem  o brilho das estrelas? Escuro. Mas estamos agora a
  • 00:04:46
    380 mil anos depois do Big Bang. Outro momento de  transição importante na história do universo. E o
  • 00:04:52
    que exatamente mudou? Eu não consigo ver nada.  Bom, os primeiros átomos neutros se formaram
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    em um processo chamado de recombinação.  Que é um nome bem ruim se me perguntarem,
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    porque a palavra recombinação dá a impressão  de que aconteceu alguma combinação antes. O
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    que é mentira. A recombinação, na verdade, foi  a primeira combinação das partículas que formam
  • 00:05:12
    átomos, que são os prótons de carga positiva  e os elétrons de carga negativa. Antes dessa
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    primeira recombinação, os elétrons estavam livres,  misturados com toda a matéria do universo na forma
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    de plasma quente. E esses elétrons livres são  muito bons em bloquear a luz. Eles tornavam
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    o plasma do universo primordial extremamente  opaco. A luz não conseguia viajar pelo universo
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    sem esbarrar em um elétron. E isso só mudou  quando o universo esfriou o suficiente para
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    os elétrons ficarem presos aos prótons, formando  os primeiros átomos neutros de hidrogênio. E aí
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    a luz pôde se espalhar pela primeira vez. É essa  luz que podemos ver na radiação cósmica de fundo,
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    que também marca o limite de o quanto no passado  nós podemos estudar usando apenas luz. Então,
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    o que você veria na época da recombinação?  Ignorando o fato de os elétrons bloquearem
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    a sua visão, o universo seria como a chama de uma  vela queimando em um laranja intenso, com pequenas
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    variações de tons em regiões mais quentes ou mais  frias. A temperatura do universo seria bem alta,
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    por volta de 3.000 graus Celsius, metade da  temperatura da superfície do Sol. Mas isso
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    seria tudo. Além dessa cor alaranjada que parece  a chama de uma vela, não teria mais nada pra ver.
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    Não existiam galáxias e muito menos estrelas. O  universo é apenas um grande brilho laranja. Tudo
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    bem, existe hidrogênio neutro. Mas além de átomos  serem pequenos demais para conseguirmos ver,
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    o hidrogênio neutro não possui cheiro, nem cor,  muito menos sabor. TUTU! Senhores passageiros,
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    por favor arreviem além dos cintos, porque  nós vamos atravessar uma época de turbulência.
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    Conforme voltamos no tempo em direção ao Big  Bang, nós percebemos que o universo começa
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    a ficar cada vez mais azulado e cada vez mais  quente. Chegamos a um ponto em que o universo tem
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    apenas 300 anos-luz de tamanho e uma temperatura  de milhões de graus Celsius. Esse é o universo
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    dominado por radiação. Todos os ingredientes  que formam os átomos estavam desmontados. O
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    universo era uma sopa de prótons, elétrons, fótons  e outras partículas. Mas se nós já tínhamos todos
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    os ingredientes para formar átomos, por que eles  não se formaram? Justamente por causa da radiação.
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    Toda vez que um elétron e um próton chegavam perto  de se juntar para formar um átomo de hidrogênio,
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    a radiação chutava o elétron para longe, impedindo  que um átomo se formasse. Se você tentasse
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    ver alguma coisa, você não veria nada. Nenhum  raio de luz conseguiria chegar aos seus olhos.
  • 00:07:25
    Todos seriam bloqueados pela nuvem de partículas  fundamentais ao seu redor. Mas isso não quer dizer
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    que o universo primordial seria completamente  escuro. Durante missões para o espaço,
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    astronautas relatam flashes de luz quando estão  de olhos fechados. Esses flashes são resultado de
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    partículas de alta energia interagindo dentro dos  olhos dos astronautas. E é bem possível que algo
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    similar aconteça com você nessa época do universo.  Você veria flashes de luz conforme partículas
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    de alta energia interagissem com os fluidos  dentro dos seus olhos. Mesmo de olhos fechados,
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    você não conseguiria impedir o brilho intenso do  universo primordial acontecendo dentro dos seus
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    olhos. E além disso, você finalmente vai ter  algo para sentir. O universo nessa época era
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    denso o suficiente para você sentir o movimento  das partículas ao seu redor. E você provavelmente
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    ouviria um barulho ensurdecedor de onda de choque  cósmica se espalhando por esse gás quente e denso
  • 00:08:12
    do universo primordial. E esse som é o rufar dos  tambores que marca a chegada do Big Bang. Vamos
  • 00:08:20
    voltar um pouco mais, para apenas 10 segundos  após o Big Bang. Esse é o ponto no qual os
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    primeiros núcleos atômicos começaram a se formar.  Visualmente, nós ainda teríamos um brilho azulado,
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    se a luz chegasse nos seus olhos. O universo  também brilharia em comprimentos de onda que nós
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    não vemos normalmente, como ultravioleta, então  também é bom levar protetor solar. A temperatura
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    chegaria a uns 4 bilhões de graus Celsius, e não  conhecemos nenhum material capaz de aguentar essa
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    temperatura. Essa temperatura é tão alta, mas tão  alta, que até mesmo o núcleo dos átomos evapora,
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    e núcleos atômicos são uma das coisas mais  resistentes do universo. E é justamente nesses
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    segundos após o Big Bang que o universo começou  a esfriar o suficiente para os primeiros núcleos
  • 00:08:59
    atômicos surgirem, que são os núcleos atômicos  de hidrogênio. E é até por isso que falam que o
  • 00:09:03
    hidrogênio surgiu no Big Bang. Uma afirmação que  só está certa se você pensa no Big Bang de forma
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    correta. Pensando no Big Bang como uma explosão, a  ideia está errada. O Big Bang não é uma explosão,
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    e sim um processo. Os núcleos de hidrogênio não  foram criados em uma explosão. Eles se formaram
  • 00:09:19
    em um processo físico alguns segundos depois  do surgimento do universo. A ideia de que o
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    Big Bang criou o hidrogênio está correta se nós  considerarmos o Big Bang como toda essa série
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    de processos físicos que continua até hoje, que  transformam partículas mais simples em estruturas
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    cada vez mais complexas. O ponto é que nós não  vivemos 13,8 bilhões de anos depois do Big Bang.
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    Nós vivemos no ano 13,8 bilhão do Big Bang. E  foi nesse período de poucos segundos após o Big
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    Bang que os quarks se combinaram para formar  prótons, os núcleos dos átomos de hidrogênio.
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    O processo de criação de núcleos é conhecido como  nucleosíntese. E a nucleosíntese criou não só os
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    primeiros núcleos de hidrogênio, mas também de  hélio e lítio. Nesses segundos após o Big Bang,
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    que seu corpo seria queimado pela luz gerada  pelas primeiras fusões nucleares da história
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    do universo, e o seu corpo seria varrido  por ondas de choque que fariam supernovas
  • 00:10:10
    parecerem cócegas. E nos instantes em que sua  visão não estivesse ocupada por flashes de luz,
  • 00:10:15
    você veria a própria radiação do  universo como um azul intenso,
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    se estendendo até tipos de luz muito energéticos  para os seus olhos. E nós ainda não terminamos.
  • 00:10:24
    Vamos voltar um pouco mais para uma fração  de uma fração de segundos após o Big Bang.
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    O mais perto possível do momento que  nós conseguimos conceber do surgimento
  • 00:10:32
    do universo. Esse é o momento em que a luz  surgiu. O momento no qual a radiação cósmica
  • 00:10:36
    de fundo que serviu de referência para nós  durante essa jornada começou. Literalmente,
  • 00:10:40
    a luz no fim do túnel. Ou... no começo do  universo. Esse período do universo primordial
  • 00:10:47
    é o período da inflação. A inflação  foi um período de expansão extrema,
  • 00:10:51
    que levou o universo do tamanho de uma laranja  para o tamanho de uma galáxia em muito menos do
  • 00:10:54
    que um segundo. No universo moderno existem  quatro forças da natureza bem distintas,
  • 00:10:59
    a graftacional, a eletromagnética e  as forças nucleares fortes e fracas.
  • 00:11:04
    Logo após o Big Bang, essas quatro forças  pareciam uma coisa só. De certa forma,
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    é como se as leis da física tivessem se derretido  e se fundido. O universo foi mudando conforme
  • 00:11:13
    essas forças foram se separando. E a inflação  marca o momento em que a força eletromagnética
  • 00:11:18
    se separou da força fraca. O processo que deve  ter produzido os primeiros fótons, as primeiras
  • 00:11:23
    partículas de luz do universo. Como exatamente  essas forças eram uma coisa só é um tópico difícil
  • 00:11:28
    até para a física moderna. Mas se você quiser  um vídeo sobre a grande unificação das forças,
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    eu adoraria saber aqui nos comentários. É  difícil dizer como o universo era antes das
  • 00:11:36
    quatro interações se separarem. Nós não temos uma  teoria capaz de descrever o universo antes disso.
  • 00:11:42
    E até por isso eu preciso botar um asterisco  nesse momento maravilhoso do surgimento da luz.
  • 00:11:47
    É possível que essa ideia esteja errada.  Talvez a luz sempre existiu desde o surgimento
  • 00:11:51
    do universo. Mas esse vídeo favorece a outra  hipótese, a ideia de que a luz, como vemos,
  • 00:11:57
    surgiu durante a separação da força fraca e da  força eletromagnética. O que infelizmente traz a
  • 00:12:02
    nossa viagem até um fim. Tanto porque literalmente  não tem mais luz no universo antes disso,
  • 00:12:07
    quanto porque as teorias físicas que são a  base desse vídeo quebram aos 10⁻³³ segundos
  • 00:12:13
    após o Big Bang. Esse valor é chamado de  tempo de Planck. E eu não tô falando sobre
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    o meu cachorro. Inclusive deixa um like  se você quiser fazer carinho no Planck,
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    porque ele vai ficar bem feliz  de saber que vocês gostam dele.
  • 00:12:22
    Atualmente, um tempo de Planck após o surgimento  do universo é o limite para tudo que nós
  • 00:12:27
    conseguimos explicar. Não existe uma teoria física  capaz de nos levar ainda mais para o passado. É
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    aqui que a luz acaba, tanto no sentido literal  quanto no sentido metafórico. A luz do nosso
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    conhecimento não consegue iluminar um passado  tão remoto. O que não quer dizer que esse vídeo
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    não te mostrou o Big Bang. Tudo o que esse vídeo  falou é o Big Bang. E é por isso que essa contagem
  • 00:12:48
    regressiva é inútil. O Big Bang não é um momento  único e dramático no zero absoluto, mas toda uma
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    história de um universo conectado por uma origem  comum e misteriosa. A energia que hoje prende os
  • 00:13:00
    átomos do seu corpo e moléculas já existia mesmo  nesse passado remoto. A teoria do Big Bang é a
  • 00:13:06
    teoria da evolução do universo, a história de  como a energia do universo virou tudo o que nós
  • 00:13:11
    vemos hoje, inclusive Inclusive, eu e você. Você  é tão parte do Big Bang quanto as leis da física.
  • 00:13:17
    Nós não só estamos no universo, nós somos  o universo. E eu digo isso em um sentido
  • 00:13:23
    profundamente verdadeiro. Nós somos todos  parte do Big Bang. E nós estamos vivendo em
  • 00:13:28
    um dos momentos mais visualmente bonitos da  história do Big Bang. Cercados de estrelas,
  • 00:13:33
    galáxias e fenômenos astronômicos maravilhosos.  Então é bom aproveitarmos esse momento único tanto
  • 00:13:38
    para o universo quanto para nós mesmos, para  que nós possamos presenciar por um período de
  • 00:13:43
    tempo mesmo que curto. E eu espero que essa viagem  tenha valido a pena. Na busca por um destino, nós
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    descobrimos que ele, na verdade, era a jornada.  Todo esse tempo. Muito obrigado e até a próxima.
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  • Big Bang
  • universo
  • energia escura
  • radiação cósmica
  • expansão cósmica
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