Racismo: Uma História - Episódio 02 Impactos Fatais(Legendado)

As areias do deserto da Namíbia revelam os restos de vítimas do primeiro campo de morte do mundo, onde milhares de africanos foram exterminados pelo exército alemão, muito antes do regime nazista. Este local é um lembrete sombrio de massacres e genocídios que ocorreram durante a era do imperialismo, um aspecto da história colonial que a Europa prefere esquecer.

No século XIX, cientistas e filósofos europeus criaram teorias que justificavam as matanças em nome do império, que inspiraram horrores que consumiriam a Europa no século XX. O século começou com otimismo, com a Grã-Bretanha abolindo a escravidão, mas a visão de que os africanos eram inferiores persistiu, levando a uma nova forma de imperialismo.

Os abolicionistas acreditavam que poderiam elevar os povos negros e marrons ao nível dos ingleses brancos, mas essa missão resultou na destruição de culturas indígenas e religiões. A visão de civilização foi gradualmente substituída por uma ideologia que defendia a extermínio das chamadas 'raças escuras'.

A colonização da Tasmânia pelos britânicos resultou em um genocídio dos povos aborígenes, que foram considerados 'savagens' e tratados como animais. A guerra negra entre colonos e aborígenes levou a massacres, sequestros e uma luta desesperada pela sobrevivência, resultando na quase extinção dos aborígenes.

O governador da Tasmânia, George Arthur, tentou salvar os aborígenes da violência, mas suas tentativas falharam. Ele recorreu a um missionário para capturar os aborígenes restantes, prometendo proteção e integração, mas isso resultou em mais sofrimento e morte.

Os aborígenes foram levados para a Ilha Flinders, onde foram forçados a adotar um modo de vida europeu. A vida na ilha levou a um declínio populacional devastador, com doenças e traumas resultantes da perda de suas culturas e comunidades.

O que aconteceu na Tasmânia não foi um evento isolado; povos indígenas em todo o mundo enfrentaram a extinção. A opressão e o genocídio se espalharam pela África do Sul, América do Norte e América do Sul, enquanto a velha racismo ressurgiu após a abolição da escravidão.

Os proprietários de plantações culpavam os ex-escravizados pela ruína de suas terras, perpetuando estereótipos raciais. A ideia de que os africanos eram 'preguiçosos' e 'savagens' começou a ganhar força, desafiando a visão humanitária que havia prevalecido até então.

O racismo científico emergiu, com cientistas medindo crânios para justificar a superioridade racial. A teoria da evolução de Darwin foi distorcida para legitimar a dominação das 'raças superiores' sobre as 'inferiores', levando a uma aceitação da violência imperialista como um processo natural.

Na Namíbia, a revolta dos hereros contra o domínio alemão resultou em massacres e a criação de campos de concentração, onde milhares foram mortos. O genocídio na Namíbia prefigurou os horrores do século XX, com a burocratização da morte se tornando uma característica marcante.