00:00:01
E aí,
00:00:03
gente, tudo bem? Vamos falar um
00:00:05
pouquinho
00:00:07
sobre Sport de Holanda
00:00:10
e e Gilberto Freire, né, no sentido de
00:00:14
ajudar vocês a
00:00:18
a na atividade de amanhã, porque
00:00:21
infelizmente hoje não
00:00:23
teve não
00:00:25
teve tava suspenso todas as atividades
00:00:28
por causa
00:00:29
da do falecimento da Luna, né, do TSI,
00:00:32
né? Então vamos nessa, né?
00:00:35
Eh, em certo ponto, eh, os dois autores,
00:00:38
eles partem de uma de uma análise em que
00:00:41
aponta a dificuldade de de colonização
00:00:45
que foram postas
00:00:47
pela geograficamente, culturalmente,
00:00:50
etnicamente, né, de um país e de uma
00:00:54
população muito pequena, né, que veu
00:00:57
para cá, né, população diminuta,
00:01:00
segundo,
00:01:02
principalmente, é, os dois né, de certa
00:01:04
forma dizem que não houve uma uma
00:01:06
organização racional por parte do
00:01:08
estado, né, que
00:01:10
que depois a gente vai
00:01:12
ver de alguns autores que que pensou em
00:01:15
forma diferente, né, mas que nesse
00:01:17
sentido, dada a essa problemática, né,
00:01:22
foi um desafio muito grande. E esse
00:01:24
processo de constituição de um de
00:01:27
um de um país, né, do tamanho do Brasil,
00:01:31
do ponto de vista colonia populacional,
00:01:32
foi um feito que os dois chamam a
00:01:35
atenção, né? Um de uma forma mais, vamos
00:01:38
dizer assim, mais positiva e outro de
00:01:41
uma forma mais negativa, mas que ele eh
00:01:44
de certa forma ele vai apontar esse
00:01:47
fato, né? Então, eh o problema do
00:01:51
desafio foi esse, né? como colonizar e
00:01:54
dessa forma vão se desdobrar várias
00:01:57
outras outras determinações, né, outras
00:02:00
explicações para esse processo, né?
00:02:02
Quais são os outros elementos, né? Os
00:02:04
outros elementos são próprios
00:02:08
da dos aspectos culturais de Portugal,
00:02:11
né? Principalmente sua
00:02:15
posição geográfica, né? da lá na ponta
00:02:19
da Europa, hum, na ponta oeste da
00:02:22
Europa, né, de uma proximidade muito
00:02:24
grande com a África, né, de uma
00:02:26
dominação muito grande que a península
00:02:29
sofreu dos povos islâmicos. Então, tudo
00:02:31
nesse sentido levou uma uma construção
00:02:34
de a sociedade já marcadamente complexa
00:02:37
do ponto de vista racial e cultural, né,
00:02:39
que vai ser apontada por por ambos os
00:02:43
autores como construindo uma sociedade
00:02:45
que não se fundamentava numa orgulho de
00:02:48
raça, né, um orgulho de raça branco, né,
00:02:51
eles eram mais, vamos dizer assim, que
00:02:54
eram mais africanos do que europeu.
00:02:56
chegou a dizer, acho que foi Saark, né?
00:03:00
Mas os dois se aproximam dessa dessa
00:03:02
interpretação e e Gilberto Freire fala
00:03:04
que a própria a própria proximidade com
00:03:07
com o continente africano fez com que eh
00:03:10
os os portugueses amolecessem, né, no
00:03:14
sentido de não tivessem a rigidez da
00:03:17
organização social dos outros países
00:03:19
europeus, como a Alemanha, né, o que
00:03:22
vedere ser a Alemanha, né, a Inglaterra,
00:03:24
a França, etc., né? Então, ambos vão
00:03:27
passar, vão pontuar isso, né?
00:03:30
Gilberto Feri vai falar que Portugal
00:03:32
plans são territórios pontos, né, que
00:03:36
com alguns outros, né, que a Europa,
00:03:39
territórios em que a Europa se
00:03:43
se fez, né, um um ou a Europa eh
00:03:48
experimentou um processo de intercâmbio
00:03:51
cultural, né, com dos povos, né, isso
00:03:53
fez com que houvesse, obviamente uma
00:03:57
construção de uma sociedade mais
00:03:59
complexa nesse sentido, né? e dessas
00:04:02
determinações, olha, dessa proximidade
00:04:05
com a
00:04:06
África, desse da característica da Presa
00:04:10
Ibérica como território ponte, né, desse
00:04:13
processo de de dominação dos islâmicos
00:04:17
durante séculos, né, na Prensa,
00:04:20
propiciou uma organização social,
00:04:23
econômica, política, cultural,
00:04:25
religiosa, muito particular que foi a
00:04:28
Península Ambérica, principalmente
00:04:29
Portugal. Beleza? Então, é um país
00:04:33
minúsculo que teve que que colonizar um
00:04:35
território muito amplo, mas que eles já
00:04:39
tinham essas determinadas
00:04:41
características, né? E Gilberto Feira
00:04:43
vai apontar fatores muito interessantes,
00:04:45
né? Que a própria abertura para a
00:04:46
missigenação, né? Se eles vieram já
00:04:49
misturados, missigenados, né? Eles
00:04:51
quando eles vieram aqui, eles não
00:04:52
acharam nenhum tipo de dificuldade para
00:04:55
ter nenhum tipo de relações e de
00:04:57
natureza sexual com as indígenas que
00:04:59
aqui já habitavam, com as negras
00:05:01
africanas que que vinham, né? Então, a
00:05:04
centralidade desse processo vai ser
00:05:06
muito grande, né? Dessa ausência de
00:05:08
essas são palavras que disseram board,
00:05:10
dessa ausência de orgulho de raça faz
00:05:13
com que eles estejam abertos para se
00:05:15
misturar, para se missigenar. fato
00:05:18
importantíssimo no processo de ocupação
00:05:20
e colonização no Brasil, né?
00:05:25
Eh, tem uma temve uma pesquisa, acho que
00:05:27
da August, né, recentemente que falou
00:05:29
que o Brasil é o país mais missionado do
00:05:31
mundo e ocorreu a maior grau de
00:05:34
missigenação, né? Foi um resultado de
00:05:36
uma pesquisa que foi tem uns umas três
00:05:39
semanas, no máximo um mês, né? E esse
00:05:41
processo eles vão ser explicado pelos
00:05:43
seus dois atores, dos autores nesse
00:05:45
sentido, né? ele já, os portugueses já
00:05:47
tinham essa abertura, não, não era muito
00:05:50
eh vinculado essa questão do orgulho
00:05:52
racial como os franceses, como os
00:05:55
ingleses, de fazer uma separação, né, de
00:06:00
entre os brancos e os não brancos. Então
00:06:03
houve essa possibilidade,
00:06:06
né, essa mobilidade, né, essa essa
00:06:10
mobilidade do ponto de vista geográfico,
00:06:12
né, que ferei também vai apontar, né,
00:06:15
que os portugueses vão ser os pioneiros
00:06:17
nesse processo, né, e a própria e talvez
00:06:21
essa quando ele fala dessa proximidade
00:06:23
com a África, quando com quando ele fala
00:06:25
que Portugal eh ela mais eh África do
00:06:31
que Europa, talvez
00:06:32
e e também pelo fato de Portugal já ter
00:06:36
experimentado a dominação em alguns
00:06:38
tipos de feitorias, né, lá no continente
00:06:41
africano, principalmente na ilha de
00:06:42
Açores, né, então já tinha algum tipo de
00:06:46
de, vamos dizer assim, de uma herança
00:06:48
cultural, de aguentar
00:06:52
uma realidade climática, geográfica
00:06:55
muito diferente, né? Então vai ser outro
00:06:57
ponto interessante, apesar dessa
00:06:59
adversidade climática, né, eles eles já
00:07:02
tinham uma, vamos dizer assim, uma
00:07:04
experiência social de ocupação de outros
00:07:06
lugares, né, principalmente a ilha de
00:07:09
Açores, né? Então são esses elementos
00:07:11
que não são os elementos
00:07:14
eh principais ou é talvez principais, o
00:07:18
ponto de partida da análise tanto de de
00:07:20
Gilberto Ferreira quanto de Sérgio
00:07:22
Boarque, né? Imagilberto eh Sajuba, ele
00:07:25
vai trazer alguns outros elementos muito
00:07:27
importantes na análise, principalmente
00:07:29
na questão do personalismo, né?
00:07:30
Personalismo que era próprio
00:07:32
da dos portugueses, essa autonomia
00:07:35
individual, né? Esse valor extremado que
00:07:37
o indivíduo tem, em contraposição, a
00:07:39
própria realidade social, próprias
00:07:40
estruturas social, os laços sociais, né?
00:07:44
Lembram quando eu perguntei sobre o
00:07:46
Katesla, né? né? Falando que a frustidão
00:07:48
dos laços sociais,
00:07:51
então as os grandes engenhos, eles
00:07:56
acabavam sendo um universo complexo,
00:07:59
fechado em si mesmo, né? Que lá tinha eh
00:08:02
as catedrais para os cultos religiosos.
00:08:05
Lá eles também tinham um banco, segundo
00:08:07
Gilberto Freire, né? Tinham bancos
00:08:09
dentro dos
00:08:11
dos das dos grandes
00:08:14
latifúndios, né?
00:08:16
Mais outra coisa,
00:08:19
eh, havia também, não vou dizer uma
00:08:22
autossuficiência, mas havia uma
00:08:23
completude nas atividades econômicas,
00:08:26
apesar de que as outras atividades
00:08:27
econômicas elas estavam sempre
00:08:30
subordinadas ao plantil de cana de
00:08:32
açúcar e a outras culturas agrícolas,
00:08:34
né? Então essas esses latifúos eram como
00:08:38
se fosse microcosmos, era como se fosse
00:08:41
pequenas repúblicas autônomas com suas
00:08:44
próprias leis e regras, né, né?
00:08:48
um latifúo que que porventura existia lá
00:08:51
na Bahia, tinha suas próprias regras,
00:08:53
tinha suas próprias autonomias e o
00:08:56
senhor de Enginho era chefe absoluto. O
00:08:59
mesmo acontecia no Rio de Janeiro ou
00:09:01
posteriormente no Rio de Janeiro, mesmo
00:09:03
acontecia em Recife, mesmo acontecia,
00:09:05
por exemplo, no Mar, etc., né?
00:09:08
Então, esse personalismo, essa, vamos
00:09:11
dizer, essa centralidade da dos desejos
00:09:15
dos indivíduos, esse individualismo
00:09:17
extremado, né, que que Sérgio Boarque
00:09:19
vai contar como sendo uma característica
00:09:22
por excelência do povo português e que
00:09:24
de certa forma os portugueses antecipam
00:09:26
algumas características do moderno
00:09:28
capitalismo que se desenvolveu na Europa
00:09:31
a posterior, vai ser de profunda
00:09:33
importância nesse processo
00:09:35
de eh reestruturação da colonização no
00:09:38
Brasil e Portugal em alça no Brasil, né?
00:09:41
Porque ele vai explicar naquele na nesse
00:09:44
sentido de que esse
00:09:46
personalismo, né, aliado a uma falta de
00:09:50
organização por parte do Estado em
00:09:52
desenvolver a colonização do Brasil, que
00:09:55
fez com que os entes privados, as
00:09:58
famílias principalmente fossem o centro
00:10:01
irradiador desse processo de
00:10:03
colonização, fizesse com que houvesse
00:10:06
uma importância política, econômica,
00:10:09
social daquelas famílias. as
00:10:11
particulares no processo de
00:10:13
desenvolvimento do Brasil, não? Então, a
00:10:15
esfera privada, como reiteradas vezes
00:10:18
falei com vocês, a esfera privada, ela
00:10:20
vai ter uma hipertrofia muito grande em
00:10:24
relação à esfera pública, né? Então, a
00:10:27
esfera privada vai ser essa essa esfera
00:10:30
que vai ter a centralidade de um
00:10:32
determinado grau de
00:10:36
afetividade, né? A família é o espaço,
00:10:41
em tese, né, família seria o espaço da
00:10:44
efetividade, né, seria o espaço das
00:10:47
vontades privadas, né? Isso é que vai
00:10:50
caracterizar o próprio desenvolvimento
00:10:53
do Estado brasileiro para o processo de
00:10:54
colonização que vai desembocar uma
00:10:57
realidade social que Sérgio Boarque vai
00:11:01
chamar de uma de uma estrutura social e
00:11:03
política, de uma estrutura social,
00:11:05
econômica e política profundamente
00:11:08
antipública, profundamente
00:11:11
antipolítica. Hum.
00:11:14
Em paralelo a isso, ele vai tentar
00:11:17
explicar esse processo de colonização
00:11:18
com aquelas duas grandes dicotomias, com
00:11:21
aquelas duas grandes tipologias ideais,
00:11:24
né? Olunda da do pensamento sociológico
00:11:26
de Weber, que é o tipo do aventureiro, o
00:11:29
tipo do trabalhador. O tipo do
00:11:30
aventureiro, aquele tipo que busca
00:11:33
através de um trabalho sistemático
00:11:34
racional, né, através de um cálculo, né,
00:11:39
eh, a produção de riqueza, né, forma que
00:11:44
vai ser vai se desembocar no moderno
00:11:47
capitalismo eh ocidental para Marx V,
00:11:51
né? os portugueses, eles tinham essa,
00:11:54
vamos dizer assim, essa essas
00:11:56
características superindividuais do tipo
00:11:59
aventureiro, né? E você aliando essa
00:12:02
questão do
00:12:03
personalismo, né? E do tipo aventureiro,
00:12:06
o tipo aventureiro, ele vai ser um tipo
00:12:09
corajoso, um tipo responsável, né? E
00:12:12
corajoso e irresponsável, principalmente
00:12:15
o adjetivo de corajoso, né? foi de
00:12:17
superma importância para que os
00:12:18
português saíssem da Península Ibérica e
00:12:22
viessem colonizar o Brasil, né? Um ato
00:12:25
de extrema violência. Então, esse tipo
00:12:28
aventureiro
00:12:29
que nos em determinados pontos ele vai
00:12:32
ter algumas características negativas
00:12:34
como a como a lógica do do enriquecer
00:12:37
sem trabalhar, né? E isso vai dar tem
00:12:41
algumas outras consequências pra
00:12:42
sociedade brasileira nesse sentido, né?
00:12:47
Eh, por outro lado, tem essa
00:12:49
característica positiva, né? Eles se
00:12:51
tinham embuídos de um de de uma coragem
00:12:55
e essa coragem foi a mola, uma das molas
00:12:58
médicas que propiciou essa esse processo
00:13:01
de colonização. Isso tudo ainda em
00:13:03
Gilberto Freire perdão, que Gilberto
00:13:05
Freire, gente, em Séja Boarque de
00:13:07
Holanda. Isso, em Sérgio Boarque de
00:13:09
Holanda.
00:13:10
Personalismo, uma característica bem
00:13:13
particulars. Essa explicação sobre a
00:13:15
individual do desenvolvimento das
00:13:17
diferentes sociedades na colonização
00:13:19
brasileira vai ser o tipo aventureira,
00:13:22
né? E como você retoma essa discussão do
00:13:26
personalismo, da centralidade, das
00:13:28
características afetivas do processo de
00:13:31
sociabilidade mais geral, você vai
00:13:33
entender que tem uma enorme teve uma
00:13:37
enorme dificuldade de e ainda tem, né?
00:13:39
de se desenvolver um estado brasileiro
00:13:42
baseado numa lógica da impessoalidade,
00:13:45
né? O estado, ele vai falar que o estado
00:13:47
é a negação dessa desses interesses
00:13:50
privados oriundos da família. Quando se
00:13:53
desenvolve o estado há um processo de
00:13:55
ruptura, né? vai falar o estado se
00:13:57
desenvolve se desenvolve como um
00:13:59
processo de ruptura e que em muitos
00:14:02
casos históricos, ele vai apontar também
00:14:04
em muitos momentos históricos, essa
00:14:05
ruptura, ela se deu através de guerras,
00:14:09
de conflitos sangrentos, né? Porque o
00:14:12
estado pressupõe uma
00:14:15
determinada impessoalidade, né? Um
00:14:17
determinado
00:14:19
eh, vamos dizer, uma superação das
00:14:22
paixões individuais, né? Então é como se
00:14:25
você tivesse falando
00:14:27
como abstratamente fazendo uma
00:14:30
comparação, é como tivesse uma pessoa
00:14:33
que vem de fora, que tivesse vindo de
00:14:37
fora dentro de um latifúndio, grande
00:14:40
latifúndio, aquele período, falasse
00:14:41
assim: "Fulano de tal, você como seor de
00:14:44
engên agora vai ter que obedecer
00:14:46
determinadas leis que e essas leis em
00:14:49
alguns momentos vão impor limites ou
00:14:52
quçar prejudicar alguns pontos.
00:14:55
né, alguns
00:14:57
desejos
00:15:00
individuais. Mas nesse sentido, em
00:15:02
alguns momentos ocorreram, em muitos
00:15:04
momentos ocorreram essa essa ruptura,
00:15:07
essas guerras que é um é é no momento
00:15:11
histórico se que se desenvolve o estado,
00:15:14
né?
00:15:16
Então, Sérgio Barque de Holanda, ele vai
00:15:17
apontar essa problemática do Brasil,
00:15:19
esse problema do Brasil, essa
00:15:20
importância do personalismo, essa
00:15:22
importância das dos desejos individuais
00:15:26
que são um impecío para se desenvolver
00:15:28
um estado moderno, um estado democrático
00:15:31
de direito, né, que é a car uma das
00:15:35
características centrais da própria
00:15:36
modernidade burguesa, né? Então, eh, o
00:15:40
estado ele nunca, no Brasil, paraí, ele
00:15:43
nunca vai ter, vai se desenvolver no
00:15:46
sentido do desenvolvimento, por exemplo,
00:15:48
do da tradição dos Estados Unidos, da
00:15:51
tradição burguesa ou francesa, tá certo?
00:15:55
E ele vai apontar isso com a grande
00:15:57
debilidade do próprio desenvolvimento da
00:15:59
sociedade brasileira, na formação da
00:16:01
sociedade brasileira. Perceberam?
00:16:04
E por fim, ele vai falar sobre a cereja
00:16:07
do bolo dele, vai ser sobre o homem
00:16:08
cordial, questão da cordialidade, né? A
00:16:11
questão da cordialidade nada mais, nada
00:16:13
menos do que é essa quase que essa
00:16:16
transposição do personalismo que
00:16:19
caracterizava lá os portugueses quando
00:16:22
vieram para a realidade social
00:16:24
brasileira, para a estrutura social
00:16:25
brasileira. Personalismo significa
00:16:28
afetividade, significa desejos íntimos,
00:16:31
significa que a gente se comporta
00:16:35
basicamente através de comportamentos de
00:16:38
natureza
00:16:39
afetiva. E afetiva, como sempre te
00:16:42
expliquei, né? Afetiva não significa tão
00:16:44
somente comportamentos bondosos,
00:16:47
amorosos, hospitaleiros, etc. Mas
00:16:48
efetividade significa a negação de uma
00:16:52
de relações sociais baseadas numa
00:16:55
racionalidade, em uma impessoalidade.
00:16:58
Nós somos irracionais, né? Nós somos
00:17:02
afetivos, né? Calorosos, né? Nossas
00:17:05
relações sociais são fundamentadas, se
00:17:08
baseiam na centralidade de nosso
00:17:10
coração. Então, pode ser positivo pode
00:17:12
ser negativo, né? Uma roubo de de
00:17:14
violência, né? De raiva, etc. Então é
00:17:18
nesse sentido, o homem cordial vai ser o
00:17:20
desenvolvimento lógico de tudo do que
00:17:23
Sérgio Parco de Holanda tava falando
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anteriormente, né? Gilberto Freire vai
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muito por esse lado. Gilberto Freir vai
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falar sobre a poligamia, a importância
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da poligamia, a importância da
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missiginação, a importância da
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mobilidade geográfica do português, né?
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Vai concordar de ou na verdade não é
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Gilberto Frei que concorda com Sérgio
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Boarque, né? que Gilberto Freezco,
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credencializada antes de Gilberto de
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Sérgio Boarque, né? Sérgio Boarque vai
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concordar de certa maneira com Gilberto
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Freir que a própria colonização
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brasileira excedeu para além da
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organização racional do estado, né?
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Esses entes privados eles aqui eles
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conseguiram acumular um poder muito
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grande na no próprio processo de
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desenvolvimento da sociedade brasileira,
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tal como o Sérgio
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Barquá questa do personalismo, etc. Tá
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certo, gente? Então ele vai falar que
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dentro dessa
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estrutura privada da família, né, e as e
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as relações sociais mais amplas, né,
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como, por exemplo, as relações sociais
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do estado, né, no Brasil, ele vai se
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desenvolver quase que como uma
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transposição direta entre os desejos
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individuais, as emoções individuais dos
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grandes proprietários de terras vai ser
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transpostas para a esfera pública.
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Então, eh, Gilbet Fre também vai apontar
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essa indefinição, essa, vamos dizer
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assim, essa interseção, né, dos desejos
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individuais
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enquanto organização da estrutura social
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mais ampla do Estado, né?
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Então o
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estado se desenvolveu no sentido do dos
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Estados Unidos, novamente no sentido da
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Inglaterra, da França e de outros
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países, né? Em tese, fazendo esse para
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essa análise comparativa, mas o estado
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brasileiro vai ser uma expressão
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política do desejos individuais desses
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grandes senhores de engêno, desses
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grandes produtores
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rurais, né? Então, quando ele vai
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discutir aquela questão do sadismo, né,
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a questão do sadomasoquismo que
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vai fundamentar as relações na no âmbito
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privado, no âmbito da casa grande da
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Cizar, desse espaço privado, né, o o
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sadismo, essa vontade de de que ter seus
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desejos obedecidos por
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ordens, o sadismo dos portugueses e o
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masoquismo, essa vontade de obedecer,
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né, das indígenas, das dos negros e
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negras, né, escravizados. ele vai se
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transpor para o plano
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político com a categoria do mandonismo,
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né? Mandonismo, autoritarismo, né? Ele
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tá falando nesse sentido, nas formas de
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dominação política baseadas em uma
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autoridade que não é eleita
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democraticamente. as relações políticas
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no Brasil, dada essa essa profunda esse
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profundo
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enraizamento, né, das relações marcadas
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pela violência e pelos desejos
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individuais, pessoais dos grandes
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proprietários de terras, né, ele vai se
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desenvolver com com a lógica do Estado
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que vai se centralizar na questão do
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mandonismo, do autoritarismo. E ele vai
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dizer que essa permanência, essa
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perenidade dos governos autoritários, na
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verdade é a própria herança cultural
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desse período, né? Então os próprios
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brasileiros estão acostumados, né? como
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se uma explicação dele que é que eu acho
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muito problemática, como se os
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brasileiros estivessem acostumados a se
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relacionar de forma subserviente, de ter
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uma
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autoridade masculina que mandasse sobre
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ele e que politicamente a gente
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aceitasse isso e mais do que aceitasse a
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gente desejasse formas de governos de
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natureza autoritária. Então ele tá
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falando nesse sentido, tá certo?
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Em alguns pontos, em muitos pontos,
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essas interpretações tanto de Gilberto
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Feira quanto Sérgio Bar de Horlando, ele
00:21:41
ele vão
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ter conceitos parecidos, lógicas
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parecidas, né, principalmente nessa
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questão
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da centralidade dos desejos individuais
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dos grandes proprietários de ternos, né,
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o personalismo que vai desocar
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em Gilberto Freire, a transformação do
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ponto de vista das rações eh privadas do
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céu do mazoquismo no mandismo,
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mandonismo, perdão, mandonismo político
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dos agentes de governo autoritários, né,
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que vão significar que os desejos
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privados eles não têm nenhum freio,
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né? Beleza? freio no sentido de que,
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novamente voltando ao exemplo de de um
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de uma pessoa hipotética, de um ít
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hipotético falar o seguinte: "Você não
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pode se comportar dessa maneira, né? Não
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há limites, né? Então, a sociedade
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brasileira trabalhou nesse sentido, só
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que em Gilberto Freir, ele não vai
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discutir essa questão do estado
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burocrático patrimonialismo, que é mais
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além de Gilberto Fre de Sérgio Boarque,
00:22:54
Sérgio
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Boarque, que tá muito embuído de uma
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herância do pensamento de Max Weber, o
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desenvolvimento da sociologia
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compreensiva de Max Web. Gilberto Fire
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vai por outro caminho, né? Gilberto Fire
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vai explicar que com toda essa
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violência, com todas essas relações
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violências, com a violência extremada do
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colonizador português, ele vai apontar
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tudo isso. Incrível. para apontar tudo
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isso, mas para no final e falei falar
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com toda essa violência, com tudo isso,
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essa polamia,
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essa essa inexistência de um de um de um
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de um orgulho de raça, esse termo
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é de Sérgio Bar,
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mas Sérgio Freiva nesse sentido também,
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nessa ausência de raça, nessa abertura
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para a missão, se produz produziu um
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país estável e que se fundamentava numa
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lógica democrática, numa lógica da
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democracia racial, né? Ele tá falando
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que essa violência, mas essa essa
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violência, né, de do senhor degenho para
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conos que primeiramente foram
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escravizados, os negros que foram
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escravizados, negros negros que foram
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escravizados, essa
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violência, né, essa relação violência,
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essa relação sexual
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violenta, ela não produziu no
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separatismo, pelo contrário, ela vai
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produzir
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em
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proximidade. A gente vai falar que essa
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violência, essa abertura para uma
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família polégama Rilberto Fre para a
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possibilidade da existência do da
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atualização de um filho bastardo vai
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fazer com que haja uma proximidade entre
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esses dois polos do
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colonizador e do grupo dos colonizados.
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essa violência ela vai
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acabar proporcionando porque o português
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era aberto no MCG nação, ela
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acaba ocasionando uma sociedade estável
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em uma sociedade que tem uma dada
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democratização do ponto de vista racial
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para Gilberto Freire, né? Porque
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Gilberto Freira vai fundamentar sua
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análise sociológica em que pelos
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contrários os antagonismos senhor do
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escravo, do colonizador, do colonizado,
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apesar de todos os pesares, apesar de
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toda a violência, elas produzem
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determinadas relações antag ou
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determinadas relações, determinadas
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relações sociais harmônicas.
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Então, esse antagonismo do senhor regido
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com os escravos indígenas e dos negros
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produziu uma sociedade harmônica que foi
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a sociedade brasileira, né, para além de
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todas essas violências. Então, Sérgio
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Guarco vai enxergar esse processo como
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um processo que impede o desenvolvimento
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entrada do Brasil, né, o plano de
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desenvolvimento do Brasil na modernidade
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capitalista, né, através de um estado
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democrático fundado em leis do direito,
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né, em relações pessoais, na igualdade
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de todos perante a lei. Sérgio
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Barilberto Freira vai falar não vai
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nesse sentido. Bato Freira vai falar,
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apesar de toda essa violência, apesar de
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toda essa contradição, né, apesar de
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todos esses antagonismos
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sociais, deu origem a um determinado
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estado que é democrático do ponto de
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vista racial, ou seja, as relações
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antagônicas ao fim
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acabam como um resultado uma sociedade
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harmônica, né, o antagonismo para uma
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sociedade harmônica, né? Então, espero
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que vocês assistam
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e que ajude a vocês na avaliação de
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amanhã, tá certo, gente? Muito obrigado
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e até