Apresentação do programa (Aula 1, parte 1)

00:24:03
https://www.youtube.com/watch?v=GAhelsmlFz8

Zusammenfassung

TLDRO curso explora a historiografia do século XIX na América Latina, focando nas independências e na figura de Simón Bolívar. A historiografia tradicional via o século XIX como um período de crises e fracassos, mas novas abordagens destacam negociações políticas e sociais, enfatizando a agência dos setores populares. O curso também analisa a modernização e a circulação de ideias, além das guerras de independência hispano-americanas, com ênfase nas dinâmicas regionais e na produção impressa.

Mitbringsel

  • 📚 O curso foca na historiografia do século XIX na América Latina.
  • 🗺️ Simón Bolívar é uma figura central nas discussões sobre independência.
  • 🔍 A nova historiografia destaca a agência dos setores populares.
  • ⚔️ As guerras de independência são um tema central do curso.
  • 📖 A produção impressa foi crucial para a circulação de ideias.
  • 🌍 O curso compara a modernização na América Latina com a Europa.
  • 📜 A Biblioteca Ayacucho é uma importante coleção de documentos históricos.
  • 💡 A violência é reconhecida, mas com estratégias de legitimação do poder.
  • 📈 O século XIX é visto como um período de negociações políticas e sociais.
  • 🔗 O curso não abordará a história dos Estados Unidos, focando na América hispânica.

Zeitleiste

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O curso é introduzido com uma ênfase na historiografia do século XIX na América Latina, que antes era negligenciada em favor dos períodos colonial e do século XX. O século XIX é frequentemente visto como um tempo de crises e fracassos, especialmente em relação à formação de estados nacionais, com figuras como Simón Bolívar simbolizando essa frustração. A historiografia tradicional retratava um cenário de violência e manipulação por caudilhos, que usavam seu poder privado para controlar a população e impedir a modernização e a construção de um projeto de nação.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    Recentemente, essa visão tem sido questionada, com novas interpretações que destacam a agência dos atores históricos e a complexidade das relações sociais e políticas. A historiografia atual enfatiza a capacidade dos setores populares de se mobilizarem e participarem ativamente na formação dos estados nacionais, desafiando a ideia de que eram meramente manipulados por elites. Essa nova abordagem busca recuperar o papel dos setores populares e a dinâmica entre eles e as elites políticas na construção da modernidade na América Latina.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    O curso também abordará a modernização da América Latina no século XIX, que é frequentemente comparada à Europa. A ideia de barbárie versus civilização é central para entender a autoimagem dos líderes políticos da época, que viam a Europa como o modelo a ser seguido. A circulação de ideias e informações, especialmente através da imprensa, desempenhou um papel crucial na construção dessa modernidade, apesar das dificuldades econômicas e sociais enfrentadas pelos novos estados após as independências.

  • 00:15:00 - 00:24:03

    A próxima aula focará nas guerras de independência hispano-americanas, com uma análise das dinâmicas regionais e das correspondências de Simón Bolívar. O curso se concentrará na história da América espanhola, com comparações ocasionais ao Brasil e aos Estados Unidos. A discussão incluirá um debate sobre a historiografia das independências, envolvendo tanto historiadores locais quanto internacionais, e a importância de documentos primários na compreensão desse período.

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Video-Fragen und Antworten

  • Qual é o foco principal do curso?

    O curso foca na historiografia do século XIX na América Latina, especialmente nas independências e na figura de Simón Bolívar.

  • Como a historiografia do século XIX foi tradicionalmente vista?

    Foi vista como um período de crises, fracassos e impossibilidades na formação de estados nacionais.

  • O que a nova historiografia destaca?

    Destaca negociações políticas e sociais, enfatizando a agência dos setores populares.

  • Qual é a importância da figura de Simón Bolívar no curso?

    Bolívar é central para entender as lutas pela independência e as frustrações políticas do século XIX.

  • Como a modernização é abordada no curso?

    A modernização é discutida em relação às condições sociais e políticas da época, comparando com a Europa.

  • O curso incluirá comparações com a história do Brasil?

    Sim, mas o foco principal será na história da América hispânica.

  • Quais são os principais temas das aulas?

    As aulas abordarão as guerras de independência, a historiografia e a circulação de ideias.

  • O que é a Biblioteca Ayacucho?

    É uma coleção que expressa a história, cultura e pensamento da América Latina, com documentos importantes.

  • Qual é a relevância da produção impressa no século XIX?

    A produção impressa foi crucial para a circulação de ideias e a construção da modernidade na América Latina.

  • Como a violência é vista na nova historiografia?

    A violência é reconhecida, mas acompanhada de estratégias de legitimação do poder.

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    queria dar a todos as
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    boas-vindas Esse é um curso que eu tenho
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    grande prazer de ministrar eu tenho
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    ultimamente me dedicado à pesquisa sobre
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    o século XIX então também fico muito
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    instigada por todo um movimento de
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    renovação da historiografia que tem
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    acontecido com muito vigor a respeito da
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    América Latina no século XIX a América
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    Latina antes era um tema que tinha assim
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    uma uma safra de pesquisas de qualidade
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    e também com relativa quantidade
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    voltadas especialmente ao período
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    colonial e voltadas ao século XX e o
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    século XIX ficava num certo Limbo o
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    século 19 era frequentemente apresentado
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    como aquele século das independências
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    e depois das independências de uma
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    história de impossibilidades da
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    impossibilidade da formação dos estados
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    nacionais da impossibilidade da
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    modernização da impossibilidade da
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    República ou seja uma história de crises
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    de fracassos e de frustrações e o Simão
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    Bolívar de quem eu vou falar um
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    pouquinho antes de encerrar essa aula
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    era tomado como um aralto desse
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    diagnóstico já que ele próprio terminou
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    a sua vida depois de anos lutando pelas
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    independências da América do Sul
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    bastante frustrado com o desfecho das
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    coisas e ele termina a sua vida a
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    caminho do exílio ele resolve se retirar
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    da vida política e morre em um momento
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    de bastante eh ceticismo em relação às
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    possibilidades de construção de uma nova
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    ordem na América então tudo isso
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    realmente marcou a historiografia ao
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    longo de muito tempo e as interpretações
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    reiterava Essa visão de que os estados
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    nacionais no século XIX enfrentaram
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    problemas sérios da das mais diferentes
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    ordens por exemplo em relação a às às
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    brigas internas à guerras civis as
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    disputas entre elites regionais que se
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    confrontavam E essas disputas impediam a
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    centralização do poder era aí que
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    emergia a famosa figura do Caudilho o
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    Caudilho como sendo um homem que a
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    partir do seu poder privado ou seja da
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    sua riqueza em geral da sua posse de
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    terras o Caudilho muito frequentemente
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    era um grande fazendeiro e esse Caudilho
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    usando esse poder pessoal para exercer o
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    seu prestígio sobre a população
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    da sua região e manipular essa população
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    em favor dos seus próprios interesses e
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    essa mobilização da população que era
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    descrita como uma manipulação dos
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    setores populares vistos como incapazes
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    de perceber quais eram os jogos de poder
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    em cena essa manipulação se refletiria
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    na vida pública na vida do estado ou
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    seja o estado seria
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    capturado por esses interesses privados
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    e seria então subordinado a interesses
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    exclusivamente privados ou seja esse
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    estado era incapaz de desenvolver um
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    projeto de nação um projeto público um
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    projeto de modernidade e um projeto de
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    república então a visão que se
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    cristalizou era a visão de um século XIX
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    em que a violência permeia as relações
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    sociais e políticas na América Latina e
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    ao mesmo tempo um século XIX em que os
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    setores populares estão a mercê dessas
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    elites desses caudilhos e esses
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    caudilhos Então vão realmente conduzindo
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    as coisas ao seu bel
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    prazer essa visão que como eu já disse
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    foi uma visão que vicejou durante muitos
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    anos na
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    historiografia recentemente de fato é um
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    fenômeno relativamente recente vem sendo
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    bastante questionada vem sendo bastante
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    criticada e o que tem ganhado espaço é
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    toda uma historiografia que procura
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    mostrar que o século XIX é um século em
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    que houve negociações políticas e
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    sociais o tempo todo entre os vários
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    grupos sociais inclusive entre essas
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    elites e que essas ações por vezes
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    envolveram sim a violência Ou seja a
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    violência não esteve ausente do século X
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    como tampouco esteve ausente de outras
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    épocas históricas mas essa violência
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    veio sempre acompanhada de estratégias
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    para a legitimação do Poder de
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    estratégias para a legitimação de uma
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    nova ordem ou seja esses caudilhos não
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    atuaram num vazio num vazio de ordem de
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    os políticos de estratégias de ação
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    política que não eram puramente
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    individuais mas que envolviam a
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    articulação com outros
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    grupos a historiografia atual valoriza
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    muito isso vocês vão cansar de ouvir
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    aqui de ler nos textos dos textos e
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    também de de discutir De toda forma essa
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    historiografia e esse tema que vai ser
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    recorrente no curso sublinha muito a
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    noção de agência e vocês a essa altura
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    aqui do campeonato já devem ter tido
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    contato com essa noção de agência que
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    significa a capacidade dos atores
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    históricos de diagnosticar de
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    interpretar de refletir sobre as
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    condições sociais culturais e políticas
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    do cenário em que elas se movem e a
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    partir daí fazer decisões decisões que
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    têm sim uma racionalidade ou seja essa
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    ideia da manipulação essa ideia de
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    sujeitos incapazes de de controlar o a
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    as instâncias de negociação perde espaço
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    em favor de uma visão que valoriza a
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    capacidade de entender de se organizar
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    de se mobilizar de se posicionar não
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    necessariamente se posicionar como
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    esperariam certos historiadores
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    marxistas que querem encontrar ali já o
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    germen de uma luta de classes de uma
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    forma de associação com consciência de
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    classe não necessariamente a resposta se
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    dá dessa maneira mas certamente essa
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    resposta se dá de uma forma que indica a
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    capacidade de agência de leitura de
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    percepção de compreensão por parte
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    também dos setores populares sobre a
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    correlação de forças e é uma
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    historiografia então que vai recuperar o
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    lugar desses setores populares nos
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    processos de formação dos estados
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    nacionais ou seja uma historiografia que
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    vai procurar mostrar em que medida a os
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    acontecimentos os desenlaces a
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    composição de forças tiveram também
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    esse esse esse essa contra partida da
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    participação dos setores populares para
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    os quais se produziram discursos para os
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    quais se produziram estrategas que
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    procuravam corresponder à presença
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    desses setores em diversos níveis dessa
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    desse cenário social nas cidades no
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    campo nas guerras civis na formação
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    eh eh na formação de montone iras que
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    eram grupos armados que tinham um papel
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    político no século XIX ou seja de que
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    forma esses sujeitos se movem e ao mesmo
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    tempo em que a historiografia recupera o
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    lugar desses setores populares nas nos
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    acontecimentos políticos que vão
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    forjando a formação dos estados
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    nacionais ao longo do século XIX também
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    a história dessas elites e dessas elites
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    políticas vem sendo refeitas e vem sendo
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    refeita eh no sentido de se mostrar
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    afinal de contas a partir de que
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    repertórios de que modelos de que
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    reinterpretações de que apropriações de
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    ideias de referenciais políticos esses
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    homens de Elite política se moveram e se
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    guiaram no século XIX e aí há coisas
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    muito interessantes vindo à tona sobre
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    toda uma complexidade desse mundo
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    político intelectual cultural da América
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    Latina do século XIX que antes ficava em
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    segundo plano já que o que aparecia era
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    sempre a violência o atraso a
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    impossibilidade de se modernizar uma
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    discussão que vai permear o nosso curso
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    é sobre as condições em que essa
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    modernização se dá as condições em que
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    essa modernização vai acontecendo uma
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    modernização que eh o tempo todo se
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    compara com a Europa o tempo todo esses
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    homens olham pra Europa e almejam seguir
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    os passos da França e da Inglaterra e
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    almejam alcançar a modernidade e quando
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    olham pra própria pra própria situação
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    pra própria realidade esses homens
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    muitas vezes eles próprios já acabam
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    estabelecendo essa imagem de que a
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    realidade local era uma realidade
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    Bárbara o tema da barbárie a ideia de
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    barbárie a atravessa o século XIX ela é
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    uma chave para se entender o que o que
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    somos nós O que é esse ambiente e o que
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    é a Europa a barbárie se opunha à ideia
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    de civilização e a civilização estava
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    fora fora daqui
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    Especialmente na Europa não ibérica na
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    Inglaterra e na França especialmente no
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    século XIX Portugal e Espanha são depois
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    das independências deixados por muito
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    tempo realmente de lado como países que
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    pudessem oferecer qualquer solução para
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    a formação dos estados nacionais
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    latinoamericanos Isso só vai ser revisto
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    no final do século XIX o nosso curso vai
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    terminar nesse ponto quando as relações
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    especialmente entre a América espanhola
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    e a Espanha começam a ser revistas e
  • 00:11:24
    começam a ser
  • 00:11:27
    revalorizados Independência Portugal
  • 00:11:29
    Espanha perdem qualquer Trono e o olhar
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    se volta para essa Europa considerada
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    civilizada então esses sujeitos
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    históricos ao mesmo tempo em que
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    constatava que na Argentina no México no
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    peru prevalecia a barbárie em oposição à
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    civilização ao mesmo tempo em que eles
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    constatava fazendo parte de um movimento
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    de receber as coisas receber informações
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    ler jornais trocar cartas receber
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    revistas como a review de demond que era
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    uma revista francesa importante do
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    século XIX que trazia digamos assim um
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    certo retrato cultural e político do
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    mundo essa revista chegava aqui são
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    homens portanto que se colocam nessa
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    conexão com o mundo agora em aberto um
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    mundo que não era mais um mundo Colonial
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    um mundo em que havia uma certa a
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    liberdade de circulação de ideias de eh
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    pessoas e também daquilo que eu vou
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    chamar aqui ao longo desse semestre de
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    suportes da comunicação esses suportes
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    da comunicação que fazam circular as
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    ideias são especialmente os suportes
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    impressos ou seja os jornais as revistas
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    e os livros e o século XIX é um século
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    de explosão da produção impressa
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    a imprensa de Gutemberg já existia há
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    muito tempo mas o século XIX é o momento
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    em que essa imprensa se massifica ela
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    realmente vai assumir escalas
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    industriais e essa circulação de
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    impressos vai ganhar novas proporções ou
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    seja esses homens aqui na América Latina
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    de alguma forma participaram desse
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    ambiente de uma certa aceleração da
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    circulação de impressos de ideias de
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    formações e isso pautou a construção
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    dessa modernidade que embora esses
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    próprios sujeitos fizessem a constatação
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    com frequência de que aquilo não era
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    modernidade aquilo era barbárie era o
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    avesso da modernidade apesar disso nós
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    historiadores vamos agora procurar
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    recuperar de que forma de alguma maneira
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    esses estados e essas sociedades vão se
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    modernizando ao longo do século XIX são
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    anos esses do pós-independência de eh
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    pobreza são anos em que a O Tesouro
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    Nacional desses estados recém fundados
  • 00:14:12
    está realmente eh em uma situação
  • 00:14:15
    bastante precária a guerra de
  • 00:14:18
    independência na América Espanhola durou
  • 00:14:20
    anos eh destruiu colheitas destruiu
  • 00:14:24
    populações desorganizou muito as coisas
  • 00:14:27
    foram portanto e movimentos de confronto
  • 00:14:31
    de violência e de uma
  • 00:14:34
    impossibilidade de que a vida Econômica
  • 00:14:36
    seguisse normalmente que teve reflexo no
  • 00:14:40
    período posterior então esses estados
  • 00:14:42
    sofrem com a penúria Econômica nos anos
  • 00:14:46
    pós emancipação e por outro lado são
  • 00:14:50
    anos em que as coisas vão aos poucos se
  • 00:14:55
    reacomodação ao período colonial a H
  • 00:14:59
    coisas que vão entrando que vão ganhando
  • 00:15:03
    força justamente porque não se trata
  • 00:15:05
    mais de um mundo Colonial os tempos são
  • 00:15:08
    novos e existe um Horizonte em aberto
  • 00:15:11
    que não está dado pelo período colonial
  • 00:15:13
    ou seja nós vamos trabalhar com esse
  • 00:15:17
    velho tema da história que é o das
  • 00:15:22
    permanências e o das rupturas O das
  • 00:15:25
    mudanças e o das continuidades que vão
  • 00:15:29
    organizando as sociedades na América
  • 00:15:32
    Latina do século X nós começamos hoje
  • 00:15:35
    com uma apresentação do curso Uma Breve
  • 00:15:38
    introdução e na semana seguinte nós
  • 00:15:41
    teremos uma primeira aula sobre as
  • 00:15:44
    guerras de independência
  • 00:15:47
    hispanoamericanas eu vou privilegiar
  • 00:15:49
    aqui sempre a hispanoamérica Já que
  • 00:15:52
    vocês têm história do Brasil em outras
  • 00:15:55
    disciplinas e E então como nós temos
  • 00:15:58
    muito assunto para pouco tempo eu vou
  • 00:16:00
    deixar o Brasil de Fora sempre que
  • 00:16:03
    possível podemos fazer comparações e
  • 00:16:06
    referências mas o curso vai se centrar
  • 00:16:09
    na história da América
  • 00:16:12
    espanhola não vou falar de Estados
  • 00:16:14
    Unidos também porque é uma tradição
  • 00:16:18
    praticamente que os cursos aqui sejam de
  • 00:16:20
    América Latina e hoje por sorte existe a
  • 00:16:23
    disciplina optativa de História dos
  • 00:16:25
    Estados Unidos então Vocês conseguem
  • 00:16:27
    também complementar os Estados Unidos
  • 00:16:29
    vão aparecer aqui sempre nas relações
  • 00:16:31
    com a América Latina né mas não será um
  • 00:16:33
    curso que envolva a história dos Estados
  • 00:16:36
    Unidos bom então essa primeira aula vai
  • 00:16:40
    ser uma apresentação geral desse cenário
  • 00:16:42
    das guerras de independência com muita
  • 00:16:45
    informação com com realmente um quadro
  • 00:16:49
    das dinâmicas algumas comparações é um
  • 00:16:53
    tema rico é um tema interessante é um
  • 00:16:56
    tema complexo que tem uma abrangência
  • 00:16:58
    temp oral grande porque tudo isso começa
  • 00:17:01
    pelo menos em
  • 00:17:03
    1808 e vai terminar com a última batalha
  • 00:17:07
    de libertação da Bolívia a batalha de
  • 00:17:09
    ayacucho em fins de
  • 00:17:13
    1824 Então realmente existem as
  • 00:17:15
    dinâmicas que são próprias da América do
  • 00:17:17
    Sul dentro da América do Sul o vice
  • 00:17:20
    Reino de Nova Granada tem uma dinâmica o
  • 00:17:23
    vice reino do Prata tem uma outra
  • 00:17:25
    dinâmica na aula que vem eu vou trazer
  • 00:17:26
    um mapa para vocês se situarem e existe
  • 00:17:29
    o vice-reino do Peru que tem uma
  • 00:17:32
    dinâmica um pouco arrastada pelos outros
  • 00:17:34
    dois polos então é todo um mundo em si
  • 00:17:39
    de como vão convergindo as batalhas
  • 00:17:42
    pelas pela independência dessas várias
  • 00:17:45
    regiões e quase que em paralelo a tudo
  • 00:17:48
    isso os movimentos de independência no
  • 00:17:52
    México no Vice reino da nova Espanha que
  • 00:17:55
    arrastam consigo a América Central
  • 00:17:59
    claro que há motivações em comum há
  • 00:18:02
    referências em comum para a América do
  • 00:18:04
    Norte Vic Reino de Nova Espanha e a
  • 00:18:07
    América do Sul mas os movimentos
  • 00:18:10
    conversam pouco ao passo que na América
  • 00:18:12
    do Sul há uma articulação muito
  • 00:18:15
    significativa nós vamos discutir um
  • 00:18:17
    texto que eu eu eu já dei outras vezes
  • 00:18:21
    porque eu gosto bastante gosto em termos
  • 00:18:24
    de dos problemas que ele coloca mas ele
  • 00:18:27
    também claro é passível de uma reflexão
  • 00:18:29
    crítica e ela é bem-vinda que é o texto
  • 00:18:33
    da Fabiana de Souza fedrigo professora
  • 00:18:36
    da Universidade Federal de Goiás chamado
  • 00:18:39
    guerras escrita a correspondência de
  • 00:18:41
    Simon Bolívar e se trata das cartas
  • 00:18:45
    trocadas entre Simão Bolívar e os seus
  • 00:18:48
    Generais durante a guerra de emancipação
  • 00:18:52
    e ela vai fazendo uma interpretação de
  • 00:18:54
    como Simon Bolívar construiu uma série
  • 00:18:57
    de coisas desde das negociações em si
  • 00:19:00
    militares e políticas como também semeou
  • 00:19:04
    a construção da sua memória da sua
  • 00:19:07
    imagem como grande general da
  • 00:19:11
    emancipação e ela vai fazendo essa
  • 00:19:13
    análise através das cartas na aula
  • 00:19:17
    seguinte ainda o tema das independências
  • 00:19:19
    as guerras de independências pano
  • 00:19:21
    Americanas discussão historiográfica
  • 00:19:24
    como vocês podem imaginar esse tema é
  • 00:19:28
    objeto de um amplo e relativamente
  • 00:19:33
    estruturado debate historiográfico é um
  • 00:19:36
    grande tema que envolve historiadores
  • 00:19:39
    nacionais dos vários países envolvidos
  • 00:19:42
    que envolve historiadores estrangeiros
  • 00:19:44
    especialistas em América Latina há obras
  • 00:19:47
    que são mais monográficas e que vão
  • 00:19:50
    discutir uma região um grupo
  • 00:19:53
    eh enfim um recorte mais específico em
  • 00:19:57
    meio a esse esse grande universo das
  • 00:19:59
    guerras de independência e há também
  • 00:20:02
    grandes interpretações não é obras que
  • 00:20:04
    procuram definir os sentidos das guerras
  • 00:20:08
    de independência no seu conjunto então
  • 00:20:10
    um debate muito interessante não é para
  • 00:20:14
    todos os temas de história da América
  • 00:20:15
    que nós temos isso porque temas que são
  • 00:20:18
    mais nacionais ou que são regionais
  • 00:20:21
    muitas vezes eh mobilizaram
  • 00:20:24
    historiadores locais que fizeram uma
  • 00:20:25
    discussão sobre esse tema mas você não
  • 00:20:27
    tem especialistas espal pelo mund pelo
  • 00:20:30
    mundo que se dedicaram a ele e que
  • 00:20:32
    ajudaram a constituir um debate mais de
  • 00:20:36
    mais repercussão Então a gente vai
  • 00:20:40
    oscilar entre momentos em que a
  • 00:20:42
    historiografia é mais pontual e outros
  • 00:20:44
    em que ela realmente Digamos que se
  • 00:20:48
    pronuncia para um público de
  • 00:20:50
    interlocutores maior que é o caso aqui
  • 00:20:53
    das guerras de independência então eu
  • 00:20:55
    vou fazer uma apresentação desse debate
  • 00:20:59
    e na segunda parte de novo peço
  • 00:21:02
    voluntários ou voluntário pode ser uma
  • 00:21:05
    pessoa podem ser mais para fazer a
  • 00:21:09
    problematização de dois textos um do
  • 00:21:12
    Rosé Luiz Romero e luí Alberto Romero
  • 00:21:15
    eles organizaram uma coletânia de
  • 00:21:18
    documentos primários das
  • 00:21:21
    independências e essa coletânea se chama
  • 00:21:24
    pensamento político da
  • 00:21:26
    emancipação obra que foi ada em dois
  • 00:21:29
    volumes pela biblioteca ayacucho já
  • 00:21:33
    ouviram falar da biblioteca
  • 00:21:35
    ayacucho ninguém não a biblioteca yakuto
  • 00:21:38
    já ouviram falar do do Angel rama do
  • 00:21:40
    Angel rama que é um crítico literário
  • 00:21:43
    uruguaio que tinha uma um intercâmbio
  • 00:21:47
    muito grande com Antônio Cândido esteve
  • 00:21:50
    várias vezes na USP mas faleceu nos anos
  • 00:21:53
    80 Hoje existe na letras até um centro
  • 00:21:56
    Angel rama em homenagem a ele e o Angel
  • 00:22:00
    rama tem toda uma história como editor
  • 00:22:03
    no Uruguai editou revistas importantes
  • 00:22:07
    era uma figura assim do do debate
  • 00:22:10
    intelectual das esquerdas no Uruguai uma
  • 00:22:13
    figura muito importante e quando houve a
  • 00:22:16
    ditadura no Uruguai ele deixou o Uruguai
  • 00:22:19
    e foi morar na Venezuela e na Venezuela
  • 00:22:23
    ele organizou uma grande coleção de
  • 00:22:26
    livros conhecida como biblioteca yakuto
  • 00:22:30
    e essa coleção antes era assim uma coisa
  • 00:22:33
    rara porque a nossa biblioteca tinha um
  • 00:22:35
    exemplar de cada livro e esses
  • 00:22:38
    exemplares não circulavam faz pouco
  • 00:22:42
    tempo 2 anos talvez esses livros todos
  • 00:22:45
    foram digitalizados e estão acessíveis
  • 00:22:48
    na internet tá então toda a biblioteca
  • 00:22:50
    yakuto está agora digitalizada E a
  • 00:22:53
    biblioteca ayako ela pretende ser o
  • 00:22:57
    próprio nome kuto é uma referência a
  • 00:23:01
    batalha de independência de ayacucho lá
  • 00:23:04
    na Bolívia e ela pretende ser uma
  • 00:23:08
    coleção que expresse a história a
  • 00:23:12
    cultura o pensamento a literatura na
  • 00:23:15
    América Latina uma das primeiras
  • 00:23:17
    coleções que teve esse afã de apresentar
  • 00:23:21
    um quadro eh cultural intelectual
  • 00:23:25
    histórico da América Latina então a
  • 00:23:28
    livros na área de história que
  • 00:23:31
    constituem fundamentalmente antologia de
  • 00:23:34
    documentos com uma boa introdução há
  • 00:23:37
    livros na área de literatura que são
  • 00:23:39
    obras literárias de referência tá E E
  • 00:23:42
    por aí vai quer dizer na verdade Há
  • 00:23:45
    muitos documentos que são textos de
  • 00:23:47
    época e que receberam um bom estudo
  • 00:23:50
    preliminar um um um um bom estudo
  • 00:23:53
    crítico que é o caso desses documentos
  • 00:23:55
    sobre
  • 00:23:57
    Independência n
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