CAFÉ FILOSÓFICO | TRAUMA, REPARAÇÃO E POTÊNCIA | 10/11/2024

00:50:19
https://www.youtube.com/watch?v=QzAy0Sn_gyM

Zusammenfassung

TLDRO vídeo aborda o tema do trauma, destacando suas origens e influências históricas e modernas, com foco nas experiências das mulheres. O trauma é apresentado como parte da condição humana, com implicações tanto físicas quanto psicológicas. Traz-se à tona a importância das abordagens contemporâneas, como o 'Cuidado informado sobre trauma', que integra conhecimento de neurociência e psicologia para tratar dos efeitos do trauma. O vídeo explora como traumas podem ser percebidos e internalizados de forma diferente por cada indivíduo, sendo influenciados por experiências pessoais e coletivas. Destaca-se também a importância do vínculo humano e da autocompaixão no processo de cura e reparação de traumas, examinando a relação entre trauma individual e transgeracional. Discussões sobre o impacto do trauma em papéis de gênero são levantadas, explorando como as mulheres são afetadas por dinâmicas sociais e culturais específicas. Conclui enfatizando que tanto o trauma quanto o reparo fazem parte da experiência humana, e através do apoio comunitário e autoconhecimento, é possível encontrar caminhos para a superação.

Mitbringsel

  • 💭 O trauma é parte da condição humana e está presente na vida de todos.
  • 🧠 O trauma afeta inicialmente o corpo, antes de se tornar uma questão psicológica.
  • 👩‍👧 As mulheres experimentam o trauma de formas específicas devido a imposições sociais históricas.
  • 🔍 O trauma transgeracional influencia comportamentos através de gerações.
  • 🤝 Vínculos humanos são cruciais para a reparação e cura de traumas.
  • 😊 A autocompaixão ajuda no processo de recuperação do trauma.
  • ⚖️ As dinâmicas sociais e culturais impactam a forma como os traumas são vividos e reconhecidos.
  • 📚 A neuroimagem e os estudos modernos ofereceram novas visões sobre o trauma.
  • ⚠️ A hipervigilância é uma resposta comum a ambientes percepcionados como ameaçadores.
  • 🌈 O reparo é uma parte tão vital quanto o trauma na experiência humana.

Zeitleiste

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O papel e os desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história são discutidos, ressaltando como foram politicamente reprimidas. A questão do trauma é introduzida como uma lente para ver o mundo pelo medo e perigo, destacando a receita cultural de papéis de cuidado.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O trauma é apresentado como parte da condição humana, com suas explicações evoluindo através de várias disciplinas. A narrativa pessoal sobre trauma na infância e a ideia de trauma como medo são discutidas, mencionando registros históricos antigos de trauma.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A discussão continua sobre a história e entendimento do trauma, abordando o papel significativo das guerras na evolução do diagnóstico do estresse pós-traumático. Há uma ênfase em como a ciência médica e política lidaram com o trauma no contexto das guerras mundiais.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    O impacto do trauma em nosso corpo e mente é explorado, detalhando como as respostas físicas precedem as cognitivas a ameaças percebidas. A amídala cerebelosa é destacada como um fator chave no sistema de defesa do corpo em resposta ao perigo percebido.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    O documento explora como memórias passadas moldam nossa percepção de segurança e perigo, enfatizando a natureza subjetiva do trauma e como ele não é sinônimo de eventos extraordinários, mas parte da vida comum, salientando o potencial para reparação e recuperação.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    Destaca-se o impacto do trauma das guerras em combatentes, incluindo a experiência coletiva de trauma. Considera-se como diferentes experiências cotidianas podem ser potencialmente traumáticas, com foco em como o trauma pessoal é vivido internamente.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    O trauma começa a ser analisado no contexto de gênero, discutindo como históricas repressões femininas levaram a um estado de hipervigilância nas mulheres. A ideia de hipervigilância é discutida em relação ao impacto a longo prazo no corpo e mente das mulheres.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    Explora-se a relação do trauma com doenças, a codependência emocional e como histórico cultural afeta as mulheres de forma única. Discorre-se sobre a necessidade de recuperar a identidade feminina e como a síndrome da impostora reflete inseguranças amplamente culturais.

  • 00:40:00 - 00:45:00

    Como o trauma transgeracional e as pressões culturais continuam a afetar a saúde mental e a percepção de segurança das mulheres. A importância de recriar conexões e apropriar-se do corpo como um passo de cura e a resistência a padrões opressivos são enfatizadas.

  • 00:45:00 - 00:50:19

    Conclui destacando a necessidade de reconhecimento e reparo intergeracional dos traumas. Enfatiza a importância dos vínculos para mitigar estresse e a conexão humana para superar traumas, propondo uma sabedoria ancestral como via de resiliência e esperança.

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Häufig gestellte Fragen

  • O que é trauma segundo o vídeo?

    O trauma é descrito como uma experiência que envolve medo, afetando a percepção e resposta ao ambiente, moldando a maneira como lidamos com o mundo.

  • Como o trauma impacta as mulheres especificamente?

    O trauma em mulheres está relacionado a papéis históricamente impostos e decorre de expectativas sociais, gerando hipervigilância e desafios emocionais.

  • Qual é a origem do termo 'stress póstraumático'?

    O termo tem origem histórica com referências a soldados afetados por experiências de guerra, mas sua análise moderna evoluiu para incluir diversos tipos de trauma.

  • O que é dissociação em relação ao trauma?

    A dissociação é um desfecho traumático onde há uma separação das funções psíquicas, levando à anestesia emocional e falta de conexão com emoções e experiências.

  • O que significa 'trauma transgeracional'?

    Trauma transgeracional refere-se à herança de padrões de resposta e experiências traumáticas das gerações passadas, influenciando comportamentos e reações.

  • Como o trauma afeta o corpo e a mente?

    O trauma afeta inicialmente o corpo, com reações automáticas de defesa, e depois a mente ao interpretar essas experiências, afetando percepções futuras.

  • Qual é a relação entre trauma e culpa nas mulheres?

    As mulheres frequentemente sentem culpa devido a expectativas sociais e culturais de cuidado e perfeição, o que pode ser exacerbado por experiências traumáticas.

  • Qual a importância do vínculo na reparação do trauma?

    O vídeo destaca que a conexão social e o vínculo são fundamentais para a cura do trauma, oferecendo suporte e sentido de pertença.

  • Como é abordada a relação entre trauma e autocompaixão?

    A autocompaixão é apresentada como um caminho importante para a cura e reparação do trauma, incentivando o cuidado com as próprias feridas emocionais.

  • Como a abordagem do 'Cuidado informado sobre trauma' ajuda?

    Essa abordagem multidisciplinar ajuda a entender e tratar o trauma considerando seus aspectos neurobiológicos e psicológicos, promovendo uma recuperação integral.

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    o que sonham as mulheres de hoje sonhar
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    com alguns modos de ser que a gente
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    ainda não foi capaz de pensar foram
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    muitas as mulheres apagadas da história
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    com essas Bruxas na verdade ele foi um
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    um modo também não só religioso mas mas
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    político de acabar com a força do
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    coletivo das mulheres nas comunidades
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    preconceito violência discriminações
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    causam dor e trauma trauma é sobre a
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    partir de experiências que vivemos olhar
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    pro mundo pelas lentes do medo e do
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    perigo porque o cuidado é sempre uma
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    tarefa que cabe às mulheres e quem é que
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    decidiu que esse trabalho feito em casa
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    não é um trabalho que deve ser
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    valorizado
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    remunerado novas mulheres antigos papéis
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    tema desta série do Café Filosófico
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    [Música]
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    o trauma é uma experiência que faz parte
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    da condição humana todos nós carregamos
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    nossas marcas traumáticas e as
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    consequências delas a biologia e a
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    medicina a psicologia e a psicanálise
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    tentaram ao longo da história entender o
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    que é exatamente o trauma e o que ele
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    provoca em nós mas enquanto as ciências
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    médicas e humanas evoluem nessa
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    explicação como nós enfrentamos os
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    eventos traumáticos que cotidianamente
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    cruzam as nossas vidas que os nossos
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    traumas contam sobre nós e como podemos
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    encontrar caminhos para que nossa
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    história não seja apenas o resultado dos
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    traumas que
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    vivemos lá pelos 8 anos de idade quando
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    eu tenho começo a ter flashes de
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    memórias eu me lembro de uma situação
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    recorrente que era eu sentada na
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    primeira fileira da sala de aula os pés
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    tensionados no
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    tênis ombro colado na orelha o maxilar
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    completamente tensionado a boca seca e
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    tudo isso todo esse corpo em estado de
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    defesa se preparava para ouvir a
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    professora chamar o meu nome para
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    continuar a leitura de um texto em voz
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    alta qualquer situação que eu me
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    sentisse minimamente exposta o meu corpo
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    entrava numa defesa
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    que me fez passar uma boa parte da
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    Infância e da adolescência calada
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    considerada por mim mesma e por todos
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    que me cercavam como uma criança e uma
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    adolescente extremamente
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    tímida demorou muito tempo para eu
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    entender que eu não era tímida eu era
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    assustada trauma é sobre medo trauma é
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    sobre a partir de experiências que
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    vivemos olhar pro mundo pelas lentes do
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    medo e do Perigo Para vocês terem uma
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    ideia os primeiros registros do que pode
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    ser chamado de stress pós-traumático
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    datam de 490 antes de Cristo nos
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    escritos do Historiador grego Heródoto
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    quando ele escrevia sobre um guerreiro
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    de batalha é o seguinte de repente ele
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    perdeu a visão de ambos os olhos embora
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    nada o tivesse tocado Talvez o trauma
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    seja tão antigo quanto a história da
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    humanidade e isso faz muitos sentido na
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    abordagem que eu trabalho que é a
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    abordagem do Cuidado informado sobre
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    trauma ou trauma informate care que é
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    uma abordagem multidisciplinar sobre
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    trauma que recebe influência das
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    neurociências da neurobiologia
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    interpessoal e da Psicologia o trauma é
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    parte da vida ele faz parte da
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    experiência humana antes da ciência
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    moderna do trauma já na já fazendo parte
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    da História Moderna lá pelos final do
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    século 19 os precursores da Neurologia
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    da da psicologia da psiquiatria como
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    charp eh perjan o próprio Freud também
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    já se interessavam pelo fenômeno do das
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    memórias traumáticas e como elas
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    afetavam o corpo e a vida de uma pessoa
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    um pouco mais à frente os trabalhos de
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    Fran fanon psicanalista psiquiatra que
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    trabalha com basicamente com a
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    recuperação da humanização dos corpos os
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    negros depois da escravidão a brasileira
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    Neusa Santos psiquiatra que escreveu né
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    enquanto viva muito sobre o trauma
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    racial também também muito inspirada por
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    fanon e uma das grandes coisas que
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    contribuiu pro nosso entendimento atual
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    da ciência moderna de trauma foi a
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    neuroimagem a possibilidade que temos de
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    estudar o cérebro em funcionamento é
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    quando é criado o diagnóstico de trauma
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    de guerra neurose de de guerra né o o
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    Shell sock que dava direito a esses
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    veteranos de guerra alguns benefícios
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    inclusive pensão e tratamento médico com
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    esse reconhecimento do trauma de guerra
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    entre Primeira e Segunda Guerra tem-se
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    um problema nos países que estavam
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    disputando o poder econômico naquela
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    época porque começa a ficar difícil
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    recrutar soldados E aí o trauma é
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    intencionalmente banido dos manuais das
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    prescrições
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    inclusive os profissionais da saúde são
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    proibidos de usar o diagnóstico trauma
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    de guerra ou neurose de guerra nos seus
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    nas suas prescrições é criado um
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    diagnóstico que se chama que que cuja
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    sigla é n y DN para uma tradução no
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    português do inglês que seria ainda sem
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    diagnóstico
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    nervoso os médicos e profissionais
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    tinham que usar esse diagnóstico quando
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    atend os veteranos de guerra e aí quando
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    esses veteranos vão às guerras voltam
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    das Guerras tem-se um grande problema
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    porque eles não conseguem engajar de
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    novo em suas vidas porque o transtorno
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    do estress pós-traumático domina a cena
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    E aí o trauma que tava tentando ser
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    negado pela política pela ciência e pela
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    medicina da época olha nos olhos e se
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    mantém presente se faz presente
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    e os investimentos em pesquisa são se
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    tornam necessários para recuperar essas
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    pessoas e não nos enganemos para
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    recuperar a contribuição
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    Econômica dessas pessoas paraa história
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    Então as Idas e Vindas do interesse do
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    do estudo do trauma na ciência estão
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    muito vinculadas as guerras Inclusive a
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    mais recente do Vietnã que que nos fez
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    avançar bastante no estudo da terapia
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    assistida por psicodélicos para T alma
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    por exemplo além das Guerras nós temos o
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    advento da neuroimagem nos ajudando a
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    entender melhor a relação corpo mente e
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    Aí surge dentre esses novos estudos da
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    neurociências da neurobiologia
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    interpessoal o cuidado informado sobre
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    trauma essa abordagem multidisciplinar
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    que é a abordagem da minha especialidade
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    as lentes que eu vou usar para trazer o
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    conteúdo aqui para vocês
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    Talvez um dos principais pontos
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    importantes nessa visão de trauma é a
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    visão de que o trauma é um evento físico
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    antes de ser
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    psicológico essa é uma frase de Peter
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    Levin um dos grandes estudiosos do
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    trauma da atualidade que vai nos nos
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    convidar a olhar para como o nosso
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    cérebro reage diante de situações
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    desafiadoras a vida tá acontecendo tá
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    tudo certo e aí de repente acontece algo
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    que é lido pelo nosso cérebro como
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    ameaça ou perigo à Vida como um
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    desafio antes que a gente pense sobre
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    isso antes que a mente comece que a
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    cognição entre nessa história o nosso
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    corpo já está reagindo é o que faz a
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    gente saltar para trás quando tem quando
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    tá num numa rua escura e vê algo se
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    arrastando e antes que você pense pode
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    ser uma cobra você já saltou para trás o
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    que faz isso acontecer é uma estrutura
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    que tá enterrada lá no centro do nosso
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    cérebro chamada amídala cerebral uma
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    estrutura pequenininha tá no centro do
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    que nós chamamos de sistema límbico ou
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    sistema emocional e ela tá muito
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    envolvida com a detecção do perigo e
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    alguns perigos nós herdamos na evolução
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    da espécie Como já sinais de que
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    precisamos nos defender e quando a
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    amídala dispara esse alarme mim o nosso
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    corpo já começa a receber uma carga de
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    adrenalina que nos joga nas nossas
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    defesas de sobrevivência o corpo começa
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    a se preparar para lutar fugir gritar
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    por ajuda ou
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    colapsar nesse momento quase junto a
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    mente entra na história dando
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    significado para essa experiência
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    corpórea E aí a mente vai dar
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    significado para essa experiência a
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    partir do que ela tem guardado das
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    nossas
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    memórias do que nós vivemos do que
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    aprendemos sobre nós sobre o outro sobre
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    o mundo a partir do que nós
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    absorvemos principalmente nas nossas
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    primeiras relações mas não só nas nossas
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    primeiras relações a forma como nós
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    entendemos segurança e perigo ela é
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    moldada Principalmente nos nossos
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    primeiros relacionamentos mas é
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    remodelada a todo momento nas relações
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    do presente graças à
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    neuroplasticidade então o trauma vem
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    desse lugar
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    onde nós nos deparamos com algo que
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    parece uma ameaça ou um desafio à Vida e
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    pode ser a vida real como um acidente
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    grave como uma tragédia como uma
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    violência ou pode ser a vida
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    simbólica como o medo de falar em
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    público que eu tive até os 20 e Poucos
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    Anos uma ameaça à Vida
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    autêntica uma ameaça à sensação de
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    adequação então o trauma é uma percepção
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    de ameaça que vai ser diferente para
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    cada pessoa porque quando mente e corpo
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    se encontram uma dando significado a
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    experiência física
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    vivida tudo que veio antes inclusive
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    antes no nosso clã familiar Ou na nossa
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    ancestralidade vai participar do
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    processo e da conversa trauma não é
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    sinônimo de tragédia não é sinônimo de
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    algo Extra ordinário o trauma é o
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    ordinário da vida mas assim como o
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    trauma é o ordinário da vida o reparo
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    também é e o trauma é o ordinário da
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    vida porque ainda que dê tudo certo
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    ainda que nós tenhamos uma infância com
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    vínculo seguro com os nossos cuidadores
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    primários bem alimentados bem nutridos
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    em nossas necessidades com segurança nos
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    nossos relacionamentos já reduzia aí uma
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    grande parte da população
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    mundial ainda que nós tenhamos essas
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    condições ideais perdas frustrações
  • 00:12:16
    adoecimento nosso E dos nossos nós
  • 00:12:19
    iremos
  • 00:12:21
    viver no próximo bloco o trauma vive em
  • 00:12:24
    nós em nossas vísceras ele não volta
  • 00:12:27
    como uma memória ele volta como uma
  • 00:12:36
    reação foram sobretudo as guerras que
  • 00:12:39
    chamaram atenção para a experiência do
  • 00:12:40
    trauma soldados sofrendo de estresse
  • 00:12:44
    pós-traumático não conseguiam se
  • 00:12:46
    reconectar ao cotidiano sobre esse
  • 00:12:49
    empobrecimento em todos os sentidos que
  • 00:12:51
    a guerra causava Walter Benjamin
  • 00:12:55
    escreve já não se podia constatar
  • 00:12:58
    naquela época que as pessoas voltavam
  • 00:13:00
    mudas do campo de batalha não voltavam
  • 00:13:04
    enriquecidas senão mais pobres em
  • 00:13:06
    experiência
  • 00:13:07
    comunicável os livros sobre a guerra que
  • 00:13:10
    proliferavam nos 10 anos seguintes não
  • 00:13:13
    conam experiências transmissíveis de
  • 00:13:16
    boca em boca para além dos eventos
  • 00:13:20
    extremos e extraordinários da humanidade
  • 00:13:23
    um único dia nos coloca diante de muitas
  • 00:13:25
    situações de ameaça da nossa vida física
  • 00:13:29
    ou da nossa existência social
  • 00:13:32
    psicológica é impossível chegar à vida
  • 00:13:35
    adulta sem passar por experiências
  • 00:13:36
    traumáticas situações
  • 00:13:38
    vexaminosas problemas financeiros
  • 00:13:41
    relacionamentos problemas de
  • 00:13:43
    relacionamento situações que podem e que
  • 00:13:45
    acontecem com todos nós são situações
  • 00:13:48
    que podem ser potencialmente traumáticas
  • 00:13:50
    mas o trauma não é sobre a situação ele
  • 00:13:53
    é sobre o que acontece dentro de nós em
  • 00:13:55
    decorrência daquela Situação essa é uma
  • 00:13:58
    frase de bormat um dos grandes
  • 00:14:00
    especialistas em trauma também da
  • 00:14:02
    atualidade que ele vai nos dizer que o
  • 00:14:05
    trauma é essa experiência física
  • 00:14:08
    neuropsicofarmacologia
  • 00:14:29
    a traumatização é o que fica no tempo é
  • 00:14:34
    quando a descarga daquela situação que
  • 00:14:38
    carregou uma carga primeiro de
  • 00:14:39
    adrenalina e nor adrenalina depois para
  • 00:14:42
    sustentar a resposta ao estess entra o
  • 00:14:45
    cortisol na
  • 00:14:47
    jogada essa descarga não acontece
  • 00:14:50
    adequadamente e a mente cria uma
  • 00:14:53
    narrativa a partir dali mudando a lente
  • 00:14:56
    distorcendo a lente de como nós nos
  • 00:14:58
    vemos e como olhamos pro mundo e a
  • 00:15:00
    partir dali eu olho pra vida pelas
  • 00:15:03
    mentes do medo e do perigo e eu perco a
  • 00:15:05
    oportunidade de ter uma existência
  • 00:15:07
    autoral porque quando a gente tá sob
  • 00:15:09
    medo sob fisiologia do perigo tudo que o
  • 00:15:12
    nosso cérebro faz é Na tentativa de nos
  • 00:15:16
    proteger trauma tem muito a ver com
  • 00:15:19
    desamparo trauma vivido no Amparo não
  • 00:15:22
    necessariamente vira traumatização a
  • 00:15:24
    traumatização como uma professora que
  • 00:15:26
    tive a Cecília Lauriano costumava dizer
  • 00:15:28
    é quando o tempo não cura a ferida são
  • 00:15:31
    os sinais os sintomas que vão se
  • 00:15:34
    acumular dessa experiência traumática
  • 00:15:36
    vivida e vão perdurar no tempo o trauma
  • 00:15:40
    é sediado no corpo o trauma vive em nós
  • 00:15:43
    em nossas vísceras ele não volta como
  • 00:15:46
    uma memória ele volta como uma reação
  • 00:15:49
    ele é o aperto no peito é o Nó na
  • 00:15:51
    Garganta é a dor no estômago às vezes de
  • 00:15:55
    uma situação que você nem sabe porquê o
  • 00:15:57
    seu corpo tá vivendo tudo aqui
  • 00:15:59
    Mas como eu disse o trauma faz parte da
  • 00:16:01
    vida e o reparo também faz deixe que
  • 00:16:04
    tudo que há num corpo se revele para que
  • 00:16:07
    a vida cicatrize todo trauma para que o
  • 00:16:09
    desejo seja o anexo da pele e a
  • 00:16:12
    liberdade o corpo físico da Alma deixe
  • 00:16:15
    que a sólida geleira descongele e a
  • 00:16:17
    sensatez fluidique o coração que sua
  • 00:16:20
    sede não precise só de água nem sua fome
  • 00:16:23
    necessite só de pão deixe que tudo que
  • 00:16:26
    há num corpo se revele sinta o perfume
  • 00:16:29
    se espalhar na casa inteira atravessar o
  • 00:16:31
    alumínio da janela PR a energia se
  • 00:16:34
    renove verdadeira e a ventania nunca
  • 00:16:36
    apague suas velas deixe que tudo que há
  • 00:16:40
    num corpo se revele para que a vida
  • 00:16:43
    cicatrize todo TR o trauma causa um
  • 00:16:47
    congelamento em nós um congelamento da
  • 00:16:51
    potência do eu autêntico o trauma nos
  • 00:16:54
    envergonha pessoas traumatizadas são
  • 00:16:56
    pessoas envergonhadas
  • 00:16:59
    e muitas vezes a gente vai transferir
  • 00:17:01
    essa dor pro outro mas o trauma permite
  • 00:17:04
    lugar espaço pro descongelamento nesse
  • 00:17:08
    corpo que guarda sempre algo que não foi
  • 00:17:11
    tocado pela dor e quando nós vamos fazer
  • 00:17:14
    a partir dessa visão Geral de trauma um
  • 00:17:17
    mergulho no recorte de gênero desse
  • 00:17:20
    módulo falar sobre como o trauma
  • 00:17:23
    atravessa Mais especificamente as
  • 00:17:25
    mulheres nós temos eh atravessar
  • 00:17:29
    individuais e coletivos uma história do
  • 00:17:33
    feminino que foi sendo reprimida no
  • 00:17:36
    corpo na mente e em todas as
  • 00:17:40
    possibilidades de uma existência autoral
  • 00:17:43
    paraas mulheres vai nos trazendo um
  • 00:17:48
    estado que é muito conhecido em trauma
  • 00:17:51
    que se chama hipervigilância a partir do
  • 00:17:55
    momento que nós nos sentimos em perigo
  • 00:17:58
    constante e esse perigo às vezes é
  • 00:18:00
    físico da violência física às vezes esse
  • 00:18:04
    perigo é um pouco mais difuso e
  • 00:18:06
    simbólico do não se sentir adequada do
  • 00:18:10
    não cumprir com o papel social que lhe
  • 00:18:13
    foi dado do se sentir culpada por não
  • 00:18:16
    ser a mãe perfeita ou por não ter feito
  • 00:18:20
    748 coisas no dia e só fez
  • 00:18:23
    740 esse perigo gera em nós uma condição
  • 00:18:27
    chamada hi
  • 00:18:29
    vigilância que faz com que algo que
  • 00:18:31
    deveria ser temporário que é a resposta
  • 00:18:33
    ao estess o trauma faz tanto parte da
  • 00:18:36
    vida que o nosso corpo veio preparado de
  • 00:18:38
    fábrica para responder ao estess outra
  • 00:18:40
    frase de gabor Mat todo trauma É
  • 00:18:43
    estressante nem todo stress é
  • 00:18:46
    traumático mas todo o trauma envolve uma
  • 00:18:49
    fisiologia do stress ativada em nós e
  • 00:18:52
    essa fisiologia para mulheres quando a
  • 00:18:55
    gente pensa num sistema opressivo que é
  • 00:18:59
    transgeracional ou seja nós vamos
  • 00:19:01
    aprendendo inclusive os mecanismos
  • 00:19:03
    defensivos de nossas ancestrais para
  • 00:19:07
    lidar com a dor faz com que o nosso
  • 00:19:09
    nosso esse sistema de stresse que
  • 00:19:11
    deveria subir e descer até subir não tem
  • 00:19:14
    problema nenhum desde que desça fique
  • 00:19:17
    trabalhando constantemente acima não é à
  • 00:19:20
    toa que algumas doenças
  • 00:19:22
    inflamatórias são mais frequentes em
  • 00:19:24
    mulheres tem maior prevalências em
  • 00:19:26
    mulheres porque estress em excesso no
  • 00:19:29
    organismo é igual a
  • 00:19:31
    inflamação então alguns estudos
  • 00:19:33
    principalmente os estudos de gabor Mat
  • 00:19:35
    olham muito pro lugar de como o trauma
  • 00:19:37
    nos adoece
  • 00:19:39
    fisicamente de como a hipervigilância de
  • 00:19:43
    que algo pode vir errado de algum lugar
  • 00:19:46
    algo pode acontecer de errado a qualquer
  • 00:19:48
    hora eu posso sofrer uma violência uma
  • 00:19:50
    discriminação um preconceito nos coloca
  • 00:19:53
    em um estado defensivo que pode nos
  • 00:19:56
    fazer criar compor
  • 00:20:00
    de
  • 00:20:01
    adaptação como por exemplo ansiedade por
  • 00:20:04
    agradar codependência emocional
  • 00:20:07
    condições também mais prevalentes em
  • 00:20:09
    mulheres e não à toa a codependência
  • 00:20:12
    emocional é uma condição que eu gosto de
  • 00:20:15
    traduzir de forma simples como a
  • 00:20:17
    necessidade de ser necessário
  • 00:20:20
    codependência é como se uma pessoa
  • 00:20:23
    tivesse ficado dependente da dependência
  • 00:20:27
    desta por ela
  • 00:20:29
    e ela começa a se ver em relacionamentos
  • 00:20:32
    consecutivos em que ela precisa salvar
  • 00:20:35
    proteger ou consertar o outro na sua
  • 00:20:39
    perspectiva hoje a gente chama de
  • 00:20:41
    codependência emocional uma uma condição
  • 00:20:45
    não é uma patologia não é um Sid é uma
  • 00:20:47
    forma de funcionamento nas relações
  • 00:20:50
    muito mais prevalente nas mulheres do
  • 00:20:52
    que nos homens por que
  • 00:20:55
    será porque historicamente nós somos com
  • 00:20:58
    convidadas a ocupar o lugar de cuidar e
  • 00:21:02
    a ocupar o lugar de Esponja emocional do
  • 00:21:05
    estress ao nosso redor não a toa alguns
  • 00:21:08
    estudos indicam que mulheres casadas
  • 00:21:11
    vivem menos dado polêmico
  • 00:21:15
    agora que mulheres
  • 00:21:18
    solteiras porém homens casados vivem
  • 00:21:22
    mais que homens
  • 00:21:24
    solteiros o fato é que nas mulheres
  • 00:21:29
    de toda a organização social patriarcal
  • 00:21:33
    que nós fomos submetidas os desfechos
  • 00:21:35
    traumáticos são muito característicos
  • 00:21:38
    envolvem padrões de relacionamento muito
  • 00:21:40
    específicos como citei a dependência
  • 00:21:43
    emocional a codependência emocional
  • 00:21:45
    envolve muita autod distorção da
  • 00:21:48
    autoimagem a sensação de nunca se sentir
  • 00:21:52
    suficiente a sensação de que você
  • 00:21:56
    precisa sempre fazer certo envolve a
  • 00:22:00
    timidez excessiva mais frequente em
  • 00:22:03
    mulheres do que em homens e
  • 00:22:05
    coletivamente isso nos coloca num estado
  • 00:22:09
    de alerta constante que organiza sinais
  • 00:22:12
    e sintomas que faz com que algumas
  • 00:22:16
    doenças inclusive alguns tipos de câncer
  • 00:22:18
    sejam mais prevalentes em mulheres dada
  • 00:22:21
    a
  • 00:22:22
    sustentação da
  • 00:22:25
    inflamação no próximo bloco Nós criamos
  • 00:22:28
    identidade nas relações eu preciso do
  • 00:22:31
    outro para poder entender também a mim
  • 00:22:33
    mesma como espelho Como diz Liana Neto
  • 00:22:36
    nós somos nominados pelo
  • 00:22:44
    vínculo o medo de um acidente de sofrer
  • 00:22:47
    uma violência de não ser aceito num
  • 00:22:49
    trabalho ou de sofrer uma rejeição
  • 00:22:52
    amorosa nosso corpo e nossa mente estão
  • 00:22:55
    constantemente tentando nos proteger
  • 00:22:57
    daquilo que Lemos como ameaças de
  • 00:23:00
    aniquilamento físico e emocional daquilo
  • 00:23:04
    que pode ser o próximo trauma a se
  • 00:23:06
    inscrever em nós todos nós vivemos
  • 00:23:09
    situações traumáticas mas não significa
  • 00:23:11
    que todos nós ficamos
  • 00:23:13
    traumatizados por outro lado podemos
  • 00:23:16
    carregar em nós traumas de situações que
  • 00:23:18
    nem vivemos traumas historicamente
  • 00:23:22
    transferidos feridas sociais geradas por
  • 00:23:25
    preconceitos estereótipos discriminações
  • 00:23:29
    além de todas as as implicações da
  • 00:23:33
    condição de opressão
  • 00:23:35
    eh histó das condições históricas e
  • 00:23:38
    sociais do ponto de vista da saúde do
  • 00:23:41
    ponto de vista eh da existência autoral
  • 00:23:45
    do ponto de vista de acessar a sua
  • 00:23:47
    própria potência do ponto de vista
  • 00:23:50
    traumático o trauma especificamente
  • 00:23:53
    atinge as mulheres em um lugar diferente
  • 00:23:56
    existe uma autora que gosto muito a
  • 00:23:58
    Raquel yuda que ela estuda o trauma
  • 00:24:02
    transgeracional e um dos estudos dela
  • 00:24:04
    ela contemporânea Ela estudou mulheres
  • 00:24:07
    grávidas durante o a tragédia do World
  • 00:24:10
    Trade Center mulheres que tiveram o
  • 00:24:12
    diagnóstico de transtorno do stress
  • 00:24:14
    postraumático e foi visto que esses
  • 00:24:16
    bebês nasceram com níveis de cortisol
  • 00:24:19
    abaixo do esperado não é tão intuitivo
  • 00:24:22
    isso pensar mas not tept no transtorno
  • 00:24:26
    do stress pós-traumático os níveis de
  • 00:24:28
    cortisol eles são abaixo do ideal a
  • 00:24:30
    gente pensa em estress pensa em cortisol
  • 00:24:32
    alto não é só que o cortisol é um
  • 00:24:34
    hormônio que ele é também importante
  • 00:24:37
    para uma série de funções no nosso corpo
  • 00:24:40
    inclusive Cortar A primeira resposta ao
  • 00:24:42
    estess que é o alarme essa essa primeira
  • 00:24:45
    reação de alerta ela não é suficiente
  • 00:24:47
    para um estess que se sustenta no tempo
  • 00:24:49
    ela é suficiente para um perigo que
  • 00:24:50
    passa rápido só que se o perigo vai
  • 00:24:53
    durar muito tempo se o perigo é um
  • 00:24:55
    conflito familiar uma relação de
  • 00:24:57
    trabalho ind digna se o perigo é uma
  • 00:25:00
    ameaça do desemprego se o perigo é uma
  • 00:25:04
    tragédia traumática como a que nós vemos
  • 00:25:06
    acontecer agora no sul do nosso
  • 00:25:09
    país se o perigo é um relacionamento
  • 00:25:13
    abusivo que eu não consigo sair dele
  • 00:25:15
    essa resposta de alerta ela não é
  • 00:25:17
    suficiente para sustentar a minha
  • 00:25:20
    permanência em defesa de sobrevivência E
  • 00:25:24
    aí entra o cortisol cortando a resposta
  • 00:25:27
    do alarme e sustentando a resposta do
  • 00:25:30
    stress o transtorno do stress
  • 00:25:33
    pós-traumático me mantém no alarme por
  • 00:25:35
    isso as Pessoas com Transtorno de
  • 00:25:36
    estress pós-traumático são às vezes
  • 00:25:38
    invadidas pela memória do trauma que nós
  • 00:25:40
    chamamos de memórias intrusivas e tem
  • 00:25:43
    Sensações físicas como se o trauma
  • 00:25:45
    estivesse acontecendo novamente então
  • 00:25:47
    quando eu falo do trauma transgeracional
  • 00:25:49
    eu não tô querendo dizer que a gente
  • 00:25:50
    herda o evento traumático das nossas
  • 00:25:53
    ancestrais mas a gente herda um corpo e
  • 00:25:56
    um aprendizado comportament mental
  • 00:26:00
    epigenetic que nos leva a estar em
  • 00:26:03
    estado de alerta constante além dos
  • 00:26:07
    desfechos físicos
  • 00:26:09
    psicológicos emocionais quando Nós
  • 00:26:12
    pensamos no trauma atingindo
  • 00:26:13
    especificamente as mulheres nessa
  • 00:26:16
    transgeracionalidade do trauma nós temos
  • 00:26:19
    ainda o julgamento social ainda hoje em
  • 00:26:22
    2024 qualquer mulher que ouse assumir a
  • 00:26:25
    sua
  • 00:26:25
    autenticidade se apropriar do próprio
  • 00:26:28
    corpo das próprias ideias do da própria
  • 00:26:31
    forma de existir no mundo vai ser
  • 00:26:34
    julgada e vai ser
  • 00:26:37
    patologizado vai ser facilmente chamada
  • 00:26:39
    de louca não é mesmo como diz a música
  • 00:26:43
    da banda Francisco el lombre triste
  • 00:26:47
    louca ou má será qualificada ela quem
  • 00:26:51
    recusa seguir receita tal a receita
  • 00:26:55
    cultural do marido da família cuida
  • 00:26:58
    cuida da rotina então o
  • 00:27:02
    apagamento da hisa é uma das
  • 00:27:05
    consequências coletivas do trauma que
  • 00:27:08
    nos a quando a gente faz um recorte deo
  • 00:27:11
    o apago da hisa dificulta a que nós nos
  • 00:27:15
    identifiquemos Nós criamos identidade n
  • 00:27:19
    relações eu preciso do Out para poder
  • 00:27:21
    entender também a mim mesma como espelho
  • 00:27:24
    Como diz Liana Neto nós somos nominados
  • 00:27:26
    pelo vínculo Nossa espécie mamíferos
  • 00:27:30
    exige um vínculo porque nós somos
  • 00:27:32
    mamíferos porque mamamos uns nos outros
  • 00:27:35
    então isso exige necessariamente uma
  • 00:27:38
    díade um que mama e um que dá de mamar e
  • 00:27:41
    essa relação esse vínculo é a primeira
  • 00:27:43
    necessidade humana a segunda necessidade
  • 00:27:46
    humana é a autenticidade é o poder
  • 00:27:49
    existir sendo quem sou não me
  • 00:27:51
    envergonhando disso infelizmente a gente
  • 00:27:55
    pega as crianças seres
  • 00:27:59
    altamente
  • 00:28:00
    autênticos seres criativos e tenta
  • 00:28:04
    moldá-los a uma a um a um modelo que faz
  • 00:28:09
    com que eles virem adolescentes
  • 00:28:11
    envergonhados que virem adultos
  • 00:28:14
    envergonhados que vire uma nação de
  • 00:28:17
    traumatizados e esse apagamento faz com
  • 00:28:20
    que nós mulheres cheguemos por exemplo
  • 00:28:22
    no mundo do
  • 00:28:24
    trabalho não conseguindo assumir a nossa
  • 00:28:28
    competência a gente chega querendo
  • 00:28:30
    empresariar nós mesmas E aí quando eu tô
  • 00:28:34
    lá perto do colapso do Burnout eu
  • 00:28:37
    descubro que talvez não seja isso que eu
  • 00:28:39
    quero TZ o que eu queira seja só a
  • 00:28:41
    liberdade de uma existência autoral de
  • 00:28:45
    ser o que eu quiser ser ser que uma
  • 00:28:48
    liberdade restrita é impossível né em
  • 00:28:51
    sociedade mas esse apagamento e essa
  • 00:28:54
    desrealização essa impossibilidade de
  • 00:28:56
    nos vermos em diferentes modelos
  • 00:29:00
    eh vai causando prejuízos inclusive
  • 00:29:03
    paraa nossa noção de automet de auto
  • 00:29:06
    eficiência vai dar eh repercussões pro
  • 00:29:09
    que nós chamamos de síndrome da
  • 00:29:12
    impostora que é um nome ruim porque não
  • 00:29:14
    é uma síndrome e nem é sobre impostura
  • 00:29:17
    hoje se pensa em mudar esse nome para
  • 00:29:19
    Fenômeno na impostura por ser um
  • 00:29:21
    fenômeno mais social mas quando a gente
  • 00:29:24
    pensa em impostor significa tem algo em
  • 00:29:26
    mim que luta contra mim isso não é
  • 00:29:28
    compatível com uma visão tão compassiva
  • 00:29:30
    no pro humano de trauma como a visão do
  • 00:29:32
    Cuidado informado sobre trauma nunca vai
  • 00:29:35
    ter um algo em nós que luta contra nós
  • 00:29:39
    tem algo em nós se defendendo Tem uma
  • 00:29:41
    parte em nós amedrontada então o que a
  • 00:29:43
    gente chama de
  • 00:29:44
    autossabotagem nunca vai ser uma
  • 00:29:46
    autossabotagem é uma autoproteção só que
  • 00:29:49
    é uma autoproteção que ficou parada no
  • 00:29:51
    tempo lá na experiência traumática lá no
  • 00:29:55
    medo da inadequação lá no medo do não
  • 00:29:57
    pert
  • 00:29:59
    Med em Tima do desaro que é o medo que
  • 00:30:02
    concentra todos os nosos medos a arjo
  • 00:30:06
    ela gostaria de saber como saber se após
  • 00:30:09
    viver diversos traumas você está com
  • 00:30:12
    dormência emocional ou desenvolveu
  • 00:30:14
    resiliência diante de novos estresses o
  • 00:30:17
    que a tá chamando de dormência emocional
  • 00:30:19
    a gente usa uma palavra dentro da
  • 00:30:21
    ciência trauma chama
  • 00:30:24
    dissocia noses picó
  • 00:30:28
    gradas Assim como as como as partes
  • 00:30:29
    cerebrais então funções psicológicas
  • 00:30:32
    como memória atenção consciência de eu
  • 00:30:36
    afetos senso percepção a nossa
  • 00:30:38
    capacidade de perceber os nossos
  • 00:30:40
    sentidos as nossas Sensações físicas
  • 00:30:43
    tudo isso precisa conversar para uma
  • 00:30:44
    saúde psíquica organizada minha atenção
  • 00:30:48
    tem que tá acompanhada da minha memória
  • 00:30:51
    para eu consegui falar aqui para vocês
  • 00:30:53
    se nesse momento eu tenho um nervosismo
  • 00:30:57
    muito grande como eu tinha no passado a
  • 00:30:59
    minha atenção se dissocia da minha
  • 00:31:02
    memória e vem o que a gente chama de
  • 00:31:03
    branco por exemplo e era impossível para
  • 00:31:05
    mim falar em público porque eu era
  • 00:31:07
    dominada por essa dissociação a
  • 00:31:09
    dissociação é uma é um desfecho
  • 00:31:11
    traumático muito frequente em situações
  • 00:31:14
    traumáticas essa dissociação das funções
  • 00:31:16
    psíquicas ela comumente acontece Porém
  • 00:31:20
    na experiência traumática isso pode se
  • 00:31:22
    dissociar e permanecer dissociado no
  • 00:31:25
    tempo e aí é o que ara tá perguntando
  • 00:31:28
    porque isso pode dar uma sensação de
  • 00:31:31
    anestesia emocional esse fenômeno quando
  • 00:31:34
    aparece aparece frequentemente com o
  • 00:31:36
    outro a gente não fala tanto de causa em
  • 00:31:38
    efeito quando a gente tá falando de
  • 00:31:40
    cuidado informado sobre trauma Mas a
  • 00:31:42
    gente pode pensar em pistas e a pista
  • 00:31:45
    umas algumas das Pistas que nos ajudam a
  • 00:31:48
    diferenciar dissociação traumática
  • 00:31:51
    anestesia emocional de resiliência ou
  • 00:31:54
    seja o meu sistema nervoso aprendeu a
  • 00:31:56
    lidar com a aquela situação e quando ela
  • 00:31:59
    acontece de novo ela já não mais faz uma
  • 00:32:01
    carga de estés tão grande no meu sistema
  • 00:32:04
    nervoso simpático que é o que que é a o
  • 00:32:06
    ramo do nosso sistema nervoso
  • 00:32:08
    especializado em responder ao estress E
  • 00:32:11
    aí eu sinto menos
  • 00:32:13
    é a anestesia emocional ela não
  • 00:32:16
    anestesia emoções pela metade eu não
  • 00:32:19
    tenho como anestesiar só o medo só a
  • 00:32:21
    raiva não tem como quando a gente entra
  • 00:32:24
    no processo de dissociação em geral a
  • 00:32:26
    gente vai sentir uma anestesia
  • 00:32:28
    de todas as nossas emoções Às vezes eu
  • 00:32:30
    não sinto mais tanto medo mas eu também
  • 00:32:31
    não me sinto mais tão alegre assim eu
  • 00:32:34
    também não me sinto tão engajado vida
  • 00:32:37
    sim quando as nosas emoes num processo
  • 00:32:41
    de anestesia fun de trauma elas entras
  • 00:32:45
    num processo de anestesia emun de trauma
  • 00:32:47
    então ISO vai aproximar m de uma angstia
  • 00:32:51
    do
  • 00:32:52
    vazio existencial vai nos aproximar
  • 00:32:55
    muito de uma angústia da condição que os
  • 00:32:58
    meus colegas de profissão vão chamar de
  • 00:33:00
    depressão da falta de
  • 00:33:04
    sentido no próximo bloco o trauma nos
  • 00:33:07
    deixa em hipervigilância nos deixa
  • 00:33:09
    exaustas nos nos rouba Nossa
  • 00:33:12
    autenticidade mas sempre haverá uma
  • 00:33:15
    parte em nós que não foi tocada pela
  • 00:33:23
    dor a nossa biografia é costurada por
  • 00:33:27
    traumas e é a eles que recorremos para
  • 00:33:30
    explicar muitos dos nossos medos
  • 00:33:32
    escolhas nossos encolhimento e renúncias
  • 00:33:35
    mas também a nossa linha da vida é
  • 00:33:37
    marcada pela nossa capacidade de
  • 00:33:40
    reparação de nos reconstruirmos a partir
  • 00:33:44
    dos nossos traumas pessoais e dos
  • 00:33:46
    traumas transgeracionais que herdamos
  • 00:33:49
    Jean Paul sre dizia que não importa o
  • 00:33:52
    que fizeram com você o que importa é o
  • 00:33:55
    que você faz com a aquilo que fizeram
  • 00:33:58
    com
  • 00:33:59
    você se sou raio que eu saiba iluminar a
  • 00:34:03
    minha estrada nesse breu que eu saiba
  • 00:34:06
    golpear mesmo no escuro me emprestem a
  • 00:34:10
    retina de minhas ancestrais que
  • 00:34:12
    enxergaram fé quando tudo era medo se
  • 00:34:15
    carrego relâmpagos nas veias que eu sa
  • 00:34:19
    que o que corre em mim tem brilho tem
  • 00:34:21
    jeito tem potência eu sou capaz de fazer
  • 00:34:25
    a terra tremer a
  • 00:34:29
    segurança para que nós
  • 00:34:33
    recuperemos essa experiência de vida
  • 00:34:36
    autoral e o futuro não se torne uma
  • 00:34:39
    constante repetição do passado que é o
  • 00:34:41
    que o trauma faz conosco porque eu vou
  • 00:34:42
    tentar me proteger me defender eu caio
  • 00:34:45
    nas mesmas experiências traumáticas Eu
  • 00:34:47
    repito os mesmos os mesmos
  • 00:34:50
    relacionamentos
  • 00:34:51
    abusivos para que tudo isso que o trauma
  • 00:34:55
    nos rouba possa
  • 00:34:59
    ser
  • 00:35:00
    recuperado ou reparado a palavra que eu
  • 00:35:04
    escolhi pro título dessa dessa palestra
  • 00:35:08
    nós precisamos individualmente e
  • 00:35:11
    coletivamente sair do modo de
  • 00:35:13
    hipervigilância sair da exaustão a
  • 00:35:16
    exaustão nos mantém presas ao trauma o
  • 00:35:19
    trauma nos deixa em hipervigilância nos
  • 00:35:21
    deixa
  • 00:35:22
    exaustas nos rouba Nossa autenticidade
  • 00:35:26
    mas sempre haverá uma parte em nós que
  • 00:35:29
    não foi tocada pela dor uma frase da
  • 00:35:31
    Diva vaiola daves não existe nada mais
  • 00:35:35
    mitigador de stress do que
  • 00:35:38
    vínculo o caminho de recuperação e
  • 00:35:41
    reparo passa pelos relacionamentos o
  • 00:35:44
    trauma é uma ferida nas relações e a
  • 00:35:46
    cura também está nas relações Então os
  • 00:35:49
    estudos da ciência moderna de trauma de
  • 00:35:51
    estés São unânimes e não controversos em
  • 00:35:55
    dizer que a capacidade de nos
  • 00:35:57
    conectarmos de nos vincularmos umas às
  • 00:36:00
    outras uns aos outros é protetivo de
  • 00:36:04
    traumatização conexão comunidade apoio O
  • 00:36:09
    que as comunidades ancestrais chamavam
  • 00:36:12
    de
  • 00:36:13
    aldeamento dois anos há dois anos atrás
  • 00:36:16
    eu passei algumas semanas numa aldeia
  • 00:36:18
    indígena na Amazônia na aldeia musu inu
  • 00:36:22
    e quando eu saí de lá com várias
  • 00:36:26
    experiências de como
  • 00:36:28
    eh a as a nossa ancestralidade
  • 00:36:31
    afro-indígena poderia nos ajudar no
  • 00:36:33
    entendimento de trauma e no
  • 00:36:35
    processamento de trauma o pajé e a
  • 00:36:37
    acachar falou para mim volte e aei se
  • 00:36:40
    mais aei sua
  • 00:36:42
    vida essa sabedoria ancestral está nos
  • 00:36:46
    estudos modernos da ciência de trauma
  • 00:36:48
    quão mais estabelecemos vínculos de
  • 00:36:51
    segurança não precisam ser muitos eu não
  • 00:36:54
    preciso ter 200 pessoas na minha rede
  • 00:36:56
    social eu preciso ter poucos vínculos em
  • 00:36:59
    que eu me sinta segura para ser quem eu
  • 00:37:03
    sou mas eu tenho um poderoso redutor de
  • 00:37:07
    stress então caminhar numa sociedade com
  • 00:37:10
    tantas adversidades como nós vivemos
  • 00:37:12
    agora
  • 00:37:14
    isoladamente é um caminho sem bons bons
  • 00:37:19
    resultados além da conexão e do vínculo
  • 00:37:22
    o caminho de reparo de esperança ele
  • 00:37:26
    passa por uma recuperação de um corpo
  • 00:37:29
    integral um corpo que sente se o trauma
  • 00:37:32
    tá no corpo eu preciso recuperar a
  • 00:37:34
    apropriação pelo meu corpo apropriação
  • 00:37:37
    que nos foi tirada ao longo das da
  • 00:37:39
    história e muito do que do que é do
  • 00:37:42
    corpo nos assusta as nossas excitações
  • 00:37:45
    as nossas secreções
  • 00:37:47
    os nossos sintomas foram transformados
  • 00:37:51
    principalmente pela influência Cristã em
  • 00:37:54
    algo vergonhoso vexaminoso que não se
  • 00:37:56
    pode ser fal
  • 00:37:59
    que nos causa
  • 00:38:00
    constrangimento a recuperação passa
  • 00:38:04
    também por essa reapropriação do nosso
  • 00:38:07
    corpo que lá no comecinho da história já
  • 00:38:10
    foi visto como o sagrado
  • 00:38:13
    feminino e que depois foi desapropriado
  • 00:38:17
    de várias formas e que gera sintomas
  • 00:38:21
    como forma de
  • 00:38:23
    comunicação as mulheres que passam por
  • 00:38:25
    traumas de choque tem quatro vezes mais
  • 00:38:28
    chances de desenvolverem transtorno do
  • 00:38:31
    estress pós-traumático o conjunto de
  • 00:38:34
    sintomas que organiza a patologia do
  • 00:38:37
    trauma embora o trauma seja muito mais
  • 00:38:39
    do que tept é o um conjunto de de
  • 00:38:42
    sintomas que uma uma classe de
  • 00:38:45
    especialistas vai chamar de
  • 00:38:47
    Diagnóstico do que
  • 00:38:49
    homens porém homens que passam por
  • 00:38:52
    traumas de choque desenvolvem mais
  • 00:38:54
    alcoolismo e adição a Outras Drogas
  • 00:38:59
    o machismo a desigualdade é ruim para
  • 00:39:02
    todos nós Ninguém ganha com isso nem
  • 00:39:05
    homens nem mulheres só que o sintoma
  • 00:39:09
    passa a ser a única forma de comunicação
  • 00:39:11
    se eu não posso me comunicar de forma
  • 00:39:13
    autêntica com o meu desejo com a minha
  • 00:39:16
    vontade com os meus sonhos com o sonho
  • 00:39:19
    da menina de oito anos de idade que
  • 00:39:22
    tremia na sala mas se trancava no quarto
  • 00:39:25
    para ouvir música e as apresentadoras de
  • 00:39:29
    TV que foi descobrindo que que não era
  • 00:39:32
    TR não era tímida era
  • 00:39:35
    assustada que foi descobrindo no
  • 00:39:38
    processo de olhar para as próprias
  • 00:39:40
    feridas a potência escondida pela dor e
  • 00:39:44
    que foi descobrindo que mesmo sob
  • 00:39:47
    adversidade nós podemos nos conectar com
  • 00:39:50
    isso em nós que nos torna mais humanas e
  • 00:39:54
    humanos isso nos faz olhar pro outro
  • 00:39:57
    humano possível
  • 00:39:59
    também então a caminhada de reparação
  • 00:40:02
    ela é uma caminhada
  • 00:40:05
    transgeracional ela é sobre deixar a
  • 00:40:08
    semente para quem vem depois para eu est
  • 00:40:10
    sentada nessa mesa falando para vocês
  • 00:40:14
    sendo eu uma mulher em especial sendo eu
  • 00:40:16
    uma mulher negra num país machista e
  • 00:40:19
    racista muita gente precisou fazer coisa
  • 00:40:22
    antes de
  • 00:40:23
    mim e essa fala aqui é só uma semente
  • 00:40:27
    para quem vem
  • 00:40:29
    depois então o processo de reparo ele
  • 00:40:32
    também se dá de uma geração para outra
  • 00:40:35
    ele se dá individualmente e ele se dá
  • 00:40:38
    coletivamente é preciso esperançar para
  • 00:40:42
    continuar atravessando é preciso Como
  • 00:40:45
    diz um velho ditado um antigo ditado
  • 00:40:48
    yorubá É preciso acreditar que Exu matou
  • 00:40:54
    um pássaro ontem com uma pedra que só
  • 00:40:57
    jogou
  • 00:40:58
    hoje quando nós como sociedade tomamos
  • 00:41:03
    consciência das estruturas opressivas
  • 00:41:06
    que nos
  • 00:41:07
    moldaram que moldaram a forma como nós
  • 00:41:09
    Nos olhamos como olhamos uns aos outros
  • 00:41:13
    como nos relacionamos Como Amamos quando
  • 00:41:16
    nós tomamos consciência dessas
  • 00:41:19
    estruturas nós podemos destruí-las
  • 00:41:22
    derrubá-las derrubar essas estruturas de
  • 00:41:25
    ontem com pedras atiradas hoje como
  • 00:41:28
    propõe esse antigo ditado yorubá E aí a
  • 00:41:32
    gente consegue
  • 00:41:34
    realizar o que o ideograma
  • 00:41:38
    sofa vai nos propor representado por um
  • 00:41:42
    pássaro pegando algo olhando com a
  • 00:41:44
    cabeça para trás e que representa um
  • 00:41:46
    provérbio que vai dizer na tradução pro
  • 00:41:48
    português algo parecido com você pode
  • 00:41:51
    voltar e buscar aquilo que esqueceu ou
  • 00:41:56
    seja quando nós nos olhamos como humanos
  • 00:42:00
    possíveis nós podemos voltar pra nossa
  • 00:42:03
    história de ancestralidade não só pela
  • 00:42:05
    submissão de nossas ancestrais mas pra
  • 00:42:08
    história de potência de nossas
  • 00:42:10
    ancestrais e buscar essa potência e nós
  • 00:42:13
    podemos olhar pra nossa própria história
  • 00:42:16
    individual voltar atrás e pegar os
  • 00:42:19
    tesouros que ficaram escondidos pela dor
  • 00:42:22
    minha pergunta vai no sentido do que eu
  • 00:42:24
    defino aqui como o Educar para o não
  • 00:42:27
    trauma é um peso muito grande você
  • 00:42:30
    carregar esse trauma de séculos de
  • 00:42:32
    gerações e gerações impedir que ele vá
  • 00:42:36
    pras gerações futuras sobre toda essa
  • 00:42:39
    responsabilidade né E esse medo diante
  • 00:42:42
    da falha ouvindo Luna primeira coisa que
  • 00:42:45
    falei foi pergunta de uma mãe E aí o
  • 00:42:48
    ditado que comumente a gente ouve é
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    nasce uma mãe nasce uma culpa veja que o
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    ditado não é nasce um pai e uma mãe
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    nasce uma culpa culpa então a carga em
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    cima
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    eh das mulheres inclusive no que vai ser
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    provocado de trauma a quem ela cuida
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    cada vez mais as mulheres se encontram
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    naquela rotina sanduíche entre cuidar
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    dos filhos e cuidar dos pais que
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    envelhecem eh esse lugar do cuidar traz
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    consigo o peso que a Luna tá colocando e
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    eu vou pedir licença a ela para legendar
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    esse peso como culpa vergonha e medo as
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    colas do
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    trauma então o trauma ele nos faz sentir
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    culpa pelo que fizemos ou deixamos de
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    fazer para nos proteger ou para proteger
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    a quem
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    amamos e Como como o trauma leva uma
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    sensação de isolamento e desamparo muito
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    grande porque a gente tá diante de uma
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    experiência que eu sinto que eu não
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    tenho cursos para lidar com ela e que me
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    causa a sensação de desamparo trazendo
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    uma outra definição de trauma para
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    vocês isso muitas vezes vai fazer com
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    que eu esqueça o congelamento que tomou
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    conta de mim e aí eu sou acometida pela
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    vergonha essa esse sentimento que nos
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    serve tão pouco e que é tão presente nas
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    experiências traumáticas que vai nos
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    aproximar da sensação de
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    inadequação E que nos leva a vergonha
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    ela tá muito presente nos Estados
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    próximos ao colapso defesas traumáticas
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    de congelamento caminhando pro colapso
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    onde o corpo tá se preparando para um
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    tipo de morte no humano isso vem
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    acompanhado da vergonha vai baixando
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    sinais vitais vai dando a sensação de
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    desfalecimento Só que não é uma morte e
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    literal é a morte do eu autêntico é a
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    morte que nos torna
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    envergonhados culpados e transitando
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    pela vida a partir disso a primeira
  • 00:44:55
    coisa para quem cuida aqui que eu queria
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    dizer é todo o meu respeito e
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    compaixão espero que vocês achem o
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    caminho da
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    autocompaixão que é um caminho de
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    reparação traumática o caminho da
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    autocompaixão para que você cuide das
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    suas próprias respostas traumáticas você
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    tei bastante gabor matat hoje vou citar
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    ele mais uma vez
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    eh quando ele diz que o maior presente
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    que pais e mães podem dar aos seus
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    filhos é a própria autenticidade e
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    felicidade só que ele tá falando de
  • 00:45:29
    felicidade em fisiologia de segurança
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    ele não tá falando da felicidade do
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    Instagram que é felicidade para
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    pertencer que era para a felicidade para
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    se sentir menos inadequado que é para a
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    felicidade para se sentir menos
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    envergonhado ele tá falando da
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    felicidade que nos conecta com a
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    sensação de autocompaixão de que eu sou
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    suficiente que é suficiente ser quem eu
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    sou e é essa autocompaixão que
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    impulsiona cuidadores a cuidarem das
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    suas próprias feridas a investirem no
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    seu próprio caminho de cura traumática
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    porque quando nós estamos funcionando na
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    fisiologia da segurança vou trazer um
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    outro autor o neurofisiologista Steven
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    porges criador da teoria polivagal uma
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    teeria importante pra ciência moderna de
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    trauma eh onde ele vai dizer nós
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    funcionamos na fisiologia do perigo ou
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    na fisiologia da segurança quando em
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    perigo caímos nas nossas defesas de
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    sobrevivência nosso cérebro se organiza
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    para no nos defender podemos entrar e
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    não sair dela quando na fisiologia de
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    segurança somos automaticamente
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    impulsionadas e impulsionados pra
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    criatividade pra exploração e para o
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    vínculo autêntico Então esse vínculo
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    autêntico na fisiologia de segurança do
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    cuidador é o que a criança o que o
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    cuidado precisa a criança não precisa de
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    pais e cuidadores que sejam perfeitos
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    que evitem o trauma porque o trauma faz
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    parte da vida
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    não é possível evitar trauma ainda que
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    você ofereça o vínculo seguro mais
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    completo sua filha seu filho a pessoa
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    que você cuida passará por experiências
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    desafiadoras e talvez traumatizantes
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    porém o trauma faz parte da vida e
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    repito o reparo também faz Então o
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    problema não é passar pelo trauma o
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    problema é passar pelo trauma em
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    desamparo e é o vínculo de acolhimento e
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    de apego seguro entre cuidador e cuidado
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    que vai ajudar a esse ser em formação
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    ganhar recursos importantes para lidar
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    com a vida no futuro mesmo tendo vivido
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    traumas autores do trauma como Peter
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    Levin e o próprio gabor vão dizer basta
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    que uma criança fique chorando no berço
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    sem ser pega no colo para que ela se
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    torne um adulto desesperado por um
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    relacionamento porque ela vai viver o
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    que a gente chama de stress tóxico
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    infantil A experiência do bebê é uma
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    experiência absolutamente somática e
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    quando a gente consegue estudar por
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    ressonância o que tá acontecendo no
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    corpo de um bebê é uma experiência de
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    elevação do stress que ela não vai parar
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    de chorar porque ela não tá para ela tá
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    aprendendo a chorar como pregavam os os
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    especialistas do calendário de
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    amamentação deixa a criança chorando no
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    beço para ela aprender a parar de chorar
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    uma criança pequena não tem
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    desenvolvimento de córtex préfrontal não
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    tem aprendizado acontecendo ali o que
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    acontece é uma elevação de estado de
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    estress que tem uma hora que o corpo
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    dela precisa
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    desligar para sobreviver
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    e esse stress tóxico acumula no corpo
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    uma memória que é somática que vai
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    fazê-la ir pra vida pelas lentes do medo
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    e do perigo então apego seguro
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    Principalmente nos primeiros anos de
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    vida que envolve proteção envolve mais à
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    frente aprender a separar envolve
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    limites afetuosos claros afetuosos e com
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    Amparo vão ser mais mais protetivos de
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    trauma do que tentar evitar o TR
  • 00:48:57
    de seus filhos seus suas filhas e suas
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    crianças desde a Grécia antiga passando
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    por Freud e chegando na potente
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    neurociência de hoje o trauma vem sendo
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    objeto de investigação traumas pessoais
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    ou sociais traumas vividos ou herdados
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    neste programa a psicóloga Ediane
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    Ribeiro analisou as consequências das
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    vivências traumáticas e a nossa
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    capacidade de nos reorganizarmos depois
  • 00:49:25
    delas canal do Café Filosófico no
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    YouTube você encontra mais reflexões
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    sobre trauma reparação e
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    potência as redes sociais são cópias mal
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    acabadas da dinâmica de vínculo e de
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    apego coisa essencial pro nosso
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    desenvolvimento algumas dimensões como
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    controle de impulsos mória acional
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    atenção raciocínio lógico planejamento
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    capacidade de estabelecer vínculos Essas
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    funções a gente sabe que elas são
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    vínculo dependentes muito mais
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    dependentes das experiências que eu
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    tenho ao longo do desenvolvimento do que
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    da genética
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    [Música]
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