História do Pensamento Político Brasileiro

Em 1808, com a chegada de Dom João VI ao Brasil, iniciou-se um processo de construção de uma unidade política autônoma, abrangendo indústrias, bancos, e instituições culturais, culminando na Revolução Liberal do Porto de 1820, que propiciou a Independência do Brasil em 1822. Essa mudança trouxe à tona duas correntes políticas principais: uma era a Maçonaria Liberal e o nacionalismo revolucionário, e a outra, liderada por Dom Pedro I, enfatizava o centralismo e o constitucionalismo.

No contexto do Primeiro Reinado, Dom Pedro I enfrentou a oposição da ala liberal radical, que se contrapôs a um governo centralizado, resultando na formação do Partido Liberal Radical. As tensões políticas se agravaram, com a abdicação de Dom Pedro I, levando ao surgimento de novas facções políticas. Os liberais moderados, buscando pacificação, conseguiram implementar o Ato Adicional de 1834, mas a instabilidade culminou em revoltas provinciais.

As revoltas provinciais fomentadas pelos liberais moderados levaram à crescente necessidade de repressão militar, surgindo a frente regressista que formou o núcleo do futuro Partido Conservador. As ideologias políticas se tornaram superficiais, enquanto disputas locais e familiares ganharam destaque, refletindo uma transição do Brasil colonial ao moderno, com a primeira metade do Segundo Reinado focada na conciliação política.

A ideologia conservadora se consolidou, influenciada por pensadores como Edmundo Burke. O conservadorismo tornou-se prevalente entre as elites políticas, reforçado pela união com o exército, que buscou estabilizar o país após as revoltas. Luís Alves de Lima e Silva se destacou nesse contexto, simbolizando uma fase aristocrática no exército e evidenciando a divisão interna entre aristocratas e o restante.

O pontificado de Pio IX coincide com a unificação italiana e a crise da Igreja frente ao Estado moderno, levando a uma reavaliação das relações entre a Igreja e os poderes seculares. Durante o pontificado de Leão XIII, o tomismo surge como um contraponto ao liberalismo e ao comunismo, refletindo tensões internas no Brasil entre católicos e a influência política da maçonaria, com figuras como Dom Vital defendendo a primazia da Igreja.

Na política partidária, o partido Liberal se dividiu entre moderados e radicais, enquanto o conservadorismo católico se fortaleceu com figuras como o bispo Dom Vital e a Princesa Isabel. O abolicionismo ganhou força e as pautas de uma representação corporativa e a aplicação dos princípios tomistas começaram a ser defendidas, resultando em um manifesto republicano que moldou novas correntes dentro do partido.