Cursos USP - Tópicos de Ética e Educação - PGM 13

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https://www.youtube.com/watch?v=3ONFa89CaUQ

Ringkasan

TLDRO vídeo explora a visão de Marcel Mauss sobre a dádiva, destacando sua importância nas relações humanas e sociais. A dádiva é apresentada como uma marca essencial do ser humano, promovendo um equilíbrio entre individualismo e coletivismo. A vida é considerada a primeira dádiva, e a ética da dívida, especialmente na cultura japonesa, é enfatizada como uma forma de retribuição. O vídeo também discute a presença da dádiva em interações cotidianas, como no trânsito e nas relações familiares, e critica a mercantilização das relações, como no voto e na confiança. A dádiva é vista como um laço social que deve ser cultivado, e a assimetria na dádiva é considerada fundamental para a ética e a construção de laços significativos.

Takeaways

  • 🌱 A dádiva é uma marca essencial do ser humano.
  • 💖 A vida é a primeira dádiva que recebemos.
  • 🇯🇵 A cultura japonesa valoriza a ética da dívida.
  • 🚦 A dádiva se manifesta em interações cotidianas, como no trânsito.
  • 🤝 A confiança é uma dádiva que deve ser cultivada.
  • 👨‍⚕️ O profissionalismo deve envolver doação e compromisso.
  • ⚖️ Dar é considerado melhor do que receber.
  • 💔 A mercantilização corrompe a ideia de dádiva.
  • 🗳️ O voto deve ser visto como uma doação de confiança.
  • 🎨 A arte deve ser vista como uma dádiva, não apenas como mercadoria.

Garis waktu

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    O discurso aborda a perspectiva antropológica de Marcel Mauss sobre a dádiva, destacando que a vida é a primeira dádiva que recebemos. A ética da dívida, especialmente na cultura japonesa, enfatiza a retribuição ao que se recebe, criando um laço social. A dádiva é vista como um fenômeno social que articula individualismo e coletivismo, sendo fundamental para a convivência humana.

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    A dádiva se manifesta em diversas situações cotidianas, como no trânsito e nas relações familiares, onde não se espera troca de equivalentes. A palavra e a confiança são apresentadas como dádivas essenciais, que devem circular livremente entre as pessoas, reforçando a importância do diálogo e da comunicação. O tempo também é considerado uma dádiva, pois é um recurso precioso que não pode ser recuperado.

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    A dádiva é uma ideia central na política e nas relações sociais, onde o voto deve ser visto como uma doação de confiança ao candidato. A herança cultural e genética é outra forma de dádiva que recebemos, e a prática profissional deve ser entendida como uma doação ao público, não apenas como uma troca mercantil. A arte e a educação também são mencionadas como esferas onde a dádiva deve prevalecer sobre a mercadoria.

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    Marcel Mauss propõe que a dádiva não é apenas um ato isolado, mas parte de uma rede social onde dar, receber e retribuir são interdependentes. A dádiva deve ocorrer nas circunstâncias adequadas, e o interesse por trás dela é a criação de laços sociais. A assimetria na dádiva é fundamental, pois dar é considerado melhor do que receber, e essa dinâmica deve ser entendida em um contexto global, onde a busca por equivalência local pode gerar desigualdades.

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  • O que é a dádiva segundo Marcel Mauss?

    A dádiva é um fenômeno social que marca a relação entre indivíduos, promovendo laços e retribuições.

  • Qual é a primeira dádiva que recebemos?

    A vida é considerada a primeira dádiva que recebemos.

  • Como a cultura japonesa vê a dádiva?

    A cultura japonesa possui uma ética da dívida, onde se retribui o que se recebe ao longo da vida.

  • A dádiva é relevante apenas em contextos religiosos?

    Não, a dádiva é um fenômeno social que se manifesta em diversas interações cotidianas.

  • Qual é a relação entre dádiva e confiança?

    A confiança é uma dádiva que não pode ser comprada ou vendida, mas deve ser cultivada.

  • Como a dádiva se relaciona com o profissionalismo?

    O profissionalismo deve envolver a doação e o compromisso com o outro, não apenas a busca por pagamento.

  • O que Mauss diz sobre a assimetria na dádiva?

    A assimetria é fundamental na dádiva, pois dar é considerado melhor do que receber.

  • Como a mercantilização afeta a dádiva?

    A mercantilização corrompe a ideia de dádiva, transformando relações em transações comerciais.

  • Qual é o papel da dádiva na política?

    Na política, a dádiva se manifesta no ato de votar, que deve ser visto como uma doação de confiança.

  • Como a dádiva se relaciona com a arte?

    A circulação da arte não deve ser vista apenas como mercadoria, mas como uma dádiva que cria laços.

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Gulir Otomatis:
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    o Marcel Mosque e trabalhava na
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    perspectiva da antropologia pensando no
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    eh no que que marca o modo de ser do ser
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    humano e para ele essa dimensão dádiva é
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    uma marca do modo de ser do ser humano
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    né uma coisa
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    que provoca uma articulação um casamento
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    entre o individualismo absoluto que é
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    cada um por si ou o rolismo de se pensar
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    que a sociedade né o todo determina né o
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    o os projetos dos indivíduos né então a
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    dádiva aí no meio a questão é eh em que
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    lugar né onde que a gente como é que a
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    gente vê a dádiva mas eliminar não
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    dá não dá por uma razão
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    simples a primeira
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    dádiva para cada um de nós é a vida
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    ninguém compra a sua vida no
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    mercado compra vende né não não dá a
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    dádiva a vida a gente recebe como uma
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    dádiva né
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    e
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    e os orientais particularmente os
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    japoneses têm uma uma ética que deriva
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    só desse fato é uma ética chamada né
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    ética da eh da
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    dívida né e a ética da dívida é é
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    assim eu eu nasci eu recebi isso né de
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    graça né e eu tenho que ao longo da vida
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    retribuir né eu tenho que de alguma
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    maneira eh retribuir o que eu recebi né
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    porque eu já começo devendo devendo
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    porque eu recebi esse bem que não é
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    pequeno né que é o bem maior eu recebi
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    eu não paguei por
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    ele então a vida como doação eu tive uma
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    orientando que fez um trabalho de
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    mestrado interessante sobre isso na
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    verdade o trabalho de mestrado dela era
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    por que os orientais vão bem no
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    vestibular da
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    USP né é na área de exatas especialmente
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    ela foi investigar isso evidentemente
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    pegou a fuveste os dados e tudo né
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    evidentemente de desde o início não se
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    tratava de para nós de uma questão
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    racial uma questão cultural né questão
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    cultural a cultura japonesa não a o
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    Japão ou japonês como raça né gene nada
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    cultura né e aí que ela chegou e ela era
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    Nicei então aí que ela chegou a essa a
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    esse fato importante da cultura japonesa
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    que é a ética da dívida né como um
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    elemento assim fundamental então o
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    esforço a dedicação como uma coisa
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    absolutamente natural em função disso eu
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    eu tenho que dar o melhor de mim eu
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    tenho que tá aqui não é eh diga não é
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    que pelo seu discurso dá para entender
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    que por a cultura japonesa é invertida
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    né nós temos a cultura dos direitos e
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    eles em razão da dos deveres é é por aí
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    mas veja direito dever não é um par pra
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    gente escolher de que lado que tá é a
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    gente tem que se situar é como é que
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    essas coisas se relacionam porque há uma
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    relação né mas não é uma relação de
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    preponderância né bom então esse é a
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    grande questão é ver como é que a gente
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    situa dádiva agora a gente enfrenta a
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    seguinte questão ó de
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    cara isso é coisa de igreja ficar
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    falando de dádiva é coisa de igreja é
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    coisa de religião a dádiva não existe
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    mais
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    né como fenômeno social sociológico
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    antropológico né hoje os tempos são
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    outros e não sei o quê e há outras
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    pessoas que conseguem enxergar a dádiva
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    em tudo né em em tudo que a gente faz no
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    trânsito a a dádiva é fundamental né eh
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    vejam
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    que dar a vez dar o lugar deixar o cara
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    entrar na sua frente não é eh é uma
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    situação ordinária aí do cotidiano né
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    ninguém gosta de ser
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    coagido então tomar a vez do outro gera
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    confusão mas quando você pede é difícil
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    alguém negar né tem tem uns doidos que
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    negam mas quando você abre o vidro e pô
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    posso e não sei o que pede as pessoas
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    gostam de dar a vez né gostam mas é isso
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    então a dádiva eu acho que tá em todo
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    lugar no trânsito então você vê ou a
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    dádiva ou a falta da dádiva né mas a
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    dádiva tá presente positiva ou
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    negativamente por exemplo vamos citar
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    alguns lugares em que a dádiva se
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    encontra a vida primeira dádiva né a
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    vida que a gente recebe a relação com as
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    crianças ninguém troca equivalentes com
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    a criança eu cuido de você para depois
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    que eu ficar velho você cuidar de mim pô
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    não é essa a ideia não
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    é a relação com os idosos
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    tudo isso é dádiva eh eh pura e simples
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    né quer dizer negar isso é é tornar a
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    vida da gente uma vida de bicho né selva
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    bom outra coisa a
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    palavra a palavra você dá a
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    palavra vender a palavra já não presta
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    quando você vê na política e tudo vender
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    a palavra quer dizer ele tá falando isso
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    porque foi pago para falar
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    isso ah é terrível né a palavra é um
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    tipo de de eh coisa assim que tem que
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    circular de uma maneira da divosa você
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    tem que dar a palavra ao outro né você
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    toma e fica para
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    você eh acaba a relação com os outros o
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    motor da dádiva é é o laço a busca do
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    laço com o outro né e a palavra é o
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    diálogo é aí que entra tão forte o
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    trabalho do rabermas né com a ideia de
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    situação ideal de fala é preciso
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    construir a situação ideal de fala em
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    que a palavra circule como uma dádiva né
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    um dá a palavra o outro dá a palavra
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    quem pega eh retribui né
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    eh outra situação em que a gente vê a
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    dádiva o tempo todo o
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    tempo gente o profissional mais bem
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    remunerado do mundo vamos dizer um né a
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    gente pirua e procura um analista um
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    psicanalista e ele cobra uma nota por
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    hora mas a atuação de qualquer
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    profissional é uma
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    dádiva porque ninguém sabe o estoque de
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    tempo de que
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    dispõe o cara tá te atendendo ali ele
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    pode ter um ataque cardíaco em 2 minutos
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    ah ele cobrou R$ 500 a hora da consulta
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    sim mas se eram exatamente os últimos
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    minutos da vida dele foi barato o que
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    ele cobrou não se resolvem ver ele tá
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    cobrando não é dar atenção a uma pessoa
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    é sempre uma dádiva em qualquer
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    circunstância porque dar o seu tempo né
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    e ninguém sabe o estoque de tempo de que
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    dispõe ninguém sabe você tá falando aqui
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    e daqui a pouco pum não tá mais
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    né então sempre há um sacrifício quando
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    dá quando se dá o tempo né um sacrifício
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    eh do tempo a
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    confiança a confiança é dada é uma dada
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    ninguém compra vende confiança sofre boi
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    mas é uma doidícia ali né que comprou
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    bem os atores para poder né pagou bem
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    mas aquilo ali não é confiança né é
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    palhaçada vegetariano é pois bem é até o
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    até o rapaz lá que era vegetariano a
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    confiança é uma dádiva lá no norte tem
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    uma quadrinha que circula eu sou de
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    Pernambuco né circula eu ouvia desde
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    criança que era assim: "Minha filha
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    minha filha a repara como andais pois a
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    honra é como vrido quebrando não sorda
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    mais
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    a confiança é como um
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    vrido quebrando não sorda mais né não dá
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    para quebrou a confiança aí de repente
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    não eu te pago tanto e volta a confiar
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    em mim pô né não dá né a confiança tem
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    que circular como
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    dádiva o
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    amor o amor
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    é é a pura dádiva né a ideia do cálculo
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    fazer contas é só quando
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    acaba enquanto dura eh meu bem quando
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    acaba é meus
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    bens né vamos troca de equivalentes né
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    fica com 70% da casa mais 40% do
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    banheiro é meu e não sei o quê aí o
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    cálculo só começa quando já acabou em
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    geral enquanto circula o amor é uma
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    dádiva né você dá não vende troca compra
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    não é e nós estamos falando de coisas do
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    dia a dia coisas do dia a dia quer dizer
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    a dádiva acabou a dádiva sem ela a gente
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    não tá aqui
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    vivo eh na política né o voto você
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    compra vende voto isso sempre é
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    complicado né ah mas existe existe em
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    algum nível sempre existe sim mas a
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    gente acha ruim não é a gente gostaria
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    que esse momento que é o momento da da
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    estruturação de um poder né da
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    legitimação de um poder e que se dá nas
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    eleições no voto que isso fosse uma
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    coisa eu dou o meu voto né porque eu
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    acho que ele merece aí eu dou o meu voto
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    para esse candidato e não para aquele
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    quando isso vira mercado mercadoria
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    corrompe a ideia não é a presença da
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    dádiva então aí no
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    voto
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    eh a gente recebe o tempo todo coisas
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    por herança eu falo a vida a vida no
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    início é a coisa maior mas a herança
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    genética a herança cultural tudo isso é
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    dádiva né ninguém nasce solto no ar além
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    da vida se uma dádiva em si você recebe
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    tem e dívidas assim com os antepassados
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    né com o passado com a cultura
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    e isso a gente recebe
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    graciosamente todo exercício
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    profissional a ideia de profissionalismo
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    pressupõe a circulação da
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    divosa é claro que a ideia de
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    profissional como a gente conversou duas
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    semanas aí né atrás a não se esgota na
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    competência técnica né um profissional
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    tem uma competência técnica mas ele
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    serve a um público né no momento em que
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    ele põe aquela competência a serviço do
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    público ele pode ser pago deve ser pago
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    reclama bons salários tudo bem mas ele
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    tem compromisso né ele tem laços
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    compromissos e tem que ter com o outro
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    né porque senão são os desvios do
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    profissionalismo mercenarismo é um
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    desvio o meu compromisso é com pagamento
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    pagou eu faço não pagou eu não faço isso
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    é o merc é pagamento né o então
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    corporativismo eu tenho compromisso com
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    os da minha turma fora deles né então eu
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    defendo os interesses do meu grupo é
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    isso eu tenho compromisso eu sou um
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    profissional dessa área o resto que se
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    dane mas são desvios a ideia de
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    profissional em sentido eh eh pleno né a
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    ideia de profissional é eh envolve a
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    doação o médico né profissões que são
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    essencialmente profissões né porque não
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    é toda ocupação que se caracteriza
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    tecnicamente como uma profissão mas a
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    educação a saúde né o direito né você
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    não imagina um advogado se vendendo para
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    contra princípios disso daquilo você vê
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    mas aí diz é é ruim né eu esperava que
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    ele não fosse capaz disso né um médico
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    né um
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    professor enfim o profissionalismo é uma
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    dádiva a arte a circulação da arte
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    ninguém tem o mercado de arte sim tem o
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    mercado põe preço nos quadros mas
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    ninguém entende a circulação de bens
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    assim artísticos né exclusivamente em
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    termos de mercadoria
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    né não não dá para
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    entender então há um um uma dimensão aí
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    que escapa o
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    mercado a violência e o perdão como a
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    gente já falou porque a violência é um
  • 00:13:51
    fato agora como acabar com ela a a
  • 00:13:55
    equivalência do
  • 00:13:57
    mercado é ação e reação né bateu levou
  • 00:14:02
    lei de italiano olho por olho dente por
  • 00:14:05
    dente para acabar com a violência em
  • 00:14:07
    algum momento alguém tem que perdoar que
  • 00:14:13
    é a maior das doações não é em algum
  • 00:14:17
    momento ah não então então meu amigo
  • 00:14:20
    alimente continue e viva bem né com
  • 00:14:23
    bateu levou bateu levou bateu levou né
  • 00:14:27
    alguém em algum momento vai ter que ter
  • 00:14:28
    algum momento de grandeza para poder eh
  • 00:14:34
    dadivosamente em algum em alguma
  • 00:14:37
    vertente dar lugar ao
  • 00:14:39
    perdão a confiança eh é uma dádiva já
  • 00:14:43
    falamos mas agora particularmente eu
  • 00:14:44
    falo na fidelidade a ideia de
  • 00:14:47
    fidelidade que o mercado corrompeu
  • 00:14:50
    absolutamente né porque a fidelidade se
  • 00:14:53
    liga com confiança o
  • 00:14:54
    mercado eh misturou e hoje você vai duas
  • 00:14:58
    vezes a um shopping na terceira vez que
  • 00:15:00
    você vai já recebe um convite para ter
  • 00:15:02
    um cartão né um cartão de fidelidade né
  • 00:15:06
    cartão de fidelidade que na verdade não
  • 00:15:09
    é o
  • 00:15:10
    laço social que se busca é o é o link
  • 00:15:15
    econômico né esse é dos meus agora e vai
  • 00:15:18
    ser freguês aqui né que é essa corrupção
  • 00:15:22
    a
  • 00:15:23
    fidelidade eh a gente fala fidelidade a
  • 00:15:26
    si e e não nesse sentido do mercado o
  • 00:15:30
    conhecimento então se encaixa aí nessa
  • 00:15:33
    eh lista de bens de de bens né que tem
  • 00:15:39
    uma dimensão mercadoria mas que não se
  • 00:15:41
    esgotam na dimensão mercadoria tal como
  • 00:15:43
    a arte tal como toda a lista anterior
  • 00:15:46
    não é e a economia é que tá eh eh mais
  • 00:15:50
    do que a educação chamando diretamente
  • 00:15:53
    atenção para esse fato o Marcel Mo desde
  • 00:15:56
    27 ele já diz assim agora e quando fala
  • 00:16:00
    em circulação da Divosa tem certas leis
  • 00:16:02
    paraa dádiva não é só espontaneamente
  • 00:16:06
    vai dando sai por aí dando dando que e
  • 00:16:08
    dar é bom e não sei o quê não é
  • 00:16:10
    exatamente assim né tem um conhecimento
  • 00:16:13
    sobre a dádiva que o Marcel Moço tenta
  • 00:16:15
    eh traduzir no pequeno livro dele ele
  • 00:16:19
    tem outros livros não muito traduzidos
  • 00:16:21
    ele não era um bestseller como Durkaim
  • 00:16:25
    né esse a o ensaio sobre a dádiva a
  • 00:16:28
    gente encontra outros são menos
  • 00:16:30
    traduzidos né mas tem um que chama
  • 00:16:32
    antropologia e sociologia que é o o
  • 00:16:35
    terreno dele que é uma coleção de
  • 00:16:37
    artigos assim pequenos que é precioso né
  • 00:16:40
    muitos trabalhos de antropologia com
  • 00:16:42
    culturas primitivas e tudo mas para o
  • 00:16:46
    Marcelmo Muso eh leis da dádiva né
  • 00:16:49
    primeira dádiva é um fenômeno social não
  • 00:16:51
    é uma coisa local de eu e você vamos
  • 00:16:53
    tratar de nossa dádiva isso isolado do
  • 00:16:56
    resto não é nada né você entra numa rede
  • 00:16:59
    numa rede e a rede só se completa se
  • 00:17:02
    houver o dar o receber e o
  • 00:17:06
    retribuir eu não posso dizer que dei
  • 00:17:08
    algo para você se você não
  • 00:17:11
    aceita eu tento dar ele não aceita então
  • 00:17:14
    eu não dei é a mesma coisa que dizer eu
  • 00:17:18
    ensinei ninguém entendeu e aprendeu mas
  • 00:17:20
    eu ensinei como ensinou se ninguém
  • 00:17:22
    aprendeu não é agora então tenho dar
  • 00:17:26
    tenho receber a forma de dar é que pode
  • 00:17:29
    levar a pessoa a aceitar ou
  • 00:17:31
    não dá com arrogância dá com impáfia dá
  • 00:17:35
    assim provoca é a rejeição não é é a
  • 00:17:39
    dose que vira veneno né que torna a
  • 00:17:42
    doação veneno então e tem o retribuir só
  • 00:17:47
    que esse retribuir o livro do Maus é é
  • 00:17:50
    precioso é pra gente entender que não é
  • 00:17:51
    um retribuir local eu dou aqui e aqui eu
  • 00:17:55
    recebo não eu entro na rede eu dou aqui
  • 00:17:58
    porque eu acho que ele aqui tá
  • 00:18:00
    precisando nessa hora ele tá precisando
  • 00:18:02
    aí eu dou e eu sei que mais adiante se
  • 00:18:06
    outro precisar ele vai dar né e quando
  • 00:18:08
    eu precisar outro vai dar entra na teia
  • 00:18:11
    grande né mas não que não eu dei agora
  • 00:18:15
    eu quero receber e do mesmo valor de
  • 00:18:17
    preferência o presente tem que ter o
  • 00:18:19
    mesmo valor senão eu tô perdendo aí não
  • 00:18:22
    é dádiva
  • 00:18:25
    né eh outra observação do moço é
  • 00:18:29
    justamente isso a circunstância a
  • 00:18:33
    oportunidade dá é na hora certa na
  • 00:18:37
    circunstância adequada na oportunidade
  • 00:18:40
    se você perdeu a oportunidade espere
  • 00:18:42
    outra e eu esqueci o aniversário da
  • 00:18:45
    mulher ou do amigo e não sei o quê não
  • 00:18:47
    adianta no dia seguinte você disse: "Pô
  • 00:18:49
    agora que eu lembrei não sei o quê" tudo
  • 00:18:51
    bem você até faz mas procura não
  • 00:18:53
    esquecer em outro momento né porque não
  • 00:18:56
    é o caso de você perderu a chance de
  • 00:19:00
    fazer o que devia aí você sai querendo
  • 00:19:02
    fazer para poder compensar isso aí é
  • 00:19:05
    problema de consciência não é um
  • 00:19:07
    problema e eh não é uma o que se espera
  • 00:19:10
    não é eh tá ligado nas circunstâncias a
  • 00:19:14
    dádiva para para ter o receber o aceitar
  • 00:19:18
    é preciso haver a circunstância eu
  • 00:19:19
    preciso tá ligado nisso não é só sair
  • 00:19:21
    dando né querendo dar pelo
  • 00:19:25
    menos eh o interesse da dádiva qual é
  • 00:19:30
    existe algum interesse quando a gente dá
  • 00:19:32
    um presente
  • 00:19:35
    então eh eh a linha vamos dizer assim
  • 00:19:38
    principal de raciocínio do Marcel Moos
  • 00:19:40
    diz: "Não não há interesse né não há
  • 00:19:43
    interesse na dádiva." Agora o Burger por
  • 00:19:47
    exemplo escreveu um livro chamado Razões
  • 00:19:50
    Práticas tem traduzido em português e
  • 00:19:53
    tudo do
  • 00:19:54
    Burdier e ele diz assim: "Não há gesto
  • 00:19:58
    desinteressado as razões práticas né as
  • 00:20:01
    razões são sempre buscando coisas assim
  • 00:20:03
    tudo bem eu aceito só que qual é a razão
  • 00:20:09
    prática qual é o interesse da dádiva é o
  • 00:20:13
    laço esse é o único interesse da dádiva
  • 00:20:16
    né o interesse da dádiva é criar o laço
  • 00:20:19
    com o outro eu faço porque eu tô
  • 00:20:21
    interessado no outro em criar o laço com
  • 00:20:24
    o outro não é um negócio que eu tô
  • 00:20:26
    fazendo não é então não muda muito dizer
  • 00:20:29
    que não há interesse não há interesse
  • 00:20:31
    econômico não há interesse assim
  • 00:20:35
    material mas há interesse tá bom eu
  • 00:20:38
    aceito há interesse o interesse meu é de
  • 00:20:41
    me relacionar com a Luciana né aí eu
  • 00:20:43
    crio e dou um livro para ela faço alguma
  • 00:20:46
    coisa né buscando o interesse é isso não
  • 00:20:49
    há briga em haver ou não haver interesse
  • 00:20:51
  • 00:20:53
    é a assimetria é fundamental na dádiva
  • 00:20:57
    gente isso assimetria não é uma coisa
  • 00:21:00
    bem aceita às vezes mas é fundamental na
  • 00:21:03
    ética é fundamental a simetria na ética
  • 00:21:06
    é bateu levou é
  • 00:21:09
    talião a ideia de assimetria é
  • 00:21:12
    fundamental a gente chegando à ética
  • 00:21:14
    como tá no caminho né e veja na dádiva a
  • 00:21:16
    gente vê a dádiva é assimétrica dar é é
  • 00:21:20
    mais é melhor do que receber cada um de
  • 00:21:24
    nós prefere estar em condições de estar
  • 00:21:27
    dando pros outros e não de estar
  • 00:21:30
    recebendo não é só que localmente há uma
  • 00:21:35
    assimetria dá é diferente de receber e é
  • 00:21:38
    melhor dar do que receber
  • 00:21:40
    localmente
  • 00:21:42
    globalmente se todo mundo age
  • 00:21:44
    dadivosamente há uma absoluta
  • 00:21:47
    distribuição né equitativa há
  • 00:21:51
    equilíbrio mas o equilíbrio não é local
  • 00:21:54
    eu não dou para Lúcia para ela me dar
  • 00:21:55
    alguma coisa mas eu entro na rede com
  • 00:21:58
    ela e dou aqui receba lá e não é agora o
  • 00:22:02
    mercado trabalha na busca da
  • 00:22:04
    equivalência local fixar preço é como tô
  • 00:22:09
    pagando o que é
  • 00:22:11
    justo e essa busca de equivalência local
  • 00:22:15
    gera o desequilíbrio global
  • 00:22:18
    porque no mundo quanto mais bem funciona
  • 00:22:22
    o sistema capitalista de mercado mais
  • 00:22:25
    aumentam as desigualdades
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