LIVRO FUVEST 2026 | MEMÓRIAS DE MARTHA | O QUE IMPORTA |

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Ringkasan

TLDRO vídeo discute a nova lista de leitura da Fuvest para 2026, que inclui apenas obras de autoras mulheres, gerando polêmica por se afastar dos clássicos da literatura. O professor destaca a importância de ler os livros indicados, especialmente "Memórias de Marta" de Júlia Lopes de Almeida, que retrata a vida de uma mulher em situação de miséria e sua luta por educação e autonomia. A narrativa aborda temas como desigualdade social, o papel da mulher e a luta por protagonismo em um contexto machista, enfatizando a necessidade de compreensão profunda das obras para o sucesso no vestibular.

Takeaways

  • 📚 A Fuvest 2026 traz apenas autoras mulheres na lista de leitura.
  • 👩‍🎓 "Memórias de Marta" é uma obra central na análise do professor.
  • ⚖️ A obra aborda a desigualdade social e o papel da mulher na sociedade.
  • 📖 Ler os livros indicados é essencial para a preparação para a prova.
  • 💪 A luta por protagonismo feminino é um tema central na narrativa.
  • 📝 O professor sugere que os alunos leiam os livros antes de assistir às aulas.
  • 📅 A nova lista representa uma mudança significativa na abordagem literária da Fuvest.
  • 🔍 A análise literária ajuda a compreender detalhes importantes das obras.
  • 💔 A vida de Marta é marcada por traumas e desafios sociais.
  • 🌟 A educação é apresentada como um caminho para a autonomia da mulher.

Garis waktu

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O profesor introduce a nova lista de lectura da Fuvest para o vestibular de 2026, destacando a revolución que supón a inclusión exclusiva de autoras femininas na lista, o que xera un debate sobre a representación na literatura.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O profesor menciona a súa experiencia e a súa intención de guiar aos estudantes a través dos libros seleccionados, enfatizando a importancia de ler as obras para comprender os detalles e non ser sorprendido na proba.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A obra 'Memórias de Marta' de Júlia Lopes de Almeida é presentada, destacando a relevancia da autora e o seu papel na literatura brasileira, así como a súa contribución ao dar voz a personaxes femininas.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    A profesora explica a historia de vida de Marta, que comeza en circunstancias difíciles, e como a súa infancia está marcada por traumas e pobreza, establecendo o ton sombrío da narrativa desde o principio.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    A relación de Marta co seu pai e a súa traxedia familiar son exploradas, mostrando como a morte do seu pai afecta a súa vida e a da súa nai, forzándoas a vivir en condicións de miseria.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    A historia de Marta continúa co seu esforzo por educarse e escapar da pobreza, destacando a importancia da educación como medio de ascenso social e a súa relación coas figuras de autoridade na escola.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    O profesor analiza a dinámica social e as dificultades que Marta enfrenta, incluíndo a súa relación coas súas compañeiras e a presión social que sente por non encajar na sociedade.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    A relación de Marta co seu amor, Luiz, é presentada como un símbolo das súas esperanzas e desilusóns, mostrando como a súa situación social limita as súas oportunidades de felicidade.

  • 00:40:00 - 00:45:00

    A historia culmina co matrimonio de Marta e Miranda, que representa unha solución práctica á súa situación, pero que tamén trae consigo a traxedia da morte da súa nai, subliñando a dureza da vida de Marta.

  • 00:45:00 - 00:50:00

    O profesor conclúe reflexionando sobre a importancia da obra de Júlia Lopes de Almeida e a súa representación do protagonismo feminino, animando aos estudantes a ler e comprender as obras seleccionadas para o vestibular.

  • 00:50:00 - 00:57:32

    A clase finaliza cunha invitación a seguir explorando a lista de lectura e a importancia de estar en contacto coas obras para unha comprensión máis profunda e para non ser sorprendidos na proba.

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Peta Pikiran

Video Tanya Jawab

  • Qual é o foco do vídeo?

    O vídeo analisa a nova lista de leitura da Fuvest para 2026, destacando a obra "Memórias de Marta".

  • Quem é a autora de "Memórias de Marta"?

    A autora é Júlia Lopes de Almeida.

  • Por que a nova lista da Fuvest gerou polêmica?

    A lista traz apenas autoras mulheres, fugindo dos clássicos da literatura brasileira.

  • Qual é a importância de ler os livros indicados pela Fuvest?

    Ler os livros é essencial para entender os detalhes e nuances que podem ser cobrados na prova.

  • Qual é o tema central de "Memórias de Marta"?

    O tema central é a vida de uma mulher em situação de miséria e sua luta por educação e autonomia.

  • Como a obra retrata a condição da mulher na sociedade?

    A obra mostra a luta da mulher por protagonismo em uma sociedade machista e desigual.

  • O que o professor sugere aos alunos em relação à leitura?

    O professor sugere que os alunos leiam os livros para melhor compreender os conteúdos e se preparar para a prova.

  • Qual é a relação entre a obra e o contexto histórico?

    A obra é ambientada em um período de desigualdade social e reflete as dificuldades enfrentadas pelas mulheres na época.

  • Como a narrativa de "Memórias de Marta" é estruturada?

    A narrativa é em primeira pessoa, contando a história da protagonista desde a infância até a vida adulta.

  • Qual é a mensagem final do professor no vídeo?

    A mensagem final é a importância da leitura e do entendimento profundo das obras para o sucesso no vestibular.

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Gulir Otomatis:
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    E aí pessoal tudo bem Professor vad aí
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    de volta primeiro vídeo de 2025 hein
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    Estamos iniciando nossa jornada pela
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    lista da Fuvest né vad Você acabou de
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    falar 2025 você escreveu errado ó 2026
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    Sim nós trabalhamos agora a lista que
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    vai cair no vestibular 2026 né para o
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    ingresso em 2026 essa informação é para
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    aquele que tá chegando agora acabou de
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    cair do caminhão acabou de chegar aqui
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    nesse o universo
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    maravilhoso sendo irônico do vestibular
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    né essa loucura e gente por falar em
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    loucura aconteceu um negócio aconteceu V
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    pensa que foi de uma hora para outra né
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    isso nos foi avisado há um tempo já a
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    FUVEST ela depois de muitos anos
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    mantendo um padrão né normalmente os
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    nove livros e aí no ano seguinte
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    trocavam-se
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    dois três
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    aí mais No outro ano mais dois às vezes
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    mantinham o mesmo livro durante 5 6 anos
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    né houve época dessas listas durarem
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    assim uma
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    eternidade e Eles resolveram agora fazer
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    uma meio que uma revolução né trocar
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    todos os livros da lista e não só
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    aconteceu toda uma polêmica eu não vou
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    entrar no mérito dessa polêmica em
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    hipótese alguma mas para quem não sabe
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    se você tava numa caverna no ano passado
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    ou se esse assunto não te interessava
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    houve toda uma polêmica porque a lista
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    traz apenas mulheres autoras mulheres e
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    fugiu um pouco daquele
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    eh Olimpo né da literatura Então quando
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    você fala em prova de vestibular Você
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    normalmente fala dos clássicos canônicos
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    né daquelas obras assim que fazem parte
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    de uma de um conjunto fundamental aliás
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    né paraa nossa formação então cai
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    Machado de Assis cai essa de Queiroz cai
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    José de Alencar cai Graciliano Ramos
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    Guimarães Rosa aí caem mulheres clariss
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    Lispector e tal de repente eles optaram
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    por uma lista com nomes menos conhecidos
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    alguns deles Se bem que na lista há
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    também lija Fagundes Teles Raquel de
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    Queiroz né a própria Júlia Lopes de
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    Almeida que eu vou falar agora que já
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    caiu na Unicamp sofreu uma ento Mas
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    agora tá sendo resgatada a Paulina xizi
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    mas de qualquer maneira trouxe alguns
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    nomes completamente desconhecidos do
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    grande público né isso trouxe todo uma
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    discussão todo um debate que não vai ser
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    objeto da minha conversa com vocês agora
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    eu vim para falar dos livros e nós
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    trabalharemos esses livros uma sequência
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    que eu que eu optei aqui por fazer e não
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    é cronológica na verdade é é é uma
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    sequência quase aleatória eu eu eu
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    entendi que eu eu precisava fazer uma
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    leitura
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    eh com base em uma em uma preferência
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    minha em um gosto prévio confesso a
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    vocês não
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    conhecia todas as obras não conhecia ó
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    26 anos de sala de aula
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    mestrado estudos na Unesp na Unicamp
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    doutorado tudo pá eu não conhecia todas
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    as obras então se você tá aflito meu
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    Deus entraram autores eh que eu nunca
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    tinha ouvido falar livros que eu nunca
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    imaginei que existissem então tô perdido
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    Não primeiro lembre-se o problema que
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    aflige você aflige todos os candidatos
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    né não não acredito que haja muitos
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    candidatos ao vestibular que sejam
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    especialistas em Literatura a ponto de
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    conhecerem todas as obras e todas as
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    autoras pouco provável E aí é aquilo
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    vamos começar do zero todo mundo aí todo
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    mundo aí estudando todo mundo aí
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    trabalhando todo mundo com foco na
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    aprovação quando eu falo de livros eu
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    tenho uma uma postura eh quem já me
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    acompanha quem já já assistiu a outras
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    aulas minhas sabe que que eu tenho uma
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    uma conduta que eu procuro manter Desde
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    o Primeiro Momento eu entendo que se
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    existe uma lista de leitura se a FUVEST
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    colocou lá nove livros indicados que
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    serão cobrados em prova e você quer
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    estudar na USP o ano que vem eu sugiro
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    fortemente que você leia os livros Ah
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    vad mas aí também para que que eu vou
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    assistir a de livro se eu vou ter que
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    ler o livro Querido olha só presta
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    atenção em mim aqui qual é o meu papel
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    aqui meu papel é de
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    facilitador meu papel é de fazer um
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    trabalho de conexão entre aquilo que
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    você leu e eventualmente
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    provavelmente não entendeu pelo menos
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    não na sua totalidade E aí eu tô aqui
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    para te ajudar nisso para guiar o seu
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    olho para fazer uma análise
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    não adianta muito você assistir as aulas
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    de
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    livro Sem ter uma leitura porque veja
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    Pensa bem Você tem um enredo um longo
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    enredo né esses livros são um pouco mais
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    menos extensos né mais curtinhos né
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    Memórias de Marta mesmo o o o balada de
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    Amor ao Vento da Paulina chiziane o o
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    canar para menino grande
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    mas nós temos obras um pouco mais
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    robustas um pouco mais extensas e mesmo
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    esses mais curtos tem muitos detalhes no
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    enredo então tire da cabeça essa ideia
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    de que você vai assistir à aulas de
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    livro e vai estar livre da Leitura se
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    você tá concorrendo a uma vaga de alta
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    concorrência a uma Medicina Pinheiros
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    Ribeirão uma psicologia Ribeirão há uma
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    um direito de São Francisco dentre
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    outros cursos e eh e cência da
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    computação
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    e jornalismo esses cursos que tem muita
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    procura Eh você precisa ler você precisa
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    ler o livro e você aqui comigo vai ter a
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    obra destrinchada de modo a conseguir
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    compreender os detalhes os meandros E aí
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    não ser pego de surpresa na hora da
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    prova nós estamos Combinado então eu vou
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    repetir isso em cada aula e aí lê o
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    livro então tá bom então vamos aliás
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    aqui fica até uma observação muitos
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    alunos comentam comigo que fazem o
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    seguinte ó vad eu prefiro assistir a sua
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    aula primeiro para poder já entender a a
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    aquilo que eu tenho que procurar e
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    depois eu leio o livro cara legal é uma
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    é a tua estratégia cada um tem a sua
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    cada um tem a sua abordagem né Tem aluno
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    que vai falar assim não eu vou ler o
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    livro e depois eu assisto a aula e eu
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    vou tirando as dúvidas que eu fui
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    adquirindo ao longo da Leitura ué legal
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    tranquilo cada um cada um né Cada um tem
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    uma forma de agir não se preocupe não
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    tenha preocupação com o outro Ah mas
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    nossa eu conheço um cara que leu que já
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    conhecia todos os livros que já tinha
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    lido cada um deles que já sabia que
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    sabia quem era Paulina xian porque o
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    cara sabe tudo de Moçambique cara que
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    legal teu amigo é um cara antenado e
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    tudo eh ah vou te falar nós temos uma
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    quantidade enorme de candidatos Eu vou
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    falar para você que eh isso seria uma
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    exceção absurda tá então fica tranquilo
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    vamos à lista e espero que nós tenhamos
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    aí um ano de muito sucesso de muito
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    trabalho muito foco e de um resultado
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    sensacional lá no
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    final Memórias de Marta bom ó quando
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    você tá pensando um livro você precisa
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    pensar em cada um dos aspectos que
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    cercam a sua publicação o impacto dessa
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    publicação a importância do autor no seu
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    momento literário a importância da obra
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    na no conjunto de obras do autor tudo
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    isso é muito importante Então olha só
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    para começar a conversa
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    Eh vamos falar da Júlia Lopes de Almeida
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    gente a FUVEST esse ano traz apenas
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    autoras apenas mulheres e a FUVEST não
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    fez só isso ela também teve um cuidado
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    de escolher algumas autoras que sofreram
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    ao longo da história o que a gente chama
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    de
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    apagamento e olha eu acho que assim é
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    difícil você falar essa foi mais apagada
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    do que aquela porque sofrer apagamento é
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    uma coisa absurda uma coisa terrível
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    qualquer tipo de apagamento que tem
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    acontecido é ruim só que assim no caso
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    da Júlia Lopes de Almeida é um negócio
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    meio absurdo porque o que
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    acontece ela foi uma escritora né ela
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    nasceu em
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    1862 eh num período e viveu né num
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    período em que as mulheres realmente
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    tinham pouquíssimo espaço porém por
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    conta da sua da sua educação por conta
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    da sua família ela conseguiu ocupar
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    espaços que eram realmente inusitados na
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    época para uma mulher ela escreveu em
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    jornais ela escreveu em algumas revistas
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    ela ela eh possuía assim uma um trânsito
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    muito bom entre intelectuais ela se
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    mudou para Portugal Aliás ela se casou
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    em
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    Portugal teve uma uma atuação também
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    importante da naquele país como
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    intelectual respeitada como intelectual
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    e tal
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    eh Se você prestar atenção Olha só o ano
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    que ela publicou o o memória de Marta né
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    aqui por eu coloquei dois duas datas
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    diferentes é que o memória de Marta foi
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    publicado primeiramente em
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    folhetim folhetim para quem não saber
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    era um pequeno jornal que circulava
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    normalmente voltado paraa publicação de
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    obras literárias essas obras eram
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    publicadas
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    eh de de forma periódica né de forma eh
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    eh eh compartimentada então Peg pegava
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    se ali eventualmente um capítulo às
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    vezes quando quando eram obras mais
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    robustas meio Capítulo e aquilo ela ia
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    sendo publicado semanalmente né com uma
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    periodicidade ali desse folhetim
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    semanalmente ou quinzenalmente ou
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    mensalmente enfim de modo a que algumas
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    obras demoravam às vezes um ano para
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    para serem publicadas todas isso aqui é
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    curtin não foi tudo isso não o fato é
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    que o memórias de Marta foi publicado
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    primeiro em folhetim e só em 1899 quando
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    a Julia lóes de Almeida volta de
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    Portugal é que o livro sai no formato de
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    livro né efetivamente
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    eh a Júlia Lopes de Almeida tem uma uma
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    uma questão assim que que que que diz
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    respeito a ela que para mim talvez é a
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    mais absurda Talvez né se a gente pensar
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    em termos de apagamento de machismo de
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    misoginia ela foi amiga e e e e teve
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    proximidade com pessoas muito
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    importantes da literatura brasileira
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    entre elas o próprio Machado de Assis e
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    outras figuras de relevo ela participou
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    inclusive como como idealizadora
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    juntamente com esses com essas figuras
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    da fundação da Academia Brasileira de
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    Letras e isso daí foi
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    um Talvez uma das maiores injustiças da
  • 00:12:24
    história da literatura brasileira porque
  • 00:12:26
    ela participou da formação
  • 00:12:29
    da idealização da construção dessa dessa
  • 00:12:33
    dessa desse grupo mas ela não pode
  • 00:12:36
    participar ela nunca foi membro efetivo
  • 00:12:40
    da Academia porque a academia não
  • 00:12:42
    aceitava mulheres tem uma história
  • 00:12:46
    inclusive que para poder compensar o
  • 00:12:49
    fato da queela não teria sido aceita né
  • 00:12:54
    teria podido fazer parte do grupo de
  • 00:12:56
    acadêmicos que o marido dela acaba sendo
  • 00:12:59
    convidado como uma forma de compensar
  • 00:13:02
    gente isso é assim eh acho que eu não
  • 00:13:04
    preciso nem comentar o tanto que isso é
  • 00:13:06
    absurdo né ah não vou convidar você
  • 00:13:08
    porque você é mulher Mas vou chamar o
  • 00:13:09
    seu marido assim você fica contemplada
  • 00:13:12
    não não fica né não fica porque ela que
  • 00:13:14
    era a Grande escritora era um escritor
  • 00:13:17
    mediocre enfim é a vida grande escritora
  • 00:13:21
    viu gente grande escritora aliás para
  • 00:13:23
    quem já presta vestibular há algum tempo
  • 00:13:25
    ela é autora do livro a falência que
  • 00:13:28
    caiu na única Camp há algum tempo né uma
  • 00:13:31
    obra assim excelente a Júlia ela tem uma
  • 00:13:35
    característica que eu acho excepcional
  • 00:13:38
    eh e muito inusitada paraa sua época que
  • 00:13:42
    é dar voz ela da
  • 00:13:47
    voz às
  • 00:13:52
    mulheres veja nós temos na tradição da
  • 00:13:56
    literatura narrativa da língua
  • 00:13:59
    portuguesa e de outras tradições mas na
  • 00:14:01
    língua portuguesa Esse é clássico uma
  • 00:14:03
    tradição de protagonismo masculino não
  • 00:14:07
    que não haja exceções mas uma tradição
  • 00:14:10
    muito forte de protagonismo masculino né
  • 00:14:13
    de personagens homens e a Júlia ela vai
  • 00:14:18
    colocar personagens femininas que vão eh
  • 00:14:23
    eh
  • 00:14:24
    eh V vamos ter uma
  • 00:14:27
    profundidade que até então não era dada
  • 00:14:29
    às mulheres porque veja no romantismo
  • 00:14:32
    por exemplo você tem protagonismos
  • 00:14:34
    femininos mas as mulheres elas são
  • 00:14:38
    superficiais com algumas exceções né Nós
  • 00:14:41
    temos exceções Aurélia Camargo por
  • 00:14:43
    exemplo lá do do Alencar é uma exceção
  • 00:14:46
    uma personagem mais robusta a Luciula do
  • 00:14:49
    próprio Alencar Mas no geral a
  • 00:14:51
    personagem feminina acaba sendo aquele
  • 00:14:54
    bibelô né aquela heroína que deve ser
  • 00:14:58
    salva pelo herói romântico e tal quando
  • 00:15:01
    a gente chega no realismo Isso muda um
  • 00:15:03
    pouco né como não não deixar de citar
  • 00:15:06
    Capitu né grande personagem talvez a
  • 00:15:09
    maior personagem do Machado de Assis
  • 00:15:12
    acontece que a Júlia lóis Almeda leva
  • 00:15:15
    isso às últimas consequências as obras
  • 00:15:18
    dela trazem basicamente mulheres não só
  • 00:15:22
    como protagonistas porque veja a Capitu
  • 00:15:25
    ela tem um protagonismo mas ela tem
  • 00:15:27
    também ela é vítima também do Olhar
  • 00:15:29
    machista da sociedade até hoje aliás né
  • 00:15:32
    quando se vai analisar a cap
  • 00:15:35
    principalmente para quem não entendeu
  • 00:15:36
    muito bem o livro né coloco algumas
  • 00:15:39
    questões ali meio meio meio bobas agora
  • 00:15:42
    aqui não aqui as mulheres são
  • 00:15:44
    protagonistas são donas das suas vidas
  • 00:15:47
    elas chamam a responsabilidade para si e
  • 00:15:50
    elas assumem um papel de protagonismo um
  • 00:15:55
    papel de serem Donas do seu destino
  • 00:16:00
    eh o que na época seria chamado de papel
  • 00:16:02
    de homem por exemplo chefe da casa né
  • 00:16:05
    então Eh por exemplo no livro a falência
  • 00:16:08
    que eu citei agora a pouco quando
  • 00:16:10
    acontece lá o suicídio do do personagem
  • 00:16:13
    né até então personagem principal né O
  • 00:16:16
    que é o Francisco
  • 00:16:17
    eh Teodoro ele ele morre e as mulheres
  • 00:16:23
    da casa tomam a frente e vão sobreviver
  • 00:16:26
    né vão viver então personagens mulheres
  • 00:16:31
    Donas da sua vida isso é muito
  • 00:16:34
    importante bom
  • 00:16:37
    eh primeira questão né como eu disse a
  • 00:16:40
    gente tem que pensar em tudo que gira em
  • 00:16:42
    torno da obra eh é um romance ou é uma
  • 00:16:49
    novela Gente Isso aqui é uma questão
  • 00:16:51
    teórica vad mas nossa eu primeiro dia de
  • 00:16:55
    aula lá do primeiro ensino médio a gente
  • 00:16:58
    aprende lá gêneros literários a gente
  • 00:17:00
    aprende que o Aristóteles dividiu a a
  • 00:17:03
    literatura lá no livro A poética em eh
  • 00:17:07
    Épica lírica e dramática que depois essa
  • 00:17:10
    divisão fui ganhando outros contornos e
  • 00:17:12
    tal e especificidades E aí hoje nós
  • 00:17:15
    temos aí os diversos gêneros literários
  • 00:17:19
    conto crônica romance novela e tal aqui
  • 00:17:23
    eh se vocês procurarem assim eh eh em
  • 00:17:27
    apostilas livros didáticos obras que
  • 00:17:30
    trazem o tema de forma um pouco mais
  • 00:17:31
    superficial eles vão falar em extensão
  • 00:17:34
    basicamente romance é uma narrativa mais
  • 00:17:36
    longa novela é uma narrativa mais curta
  • 00:17:39
    e também na questão nuclear a novela tem
  • 00:17:42
    apenas um núcleo único núcleo né Eh
  • 00:17:45
    dividido em em em Capítulos em partes né
  • 00:17:51
    então a novela seria mais longa que um
  • 00:17:53
    conto o conto ele é micro né o conto
  • 00:17:55
    trabalha apenas uma um aspecto de um
  • 00:17:58
    único lugar lug né a definição clássica
  • 00:18:00
    do conto num único lugar dentro de num
  • 00:18:03
    Único dia no período curto também foi se
  • 00:18:05
    modificando só que aí gente eu quero
  • 00:18:07
    deixar claro para vocês uma coisa a
  • 00:18:10
    literatura ela é mais dinâmica do que a
  • 00:18:14
    teoria ó vou te explicar isso eu pego um
  • 00:18:18
    teórico você escolhe um teórico qualquer
  • 00:18:20
    o melhor de todos e tal vamos supor que
  • 00:18:22
    eu fosse possível alguém
  • 00:18:24
    e sistematizar tudo aquilo que já foi
  • 00:18:27
    escrito e separar em inhas e colocar e
  • 00:18:30
    encontrar definições e colocar tudo
  • 00:18:32
    bonitinho ali e tal se no dia seguinte
  • 00:18:35
    Alguém escreveu um livro que foge dessa
  • 00:18:38
    classificação por alguma razão pronto
  • 00:18:40
    essa teoria já não consegue abarcar tudo
  • 00:18:43
    então eu quero que eu quero dizer que
  • 00:18:45
    teoria geralmente não consegue abarcar
  • 00:18:47
    tudo né
  • 00:18:49
    Eh você vai encontrar na
  • 00:18:52
    internet pessoas que vão defender que
  • 00:18:54
    isso aqui é um romance e pessoas e
  • 00:18:58
    pessoas que porque até porque a novela
  • 00:18:59
    era um gênero já menos utilizado na
  • 00:19:02
    época então isso aqui seria um romance
  • 00:19:03
    curto né ele tem dependendo da edição 80
  • 00:19:06
    90 páginas e outros vão dizer que não
  • 00:19:09
    que realmente é uma novela porque tem um
  • 00:19:11
    único núcleo uma única história dividida
  • 00:19:13
    em em em em em capítulos e é isso bom a
  • 00:19:20
    FUVEST pode questionar isso pode ela
  • 00:19:23
    pode ela pode fazer uma pergunta teórica
  • 00:19:25
    e qual o que que você tem que saber para
  • 00:19:27
    isso bom você precisa estudar a teoria
  • 00:19:29
    você precisa eh eh estar seguro Então
  • 00:19:32
    qual que é a definição de romance bom o
  • 00:19:34
    romance ele nasce enquanto gênero Na
  • 00:19:37
    verdade ele nasce lá no século X eh o
  • 00:19:40
    primeiro romance da literatura ocidental
  • 00:19:42
    é o Don quichotte de lamantia Então qual
  • 00:19:45
    que é a característica do romance é uma
  • 00:19:46
    narrativa longa ela é longa e
  • 00:19:49
    multinuclear ela tem vários núcleos ela
  • 00:19:52
    tem um protagonista ou protagonistas ela
  • 00:19:55
    tem subnúcleo subdivisões né Eh que vão
  • 00:19:59
    se se interligando então é uma narrativa
  • 00:20:02
    mais complexa né em termos de
  • 00:20:05
    estrutura a a as novelas Elas são
  • 00:20:08
    narrativas de uma ún de um único núcleo
  • 00:20:11
    um único assunto uma única questão um
  • 00:20:13
    único aspecto que vai ser um pouquinho
  • 00:20:17
    eh mais longo que o que o que a gente
  • 00:20:19
    chama de conto os contos vão ganhar
  • 00:20:22
    protagonismo lá no século XIX
  • 00:20:24
    principalmente no realismo os romances
  • 00:20:27
    eles vão ganhar destaque no romantismo e
  • 00:20:30
    aí você vai ter longos romances que vão
  • 00:20:32
    trazer ali aqueles romances românticos e
  • 00:20:35
    tal tal no realismo a gente continua
  • 00:20:37
    tendo né o grandes romancistas grandes
  • 00:20:40
    autores de romance ó romance é gênero tá
  • 00:20:43
    é uma palavra polissêmica né você fala
  • 00:20:46
    em romance você tá dando aula em sala de
  • 00:20:48
    aula agora nós vamos falar de romance na
  • 00:20:50
    cabeça das pessoas já saem corações
  • 00:20:52
    assim P fica imaginando Ai que lindo eu
  • 00:20:55
    adoro romance ó romance é gênero R hipó
  • 00:20:59
    é romance tá memórias poas culpas é
  • 00:21:03
    romance só que é um romance realista né
  • 00:21:06
    então quando a gente fala ah eu gosto de
  • 00:21:08
    livro de romance não você gosta de livro
  • 00:21:10
    que tenha o que uma temática sentimental
  • 00:21:11
    Ah então tá então você Tá misturando aí
  • 00:21:14
    as as possíveis definições dessa palavra
  • 00:21:18
    né os possíveis usos dessa palavra tá
  • 00:21:20
    que eu tô falando de gênero Beleza então
  • 00:21:24
    tudo bem é um romance ou é uma novela
  • 00:21:28
    Como eu disse você vai encontrar na
  • 00:21:29
    internet pessoas que defendem que ele é
  • 00:21:30
    um romance curto pessoas que defendem
  • 00:21:32
    que ele é uma novela Qual que é o
  • 00:21:34
    argumento bom o argumento de quem
  • 00:21:36
    defende que ele é um romance é de que
  • 00:21:38
    novelas não eram mais eh não estavam na
  • 00:21:40
    moda nessa época as pessoas escreviam
  • 00:21:42
    romances né Por causa do romantismo e
  • 00:21:44
    depois do Realismo né ó publicado em
  • 00:21:48
    1888 o machado já tinha publicado
  • 00:21:51
    o
  • 00:21:53
    o Memórias Póstumas e tava eh para
  • 00:21:57
    publicar o Quinas Borba né que saiu em
  • 00:22:02
    1891 então e já já havia vários outros
  • 00:22:06
    romances e tal de qualquer maneira há
  • 00:22:09
    quem defenda então que é um curto que é
  • 00:22:10
    um romance curto Eu particularmente não
  • 00:22:13
    acho ruim e chamar de novela eu acho que
  • 00:22:16
    é é
  • 00:22:17
    mais honesto em termos teóricos né se eu
  • 00:22:21
    for analisar realmente a estrutura tal
  • 00:22:23
    por quê bom porque é uma narrativa de um
  • 00:22:25
    único núcleo né uma única uma única
  • 00:22:28
    estão aqui As Memórias da Marta não tem
  • 00:22:31
    núcleos Paralelos não tem nada acontece
  • 00:22:33
    com outros personagens a não ser com com
  • 00:22:35
    a com a própria Marta só né curto breve
  • 00:22:39
    então ficamos assim
  • 00:22:45
    memórias essa expressão aqui ela em
  • 00:22:49
    geral eu já já explico porque que eu tô
  • 00:22:51
    falando em geral em geral nos remete a
  • 00:22:54
    obras narradas em primeira pessoa você
  • 00:22:56
    concorda que isso parece meio l lóg é
  • 00:22:59
    meio Óbvio assim ah vou escrever as
  • 00:23:01
    minhas memórias ué nasci numa tarde de
  • 00:23:05
    entendeu né primeira pessoa você não vai
  • 00:23:07
    falar de você mesmo em terceira pessoa
  • 00:23:09
    né não sei que você sei lá Dev ter umas
  • 00:23:12
    pessoas assim mas aí já é às vezes uma
  • 00:23:14
    questão uma tem que tem que dar uma uma
  • 00:23:17
    pesquisada nesse ser humano não é isso
  • 00:23:20
    Você fala de você mesmo em primeira
  • 00:23:22
    pessoa ó eu morei em uma rua tranquila
  • 00:23:25
    na cidade de São Paulo tal tal tal né ó
  • 00:23:28
    morei eu primeira pessoa então é um
  • 00:23:31
    livro em primeira pessoa são memórias
  • 00:23:33
    Por que eu falei que geralmente
  • 00:23:35
    eh alunos mais atentos né que gostam de
  • 00:23:39
    ler gostam de leitura ah é verdade nevad
  • 00:23:41
    memórias spte Bras Cubas também é em
  • 00:23:43
    primeira pessoa sim é são as memórias do
  • 00:23:46
    brascubas mas e Memórias de um Sargento
  • 00:23:48
    de Milícia é um livro esquisito né Chama
  • 00:23:51
    memórias mas é escrito em terceira
  • 00:23:52
    pessoa bom Aqui é só para você entender
  • 00:23:55
    que a toda a regra toda a regra tem ess
  • 00:23:58
    ões né Eh meio esquisito aquele título O
  • 00:24:02
    livro é ótimo mas aqui são memórias que
  • 00:24:06
    seguem esse padrão então a Marta é a
  • 00:24:10
    protagonista então a Marta é a
  • 00:24:16
    protagonista e o livro ele vai em
  • 00:24:20
    primeira pessoa contar a história da
  • 00:24:22
    vida dessa moça dessa Marta né já adulta
  • 00:24:27
    narrando as suas
  • 00:24:29
    Desventuras o livro tem uma pegada muito
  • 00:24:32
    pesada muito muito muito muito muito a
  • 00:24:36
    Marta ela vive uma vida Gente vou dizer
  • 00:24:39
    para vocês uma vida miserável mas na
  • 00:24:42
    acepção mais clássica da palavra né a a
  • 00:24:47
    obra já começa com a Marta criança né
  • 00:24:50
    ela ela tá adulta ela vai falar dela da
  • 00:24:52
    infância dela
  • 00:24:54
    eh e ela fala assim de uma forma muito
  • 00:24:57
    muito muito pesada muito carregada o
  • 00:25:00
    livro começa tem uma ideia vaga da casa
  • 00:25:02
    em que nasci e onde morei até os 5 anos
  • 00:25:06
    um ou outro canto ficou desenhado em
  • 00:25:08
    meus espíritos em meu espírito quase
  • 00:25:10
    tudo porém se perde num esboço confuso
  • 00:25:13
    assim as cenas entre tantas coisas
  • 00:25:16
    tantos tipos tantas palavras que se
  • 00:25:18
    refletiram nas minhas pupilas de criança
  • 00:25:20
    ou que vibraram em meus ouvidos o que
  • 00:25:23
    ficou bem pouco lembro por exemplo de um
  • 00:25:26
    ângulo de Quintal onde havia um Ban
  • 00:25:28
    tosco e um tanzinho redondo que servia
  • 00:25:31
    de Bebedouro as galinhas era ali que Eu
  • 00:25:33
    lavava as roupas das bonecas lembro
  • 00:25:35
    também do papel da salinha de jantar
  • 00:25:37
    cheio de xins e quiosques e de um vão de
  • 00:25:40
    janela onde se armava o presépio pelo
  • 00:25:42
    Natal os quartos os móveis os criados de
  • 00:25:46
    tudo isso me recordo às vezes mas numa
  • 00:25:48
    fugacidade tal que não me fica a
  • 00:25:50
    sensação da Saudade mas a da
  • 00:25:54
    dúvida gente logo depois ela começa a
  • 00:25:57
    contar e relembrar de quando ela viu o
  • 00:26:00
    pai morto assim na sequência aos 5 anos
  • 00:26:04
    e assim e é um negócio muito forte né
  • 00:26:07
    das cenas lembra-me eh lembra-me da
  • 00:26:10
    mudança o homem zangado mandando pôr
  • 00:26:12
    nossos trastes na rua minha mãe chorosa
  • 00:26:16
    aconchegando-se a mim uma vez que entrei
  • 00:26:18
    numa alcova onde estava um homem morto
  • 00:26:21
    muito magro lívido estirado sobre a cama
  • 00:26:24
    com um hábito escuro de cordões brancos
  • 00:26:27
    as mãos entr adas e o queixo amarrado
  • 00:26:30
    com um lenço era meu pai então assim o
  • 00:26:34
    livro isso é a primeira página do livro
  • 00:26:36
    na primeira página do livro A gente já
  • 00:26:37
    tem aqui a Marta vivendo essa esse
  • 00:26:41
    trauma né E lá na sequência você vai ver
  • 00:26:43
    que a mãe a obriga a entrar no quarto a
  • 00:26:46
    mãe tá desesperada e a obriga ver o
  • 00:26:49
    difunto né ver o pai e elas conseguem se
  • 00:26:51
    desvencilhar e sair correndo e tal a
  • 00:26:54
    partir daí começa a vidinha da Marta e
  • 00:26:57
    da mãe elas são obrigadas a se mudar
  • 00:27:00
    para um Cortiço e cara isso daqui tem um
  • 00:27:06
    sabor muito sensacional porque assim só
  • 00:27:10
    dois anos depois a luí Azevedo
  • 00:27:14
    publicaria aquela que é Talvez uma das
  • 00:27:16
    obras mais antológicas mais absurdamente
  • 00:27:20
    importantes da literatura brasileira do
  • 00:27:22
    século XIX que é o
  • 00:27:25
    cortiço então a jula lápis de Almeida
  • 00:27:28
    antecipou em 2 anos essa escolha por um
  • 00:27:33
    ambiente degradado um ambiente promisc
  • 00:27:37
    um ambiente sujo um ambiente assim de
  • 00:27:40
    miséria escancarada para poder ambientar
  • 00:27:43
    o seu livro né ela ela teve essa sacada
  • 00:27:46
    antes do aloíso Azevedo Isso é isso é
  • 00:27:49
    muito sensacional é muito legal e olha o
  • 00:27:52
    olha só como é duro você saber o
  • 00:27:54
    apagamento Que ela sofreu né uma pessoa
  • 00:27:56
    que tem que teve essa essa essa
  • 00:27:59
    sensibilidade paraa época né de
  • 00:28:01
    focalizar a miséria Aqui começa a se
  • 00:28:04
    construir uma classificação pro livro ó
  • 00:28:07
    ele é publicado num período
  • 00:28:10
    1888 em que no Brasil nós vivíamos o
  • 00:28:14
    realismo naturalismo quando eu falo da
  • 00:28:17
    Júlia aliás eu tenho uma eh eh uma uma
  • 00:28:21
    posição em relação à sua à sua se nós
  • 00:28:24
    pudéssemos dizer assim né Qual é a
  • 00:28:26
    classificação eh não sei se Dá para
  • 00:28:28
    colocar a Júlia Lopes de Almeida numa
  • 00:28:30
    caixinha só porque a medida em que a
  • 00:28:33
    obra dela
  • 00:28:35
    amadurece né Aqui nós estamos falando do
  • 00:28:37
    início da produção dela a medida em que
  • 00:28:39
    a obra dela
  • 00:28:40
    amadurece ela fica muito perto muito
  • 00:28:43
    próxima daquilo que a gente entende
  • 00:28:45
    chamar de pré-modernismo eu eu defendo
  • 00:28:47
    isso tranquilamente assim não nesse
  • 00:28:51
    livro tá não nesse livro mas as
  • 00:28:54
    Produções posteriores dela pela
  • 00:28:56
    focalização de o Brasil Urbano por uma
  • 00:28:59
    visão crítica de uma sociedade que
  • 00:29:01
    começa a se construir em torno do
  • 00:29:02
    rentismo da acumulação as diferenças
  • 00:29:05
    sociais e eh uma uma visão um pouco mais
  • 00:29:09
    mais eh eh científica qu acadêmica
  • 00:29:13
    eh eu vou dizer que a gente consegue
  • 00:29:17
    filiar a Júlia nesse momento também só
  • 00:29:20
    que posteriormente na maturidade da obra
  • 00:29:22
    dela aqui nós vamos eu vou inclusive
  • 00:29:25
    falar um pouco do estilo depois mas ah
  • 00:29:28
    em termos de temática e de abordagem
  • 00:29:31
    Realismo naturalismo Com certeza várias
  • 00:29:34
    passagens que podem ser classificadas
  • 00:29:36
    como naturalistas uma visão realista né
  • 00:29:39
    de crítica social e tal e no estilo é um
  • 00:29:44
    estilo um pouco carregado ainda de
  • 00:29:46
    século XIX né Vamos colocar aqui ó
  • 00:29:49
    nasceu em 62 O livro é de 88 tinha então
  • 00:29:52
    26 anos de idade quando publicou esse
  • 00:29:55
    livro e talvez ainda em influenciada por
  • 00:29:59
    uma forma meio romântica de escrever né
  • 00:30:02
    o estilo dela é um pouco carregado para
  • 00:30:05
    para de uma de uma nas nas descrições
  • 00:30:07
    mas eu vou mostrar isso já já olha só a
  • 00:30:12
    Marta vai morar com a mãe então que
  • 00:30:14
    aliás também se chama Marta uma vez só
  • 00:30:17
    aparece isso no livro vai morar com a
  • 00:30:19
    mãe num
  • 00:30:21
    cortiço a mãe passa a trabalhar
  • 00:30:23
    engomando roupa que engomando é passar
  • 00:30:26
    pass passadeira de roupa e tal
  • 00:30:29
    a Marta é criança elas vivem uma vida
  • 00:30:31
    miserável ela descreve num dos momentos
  • 00:30:33
    que o almoço delas eh consistia de pão
  • 00:30:37
    velho pão duro e café ralo era isso que
  • 00:30:43
    ela comia ela sentia fraqueza porque não
  • 00:30:46
    tinha muito o que comer né então o tema
  • 00:30:49
    da Fome vai aparecer aqui vai aparecer
  • 00:30:52
    também uma questão importante Veja a
  • 00:30:56
    Marta lá na frente a a ela e a mãe
  • 00:30:58
    conversando a mãe conta o que que foi
  • 00:31:01
    que aconteceu né O pai dela ele ele se
  • 00:31:04
    matou o pai dela foi um cara que
  • 00:31:08
    eh Trabalhou muito teve uma vida pobre
  • 00:31:12
    muito honesta porém conseguiu encontrar
  • 00:31:15
    uma oportunidade de trabalhar como na
  • 00:31:17
    época eles chamavam de caixeiro viajante
  • 00:31:19
    que é vendedor né e ele viajava vendendo
  • 00:31:23
    e tal e acumulando algum dinheiro
  • 00:31:25
    Conseguiu dar pra família algum conforto
  • 00:31:28
    uma casa uma situação melhor e ele
  • 00:31:32
    trabalhava bastante porque ele queria
  • 00:31:33
    que a filha tivesse um Dote isso daí vai
  • 00:31:38
    ser um peso depois na Marta a Marta só
  • 00:31:40
    sofre gente é uma coisa meio terrível
  • 00:31:42
    bom um peso na cabeça da Marta porque na
  • 00:31:46
    cabeça dela fica o quê O pai e e viajava
  • 00:31:50
    muito ela não se lembra muito da cara do
  • 00:31:52
    pai e aí ele teve um problema muito
  • 00:31:54
    sério ele fez uma venda lá para uma
  • 00:31:57
    empresa
  • 00:31:58
    pra qual ele trabalhava e ele foi
  • 00:32:01
    roubado desse dinheiro dessa venda E aí
  • 00:32:04
    os donos da empresa não acreditaram no
  • 00:32:06
    roubo e o acusaram de ter se apropriado
  • 00:32:08
    do dinheiro ele não podendo provar quer
  • 00:32:11
    dizer não tendo como provar
  • 00:32:13
    e ele acaba sendo tomado por uma
  • 00:32:16
    vergonha terrível
  • 00:32:18
    inocente mas com vergonha pobre quer
  • 00:32:21
    dizer os donos da empresa vem para cima
  • 00:32:24
    dele e ele acaba resolvendo tirar a
  • 00:32:26
    própria vida E aí deixa a mulher e a
  • 00:32:30
    filha na miséria elas perdem a casa e
  • 00:32:33
    elas são obrigadas a ir morar no Cortiço
  • 00:32:35
    olha só essa história tem no livro do
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    aluiz Azevedo a pombinha e a mãe dela
  • 00:32:41
    vive uma história muito semelhante né a
  • 00:32:43
    dona Isabel fica viúva elas são muito
  • 00:32:46
    pobres elas são obrigadas a ir morar no
  • 00:32:48
    Cortiço Bom enfim eh interessante você
  • 00:32:51
    ficar atento a essas similaridades o
  • 00:32:54
    fato é que a vida da Marta vai vai
  • 00:32:58
    passando e o livro é muito bonito também
  • 00:33:01
    no sentido de que vai mostrando pra
  • 00:33:03
    gente essa essa força que a que a Marta
  • 00:33:07
    tem e que a mulher vai ter que ter nesse
  • 00:33:09
    momento histórico porque o momento em
  • 00:33:11
    que a mulher não tem direito a nada
  • 00:33:13
    absolutamente nada não tem condição de
  • 00:33:16
    fazer nada e eh A não ser se preparar
  • 00:33:18
    pro casamento então a mãe da da da Marta
  • 00:33:21
    ela fica tempo todo preocupada porque a
  • 00:33:23
    filha não parece ter jeito pros
  • 00:33:25
    trabalhos domésticos tudo que a Marta
  • 00:33:27
    tenta fazer em casa ela não consegue
  • 00:33:31
    eh um belo dia a Marta resolve lá
  • 00:33:35
    descobre que existe a escola e ela
  • 00:33:38
    resolve começar a estudar essa parte do
  • 00:33:41
    livro é muito legal porque assim a Marta
  • 00:33:44
    consegue Talvez o único Resgate que ela
  • 00:33:47
    vai conseguir em termos de de de vida em
  • 00:33:50
    termos sociais vai se dá por meio da
  • 00:33:53
    educação né Isso é um é um é um tema que
  • 00:33:56
    a Júlia trabalha muito dos seus livros a
  • 00:33:59
    mulher consegue se se colocar a partir
  • 00:34:01
    da educação a partir do estudo e a Marta
  • 00:34:05
    começa a frequentar a escola ela é muito
  • 00:34:07
    pobre ela não tem roupa Ela fica
  • 00:34:09
    morrendo de vergonha um dia uma freguesa
  • 00:34:12
    da mãe dela dá umas roupas e aí ela tem
  • 00:34:14
    ela não tinha ido à escola ainda porque
  • 00:34:16
    ela não tinha roupa para ir pra escola e
  • 00:34:18
    aí ela consegue e isso vai se
  • 00:34:21
    construindo de uma forma muito bonita
  • 00:34:23
    muito forte muito triste né a menina tr
  • 00:34:27
    izada ela se sente horrível ela é muito
  • 00:34:29
    magra ela é meio ela se sente meio torta
  • 00:34:32
    meio não teve todos os nutrientes
  • 00:34:34
    necessários ela tem que estudar muito
  • 00:34:36
    porque ela não consegue entender as
  • 00:34:38
    coisas mas se esforça profundamente
  • 00:34:41
    acaba encontrando na dona
  • 00:34:48
    Aninha que é a
  • 00:34:53
    professora uma pessoa que acredita nela
  • 00:34:56
    uma pessoa que tem uma outra outro
  • 00:34:58
    status social gente nessa época
  • 00:35:00
    professor professor pertencia a um outro
  • 00:35:02
    nível social professor era uma figura de
  • 00:35:05
    destaque de relevo ela chamava de mestra
  • 00:35:08
    a mulher morava numa casona tinha lá
  • 00:35:10
    claro casada com um conselheiro com um
  • 00:35:12
    cara rico também mas de qualquer maneira
  • 00:35:14
    as pessoas que exerciam Essas funções
  • 00:35:17
    tinham também boa remuneração tinham uma
  • 00:35:19
    boa vida e tal bom o livro se gira em
  • 00:35:23
    torno Então dessa relação da Marta com
  • 00:35:26
    esse meio
  • 00:35:28
    né E ela tentando sempre fugir dele por
  • 00:35:31
    exemplo ela morre de vergonha de morar
  • 00:35:33
    no Cortiço a os vizinhos dela são
  • 00:35:36
    pessoas extremamente complicadas a tem
  • 00:35:39
    uma uma mulher que ela se refere a ela
  • 00:35:41
    como uma ilhoa né ilhoa era uma forma
  • 00:35:44
    pejorativa de de de de se referir a
  • 00:35:47
    pessoas imigrantes que tinham vindo das
  • 00:35:49
    ilhas ilhas da madeira da Ilha de Açores
  • 00:35:51
    então pessoas meio grosseiras e tal a a
  • 00:35:54
    o marido dessa mulher era carroceiro e
  • 00:35:58
    eles vivem assim eh as crianças jogadas
  • 00:36:01
    na rua a mulher muito violenta bate ao
  • 00:36:04
    mesmo tempo muito carinhosa eh eh com os
  • 00:36:07
    filhos é uma uma relação meio meio meio
  • 00:36:09
    maluca eh eh não é falar do nome dessa
  • 00:36:13
    personagem mas ela é muito interessante
  • 00:36:16
    porque ela é uma das razões pelas quais
  • 00:36:18
    a Marta quer sair dali ela não aguenta
  • 00:36:21
    viver naquele lugar né uma mulher uma
  • 00:36:23
    mulher grosseron e muito brava a família
  • 00:36:26
    dela você ter uma dela tem um filho O
  • 00:36:28
    menino tem 8 anos de idade ele fica
  • 00:36:30
    pegando guimba de cigarro do chão e
  • 00:36:32
    fumando o resto do cigarro e aí ele vai
  • 00:36:34
    para um bar que tem próximo e o dono do
  • 00:36:36
    bar se diverte dando pinga pro moleque e
  • 00:36:39
    o moleque começa a ficar viciado em
  • 00:36:41
    ácool o moleque morre depois por conta
  • 00:36:43
    do vício no álcool Então umas coisas
  • 00:36:46
    meio pesadas assim bem pesadas mesmo bom
  • 00:36:49
    o fato é que o tempo vai passando e a
  • 00:36:53
    Marta Apesar de todas as dificuldades
  • 00:36:55
    Apesar de todas as tud verdade tudo ela
  • 00:36:59
    consegue avançar nos estudos ela
  • 00:37:01
    consegue subir né E ela se torna lá uma
  • 00:37:04
    aprendiz né é muito interessante ver
  • 00:37:06
    inclusive o sistema educacional né é uma
  • 00:37:08
    escola é uma uma classe de meninas e
  • 00:37:11
    elas aprendem lá eh eh aspectos gerais
  • 00:37:14
    assim da da de uma Educação Básica mas
  • 00:37:17
    aprende também a abordar aprend a fazer
  • 00:37:19
    crochê aprende a costurar coisas assim
  • 00:37:22
    para moças da época né moças de fino
  • 00:37:25
    trato o fato é que a Marta vai crescendo
  • 00:37:29
    nessas habilidades e também nos estudos
  • 00:37:33
    nos estudos da dos conteúdos em geral e
  • 00:37:36
    ela vai fazendo provas e essas provas
  • 00:37:39
    vão trazendo para ela os títulos
  • 00:37:40
    necessários para que num dado momento lá
  • 00:37:44
    na frente ela consiga finalmente passar
  • 00:37:48
    no concurso e se tornar professora aí
  • 00:37:51
    você vai falar nossa então o livro tem
  • 00:37:53
    um final feliz que maravilha gente não
  • 00:37:56
    né não a Marta ela passa a vida toda ela
  • 00:38:00
    é um personagem que vai carregar uma
  • 00:38:03
    perturbação ela ela tem uma cena bem no
  • 00:38:06
    começo do livro em que ela vai com a mãe
  • 00:38:09
    levar roupa na casa de uma freguesa
  • 00:38:11
    quando ela chega essa freguesa Tem uma
  • 00:38:13
    filhinha e essa filha tá brincando com
  • 00:38:15
    uma boneca uma boneca francesa
  • 00:38:17
    madmoiselle Rosa acho que é E aí ela vê
  • 00:38:22
    aquilo ela fica desesperada ela tem 7
  • 00:38:25
    anos e ela fica desesperada ela tava
  • 00:38:27
    usando uma roupa toda puída toda
  • 00:38:30
    detonada e a menina sentada num tapete
  • 00:38:33
    maravilhoso com aquela boneca francesa
  • 00:38:36
    com um vestido todo cheio de fitas de
  • 00:38:39
    seda e de cetim de não sei o que lá e
  • 00:38:42
    ela fica maravilhada mas ao mesmo tempo
  • 00:38:44
    tem um espelho esse espelho é muito
  • 00:38:46
    interessante tem um espelho na sala e
  • 00:38:49
    ela se vê de pé ao lado da menina da
  • 00:38:52
    idade dela e a menina da idade dela é
  • 00:38:55
    robusta
  • 00:38:56
    é corada de olhos azuis fofinha
  • 00:39:01
    maravilhosa e tal e a Marta ela ela se
  • 00:39:03
    enxerga com aquele cabelo desgrenhado
  • 00:39:06
    com aquela roupa velha toda puída e e
  • 00:39:09
    ela ela entra numa numa tristeza uma
  • 00:39:12
    tristeza tão profunda por se reconhecer
  • 00:39:16
    nessa miséria nessa
  • 00:39:18
    condição bom essa freguesa no fim é a
  • 00:39:21
    que dá as roupas e acaba ajudando a
  • 00:39:23
    Marta em algumas coisas porque no fim é
  • 00:39:25
    meio isso ela vai conseguir seguir na
  • 00:39:28
    vida por causa dessa caridade então o
  • 00:39:30
    livro vai reforçar muito Esse aspecto
  • 00:39:33
    social né Essa questão social essa essa
  • 00:39:36
    diferença n de classes que vai esmagar
  • 00:39:40
    as pessoas mais pobres e que vai criar
  • 00:39:42
    privilégios obviamente bom quando a
  • 00:39:45
    Marta já tem lá seus 20 anos ela ainda é
  • 00:39:48
    uma uma uma espécie de estagiária
  • 00:39:51
    assessora ela não conseguiu ainda o
  • 00:39:53
    concurso Então ela trabalha na escola
  • 00:39:56
    ela tem um ordenado e ela é meio que
  • 00:39:58
    ajudante assessora da dona Aninha que é
  • 00:40:01
    a professora titular ali da escola né a
  • 00:40:04
    dona da cadeira né como eles usam esse
  • 00:40:06
    termo Aí naquele momento usa-se até hoje
  • 00:40:09
    o fato é que essa donaninha de uma
  • 00:40:12
    família rica e ela tenta animar a Marta
  • 00:40:15
    sempre ela tenta ela tenta não vou dizer
  • 00:40:17
    que não então por exemplo ela chama a
  • 00:40:19
    Marta uma vez para um para um pequeno
  • 00:40:21
    uma pequena festa uma pequena celebração
  • 00:40:23
    na casa dela a dona Ninha é rica ela ela
  • 00:40:26
    tem ótimas relações então quando a Marta
  • 00:40:28
    chega com um vestido todo todo humilde
  • 00:40:33
    assim a mãe faz o que pode para torná-la
  • 00:40:35
    né apresentável Mas enfim né todo mundo
  • 00:40:39
    ali percebe que ela não não pertence
  • 00:40:41
    aquele aquele ambiente as pessoas vão
  • 00:40:44
    dançar lá uma dessas danças de salão da
  • 00:40:46
    época e aí a dona Ninha insiste para que
  • 00:40:48
    a Marta dance também mas ela não sabe
  • 00:40:50
    ela não teve essa educação e burguesa
  • 00:40:54
    educação aristocrática esmerada né ela
  • 00:40:56
    não sabe Então ela acaba passando
  • 00:40:58
    vergonha e eh as pessoas ficam olhando
  • 00:41:02
    para ela ela percebe que ela ali é um
  • 00:41:04
    peixe fora da água né aliás nessa cena
  • 00:41:07
    também ela se vê no espelho né fazendo
  • 00:41:10
    uma referência aquela cena inicial e ela
  • 00:41:12
    se vê toda toda miserável toda destruída
  • 00:41:16
    ali e tal então É é bem bem triste bem
  • 00:41:19
    pesado nessa Cena ela conhece umas moças
  • 00:41:22
    que são primas parentas lá da da da dona
  • 00:41:25
    Ninha e ela fica maravilhada porque as
  • 00:41:27
    moças usam uns vestidos umas roupas umas
  • 00:41:30
    coisas falam umas coisas que ela não tem
  • 00:41:33
    noção do que que é ela não sabe o que
  • 00:41:35
    que é aquela vida a vida dela foi ser
  • 00:41:37
    filha da da da passadeira morar no
  • 00:41:40
    Cortiço e tal ah com relação a casa
  • 00:41:44
    quando a a a Marta vira aprendiz né vira
  • 00:41:48
    estagiária lá o que quer que seja D
  • 00:41:51
    professora passa a receber um ordenado
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    ela aluga uma casinha fora do Cortiço
  • 00:41:56
    próximo a escola ainda no bairro de São
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    Cristóvão que elas moram no Rio de
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    Janeiro mas ela passa a viver então numa
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    casa de verdade é uma casa humilde com
  • 00:42:09
    móveis simples e tal tal elas não t
  • 00:42:11
    muitas coisas mas já não é mais no
  • 00:42:13
    Cortiço elas conseguem sair do Cortiço
  • 00:42:15
    né nesse momento que ela vai a essa
  • 00:42:17
    festa por exemplo ela já não mora mais
  • 00:42:19
    no
  • 00:42:20
    Cortiço bom avança um pouco e vem o
  • 00:42:25
    episódio da viagem a Marta Então vai
  • 00:42:28
    fazer uma viagem junto com a dona Aninha
  • 00:42:31
    a mãe trabalha muito elas juntam
  • 00:42:33
    dinheirinho consegue pagar a passagem a
  • 00:42:35
    dona Ninha já tinha alugado uma casa no
  • 00:42:37
    campo ela vai passar uns dias nessa casa
  • 00:42:39
    uma uma espécie de pousada um lugar
  • 00:42:42
    parece ser muito aristocrático muito
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    chique e tal nas montanhas meio meio
  • 00:42:47
    europeu assim e lá ela vai conhecer um
  • 00:42:50
    rapaz O Luiz é interessante porque o
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    livro todo mostra pra gente como a
  • 00:42:57
    pessoa que vive essa vida de
  • 00:43:00
    sobrevivência não tem tempo de pensar em
  • 00:43:02
    nada né nem em nada em absolutamente
  • 00:43:04
    nada né Eh eh não existe espaço para
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    roubos românticos aqui não tem espaço
  • 00:43:11
    para para romances no sentido no sentido
  • 00:43:13
    eh eh sentimental do termo né ela não
  • 00:43:16
    pode Romantizar a vida dela tem um
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    momento que ela vê um rapaz ela acha que
  • 00:43:20
    o rapaz tá gostando dela mas aí ela tá
  • 00:43:22
    morando no Cortiço ainda e quando ela
  • 00:43:24
    entra no Cortiço O rapaz tá meio
  • 00:43:26
    seguindo assim ele vai embora e ela fica
  • 00:43:28
    achando que bom Lógico que ele vai
  • 00:43:30
    embora Ach que ele vai querer ficar
  • 00:43:31
    comigo eu moro no Cortiço então terrível
  • 00:43:35
    mas o fato é que o tempo passe nenhum
  • 00:43:38
    rapaz se interessa por ela ela não tem
  • 00:43:39
    tempo de se interessar por rapazes
  • 00:43:41
    também mas nessa viagem ela conhece o
  • 00:43:44
    Luiz O luí que é um primo da dona Ninha
  • 00:43:48
    esse luí ele
  • 00:43:50
    é médico estudante de medicina que tá
  • 00:43:54
    para se formar e tal e ele ele
  • 00:43:59
    eh enfim um bom Vivan né Ele vive a vida
  • 00:44:02
    tá ali na na Passeando de férias
  • 00:44:05
    curtindo e tal e sai à noite vai
  • 00:44:09
    encontrar os amigos e vive a vida
  • 00:44:12
    é começam ele vai almoçar na na na no
  • 00:44:16
    Chalé Onde estão hospedadas a a dona
  • 00:44:18
    Ninha com o marido mais a mais a Mara e
  • 00:44:22
    eles começam a conversar é engraçado
  • 00:44:24
    porque a Marta ela vê assim uma uma uma
  • 00:44:28
    possibilidade naquilo dela dela poder se
  • 00:44:30
    casar não que ela tenha interesse
  • 00:44:32
    propriamente no sentido financeiro Ah
  • 00:44:34
    porque o luí é rico e aí com isso ela
  • 00:44:37
    vai não não não é não é isso é se casar
  • 00:44:41
    tipo assim ela não tem nem a perspectiva
  • 00:44:43
    de se casar ninguém vai se interessar
  • 00:44:45
    por ela ela não tem dote ela é pobre ela
  • 00:44:47
    ela carrega essa vergonha quando ela
  • 00:44:49
    fica sabendo da da morte do pai da
  • 00:44:51
    maneira como foi a morte do pai ela
  • 00:44:53
    entende que ela e a mãe estão condenadas
  • 00:44:55
    não só a ser pobres mas a ser ser
  • 00:44:57
    invisíveis porque elas elas não podem
  • 00:44:59
    aparecer muito porque foi um escândalo e
  • 00:45:02
    o pai dela acabou morrendo né ao se
  • 00:45:05
    suicidar dando a entender que seria
  • 00:45:07
    culpado do dinheiro né dinheiro que não
  • 00:45:09
    existe tanto que ela tá na miséria então
  • 00:45:12
    enfim é é uma situação bem pesada e ali
  • 00:45:15
    ela se dá o direito de sonhar com o
  • 00:45:17
    casamento ela se dá o direito de sonhar
  • 00:45:21
    que ela pode se casar com com esse cara
  • 00:45:23
    com o luí que tá para se formar médico e
  • 00:45:25
    aí imagina de uma família a rica tá tudo
  • 00:45:27
    certo e tal mas na própria viagem ela já
  • 00:45:31
    cai das nuvens já né o O livro é todo
  • 00:45:33
    cheio disso a Marta ela não tem um
  • 00:45:35
    minuto de Sossego ela tem uma alegri
  • 00:45:38
    minha já vem uma rasteira já e joga ela
  • 00:45:40
    no chão então o Luiz escreve uns
  • 00:45:42
    versinhos para ela ela começa a perceber
  • 00:45:45
    que ele tá se interessando ela pensa bom
  • 00:45:47
    agora vai né agora ele vai dizer que me
  • 00:45:49
    ama e ela começa a sonhar com isso
  • 00:45:51
    começa a viajar ela que viveu tanto
  • 00:45:53
    tempo na miséria tanto tempo na tristeza
  • 00:45:56
    e tal no dono acha que agora vai mas
  • 00:46:00
    passa por por eles um dia num num num
  • 00:46:02
    caminho assim quando estão passeando ela
  • 00:46:04
    Don Naninha e o luí passa uma americana
  • 00:46:07
    uma jovem estadunidense que tá passando
  • 00:46:10
    uns dias no no num Chalé ali também tá o
  • 00:46:13
    filho de um homem que é paralítico que
  • 00:46:15
    não consegue sair da casa e por isso ela
  • 00:46:17
    anda muito sozinha acompanhada por um
  • 00:46:19
    empregado o Luiz ele tem o seu olhar
  • 00:46:23
    imediatamente atraído para essa moça no
  • 00:46:26
    dia seguinte ele já não aparece para
  • 00:46:27
    almoçar no Chalé E aí acaba acontecendo
  • 00:46:30
    um problema de saúde com a mãe do do
  • 00:46:32
    marido da donaninha com a sogra da dona
  • 00:46:34
    Ninha E aí elas eles têm que voltar pro
  • 00:46:36
    Rio de Janeiro às pressas e quando a
  • 00:46:38
    Marta vai procurar pelo luí ela fica
  • 00:46:41
    pensando que ele se atrasou que ele
  • 00:46:43
    perdeu hora aconteceu alguma coisa teve
  • 00:46:45
    algum problema ele encontra o Luiz
  • 00:46:47
    Embaixo de uma árvore sentado num banco
  • 00:46:50
    abraçado com essa americana e
  • 00:46:52
    conversando em inglês com ela eh eh a
  • 00:46:55
    Marta até fala assim eh nunca tive
  • 00:46:57
    condições de aprender inglês mas uma ou
  • 00:47:00
    outra frase me foi ensinada por Dona
  • 00:47:02
    Aninha e eu tenho certeza
  • 00:47:04
    eh ter ouvido um eh I love you for my
  • 00:47:08
    life alguma coisa assim te amo pela
  • 00:47:10
    minha vida toda all my life é uma uma
  • 00:47:13
    frasezinha que ela que ela ouve assim
  • 00:47:15
    tal toda a minha vida eu vou viver por
  • 00:47:16
    você tá mas isso ela fala em inglês e
  • 00:47:18
    ela não entende muito bem porque ela só
  • 00:47:20
    conhece algumas palavras e depois ela
  • 00:47:22
    pergunta para Dona Ninha O que que
  • 00:47:23
    significa a frase porque ela decorou e a
  • 00:47:25
    dona Ninha fala E aí a Daninha pergunta
  • 00:47:28
    por que onde é que você ouviu isso ah eu
  • 00:47:30
    ouv uns americanos conversando tá no
  • 00:47:32
    passeio assim e e e desconversa o fato é
  • 00:47:36
    que ela fica desesperadamente triste
  • 00:47:38
    assim destruída porque ela vê que o luí
  • 00:47:41
    na verdade já tinha esquecido dela e já
  • 00:47:43
    tava ali tentando ficar com outra lá na
  • 00:47:46
    frente ela continua sofrendo muito por
  • 00:47:48
    esse luí ela ela lembra o tempo todo
  • 00:47:52
    disso ela ela começa a ter uns sonhos
  • 00:47:54
    ela começa a imaginar que sim que ela
  • 00:47:56
    nunca vai ser feliz na vida ela entra
  • 00:47:58
    meio que numa depressão por causa dessa
  • 00:48:00
    dessa dessa desilusão porque foi o mais
  • 00:48:03
    perto que ela já chegou de ter alguma
  • 00:48:05
    coisa palpável de vida de felicidade e
  • 00:48:08
    tal o fato é que lá na frente acaba ela
  • 00:48:12
    acaba eh sendo informada pela Dona
  • 00:48:15
    Aninha que o luí vai se casar mas não
  • 00:48:17
    com a Americana vai casar com a Leonor
  • 00:48:20
    que é uma sobrinha da dona Aninha que a
  • 00:48:22
    que a Marta conheceu inclusive naquela
  • 00:48:24
    festa uma moça rica fina né poderosa e
  • 00:48:28
    tal e é isso quer dizer mostrando que né
  • 00:48:31
    Essa aristocracia casa entre si essas
  • 00:48:33
    pessoas se unem entre si para juntar os
  • 00:48:35
    dinheiros para juntar os poderes para
  • 00:48:37
    juntar as fortunas e a a Marta ela fica
  • 00:48:41
    até com uma pontinha de satisfação
  • 00:48:43
    Porque da mesma forma como ela se ferrou
  • 00:48:44
    a Americana se ferrou também né porque a
  • 00:48:46
    Americana também foi cantada ali pelo
  • 00:48:48
    luí e ele também mentiu para ela o fato
  • 00:48:52
    é que nesse
  • 00:48:54
    interim Acontece uma situação enquanto a
  • 00:48:57
    Marta tava viajando a dona a mãe dela
  • 00:49:01
    Dona Marta ela tem um freguês que é o
  • 00:49:03
    Miranda Miranda é um homem né lemb dessa
  • 00:49:07
    desse momento aqui a Marta tem pouco
  • 00:49:09
    mais de 20 anos o Miranda tem eh 40 e
  • 00:49:13
    tantos anos é um homem solteiro bem
  • 00:49:16
    posicionado e que por conta do trabalho
  • 00:49:19
    ou da vida nunca se casou a dona mãe da
  • 00:49:23
    da da da Marta né a Dona Marta ela eh
  • 00:49:26
    pra Marta poder viajar pediu dinheiro
  • 00:49:28
    adiantado ao Miranda que é um freguês e
  • 00:49:32
    esse Miranda empresta o dinheiro e tal e
  • 00:49:34
    muito gentil e tudo a Marta na viagem
  • 00:49:38
    ela vai escrevendo várias cartas pra mãe
  • 00:49:40
    diariamente ela manda uma carta pra mãe
  • 00:49:42
    porque foram sempre só as duas é a
  • 00:49:44
    primeira vez que elas se separam por
  • 00:49:46
    mais de um dia então a Marta fica muito
  • 00:49:49
    Saudosa da mãe e ela escreve cartas
  • 00:49:51
    lindas e as cartas vão ficando cada vez
  • 00:49:52
    mais lindas à medida em que ela vai se
  • 00:49:54
    apaixonando pelo Luiz
  • 00:49:57
    só que a mãe começa a ler as cartas
  • 00:49:58
    junto com o Miranda e esse Miranda vai
  • 00:50:01
    ficando Encantado Nossa sua filha é
  • 00:50:02
    maravilhosa que alma marav ela não conta
  • 00:50:04
    nada do luí nas cartas porque é uma
  • 00:50:06
    maravilhosa que pessoa fantástica e tal
  • 00:50:09
    tal e aí esse Miranda acaba pedindo a
  • 00:50:12
    mão da Marta em casamento Veja a O
  • 00:50:16
    Miranda tá longe de ser o herói
  • 00:50:17
    romântico que a Marta queria Ele é
  • 00:50:21
    baixinho careca gordinho
  • 00:50:23
    eh de mais de 40 anos eh não tem nada
  • 00:50:28
    daquilo né da da idealização romântica
  • 00:50:31
    mas nem só por isso a Marta ela tá ela
  • 00:50:34
    ela se encantou pelo tau luí e ao mesmo
  • 00:50:37
    tempo ela se desencantou pela vida pelas
  • 00:50:39
    relações amorosas por tudo e ela ela
  • 00:50:43
    pensa em não aceitar bom pouco antes
  • 00:50:46
    dessa situação ela acaba fazendo o
  • 00:50:47
    concurso e passando ela passa no
  • 00:50:50
    concurso e ela agora é professora ela
  • 00:50:52
    vai escolher uma cadeira inclusive ela
  • 00:50:54
    vai pro Engenho Novo que que é Periferia
  • 00:50:57
    do Rio de Janeiro bom na época era um
  • 00:50:59
    lugar Rural assim né não é periferia no
  • 00:51:01
    sentido de hoje e tal o fato é que o
  • 00:51:06
    Miranda eh faz esse pedido a mãe da
  • 00:51:09
    Marta fica muito insistente muito triste
  • 00:51:13
    pela Marta não demonstrar entusiasmo
  • 00:51:16
    porque a mãe da Marta já é uma senhora
  • 00:51:19
    trabalhou a vida inteira se sente muito
  • 00:51:21
    doente ela tem muito medo de morrer e
  • 00:51:23
    deixar a moça desamparada aqui vem nova
  • 00:51:26
    ente aquela questão né a mulher sozinha
  • 00:51:30
    solteira ela não tem Amparo nessa
  • 00:51:34
    sociedade aqui ela precisa de um homem e
  • 00:51:36
    a Marta ela dia fala para m não preciso
  • 00:51:39
    de homem eu agora tenho a minha cadeira
  • 00:51:41
    eu tenho meu ordenado e eu vou morrer
  • 00:51:43
    sozinha eu vou morrer sozinha e tal tal
  • 00:51:47
    mas diante da tristeza da mãe ela
  • 00:51:50
    acaba aceitando ela acaba aceitando E aí
  • 00:51:55
    a fazse lá todo um todo um uns
  • 00:51:59
    preparativos né faz esses preparativos
  • 00:52:01
    para que a Marta se case com o Miranda
  • 00:52:04
    bom o casamento acontece a dona Ninha é
  • 00:52:08
    madrinha a Marta agora já é professora e
  • 00:52:13
    na última cena do livro Claro ah nossa V
  • 00:52:16
    então agora acabou com o final feliz não
  • 00:52:19
    a mãe dela morre a mãe dela morre oito
  • 00:52:21
    dias após o casamento aliás numa cena
  • 00:52:24
    bastante bastante
  • 00:52:27
    forte assim uma cena pesada porque
  • 00:52:30
    e oito dias após o após o casamento
  • 00:52:35
    e estão morando na casa o Miranda a
  • 00:52:38
    Marta e a a mãe o Miranda trata Marta
  • 00:52:40
    muito bem trata a mãe muito bem é um
  • 00:52:42
    homem honrado honesto cor tá tudo certo
  • 00:52:45
    mas claro né como eu disse a Marta não
  • 00:52:47
    pode ter uma alegria e aí vem essa esse
  • 00:52:52
    desespero final aí com a morte da da mãe
  • 00:52:58
    um dia chamou-me para bem as crises
  • 00:53:00
    sucediam-se as pernas tinham linchado
  • 00:53:03
    muito e não podia andar passava dia e
  • 00:53:05
    noite Dea poltrona curvada para a frente
  • 00:53:08
    sobre almofadas um dia chamou-me para
  • 00:53:10
    bem perto afagou me com as mãos
  • 00:53:12
    arredondadas pela inchação contemplou-se
  • 00:53:15
    com amor fixa e demoradamente depois
  • 00:53:18
    estendeu-me os lábios tintos de uma cor
  • 00:53:21
    violácea beijou-me e fez-me sinal para
  • 00:53:24
    que eu saísse atonita saí e ela expirou
  • 00:53:28
    Dei uma volta pela sala inconsciente
  • 00:53:30
    obedecendo a vontade daquela Santa
  • 00:53:33
    Voltei encontrei a reclinada para trás
  • 00:53:35
    sobre o espaldar da cadeira Serena
  • 00:53:38
    Adormecida aproximei-me mais inclinei-me
  • 00:53:41
    para ela compreendi A horrível verdade
  • 00:53:44
    estava morta meu marido entrara atrás de
  • 00:53:47
    mim e amparou me nos braços tive ataques
  • 00:53:49
    violentos toda a tarde rasgando o
  • 00:53:51
    vestido mordendo batendo a cabeça na
  • 00:53:53
    cabeceira da cama e nas paredes cerrando
  • 00:53:55
    os dentes a todos os remédios e a
  • 00:53:57
    alimentos num desespero atrocom as ave
  • 00:54:01
    Marias levantei-me e fui postar-me ao
  • 00:54:03
    lado da minha dorada morta não me
  • 00:54:05
    arredei dali De Joelhos entre o leito e
  • 00:54:08
    a janela aberta por onde entrava a
  • 00:54:10
    Viração perfumada da noite semeada de
  • 00:54:13
    estrelas e assim termina o livro né o
  • 00:54:16
    livro termina começa com ela vendo o pai
  • 00:54:18
    morto e termina com a morte da mãe então
  • 00:54:21
    acho que eu não preciso dizer né uma
  • 00:54:23
    obra bastante pesada bastante forte mas
  • 00:54:26
    por outro lado traz pra gente uma série
  • 00:54:28
    de aspectos interessantes né Essa visão
  • 00:54:32
    eh de uma sociedade absolutamente
  • 00:54:35
    desigual absolutamente absolutamente
  • 00:54:38
    injusta eh uma sociedade Que condena
  • 00:54:41
    pessoas a uma miséria absoluta e que ao
  • 00:54:43
    mesmo tempo proporciona uma vida de de
  • 00:54:45
    de de e eh paz tranquilidade luxo e
  • 00:54:49
    conforto para poucos mostra essa posição
  • 00:54:52
    e essa condição da mulher mas ao mesmo
  • 00:54:54
    tempo mostra a possibilidade do
  • 00:54:56
    protagonismo né a mulher precisa se
  • 00:54:58
    esforçar muito mais do que todos mas ela
  • 00:55:01
    pode alcançar esse protagonismo a Marta
  • 00:55:03
    consegue em certo sentido né ela só
  • 00:55:05
    aceita se casar porque a mãe pediu mas
  • 00:55:07
    ela poderia ter continuado solteira e e
  • 00:55:09
    vivendo a vida dela né com o ordenado de
  • 00:55:11
    professora que agora ela passa a a a
  • 00:55:14
    receber o fato é que trata-se de um
  • 00:55:17
    livro muito interessante se você pensar
  • 00:55:19
    no na época que ele foi publicado né com
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    que ele surgiu aqui a gente tem um livro
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    que que eh eh rompe com uma série de
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    padrões uma série de de de aspectos
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    assim e até o próprio Machado de Assis
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    se você for pensar quando a mulher
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    aparece em Machado de Assis ela aparece
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    como um ser misterioso desejado eh eh eh
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    muitas vezes eh envolta num ar de desse
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    desse mistério sedutor uma coisa meio
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    estereotipada aqui não aqui a mulher é
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    protagonista de uma vida real mesmo de
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    que trabalha Compra comida paga aluguel
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    vive a vida faz as coisas quer dizer eh
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    pensando com a cabeça da época como se
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    fosse um homem né pra época só os homens
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    faziam isso e a e a Júlia Lopes de
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    Almeida vai romper esse paradigma então
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    eu quis começar com esse começar por
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    esse livro né que esse fosse o primeiro
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    vídeo da série de de vídeos da da lista
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    da Fuvest justamente para você entender
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    Qual é a intenção da Fuvest ao escolher
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    esses livros é buscar mostrar o
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    protagonismo feminino na liter ura A
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    partir dessa visão né e não vão ser
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    todos os livros que vão ter isso mas eh
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    vão ter sempre mulheres que vão lutar ou
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    que vão se colocar dentro de uma
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    perspectiva e de uma sociedade machista
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    contra a qual elas têm que lutar e elas
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    têm que vencer de alguma forma Então é
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    isso gente eu encerro Então por aqui
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    espero que vocês tenham gostado e vamos
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    seguindo né todos os livros serão
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    analisados procur and assim lembrando a
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    vocês Leia o livro né ainda mais agora
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    se você assistiu a essa aula e não leu
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    ainda pô Será que não ficou curioso né
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    para para você pegar os detalhes e tal e
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    não ser surpreendido aí às vezes por um
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    detalhezinho do enredo por mais que a
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    gente fale eu fiquei um tempão falando
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    dele mas por mais que a gente fale né
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    Você sabe que há detalhezinhos ali que
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    podem às vezes aparecer legal você ter
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    contato com o estilo conhecer a autora
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    então é importante beleza ficamos por
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    aqui então tudo de bom para vocês boa
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    sorte um abraço valeu
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