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[Música]
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[Música]
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queria dar a todos as
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boas-vindas Esse é um curso que eu tenho
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grande prazer de ministrar eu tenho
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ultimamente me dedicado à pesquisa sobre
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o século XIX então também fico muito
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instigada por todo um movimento de
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renovação da historiografia que tem
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acontecido com muito vigor a respeito da
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América Latina no século XIX a América
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Latina antes era um tema que tinha assim
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uma uma safra de pesquisas de qualidade
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e também com relativa quantidade
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voltadas especialmente ao período
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colonial e voltadas ao século XX e o
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século XIX ficava num certo Limbo o
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século 19 era frequentemente apresentado
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como aquele século das independências
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e depois das independências de uma
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história de impossibilidades da
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impossibilidade da formação dos estados
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nacionais da impossibilidade da
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modernização da impossibilidade da
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República ou seja uma história de crises
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de fracassos e de frustrações e o Simão
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Bolívar de quem eu vou falar um
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pouquinho antes de encerrar essa aula
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era tomado como um aralto desse
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diagnóstico já que ele próprio terminou
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a sua vida depois de anos lutando pelas
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independências da América do Sul
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bastante frustrado com o desfecho das
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coisas e ele termina a sua vida a
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caminho do exílio ele resolve se retirar
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da vida política e morre em um momento
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de bastante eh ceticismo em relação às
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possibilidades de construção de uma nova
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ordem na América então tudo isso
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realmente marcou a historiografia ao
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longo de muito tempo e as interpretações
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reiterava Essa visão de que os estados
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nacionais no século XIX enfrentaram
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problemas sérios da das mais diferentes
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ordens por exemplo em relação a às às
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brigas internas à guerras civis as
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disputas entre elites regionais que se
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confrontavam E essas disputas impediam a
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centralização do poder era aí que
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emergia a famosa figura do Caudilho o
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Caudilho como sendo um homem que a
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partir do seu poder privado ou seja da
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sua riqueza em geral da sua posse de
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terras o Caudilho muito frequentemente
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era um grande fazendeiro e esse Caudilho
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usando esse poder pessoal para exercer o
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seu prestígio sobre a população
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da sua região e manipular essa população
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em favor dos seus próprios interesses e
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essa mobilização da população que era
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descrita como uma manipulação dos
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setores populares vistos como incapazes
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de perceber quais eram os jogos de poder
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em cena essa manipulação se refletiria
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na vida pública na vida do estado ou
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seja o estado seria
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capturado por esses interesses privados
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e seria então subordinado a interesses
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exclusivamente privados ou seja esse
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estado era incapaz de desenvolver um
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projeto de nação um projeto público um
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projeto de modernidade e um projeto de
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república então a visão que se
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cristalizou era a visão de um século XIX
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em que a violência permeia as relações
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sociais e políticas na América Latina e
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ao mesmo tempo um século XIX em que os
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setores populares estão a mercê dessas
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elites desses caudilhos e esses
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caudilhos Então vão realmente conduzindo
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as coisas ao seu bel
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prazer essa visão que como eu já disse
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foi uma visão que vicejou durante muitos
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anos na
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historiografia recentemente de fato é um
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fenômeno relativamente recente vem sendo
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bastante questionada vem sendo bastante
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criticada e o que tem ganhado espaço é
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toda uma historiografia que procura
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mostrar que o século XIX é um século em
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que houve negociações políticas e
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sociais o tempo todo entre os vários
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grupos sociais inclusive entre essas
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elites e que essas ações por vezes
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envolveram sim a violência Ou seja a
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violência não esteve ausente do século X
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como tampouco esteve ausente de outras
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épocas históricas mas essa violência
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veio sempre acompanhada de estratégias
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para a legitimação do Poder de
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estratégias para a legitimação de uma
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nova ordem ou seja esses caudilhos não
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atuaram num vazio num vazio de ordem de
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os políticos de estratégias de ação
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política que não eram puramente
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individuais mas que envolviam a
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articulação com outros
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grupos a historiografia atual valoriza
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muito isso vocês vão cansar de ouvir
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aqui de ler nos textos dos textos e
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também de de discutir De toda forma essa
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historiografia e esse tema que vai ser
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recorrente no curso sublinha muito a
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noção de agência e vocês a essa altura
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aqui do campeonato já devem ter tido
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contato com essa noção de agência que
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significa a capacidade dos atores
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históricos de diagnosticar de
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interpretar de refletir sobre as
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condições sociais culturais e políticas
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do cenário em que elas se movem e a
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partir daí fazer decisões decisões que
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têm sim uma racionalidade ou seja essa
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ideia da manipulação essa ideia de
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sujeitos incapazes de de controlar o a
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as instâncias de negociação perde espaço
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em favor de uma visão que valoriza a
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capacidade de entender de se organizar
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de se mobilizar de se posicionar não
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necessariamente se posicionar como
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esperariam certos historiadores
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marxistas que querem encontrar ali já o
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germen de uma luta de classes de uma
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forma de associação com consciência de
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classe não necessariamente a resposta se
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dá dessa maneira mas certamente essa
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resposta se dá de uma forma que indica a
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capacidade de agência de leitura de
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percepção de compreensão por parte
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também dos setores populares sobre a
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correlação de forças e é uma
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historiografia então que vai recuperar o
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lugar desses setores populares nos
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processos de formação dos estados
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nacionais ou seja uma historiografia que
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vai procurar mostrar em que medida a os
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acontecimentos os desenlaces a
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composição de forças tiveram também
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esse esse esse essa contra partida da
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participação dos setores populares para
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os quais se produziram discursos para os
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quais se produziram estrategas que
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procuravam corresponder à presença
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desses setores em diversos níveis dessa
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desse cenário social nas cidades no
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campo nas guerras civis na formação
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eh eh na formação de montone iras que
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eram grupos armados que tinham um papel
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político no século XIX ou seja de que
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forma esses sujeitos se movem e ao mesmo
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tempo em que a historiografia recupera o
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lugar desses setores populares nas nos
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acontecimentos políticos que vão
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forjando a formação dos estados
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nacionais ao longo do século XIX também
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a história dessas elites e dessas elites
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políticas vem sendo refeitas e vem sendo
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refeita eh no sentido de se mostrar
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afinal de contas a partir de que
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repertórios de que modelos de que
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reinterpretações de que apropriações de
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ideias de referenciais políticos esses
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homens de Elite política se moveram e se
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guiaram no século XIX e aí há coisas
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muito interessantes vindo à tona sobre
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toda uma complexidade desse mundo
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político intelectual cultural da América
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Latina do século XIX que antes ficava em
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segundo plano já que o que aparecia era
00:09:35
sempre a violência o atraso a
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impossibilidade de se modernizar uma
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discussão que vai permear o nosso curso
00:09:44
é sobre as condições em que essa
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modernização se dá as condições em que
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essa modernização vai acontecendo uma
00:09:53
modernização que eh o tempo todo se
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compara com a Europa o tempo todo esses
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homens olham pra Europa e almejam seguir
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os passos da França e da Inglaterra e
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almejam alcançar a modernidade e quando
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olham pra própria pra própria situação
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pra própria realidade esses homens
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muitas vezes eles próprios já acabam
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estabelecendo essa imagem de que a
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realidade local era uma realidade
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Bárbara o tema da barbárie a ideia de
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barbárie a atravessa o século XIX ela é
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uma chave para se entender o que o que
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somos nós O que é esse ambiente e o que
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é a Europa a barbárie se opunha à ideia
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de civilização e a civilização estava
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fora fora daqui
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Especialmente na Europa não ibérica na
00:10:52
Inglaterra e na França especialmente no
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século XIX Portugal e Espanha são depois
00:10:59
das independências deixados por muito
00:11:01
tempo realmente de lado como países que
00:11:05
pudessem oferecer qualquer solução para
00:11:08
a formação dos estados nacionais
00:11:10
latinoamericanos Isso só vai ser revisto
00:11:13
no final do século XIX o nosso curso vai
00:11:15
terminar nesse ponto quando as relações
00:11:19
especialmente entre a América espanhola
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e a Espanha começam a ser revistas e
00:11:24
começam a ser
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revalorizados Independência Portugal
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Espanha perdem qualquer Trono e o olhar
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se volta para essa Europa considerada
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civilizada então esses sujeitos
00:11:39
históricos ao mesmo tempo em que
00:11:40
constatava que na Argentina no México no
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peru prevalecia a barbárie em oposição à
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civilização ao mesmo tempo em que eles
00:11:53
constatava fazendo parte de um movimento
00:11:56
de receber as coisas receber informações
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ler jornais trocar cartas receber
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revistas como a review de demond que era
00:12:05
uma revista francesa importante do
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século XIX que trazia digamos assim um
00:12:11
certo retrato cultural e político do
00:12:14
mundo essa revista chegava aqui são
00:12:16
homens portanto que se colocam nessa
00:12:20
conexão com o mundo agora em aberto um
00:12:24
mundo que não era mais um mundo Colonial
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um mundo em que havia uma certa a
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liberdade de circulação de ideias de eh
00:12:33
pessoas e também daquilo que eu vou
00:12:37
chamar aqui ao longo desse semestre de
00:12:39
suportes da comunicação esses suportes
00:12:43
da comunicação que fazam circular as
00:12:46
ideias são especialmente os suportes
00:12:49
impressos ou seja os jornais as revistas
00:12:53
e os livros e o século XIX é um século
00:12:56
de explosão da produção impressa
00:13:00
a imprensa de Gutemberg já existia há
00:13:02
muito tempo mas o século XIX é o momento
00:13:05
em que essa imprensa se massifica ela
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realmente vai assumir escalas
00:13:11
industriais e essa circulação de
00:13:14
impressos vai ganhar novas proporções ou
00:13:16
seja esses homens aqui na América Latina
00:13:19
de alguma forma participaram desse
00:13:22
ambiente de uma certa aceleração da
00:13:25
circulação de impressos de ideias de
00:13:29
formações e isso pautou a construção
00:13:33
dessa modernidade que embora esses
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próprios sujeitos fizessem a constatação
00:13:39
com frequência de que aquilo não era
00:13:42
modernidade aquilo era barbárie era o
00:13:44
avesso da modernidade apesar disso nós
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historiadores vamos agora procurar
00:13:50
recuperar de que forma de alguma maneira
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esses estados e essas sociedades vão se
00:13:58
modernizando ao longo do século XIX são
00:14:01
anos esses do pós-independência de eh
00:14:05
pobreza são anos em que a O Tesouro
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Nacional desses estados recém fundados
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está realmente eh em uma situação
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bastante precária a guerra de
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independência na América Espanhola durou
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anos eh destruiu colheitas destruiu
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populações desorganizou muito as coisas
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foram portanto e movimentos de confronto
00:14:31
de violência e de uma
00:14:34
impossibilidade de que a vida Econômica
00:14:36
seguisse normalmente que teve reflexo no
00:14:40
período posterior então esses estados
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sofrem com a penúria Econômica nos anos
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pós emancipação e por outro lado são
00:14:50
anos em que as coisas vão aos poucos se
00:14:55
reacomodação ao período colonial a H
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coisas que vão entrando que vão ganhando
00:15:03
força justamente porque não se trata
00:15:05
mais de um mundo Colonial os tempos são
00:15:08
novos e existe um Horizonte em aberto
00:15:11
que não está dado pelo período colonial
00:15:13
ou seja nós vamos trabalhar com esse
00:15:17
velho tema da história que é o das
00:15:22
permanências e o das rupturas O das
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mudanças e o das continuidades que vão
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organizando as sociedades na América
00:15:32
Latina do século X nós começamos hoje
00:15:35
com uma apresentação do curso Uma Breve
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introdução e na semana seguinte nós
00:15:41
teremos uma primeira aula sobre as
00:15:44
guerras de independência
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hispanoamericanas eu vou privilegiar
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aqui sempre a hispanoamérica Já que
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vocês têm história do Brasil em outras
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disciplinas e E então como nós temos
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muito assunto para pouco tempo eu vou
00:16:00
deixar o Brasil de Fora sempre que
00:16:03
possível podemos fazer comparações e
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referências mas o curso vai se centrar
00:16:09
na história da América
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espanhola não vou falar de Estados
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Unidos também porque é uma tradição
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praticamente que os cursos aqui sejam de
00:16:20
América Latina e hoje por sorte existe a
00:16:23
disciplina optativa de História dos
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Estados Unidos então Vocês conseguem
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também complementar os Estados Unidos
00:16:29
vão aparecer aqui sempre nas relações
00:16:31
com a América Latina né mas não será um
00:16:33
curso que envolva a história dos Estados
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Unidos bom então essa primeira aula vai
00:16:40
ser uma apresentação geral desse cenário
00:16:42
das guerras de independência com muita
00:16:45
informação com com realmente um quadro
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das dinâmicas algumas comparações é um
00:16:53
tema rico é um tema interessante é um
00:16:56
tema complexo que tem uma abrangência
00:16:58
temp oral grande porque tudo isso começa
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pelo menos em
00:17:03
1808 e vai terminar com a última batalha
00:17:07
de libertação da Bolívia a batalha de
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ayacucho em fins de
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1824 Então realmente existem as
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dinâmicas que são próprias da América do
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Sul dentro da América do Sul o vice
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Reino de Nova Granada tem uma dinâmica o
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vice reino do Prata tem uma outra
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dinâmica na aula que vem eu vou trazer
00:17:26
um mapa para vocês se situarem e existe
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o vice-reino do Peru que tem uma
00:17:32
dinâmica um pouco arrastada pelos outros
00:17:34
dois polos então é todo um mundo em si
00:17:39
de como vão convergindo as batalhas
00:17:42
pelas pela independência dessas várias
00:17:45
regiões e quase que em paralelo a tudo
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isso os movimentos de independência no
00:17:52
México no Vice reino da nova Espanha que
00:17:55
arrastam consigo a América Central
00:17:59
claro que há motivações em comum há
00:18:02
referências em comum para a América do
00:18:04
Norte Vic Reino de Nova Espanha e a
00:18:07
América do Sul mas os movimentos
00:18:10
conversam pouco ao passo que na América
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do Sul há uma articulação muito
00:18:15
significativa nós vamos discutir um
00:18:17
texto que eu eu eu já dei outras vezes
00:18:21
porque eu gosto bastante gosto em termos
00:18:24
de dos problemas que ele coloca mas ele
00:18:27
também claro é passível de uma reflexão
00:18:29
crítica e ela é bem-vinda que é o texto
00:18:33
da Fabiana de Souza fedrigo professora
00:18:36
da Universidade Federal de Goiás chamado
00:18:39
guerras escrita a correspondência de
00:18:41
Simon Bolívar e se trata das cartas
00:18:45
trocadas entre Simão Bolívar e os seus
00:18:48
Generais durante a guerra de emancipação
00:18:52
e ela vai fazendo uma interpretação de
00:18:54
como Simon Bolívar construiu uma série
00:18:57
de coisas desde das negociações em si
00:19:00
militares e políticas como também semeou
00:19:04
a construção da sua memória da sua
00:19:07
imagem como grande general da
00:19:11
emancipação e ela vai fazendo essa
00:19:13
análise através das cartas na aula
00:19:17
seguinte ainda o tema das independências
00:19:19
as guerras de independências pano
00:19:21
Americanas discussão historiográfica
00:19:24
como vocês podem imaginar esse tema é
00:19:28
objeto de um amplo e relativamente
00:19:33
estruturado debate historiográfico é um
00:19:36
grande tema que envolve historiadores
00:19:39
nacionais dos vários países envolvidos
00:19:42
que envolve historiadores estrangeiros
00:19:44
especialistas em América Latina há obras
00:19:47
que são mais monográficas e que vão
00:19:50
discutir uma região um grupo
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eh enfim um recorte mais específico em
00:19:57
meio a esse esse grande universo das
00:19:59
guerras de independência e há também
00:20:02
grandes interpretações não é obras que
00:20:04
procuram definir os sentidos das guerras
00:20:08
de independência no seu conjunto então
00:20:10
um debate muito interessante não é para
00:20:14
todos os temas de história da América
00:20:15
que nós temos isso porque temas que são
00:20:18
mais nacionais ou que são regionais
00:20:21
muitas vezes eh mobilizaram
00:20:24
historiadores locais que fizeram uma
00:20:25
discussão sobre esse tema mas você não
00:20:27
tem especialistas espal pelo mund pelo
00:20:30
mundo que se dedicaram a ele e que
00:20:32
ajudaram a constituir um debate mais de
00:20:36
mais repercussão Então a gente vai
00:20:40
oscilar entre momentos em que a
00:20:42
historiografia é mais pontual e outros
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em que ela realmente Digamos que se
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pronuncia para um público de
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interlocutores maior que é o caso aqui
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das guerras de independência então eu
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vou fazer uma apresentação desse debate
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e na segunda parte de novo peço
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voluntários ou voluntário pode ser uma
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pessoa podem ser mais para fazer a
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problematização de dois textos um do
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Rosé Luiz Romero e luí Alberto Romero
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eles organizaram uma coletânia de
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documentos primários das
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independências e essa coletânea se chama
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pensamento político da
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emancipação obra que foi ada em dois
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volumes pela biblioteca ayacucho já
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ouviram falar da biblioteca
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ayacucho ninguém não a biblioteca yakuto
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já ouviram falar do do Angel rama do
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Angel rama que é um crítico literário
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uruguaio que tinha uma um intercâmbio
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muito grande com Antônio Cândido esteve
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várias vezes na USP mas faleceu nos anos
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80 Hoje existe na letras até um centro
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Angel rama em homenagem a ele e o Angel
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rama tem toda uma história como editor
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no Uruguai editou revistas importantes
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era uma figura assim do do debate
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intelectual das esquerdas no Uruguai uma
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figura muito importante e quando houve a
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ditadura no Uruguai ele deixou o Uruguai
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e foi morar na Venezuela e na Venezuela
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ele organizou uma grande coleção de
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livros conhecida como biblioteca yakuto
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e essa coleção antes era assim uma coisa
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rara porque a nossa biblioteca tinha um
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exemplar de cada livro e esses
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exemplares não circulavam faz pouco
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tempo 2 anos talvez esses livros todos
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foram digitalizados e estão acessíveis
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na internet tá então toda a biblioteca
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yakuto está agora digitalizada E a
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biblioteca ayako ela pretende ser o
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próprio nome kuto é uma referência a
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batalha de independência de ayacucho lá
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na Bolívia e ela pretende ser uma
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coleção que expresse a história a
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cultura o pensamento a literatura na
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América Latina uma das primeiras
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coleções que teve esse afã de apresentar
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um quadro eh cultural intelectual
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histórico da América Latina então a
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livros na área de história que
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constituem fundamentalmente antologia de
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documentos com uma boa introdução há
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livros na área de literatura que são
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obras literárias de referência tá E E
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por aí vai quer dizer na verdade Há
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muitos documentos que são textos de
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época e que receberam um bom estudo
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preliminar um um um um bom estudo
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crítico que é o caso desses documentos
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sobre
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Independência n