A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de soluções

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Ringkasan

TLDRA história da saúde no Brasil é marcada por desigualdades sociais desde a colonização, onde os pobres e escravos tinham acesso limitado a cuidados médicos. Após a Independência, algumas reformas foram tentadas, mas com pouco sucesso. A República trouxe esperanças, mas as epidemias continuaram a afetar a população. O período de Getúlio Vargas e a criação do Ministério da Saúde foram marcos importantes, mas a saúde ainda era negligenciada. A Constituição de 1988 e a criação do SUS representaram avanços significativos, estabelecendo o direito à saúde como um dever do Estado. No entanto, os desafios persistem, como a falta de recursos e a corrupção, refletindo a busca contínua por uma saúde de qualidade para todos os brasileiros.

Takeaways

  • 🌍 A saúde no Brasil começou a ser discutida com a colonização.
  • ⚖️ A desigualdade no acesso à saúde é uma constante histórica.
  • 🏥 As Santas Casas de Misericórdia eram a única opção para muitos.
  • 📜 A Constituição de 1988 foi um marco na saúde pública.
  • 💉 O SUS foi criado para garantir saúde gratuita a todos.
  • 📈 Apesar dos avanços, os desafios na saúde permanecem.
  • 💰 O financiamento insuficiente afeta a qualidade do SUS.
  • 🚑 A saúde é um direito garantido pela Constituição.
  • 👩‍⚕️ Programas como o PSF melhoraram o atendimento.
  • 🔍 A corrupção ainda é um obstáculo para a saúde pública.

Garis waktu

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    A história da saúde no Brasil remonta ao período colonial, onde a desigualdade no acesso a tratamentos era evidente, com os pobres e escravos enfrentando as piores condições. Durante a Colônia e o Império, as Santas Casas de Misericórdia eram a principal opção para os necessitados, mas os tratamentos eram rudimentares. Após a Independência, Dom Pedro I implementou algumas reformas, mas a saúde pública continuou a ser negligenciada, resultando em um Brasil com uma imagem de país doente e com altos índices de mortalidade.

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    Com a chegada da República, houve esperança de melhorias na saúde, mas a dependência de mão de obra imigrante e a fama de insalubridade dificultaram avanços. Oswaldo Cruz destacou-se ao implementar campanhas de vacinação, mas a pobreza persistia. A criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão nos anos 20 e a ampliação do atendimento por Getúlio Vargas foram passos importantes, mas a saúde continuou a ser subfinanciada. A Constituição de 1934 e a CLT trouxeram novos direitos, e em 1953, o Ministério da Saúde foi criado, mas o acesso à saúde ainda era desigual. A ditadura militar trouxe mais cortes, e a saúde pública enfrentou novos desafios, culminando na criação do SUS em 1988, que buscou garantir saúde universal, embora ainda enfrente problemas de financiamento e corrupção.

Peta Pikiran

Video Tanya Jawab

  • Qual foi o impacto da colonização na saúde dos indígenas?

    A chegada dos colonizadores agravou as enfermidades já existentes entre os indígenas.

  • Como era o acesso à saúde durante o período colonial?

    O acesso variava conforme a classe social, com os pobres e escravos enfrentando as piores condições.

  • Quais foram as principais reformas de saúde após a Independência?

    Dom Pedro I fez algumas mudanças, mas foram pouco eficazes.

  • O que foi o INPS e qual sua importância?

    O INPS foi criado em 1966 para unificar órgãos previdenciários e melhorar o atendimento médico.

  • Qual foi o papel da 8ª Conferência Nacional de Saúde?

    Ela ampliou os conceitos de saúde pública e influenciou a criação do SUS.

  • O que é o SUS?

    O SUS é o Sistema Único de Saúde, que visa garantir saúde gratuita e de qualidade para todos os brasileiros.

  • Quais os principais desafios do SUS atualmente?

    O SUS enfrenta problemas de financiamento e corrupção, afetando a qualidade do atendimento.

  • Como a saúde pública no Brasil evoluiu ao longo dos anos?

    Houve avanços significativos, mas os desafios de desigualdade e falta de recursos persistem.

  • Qual é o artigo da Constituição que garante o direito à saúde?

    O artigo 196 da Constituição estabelece que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado.

  • Quais programas importantes foram criados após a Constituição de 1988?

    Programas como o PSF (Saúde da Família) e escolas técnicas de enfermagem foram criados.

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    A história da saúde do Brasil pode ser contada a partir do Descobrimento.
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    Claro, os índios já padeciam de algumas enfermidades,
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    mas os problemas ficaram mais graves com a chegada dos colonizadores.
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    Foi lá, 500 anos atrás, que começamos a busca
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    por soluções para questões de saúde dos brasileiros.
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    “Terra à vista!”.
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    Durante os 389 anos da Colônia e do Império, pouco ou quase nada
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    se fez pela saúde no Brasil.
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    Já naquele tempo, o acesso aos tratamentos
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    variava de acordo com a classe social.
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    Os pobres e escravos viviam em condições muito duras,
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    e eram os primeiros a cair por terra.
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    Já os nobres e os colonos brancos com posses tinham acesso
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    aos médicos e remédios da época.
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    E assim, maiores chances de enfrentar as doenças e a morte.
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    Para a maior parte da população, a opção eram
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    as Santas Casas de Misericórdia, implantadas pelos religiosos.
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    Mas os hospitais viviam na pobreza e, na maioria das vezes,
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    os tratamentos não iam além da canja de galinha e da caridade.
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    Os doentes recorriam aos curandeiros ou similares.
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    Na época, os grandes conhecedores das terapias de cura
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    e do poder das ervas medicinais brasileiras.
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    “Vou curar vós suncê!”
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    Após a Independência, Dom Pedro I realizou as primeiras mudanças
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    significativas para melhorar a saúde do povo.
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    Transformou escolas em faculdades, criou órgãos para vistoriar a higiene pública,
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    delimitou funções para os praticantes da medicina.
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    Mas as medidas foram pouco eficazes.
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    Do tipo, para inglês ver.
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    O Império terminou com o agravamento das condições de saúde
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    e o Brasil continuou com a imagem de um país doente,
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    onde viver era um risco, um verdadeiro purgatório.
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    “Eu é que não vou para o Brasil, ó pá, lá tem muita doença!”
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    A República trouxe novos ares e esperanças de avanços na saúde.
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    "Agora sim, com a República, a saúde do povo vai melhorar!"
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    Com o fim da escravidão, o Brasil passou a depender
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    da mão de obra dos imigrantes para o trabalho nas lavouras
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    de café e nas fábricas.
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    Mas a fama de um país insalubre afugentava novos operários.
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    O período de 1900 a 1920 foi marcado por reformas urbanas e sanitárias,
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    urbanas e sanitárias,
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    principalmente nas grandes cidades, áreas portuárias e no Rio de Janeiro,
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    então capital da república.
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    Apesar disso, o Brasil seguia refém dos problemas sanitários e das epidemias.
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    As mudanças propostas por muitos eram contrárias aos interesses políticos
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    e econômicos daquele tempo.
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    No entanto, o crescimento do país dependia de uma população saudável
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    e com capacidade produtiva.
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    Os sanitaristas comandaram este período realizando campanhas de saúde.
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    Um dos destaques, o médico Oswaldo Cruz,
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    enfrentou até revoltas populares,
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    mas convenceu o Estado a tornar obrigatória a vacinação contra a varíola.
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    As campanhas chegaram até os sertões do país,
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    divulgando a importância do cuidado com a saúde no meio rural.
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    Mas os pobres continuavam em moradias precárias,
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    e as doenças fazendo vítimas.
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    Só a gripe espanhola causou a morte de mais de 300 mil brasileiros.
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    Nos anos 20, surgiram as Caps,
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    as Caixas de Aposentadoria e Pensão.
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    Foram criadas pelos trabalhadores para garantir proteção na velhice e na doença.
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    Com o passar do tempo, e a pressão popular,
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    Getúlio Vargas decidiu ampliar o atendimento também
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    para as outras categorias profissionais.
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    Estamos expandindo o modelo das CAPS,
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    agora elas passam a se chamar IAPS,
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    Institutos de Aposentadorias e Pensões,
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    e vão atender muitas categorias profissionais.
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    Também estamos criando o Ministério da Educação e Saúde
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    para dar mais atenção aos trabalhadores.
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    O período Getulista promoveu reformulações no sistema.
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    A atuação passou a ser mais centralizada,
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    focada no tratamento das epidemias e endemias.
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    Só que as verbas da saúde acabavam desviadas para outros setores.
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    Boa parte dos recursos dos IAPS eram utilizados para financiar
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    a industrialização do país.
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    E, mais uma vez, o atendimento não chegava a todos.
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    O Brasil continuava doente.
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    O povo tá doente, o povo tá infeliz.
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    Sem honestidade, não avança esse país.
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    O povo tá doente, o povo tá infeliz.
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    Sem honestidade, não avança esse país.
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    Não, não, não, não.
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    A Constituição de 1934 proporcionou aos trabalhadores novos direitos,
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    como a assistência médica e a licença gestante.
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    Até que em 1943 veio a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho,
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    que além dos benefícios à saúde, criou o salário mínimo
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    e outras garantias trabalhistas.
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    Com a Segunda Guerra, o mundo paralisou perplexo
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    diante de Adolf Hitler.
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    No Brasil, o desafio era levar mais saúde ao povo brasileiro.
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    Em 1953, foi criado o Ministério da Saúde,
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    que se ocupava principalmente das políticas de atendimento nas zonas rurais,
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    enquanto que nas cidades o acesso à saúde
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    era privilégio dos trabalhadores com carteira assinada.
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    O presidente JK estava muito ocupado em construir a nova capital
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    e dar impulso à industrialização.
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    Atenção Brasil!
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    Atenção Brasil!
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    Atenção Minas Gerais!
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    As tropas do Segundo Exército, sob o comando do general Kruel,
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    já sitiaram o Estado da Guanabara!
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    Veio a ditadura e os governos militares focaram os investimentos
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    na segurança e desenvolvimento.
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    Mais uma vez, a saúde sofreu com a redução das verbas
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    e doenças como a Dengue, Meningite e Malária se intensificaram.
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    Diante das epidemias e do aumento da mortalidade infantil,
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    o governo foi atrás de soluções.
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    Em 1966 nasceu o INPS
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    com a missão de unificar todos os órgãos previdenciários
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    que vinham funcionando desde 1930.
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    E claro, melhorar o atendimento médico.
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    A atenção primária, cada vez mais, era vista como responsabilidade
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    dos municípios, e os casos complexos ficavam a cargo
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    dos governos estaduais e federal.
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    Nos anos 70, o FAS, um fundo composto por recursos da loteria esportiva,
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    destinava parte do dinheiro para a saúde.
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    Acho que isso é uma zebra!
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    Mesmo assim, no auge do milagre econômico brasileiro,
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    as verbas para saúde representavam apenas 1% do orçamento geral da União.
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    A piora nos serviços públicos deu força para o crescimento dos grupos privados.
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    E os brasileiros entraram na roda viva dos planos de saúde.
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    Saúde virou sinônimo de mercadoria.
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    A 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 86, ampliou os conceitos
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    de saúde pública no Brasil e propôs mudanças baseadas
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    no direito universal à saúde, com melhores condições de vida.
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    A forte presença de organismos internacionais também abriu
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    os olhos da sociedade para o valor de ações de saneamento,
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    medicina preventiva,
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    descentralização dos serviços
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    e participação nas decisões.
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    O relatório produzido durante a 8ª conferência foi tão importante
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    que serviu de base para a elaboração do capítulo
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    de saúde da Constituição de 88,
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    e para a criação do SUS, Sistema Único de Saúde.
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    Declaro promulgada!
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    O documento da liberdade, da dignidade, da democracia,
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    da justiça social do Brasil!
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    Que Deus nos ajude e que isto se cumpra!”
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    Embora ainda com participação do setor privado,
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    o SUS estabeleceu o princípio de um sistema de saúde gratuito
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    e de qualidade para todos os brasileiros.
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    Vários programas importantes, como PSF, saúde da família,
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    o Profae, de formação em enfermagem,
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    e as RET-SUS, escolas técnicas profissionalizantes,
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    foram criados nessa época,
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    e até hoje contribuem para a qualificação
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    e humanização do atendimento.
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    O Brasil mudou de patamar na saúde pública,
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    os avanços são inegáveis,
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    mas os desafios continuam imensos.
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    Até hoje o SUS não recebe verbas suficientes
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    e isso tem reflexos diretos na qualidade do atendimento.
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    A saúde também segue sofrendo as consequências
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    da corrupção e do gigantismo do Brasil.
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    Assim como há 500 anos, ainda estamos em busca
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    de uma saúde de qualidade para o povo brasileiro.
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    E esperamos pelo momento onde o Brasil faça valer
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    o artigo 196 da Constituição:
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    Saúde, um direito de todos, um dever do Estado.
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