SABERES UEG | Trabalho Docente e a Inteligência Artificial

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https://www.youtube.com/watch?v=vhQoZkH1QI0

Ringkasan

TLDRO episódio do Saberes OEG discute a inserção da inteligência artificial (IA) na educação, abordando seu impacto no trabalho docente. O professor Frederico Dourado Rodrigues Moraes destaca que a IA pode otimizar o trabalho dos professores, mas também levanta preocupações sobre a autonomia pedagógica e os desafios éticos que surgem com seu uso. A conversa enfatiza a importância de um olhar crítico sobre as ferramentas de IA, a necessidade de formação continuada dos educadores e o desenvolvimento de competências que permitam um uso responsável e ético dessas tecnologias na sala de aula. O professor também menciona a relevância do pensamento crítico e da reflexão sobre a prática docente, especialmente em um contexto onde a atenção dos alunos é cada vez mais desafiada pela abundância de informações disponíveis.

Takeaways

  • 🤖 A IA pode otimizar o trabalho dos professores.
  • 📚 A autonomia pedagógica pode ser ameaçada pela IA.
  • ⚖️ Questões éticas são fundamentais no uso da IA.
  • 🧠 O pensamento crítico é essencial na educação com IA.
  • 👩‍🏫 A formação continuada dos educadores é necessária.
  • 📈 A IA pode ajudar na análise de dados e tarefas burocráticas.
  • 🧩 A diversidade de dados na internet pode reforçar desigualdades.
  • 🔍 A crítica às informações geradas pela IA é crucial.
  • 💡 O Guia Prático de Metodologias Aivas oferece estratégias de ensino.
  • 🌍 A universidade deve ser um espaço de debate sobre o uso da IA.

Garis waktu

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O programa 'Saberes OEG' discute a incorporação da inteligência artificial (IA) na educação, abordando seu impacto no trabalho docente e a autonomia pedagógica dos professores. O professor Frederico Dourado Rodrigues Moraes é convidado para compartilhar suas perspectivas sobre o tema.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O professor Frederico destaca que a IA não é apenas uma tendência passageira, mas uma revolução que já está presente no cotidiano das escolas. Ele menciona a democratização do acesso a ferramentas de IA, como o ChatGPT, e como isso altera a dinâmica educacional.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A discussão se aprofunda nas implicações da IA na educação superior, onde muitos alunos já utilizam essas ferramentas para pesquisas e trabalhos acadêmicos. O professor Frederico alerta para a necessidade de os educadores se adaptarem a essa nova realidade e utilizarem a IA de forma ética e crítica.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    O impacto da IA é comparado a revoluções tecnológicas anteriores, como a introdução dos computadores nas escolas. O professor enfatiza a importância de entender como a IA pode ser utilizada para otimizar o trabalho docente, mas também levanta preocupações éticas sobre seu uso.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    A conversa aborda a questão do viés algorítmico e como as grandes empresas de tecnologia controlam a maioria das ferramentas de IA. O professor Frederico destaca a necessidade de uma discussão crítica sobre quem controla esses dados e como isso pode afetar a educação e a sociedade.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    O professor menciona a importância de desenvolver um pensamento crítico em relação ao uso da IA, assim como se faz com livros didáticos. Ele defende que a universidade deve ser um espaço de debate e reflexão sobre as implicações da tecnologia na educação.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    A relação entre professores e alunos é discutida, com ênfase na necessidade de os educadores se adaptarem às novas ferramentas e ao comportamento dos alunos, que buscam respostas rápidas e imediatas. O professor Frederico sugere que a atenção dos alunos é um recurso limitado que deve ser gerido com cuidado.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    O professor Frederico apresenta seu livro 'Guia Prático de Metodologias Aivas', que oferece estratégias de ensino para a graduação, destacando a importância de integrar a IA de forma construtiva no processo educativo.

  • 00:40:00 - 00:47:50

    O programa conclui com a reflexão sobre a necessidade de os educadores se prepararem para o uso da IA, enfatizando que a tecnologia deve ser vista como uma ferramenta que pode enriquecer a prática docente, desde que utilizada de forma crítica e ética.

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Video Tanya Jawab

  • Qual é o tema principal do episódio?

    O impacto da inteligência artificial na educação e no trabalho docente.

  • Quem é o convidado do programa?

    O professor Frederico Dourado Rodrigues Moraes.

  • Quais são as preocupações levantadas sobre a IA na educação?

    A autonomia pedagógica dos professores e os desafios éticos relacionados ao uso da IA.

  • Como a IA pode ajudar os professores?

    A IA pode otimizar tarefas burocráticas e auxiliar na preparação de aulas.

  • Qual é a importância do pensamento crítico na educação com IA?

    É fundamental para questionar e avaliar as informações geradas pela IA.

  • O que o professor Frederico sugere sobre o uso da IA?

    Ele sugere que os professores devem usar a IA de forma crítica e responsável.

  • Como a IA pode afetar a atenção dos alunos?

    A IA pode contribuir para a impaciência dos alunos em relação a conteúdos complexos.

  • Qual é a visão do Papa Francisco sobre a IA?

    Ele considera a IA como um produto da inteligência humana e destaca a importância de seu uso ético.

  • O que é o Guia Prático de Metodologias Aivas?

    Um livro publicado pelo professor Frederico que traz estratégias de ensino para a graduação.

  • Como os professores devem se preparar para o uso da IA?

    Desenvolvendo competências críticas e reflexivas sobre o uso da tecnologia.

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Gulir Otomatis:
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    Olá, é um prazer estar com vocês em mais
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    um episódio do Saberes OEG. O Saberes é
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    uma produção em parceria com a
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    Pró-Reitoria de Graduação como parte
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    integrante do programa de formação
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    continuada de professores e professoras
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    aqui da nossa universidade e também faz
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    parte do programa institucional de bolsa
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    de iniciação científica à docência e que
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    é patrocinado pela CAPS. Bom, a
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    incorporação da inteligência artificial
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    no processo educacional tem gerado
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    debates sobre o papel do professor e uma
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    possível redução de sua autonomia
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    pedagógica. No programa de hoje, nós
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    vamos falar sobre como a inserção da
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    inteligência artificial na educação pode
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    impactar o trabalho docente na
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    graduação. E você tá convidado para
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    seguir com a
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    [Música]
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    gente. Professor e de volta.
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    Em que medida a crescente incorporação
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    da inteligência artificial pode otimizar
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    o trabalho do professor? Compreender os
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    impactos dessa revolução tecnológica,
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    suas implicações, benefícios e desafios
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    são questões que nós vamos abordar agora
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    com o nosso convidado, que é o professor
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    Frederico Dourado Rodrigues Moraes. Olá,
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    professor
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    Frederico, seja muito bem-vindo aos
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    saberes. Olá, professor Marcelo, prazer
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    estar aqui, poder compartilhar um pouco
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    de conhecimento, de informação.
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    Enfim, o professor Frederico, o
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    professor Frederico é pedagogo pela
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    Universidade do Estado da Bahia, doutor
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    e mestre em educação pela UFG, professor
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    titular da Universidade Estadual de
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    Goiás e também professor da PUC Goiás.
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    Ele integra o Banco de Avaliadores do
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    INEP, dos cursos que compõe também o
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    Banco de Avaliadores do Conselho
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    Estadual de Educação de Goiás.
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    Antes de começar esse papo, se você
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    ainda não se inscreveu no nosso canal do
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    YouTube, não deixe de fazer isso para
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    você ficar por dentro de tudo que
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    acontece aqui na OGTV. E se você que
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    está nos assistindo tem interesse em
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    receber a certificação do nosso encontro
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    de hoje, fique atento porque daqui a
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    pouco a nossa produção vai
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    disponibilizar o link para você se
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    inscrever.
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    Professor Federico, enfim, inteligência
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    artificial parece ser a bola da vez nas
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    discussões de todas as áreas. É o desse
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    ano, né? A bola da vez do ano. Então,
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    então, enfim. Eh, e além de ser a bola
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    da vez, tem uma velocidade de renovação
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    de novidades assim, eh,
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    extraordinária. Como é que você tem
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    avaliado os impactos gerais de um ponto
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    de vista assim mais amplo? eh, do que se
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    pronuncia, do que já tá posto, do que já
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    está disponível, eh, da inteligência
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    artificial ou das inteligências, né,
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    porque são vários aplicativos com
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    finalidades diferentes dentro do nosso
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    campo, que é a educação. Então, eh, a
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    gente tem, eu, eu brinquei que é a bola
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    da vez, né? Porque dentro do campo da
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    educação, a gente tem ao longo do tempo
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    uma série de coisas que aparecem, né?
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    Discussão sobre o uso da televisão,
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    discussão sobre uma novo método ou
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    metodologia, mas especificamente
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    inteligência artificial, eh,
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    brincadeiras à parte, ela ela não é só
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    uma uma bola da vez, ela é um de certa
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    forma a gente pode colocar que é um um
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    furacão que chega pra educação. Bem, que
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    sentido? H, não é uma discussão nova
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    falar de tecnologia ou até falar de
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    inteligência artificial, mas a forma
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    como isso tem interferido na educação,
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    eh, a gente pode ter como parâmetro
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    quando o chat PT lança a sua plataforma
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    e ela passa a ser eh democratizada,
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    vamos chamar assim, né? A partir do
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    momento que qualquer sujeito, né, um
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    aluno, um professor, um pai, um cidadão
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    qualquer tem acesso a uma ferramenta de
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    inteligência artificial generativa, isso
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    muda drasticamente a forma como a gente
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    vai encarar a a discussão de
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    inteligência artificial na educação.
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    Então, assim, do ponto de vista de
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    professores, educadores, do ponto de
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    vista nossa educação, ela não é só mais
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    uma a bola da vez, ela passa a ser eh
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    algo que tá na rotina, no dia a dia e no
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    cotidiano das pessoas. E isso vai
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    diretamente para dentro da escola. Quer
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    dizer, a inteligência artificial hoje,
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    ela tá diretamente ligada ao dia a dia
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    das escolas. A gente gostando ou não
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    desse desse cenário, né?
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    E o impacto é tão grande que até o papo
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    eleito recentemente no seu num dos seus
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    discursos iniciais, né, traz a questão
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    da da inteligência artificial como uma
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    nova revolução industrial, né, que que a
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    gente tá em curso. Eh, é isso mesmo.
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    Assim, o impacto é tão grande a ponto de
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    até mesmo uma liderança religiosa eh
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    trazer isso para um discurso? O Papa
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    Francisco, ele fez um tem antes, né? O
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    Papa Francisco tem um uma carta que ele
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    faz paraas universidades, instituições
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    educacionais católicas, que ele fala
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    especificamente da inteligência
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    artificial. Então assim, é um fenômeno
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    que dentro do Vaticano já tava ali
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    emergente. Não é porque o Vaticano tá tá
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    eh eh discutindo isso, é porque isso faz
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    parte agora do cotidiano. E é sério
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    porque a gente passa a ter agora uma
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    preocupação de como isso vai se inserir
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    no nos anos 80, só para fazer uma uma um
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    paralelo, nos anos 80 Paulo Freira, o
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    grande educador Paulo Freire, foi
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    questionado numa revista de uma revista
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    de de informática da época, como é que
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    ele via a chegada dos computadores na
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    escola. Isso nos anos 80. Paulo Freira,
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    ele ele ele ele responde mais ou menos
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    assim, que ele é um homem do tempo dele
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    e no tempo dele, que aquele tempo os
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    computadores na escola era algo que que
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    tava acontecendo e que ele não poderia
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    questionar ou duvidar, né, da
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    importância que era aquela ferramenta,
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    aquela tecnologia na escola. O que ele
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    se preocupava era o fim que a gente ia
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    dar para aquela ferramenta na escola. O
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    Papa Francisco também na sua carta fala
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    algo mais ou menos assim. Ele diz mais
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    ou menos assim que a inteligência
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    artificial é fruto da inteligência
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    humana. a inteligência humana que é
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    fruto do, né, de Deus, da
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    universalidade. Então, não é por
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    natureza algo ruim. Agora, a finalidade,
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    o uso, a forma como a gente vai tratar
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    disso trazia preocupações para pra
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    igreja, pra sociedade, paraas
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    instituições. Então, não é à toa que o
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    Papa no seu primeiro discurso, momento
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    tão emblemático daquele faz referência à
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    inteligência artificial, né? Até porque
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    algumas semanas antes estavam usando a
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    imagem do Papa de inteligência
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    artificial para fazerem brincadeiras,
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    memes, fazerem referências. Então, não é
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    não é à toa. É um assunto emblemático
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    hoje. Eh, a gente não pode simplesmente
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    eh passar ao lado dessa discussão,
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    Marcelo. É uma coisa que a gente tem
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    começado a dar mais atenção do que
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    muitas vezes a gente tá dando. E no
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    ensino da graduação, professor Federico,
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    eh na partir da dos seus estudos, das
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    suas pesquisas, como é que você tem
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    sentido a chegada desses inúmeros
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    aplicativos e ferramentas de de IA? no
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    campo da atuação docente. Além de
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    estudos da pesquisa, eu sou professor
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    igual você também, né? Somos
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    professores. E hoje é é inquestionável.
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    Se a gente for perguntar para qualquer
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    aluno, talvez eles até não admitam, mas
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    hoje quase todos os alunos usam algum
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    tipo de inteligência artificial
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    generativa, né? algum tipo para fazer
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    alguma pesquisa, para fazer algum estudo
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    ou para desespero de nóss professores da
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    universidade para fazer cópia de
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    trabalho, para elaborar um trabalho.
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    Isso existe, isso é real. Os estudos que
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    a gente já tem feito, as pesquisas que
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    já existem, os lev os levantamentos que
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    que já estão sendo feitos há algum tempo
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    sobre inteligência artificial na
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    graduação, já mostram que a gente tem
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    algumas coisas aí para pra gente começar
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    a se preocupar, né?
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    Esse isso obviamente é uma preocupação,
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    uso que os alunos estão dando da
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    inteligência artificial, né? É uma
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    preocupação real, ela não é algo ainda
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    tão distante, já é real, mas tem algumas
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    outras preocupações na graduação, né?
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    Eh, como o professor vai usar o
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    inteligência artificial nas suas aulas
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    ou no seu trabalho, se ele quer usar, se
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    ele vai usar, isso também faz parte
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    desses estudos. a gente identifica, por
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    exemplo, que algumas tarefas que hoje
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    são burocráticas do trabalho do
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    professor ou algumas tarefas que podem
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    ser eh informatizadas, sistematizadas,
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    automatizadas, talvez a inteligência
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    artificial ajude, né? análise de
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    planilhas, análise de alguns dados, mas
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    também tem outras preocupações que já
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    estão na na em pauta pra gente da área
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    de graduação, por exemplo, as discussões
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    éticas do uso da inteligência
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    artificial, a questão do viés do
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    algoritmo, a gente tem uma preocupação
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    serítica com as respostas que a
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    inteligência artificial tem dado, né?
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    Então, hoje na graduação há uma
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    preocupação eh sistemática com os usos
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    que tá sendo dado e uma preocupação de
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    como a gente vai dar um uso para isso. A
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    gente tá saindo aí de uma de um boom de,
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    por exemplo, de educação à distância na
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    na graduação. E agora o o boom que a
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    gente vive é a chegada da inteligência
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    artificial no no dia a dia do das
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    graduações. Como a gente vai tratar
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    isso? É, como disse, a gente tem duas
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    vertentes. A gente tem uma discussão aí
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    de com relação ao aluno e uma discussão
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    com relação ao professor, tanto na
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    graduação como na no ensino, quanto na
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    pesquisa,
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    tá? Dentro desse campo da discussão
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    ética, professor Federico, eh quando
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    você traz a questão da do viés, do
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    algoritmo, que o algoritmo dá para pras
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    respostas, né? Eh, há que se considerar
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    que essas grandes empresas, né, de
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    tecnologia, as chamadas bigtechs,
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    bigtex, é, que são poucas e que
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    concentram a maior parte da oferta das
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    IAS que a gente tem no mercado de
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    tecnologia. enfim, a essa essa questão
  • 00:10:01
    ética assim da do do encaminhamento do
  • 00:10:04
    pensamento, né, do processo de leitura
  • 00:10:06
    de mundo da sociedade que que passa a
  • 00:10:09
    utilizar isso, eh está concentrado nas
  • 00:10:12
    mãos de tão poucas eh
  • 00:10:16
    empresas e considerando essa questão da
  • 00:10:19
    do limear ético, né, eh passa a ser uma
  • 00:10:22
    preocupação ainda maior pro campo de
  • 00:10:23
    educação, mas enfim, para todas as
  • 00:10:26
    pessoas que estão ocupando de alguma
  • 00:10:28
    alguma forma, né, seu lugar no mundo
  • 00:10:29
    enquanto enquanto cidadão. Há uma
  • 00:10:31
    preocupação com essa limitação de quem
  • 00:10:34
    domina o recurso, né, de quem que é dono
  • 00:10:36
    do recurso. Uhum. Porque a a a IA ela se
  • 00:10:39
    alimenta de algum lugar. Quer dizer,
  • 00:10:41
    quando eu vou no chat de PT e faço uma
  • 00:10:44
    pergunta, minha resposta vem de onde?
  • 00:10:46
    Minha resposta vem da do acúmulo de
  • 00:10:48
    informações, de dados, que é aquela
  • 00:10:50
    inteligência eh que aquele, né, que
  • 00:10:52
    aquele site que eu acessei, né, vamos
  • 00:10:54
    colocar o sujeito vai lá no chat, da
  • 00:10:57
    onde que vem aquela resposta. vem do
  • 00:10:58
    acúmulo que a internet gerou. Quer
  • 00:11:00
    dizer, são dados, são textos, são
  • 00:11:03
    livros, são sites, são várias
  • 00:11:05
    informações acumuladas ao longo do tempo
  • 00:11:06
    na internet. E aí quando você vai pensar
  • 00:11:09
    que, né, que as as BTEX, as grandes
  • 00:11:12
    empresas hoje que dominam e que
  • 00:11:14
    gerenciam internet estão em poucas mãos,
  • 00:11:17
    há uma preocupação aí qual o uso que
  • 00:11:18
    eles querem dar dessas informações. Há
  • 00:11:21
    uma outra preocupação que é que essa é
  • 00:11:23
    assim, ah, logo que o chat de aptode,
  • 00:11:28
    surgiram algumas coisas do tipo, ah, fiz
  • 00:11:30
    uma pesquisa no chat de apt, ele foi
  • 00:11:31
    extremamente racista na resposta. Uhum.
  • 00:11:34
    Né? Fiz uma pesquisa no chat GPT. Eu tô
  • 00:11:37
    usando o chat de GPT porque ele é o mais
  • 00:11:38
    popular, mas a gente tem outros. Olha, e
  • 00:11:40
    ele ele fez um um uma me deu uma
  • 00:11:43
    resposta de um viés extremamente
  • 00:11:45
    homofóbico. Aqui o que a gente precisa
  • 00:11:47
    entender que o chat de PT, por si, ele
  • 00:11:50
    não é homofóbico, ele é racista, mas ele
  • 00:11:52
    busca numa base de dados que é racista e
  • 00:11:54
    que é homofóbica. A gente tá falando da
  • 00:11:55
    internet, a gente tem uma série de
  • 00:11:57
    comentários, de fóruns, de dados que tem
  • 00:11:59
    um viés explícito ali, não é implícito,
  • 00:12:02
    é explícito, né? Então, há uma
  • 00:12:04
    preocupação de o uso que é dado também
  • 00:12:07
    desse desses dados, essas informações. E
  • 00:12:08
    quem administra esses dados e
  • 00:12:10
    informações são pequenos grupos. e
  • 00:12:12
    grupos que além dessa que além de serem
  • 00:12:15
    pequenos grupos em em poucos homens, né,
  • 00:12:17
    são poucos homens disso tudo eh e essa
  • 00:12:20
    preocupação com esses dados deles terem
  • 00:12:22
    de uma de uma um banco de dados que
  • 00:12:24
    extremamente preocupante, tem o uso que
  • 00:12:26
    as pessoas querem dar para esse para
  • 00:12:27
    para essa tecnologia, porque a gente vai
  • 00:12:30
    vai acabar e a gente já se tornou refém
  • 00:12:33
    de pequeno de de alguns grupos
  • 00:12:34
    corporativos. Deixa eu dar um exemplo
  • 00:12:36
    também para fazer um paralelo. Na
  • 00:12:39
    pandemia, o Google ofereceu para todas
  • 00:12:41
    as instituições o acesso ao Gmail, ao
  • 00:12:44
    Google Classroom gratuitamente para
  • 00:12:47
    ajudar, né, as instituições a a passar
  • 00:12:49
    por aquele momento. Inclusive, inclusive
  • 00:12:52
    pra nossa universidade, pra nossa
  • 00:12:53
    universidade. Chegou meados ali de junho
  • 00:12:56
    de 2021, um pouco antes já avisou:
  • 00:12:58
    "Olha, a partir de tal data vai
  • 00:13:00
    continuar tendo acesso uma versão assim,
  • 00:13:03
    mas se vocês querem uma versão um pouco
  • 00:13:05
    melhor, aí tem um custo." Qual era a
  • 00:13:07
    alternativa que algumas instituições
  • 00:13:08
    tinham? Quer dizer, você for analisar,
  • 00:13:11
    basicamente na pandemia a gente ficou na
  • 00:13:13
    mão do Google, né, do né, da da da Alfa
  • 00:13:17
    ou da Microsoft, né, que era o Teams,
  • 00:13:20
    né, que algumas instituições utilizaram
  • 00:13:21
    o Teams, outras usaram Google. Se essas
  • 00:13:23
    instituições duas resolv, olha, a gente
  • 00:13:26
    tá aqui para para contribuir, mas vocês
  • 00:13:29
    pagar um pouquinho a mais, vocês têm. Se
  • 00:13:30
    pagar, não pagar, não vai ter. Qual é
  • 00:13:32
    qual é a alternativa que essasões vão
  • 00:13:34
    ter? Então, a preocupação ética passa
  • 00:13:36
    tanto pel esse viés que pode ser
  • 00:13:38
    racista, que pode ser homofóbico, pode
  • 00:13:40
    ser machista, mas é uma preocupação
  • 00:13:42
    também de aqueles que dominam a
  • 00:13:44
    tecnologia, tá na mão de tão poucas
  • 00:13:46
    pessoas no nosso campo da educação, onde
  • 00:13:48
    a gente tá falando de uma perspectiva de
  • 00:13:50
    que a educação tem que ser um espaço de
  • 00:13:51
    debate, diversidade, né, de discussão e
  • 00:13:54
    a universidade, né, a gente tá falando
  • 00:13:56
    aqui na universidade, a universidade é
  • 00:13:58
    para ser o espaço da divergência, do
  • 00:13:59
    debate. Então é um é um risco, mas é um
  • 00:14:02
    risco que a gente tem que começar a pô
  • 00:14:04
    em pauta, em debate, né, estimular a
  • 00:14:07
    discussão e a pesquisa sobre esse
  • 00:14:08
    assunto, né? Muito bem, professor
  • 00:14:10
    Frederico, a gente vai pro intervalo.
  • 00:14:13
    Eh, você que tá com a gente, aguarde aí
  • 00:14:16
    um pouquinho que daqui a pouquinho,
  • 00:14:17
    daqui a pouco, a gente volta com mais
  • 00:14:19
    saberes do EG para você.
  • 00:14:21
    [Música]
  • 00:14:36
    Muitas foram as mãos que construíram a
  • 00:14:38
    Universidade Estadual de Goiás. Muitas
  • 00:14:41
    são as memórias de homens e mulheres que
  • 00:14:43
    contribuíram para que essa fosse uma
  • 00:14:45
    grande
  • 00:14:46
    universidade. Agora, a EGTV quer ouvir
  • 00:14:48
    as suas memórias, conhecer o seu ponto
  • 00:14:50
    de vista dessa grande história. Mais do
  • 00:14:53
    que aquilo que a mente pode lembrar,
  • 00:14:55
    queremos ouvir as memórias que ficaram
  • 00:14:56
    guardadas no coração. Faça a inscrição
  • 00:14:59
    de sua entrevista pelo
  • 00:15:02
    www.tv.br. g.br.
  • 00:15:26
    [Música]
  • 00:15:41
    [Música]
  • 00:15:53
    [Música]
  • 00:16:04
    [Música]
  • 00:16:14
    [Música]
  • 00:16:25
    [Música]
  • 00:16:37
    [Música]
  • 00:16:47
    A Universidade Estadual de Goiás está em
  • 00:16:50
    processo eleitoral. É o momento de
  • 00:16:52
    escolher os caminhos da nossa
  • 00:16:54
    instituição para os próximos anos. Estão
  • 00:16:56
    em disputa os cargos de reitor, diretor
  • 00:16:59
    de instituto acadêmico e coordenador de
  • 00:17:02
    curso. A votação é eletrônica, segura e
  • 00:17:05
    acessível e acontece nos dias 3 e 4 de
  • 00:17:08
    junho. Para mais informações sobre os
  • 00:17:11
    candidatos à candidatas, o processo
  • 00:17:13
    eleitoral e como votar, acesse
  • 00:17:18
    eg.br/eleições.
  • 00:17:19
    Eleições 2025. Pergunte, informe-se e
  • 00:17:24
    vote.
  • 00:17:25
    [Música]
  • 00:17:57
    Estamos de volta com Saberos EG. Hoje
  • 00:17:59
    falando sobre a inteligência artificial
  • 00:18:02
    no processo educacional. Eh, e nós
  • 00:18:05
    recebemos aqui nos nossos estúdios o
  • 00:18:06
    professor Frederico
  • 00:18:08
    Dourado. Professor Frederico, eh, nós
  • 00:18:12
    estamos na universidade, né, como você
  • 00:18:14
    disse agora a pouco no final do último
  • 00:18:16
    bloco, que é o lugar da do pensamento
  • 00:18:18
    crítico, da divergência, debate. Qual
  • 00:18:21
    que é a importância que nós temos na
  • 00:18:22
    universidade pesquisadores como você que
  • 00:18:24
    se dedicam a pensar eh o impacto das
  • 00:18:28
    tecnologias digitais eh no nosso campo
  • 00:18:30
    de atuação que é educação?
  • 00:18:32
    Ah, eh, a gente precisa criar vários
  • 00:18:35
    campos de discussão e de debate, né,
  • 00:18:38
    reforçando se a universidade é o espaço
  • 00:18:39
    da do debate, da divergência, da
  • 00:18:42
    discussão. A gente, por exemplo, hoje na
  • 00:18:44
    UMG temos inúmeros colegas que pesquisam
  • 00:18:46
    sobre as tecnologias, né, do aspecto
  • 00:18:49
    mais técnico sobre as IA, a gente
  • 00:18:52
    devemos e podemos ter colegas que
  • 00:18:53
    estudam, mas a gente precisa também ter
  • 00:18:55
    gente que que pesquise e que e e que
  • 00:18:58
    coloque um um ponto de interrogação
  • 00:19:00
    nessas discussões, né? Quer dizer, é, é
  • 00:19:02
    bacana a inteligência artificial na na
  • 00:19:04
    educação ou as tecnologias. Ah, é
  • 00:19:06
    bacana, é interessante, é importante,
  • 00:19:07
    ajuda, contribui. Mas quais os problemas
  • 00:19:10
    de isso? Então, ampliar o número de de
  • 00:19:13
    de formas de pensar, né, de discussão,
  • 00:19:16
    levantar questões das mais diversas, é a
  • 00:19:18
    possibilidade que a gente tem de fazer
  • 00:19:20
    isso também da melhor forma possível.
  • 00:19:21
    Qual é a grande preocupação? Quer dizer,
  • 00:19:23
    se a gente tem só um, se a gente tem
  • 00:19:25
    poucas perspectivas de debate, de
  • 00:19:26
    pesquisa sobre um assunto como esse, a
  • 00:19:29
    gente corre o risco de não perceber os
  • 00:19:30
    nuances que podem estar vindo, que já
  • 00:19:32
    estão acontecendo. Então, a um um grande
  • 00:19:35
    sentido da gente ampliar a pesquisa
  • 00:19:38
    levando para outros campos, né, levando
  • 00:19:39
    para outros grupos sobre outras
  • 00:19:42
    perspectivas teóricas, é a gente ampliar
  • 00:19:45
    e verificar muitas vezes os nuances que
  • 00:19:47
    podem estar que não podem não estar
  • 00:19:49
    aparecendo numa pesquisa, aparecem em
  • 00:19:50
    outra, né? um pouco muito como disso,
  • 00:19:52
    Marcelo. E do ponto de
  • 00:19:54
    vista eh didático, né, da relação do
  • 00:19:57
    professor com a sala de aula, com seus
  • 00:20:00
    alunos, eh a gente já vinha vivendo uma
  • 00:20:04
    fase eh intensa, né, da presença da das
  • 00:20:07
    tecnologias digitalis em sala de aula,
  • 00:20:09
    com a internet que possibilitou a gente
  • 00:20:12
    receber conteúdo, mas também gerar
  • 00:20:13
    conteúdo. Isso. A pandemia foi assim um
  • 00:20:16
    período um marco, né? eh, acho que
  • 00:20:19
    divisor de águas, né, na nossa na nossa
  • 00:20:21
    trajetória assim da relação com as
  • 00:20:23
    tecnologias digitais em sala de aula.
  • 00:20:25
    Mas agora chega eh a inteligência
  • 00:20:29
    artificial meio que dando um chute na
  • 00:20:30
    canela, né? e enfim, e com uma
  • 00:20:33
    velocidade de transformação muito
  • 00:20:36
    grande.
  • 00:20:38
    Frederico, e aí como é que a gente vai
  • 00:20:42
    sobreviver em sala de aula, considerando
  • 00:20:44
    choque geracional entre os professores e
  • 00:20:47
    seus estudantes, que cada vez vai se
  • 00:20:50
    tornando isso mais eh agudizado dentro
  • 00:20:53
    dessa de tudo que tá disponível pra
  • 00:20:55
    gente usar.
  • 00:20:56
    Marcelo, é engraçado, eu comecei como
  • 00:20:58
    professor no final dos anos 90, né, nos
  • 00:21:02
    auros anos de 1998, primeira vez em sala
  • 00:21:05
    de aula. E lá naquela época a internet
  • 00:21:08
    ainda, a internet comercial no Brasil,
  • 00:21:10
    ela começava ali a ampliar os seus
  • 00:21:12
    horizontes, etc. Mas a gente tinha uma
  • 00:21:14
    discussão nos anos, no final dos anos
  • 00:21:16
    90, porque parece que sobre o uso da
  • 00:21:18
    televisão na na sala de aula, né, de
  • 00:21:20
    vídeos, de filmes, como seria aquilo.
  • 00:21:23
    Olha bem, a gente dá um pulo drástico
  • 00:21:25
    com a internet, que que a gente vai
  • 00:21:27
    fazer com o professor e com a sala de
  • 00:21:29
    aula com a chegada da da internet. E aí
  • 00:21:31
    a internet ela é ela ela faz uma mudança
  • 00:21:35
    drástica de fato. Quer dizer, qualquer
  • 00:21:36
    discussão que a gente fazia antes sobre
  • 00:21:37
    televisão, rádio, né, a gente a gente
  • 00:21:40
    teve rádio, rádio, televisão, muda
  • 00:21:42
    completamente, porque a internet ela ela
  • 00:21:44
    é ela consegue produzir, a gente
  • 00:21:46
    consegue ter hoje acesso na internet,
  • 00:21:48
    uma produção de conteúdo, de
  • 00:21:50
    informações, nunca na história a gente
  • 00:21:52
    vai ter algo parecido. Tem dados que
  • 00:21:54
    mostram que, por exemplo, num período de
  • 00:21:57
    um ano a a foi produzido informação numa
  • 00:22:01
    mesma quantidade que a humanidade
  • 00:22:02
    produziu em 500 anos. Quer dizer, a
  • 00:22:04
    gente tem uma produção de informação
  • 00:22:06
    muito grande. Aí vamos lá pra sala de
  • 00:22:08
    aula. A gente vai pra sala de aula do
  • 00:22:10
    século XX, não é? Quer dizer, choque de
  • 00:22:12
    geração é algo que em sala de aula a
  • 00:22:14
    gente sempre teve e sempre vai
  • 00:22:15
    acontecer. Só que a gente tá falando de
  • 00:22:17
    uma geração que passa diante de um
  • 00:22:20
    dilema que é a seguinte: a gente tem uma
  • 00:22:21
    produção de informação muito grande, mas
  • 00:22:24
    a gente tem uma um recurso limitado que
  • 00:22:26
    é a chamada atenção nossa. Uhum. Tem um
  • 00:22:28
    grupo de economistas que falam de uma de
  • 00:22:30
    uma de um usam um termo que é economia
  • 00:22:32
    da atenção. E uma das coisas que ele
  • 00:22:34
    fala é que a atenção, diferente, por
  • 00:22:36
    exemplo, da informação, ela é
  • 00:22:37
    extremamente limitada. a gente tem um
  • 00:22:39
    limite da nossa atenção e por a gente
  • 00:22:41
    ter um recurso limitado, a gestão disso
  • 00:22:45
    tem que ser feita. Quando você vai pra
  • 00:22:47
    sala de aula, você tem um estudante,
  • 00:22:49
    seja ele na educação básica, seja ele no
  • 00:22:52
    ensino superior, que é nosso cenário, de
  • 00:22:54
    várias idades, às vezes de gerações
  • 00:22:56
    diferentes, mas dentro do mesmo
  • 00:22:58
    contexto, século XX, esse contexto da da
  • 00:23:01
    de uma produção exagerada de
  • 00:23:03
    informações, mas que a atenção dele é
  • 00:23:05
    limitada. E aí eu, professor, você
  • 00:23:07
    professor, tem que disputar atenção com
  • 00:23:10
    TikTok, com YouTube, com a internet como
  • 00:23:13
    um todo. Então, se quando eu comecei
  • 00:23:16
    como professor, a atenção era algo que
  • 00:23:18
    eu de certa forma até tinha dos alunos
  • 00:23:20
    ali, eu dis eu eu brigava muito pouco
  • 00:23:21
    pela atenção, agora a minha disputa pela
  • 00:23:23
    intenção é maior. E aí você coloca mais
  • 00:23:25
    um elemento agora, inteligência
  • 00:23:27
    artificial, que dá acesso a
  • 00:23:29
    essa porrada de informações. E aí eu,
  • 00:23:33
    professor de graduação, você professor
  • 00:23:34
    de formação, os nossos colegas da da
  • 00:23:36
    universidade, tem que ter uma disputa
  • 00:23:37
    ainda muito mais cruel ainda. Quer
  • 00:23:39
    dizer, eh, disputar atenção e ainda ter
  • 00:23:43
    que construir um um cenário dentro de
  • 00:23:45
    sala de aula, mostrando a importância e
  • 00:23:47
    o significado de coisas que são um pouco
  • 00:23:48
    mais complexas. Se eu chego na
  • 00:23:50
    inteligência artificial e pergunto, eh,
  • 00:23:53
    qual a origem do universo? Ele me e
  • 00:23:55
    ainda fala para ele: "Olha, eu quero uma
  • 00:23:57
    resposta de três linhas." Ele vai criar
  • 00:23:59
    uma resposta de três linhas sobre a
  • 00:24:00
    origem do universo. Se eu vou para para
  • 00:24:02
    ciência, eu vou fazer uma pesquisa, eu
  • 00:24:04
    vou buscar os estudos sobre a origem do
  • 00:24:05
    universo, dá muito mais trabalho, requer
  • 00:24:07
    muito mais atenção. Então, hoje pra
  • 00:24:09
    gente a discussão da inteligência
  • 00:24:11
    artificial é entender como a gente vai
  • 00:24:13
    administrar esse recurso limitado que é
  • 00:24:15
    atenção, com uma produção de informação
  • 00:24:18
    muito alta. Por isso que se torna
  • 00:24:20
    significativo que nós professores
  • 00:24:22
    olhemos para isso com um olhar mais
  • 00:24:24
    cuidadoso e formativo, porque é algo que
  • 00:24:26
    não tem como a gente simplesmente virar
  • 00:24:28
    o rosto e dizer que não não tá
  • 00:24:29
    acontecendo. professor, e com a
  • 00:24:31
    quantidade de telas, de
  • 00:24:34
    dispositivos, eh alguns deles, inclusive
  • 00:24:36
    você citou, a gente tem um
  • 00:24:40
    aluno nesse momento, nesse tempo
  • 00:24:42
    presente, que é mais disperso porque ele
  • 00:24:46
    tá com a tensão também mais dividida,
  • 00:24:48
    mais fracionada em várias coisas ao
  • 00:24:49
    mesmo tempo ou não, a gente consegue
  • 00:24:52
    ainda ter um um nível de atenção, de
  • 00:24:54
    concentração assim mínimo desses
  • 00:24:56
    estudantes. Aí a gente tem um aluno mais
  • 00:24:58
    espesso. E e e e o e a questão é, não é
  • 00:25:00
    só um aluno que nasceu no nos anos 2000,
  • 00:25:03
    porque a gente acaba, a gente na UEG tem
  • 00:25:06
    as nos vários cursos que a gente tem na
  • 00:25:07
    universidade, por exemplo, a gente tem
  • 00:25:09
    alunos de várias faixas etárias, né? No
  • 00:25:12
    mesmo curso, você tem um aluno, um
  • 00:25:14
    estudante de 20 anos até um estudante de
  • 00:25:15
    de 50, 60 anos. Mas uma coisa que eu não
  • 00:25:19
    sei se é infelizmente ou felizmente que
  • 00:25:20
    tá se tornando comum é essa essa certa
  • 00:25:24
    velocidade com que esses estudantes
  • 00:25:25
    querem as respostas, essa impaciência
  • 00:25:28
    com conteúdos muito complexos, muito
  • 00:25:30
    longos, né? Eh, eu eu gosto de brincar
  • 00:25:34
    com citando um exemplo. Eh, o tem um
  • 00:25:36
    filme, né, lá dos anos, acho que é 30,
  • 00:25:38
    40, e o vento levou são mais 3 horas de
  • 00:25:41
    filme, né? E 3 horas de filme de
  • 00:25:42
    diálogo, de conversa, de de cenas. Se
  • 00:25:45
    pedir para um aluno hoje, se ele de 20
  • 00:25:47
    ou até de 40 anos, 50 para assistir o
  • 00:25:49
    vento que levou, ele não vai conseguir
  • 00:25:50
    assistir o vento que levou. o nível de
  • 00:25:52
    atenção dele é mínimo ali, ele quer o
  • 00:25:55
    resultado e isso é fruto desse movimento
  • 00:25:57
    que a gente tem vivenciado. Quer dizer,
  • 00:25:59
    não é só um problema geracional,
  • 00:26:00
    Marcelo, assim, não é só a geração que
  • 00:26:02
    nasceu eh nos anos 2000 que passa por
  • 00:26:04
    isso. Todos nós que estamos nesse
  • 00:26:07
    contexto acab acabamos enfrentando isso.
  • 00:26:09
    Claro, eu posso enfrentar diferente,
  • 00:26:11
    você enfrentar diferente, mas
  • 00:26:13
    considerando o contexto dos nossos
  • 00:26:14
    alunos hoje, a gente tem essa tem essa
  • 00:26:16
    impaciência hoje. Agora me eu coloco a
  • 00:26:19
    questão aqui para todo mundo que tá que
  • 00:26:20
    vai assistir. Como é que eu posso
  • 00:26:22
    construir conhecimento eh em 8 segundos,
  • 00:26:25
    10 segundos, 2 minutos, 3 minutos? Que
  • 00:26:29
    são que são os tempos que nós estamos
  • 00:26:30
    habituados, né? Isso. No das
  • 00:26:32
    plataformas, das plataformas, das redes
  • 00:26:34
    sociais, que trazem sempre o conteúdo,
  • 00:26:37
    via de regra, na
  • 00:26:39
    superficialidade e na condensação
  • 00:26:41
    máxima. Isso numa velocidade muito alta,
  • 00:26:45
    numa
  • 00:26:46
    intensificação, numa mudança de de
  • 00:26:49
    telas. Quer dizer, eu sou professor,
  • 00:26:51
    então sala de aula, como é que eu vou
  • 00:26:51
    fazer essa mudança toda de tela, de
  • 00:26:53
    lugar, de cenário, né? E isso é cobrado,
  • 00:26:56
    cobrado no sentido assim, o estudante tá
  • 00:26:58
    ali, ele tá tá imaginando que ele vai
  • 00:26:59
    ter isso. E aí isso amplifica mais com a
  • 00:27:02
    inteligência artificial, porque a gente
  • 00:27:03
    tá falando de uma ferramenta que
  • 00:27:04
    permite, eu falei, a gente tá falando de
  • 00:27:07
    um vídeo hoje no na numa numa
  • 00:27:10
    determinada rede social, você consegue
  • 00:27:12
    eh produzir um vídeo que gera
  • 00:27:14
    engajamento, 30 segundos, 40 segundos.
  • 00:27:17
    Eu vou na inteligência artificial, peço
  • 00:27:18
    para ele me fazer uma síntese de um
  • 00:27:20
    conteúdo extremamente complexo em três
  • 00:27:22
    linhas ou gerar um áudio de de 30
  • 00:27:24
    segundos. OK, ele gera. Mas quais as
  • 00:27:27
    consequências disso? Quer dizer, eu vou
  • 00:27:28
    ter acesso a a a algo imediato e
  • 00:27:32
    pontual. Eu não vou, eu não vou ter a o
  • 00:27:34
    processo de construção e de, e
  • 00:27:35
    decompreensão do, do conhecimento. Eu
  • 00:27:38
    posso ter acesso à informação, mas eu
  • 00:27:40
    não vou ter acesso a construção desse
  • 00:27:41
    conhecimento. E aí a gente vai para
  • 00:27:43
    outra discussão, por exemplo, as as fake
  • 00:27:44
    news, né, a informação destruída, a
  • 00:27:48
    desvalorização do conhecimento
  • 00:27:49
    científico, negacionismo científico.
  • 00:27:51
    Todos esses temas estão vinculados a
  • 00:27:54
    esse novo cenário que a gente vive de
  • 00:27:55
    uma produção de informação muito alta,
  • 00:27:57
    de uma atenção que é limitada e de um
  • 00:28:00
    cenário altamente tecnológico de
  • 00:28:02
    gerações de pessoas que que querem
  • 00:28:03
    resultados muito rápidos, imediatos e
  • 00:28:07
    por não dizer, né, de, né, sem pouca ou
  • 00:28:09
    sem nenhuma profundidade.
  • 00:28:11
    E diante de tudo isso, professor, eh a a
  • 00:28:16
    as IAS, elas podem de alguma forma eh
  • 00:28:19
    ameaçar a autonomia do professor em sala
  • 00:28:22
    de aula?
  • 00:28:24
    Sim e não, elas podem ser eh para não
  • 00:28:28
    parecer que toda conversa que é
  • 00:28:30
    apocalíptica, né, o fim do mundo, é o
  • 00:28:32
    fim do trabalho do professor, podem
  • 00:28:33
    ameaçar como e eh a gente pode ter
  • 00:28:36
    outras ferramentas que podem ameaçar,
  • 00:28:38
    porque elas
  • 00:28:39
    podem automatizar o trabalho do
  • 00:28:42
    professor, elas podem simplificar o
  • 00:28:44
    trabalho do professor, elas podem ser
  • 00:28:46
    usad por grandes corporações e grandes
  • 00:28:48
    empresas, né, numa forma de substituir
  • 00:28:50
    até mesmo o trabalho de um professor,
  • 00:28:51
    né, isso poder acontecer você pode e
  • 00:28:54
    significa que isso acontecendo eh eh
  • 00:28:57
    isso é bom, isso é uma forma, né? Isso é
  • 00:29:00
    culpa do professor, é porque o professor
  • 00:29:01
    não se atualiza? Não, isso pode ser um
  • 00:29:03
    uso do mercado, da das empresas, etc.
  • 00:29:07
    Mas a ferramenta também, né, as IAS
  • 00:29:09
    podem ser extremamente úteis para
  • 00:29:12
    aperfeiçoar e melhorar o trabalho do
  • 00:29:13
    professor. O professor pode muitas vezes
  • 00:29:16
    utilizar essas próprias IA que sim
  • 00:29:18
    correm o risco de reduzir a autonomia
  • 00:29:20
    dele, mas ele pode usar elas também para
  • 00:29:22
    poder desenvolver a autonomia dele,
  • 00:29:23
    porque ele ele passa a ter ali algo do
  • 00:29:26
    trabalho dele que as IAAS eh resolvam
  • 00:29:28
    para ele, para ele se dedicar a outras
  • 00:29:29
    questões mais complexas, mais amplas do
  • 00:29:31
    trabalho dele. Então, por exemplo, eu
  • 00:29:34
    posso utilizar IA para me ajudar na na
  • 00:29:36
    preparação de um plano de aula. Posso. A
  • 00:29:39
    questão da minha autonomia tá na
  • 00:29:40
    compreensão da daquelas sugestões que
  • 00:29:42
    ela me dá, né, na e e o mais importante,
  • 00:29:46
    ela ela não vai fazer um plano de aula
  • 00:29:47
    para mim. O máximo que ela vai fazer é
  • 00:29:49
    me dar uma sugestão de roteiros, de
  • 00:29:50
    ponto, de itens. O plano de aula passa
  • 00:29:53
    pela minha compreensão da minha
  • 00:29:54
    disciplina, do conteúdo que eu vou
  • 00:29:56
    trabalhar, da área do conhecimento.
  • 00:29:58
    Então, se o professor abrir abrir mão
  • 00:29:59
    disso, aí ele perde autonomia. Se ele
  • 00:30:02
    não abrir mão disso, ele continua tendo
  • 00:30:03
    autonomia com a ferramenta que pode
  • 00:30:06
    ajudar, né, o trabalho
  • 00:30:08
    dele. Muito bem, professor Federico,
  • 00:30:11
    muito obrigado. A gente vai agora para
  • 00:30:12
    mais um intervalo e daqui a pouco a
  • 00:30:15
    gente retoma a nossa conversa sobre eh
  • 00:30:18
    inteligência
  • 00:30:20
    artificial na prática docente. Até já.
  • 00:30:24
    [Música]
  • 00:30:37
    O que é criar? Criar é imaginar,
  • 00:30:40
    inventar, produzir, fomentar. E é isso
  • 00:30:43
    que o Crialab, o laboratório de
  • 00:30:45
    pesquisas criativas e inovação e
  • 00:30:47
    audiovisual da Universidade Estadual de
  • 00:30:49
    Goiás, está sempre buscando. Com a
  • 00:30:51
    participação de pesquisadores,
  • 00:30:53
    estudantes e realizadores, nosso maior
  • 00:30:55
    objetivo é pensar em um audiovisual cada
  • 00:30:58
    vez mais criativo e inovador. Na
  • 00:31:00
    telinha, na telona, vertical,
  • 00:31:02
    horizontal, para ver e para ouvir. Um
  • 00:31:04
    novo jeito de olhar é o que buscamos por
  • 00:31:06
    aqui. Venha ser criativo com a gente.
  • 00:31:08
    Venha para o Crialab.
  • 00:31:12
    Entrevistas, videocasts, programas e
  • 00:31:15
    muito conteúdo educativo. Tudo isso você
  • 00:31:17
    acompanha no canal da UEG TV. Clique
  • 00:31:20
    para inscrever-se e ative o sininho para
  • 00:31:22
    ficar por dentro de tudo que acontece
  • 00:31:24
    por
  • 00:31:25
    [Música]
  • 00:31:42
    aqui. Está chegando a hora de decidir o
  • 00:31:45
    futuro da UEG. Para que você decida bem
  • 00:31:48
    o seu voto, a UEGTV realiza o debate
  • 00:31:51
    entre os candidatos a reitor no dia 2 de
  • 00:31:54
    junho, às 4 horas da tarde. Todos os
  • 00:31:57
    candidatos confirmaram presença. Venha
  • 00:32:00
    conhecer as propostas e tirar suas
  • 00:32:03
    dúvidas. 2 de junho, 4 da tarde, no
  • 00:32:06
    canal da UEGTV no YouTube. Eleições UEG
  • 00:32:10
    2025. Pergunte, informe-se e
  • 00:32:14
    [Música]
  • 00:32:27
    vote. Então, nós estamos de volta com
  • 00:32:30
    Saberes do UEG, hoje conversando sobre a
  • 00:32:33
    inserção da inteligência artificial na
  • 00:32:36
    educação e como ela pode impactar o
  • 00:32:39
    trabalho docente na graduação. E a gente
  • 00:32:41
    recebe eh aqui nos saberes o professor
  • 00:32:44
    Frederico Dourado. Professor Frederico,
  • 00:32:46
    no sentido prático, a inteligência
  • 00:32:49
    artificial ela é alimentada por dados
  • 00:32:51
    inclus incluídos pela diversidade de
  • 00:32:54
    sujeitos que usam internet. você falou
  • 00:32:56
    sobre isso agora a pouco, qual pode ser
  • 00:32:59
    a influência desses algoritmos eh
  • 00:33:02
    inteligentes em processos
  • 00:33:04
    discriminatórios que reforçam as
  • 00:33:06
    desigualdades sociais, desigualdades
  • 00:33:08
    históricas, enfim, aquilo que eh às
  • 00:33:12
    vezes a gente não quer construir do
  • 00:33:14
    ponto de vista de discurso, mas que a Iá
  • 00:33:16
    nos ajuda a a fortalecer, eh porque,
  • 00:33:21
    enfim, né, ela busca essas informações.
  • 00:33:25
    em tudo aquilo que tá disponível na
  • 00:33:26
    internet.
  • 00:33:28
    Eh, recentemente eu fui assistir uma
  • 00:33:30
    fala de uma colega pesquisadora da do
  • 00:33:33
    Rio de Janeiro falando sobre
  • 00:33:34
    inteligências artificiais e o viés, né,
  • 00:33:36
    do algoritmo. Ela foi dar o exemplo do
  • 00:33:38
    quando foram construir as primeiras
  • 00:33:40
    ferramentas que usavam inteligência
  • 00:33:42
    artificial para reconhecimento facial.
  • 00:33:44
    E ela conta que ela fez parte da equipe
  • 00:33:46
    que construiu essa essa ferramenta. E
  • 00:33:48
    uma coisa que foi identificado foi que a
  • 00:33:50
    ferramenta, os robôs que foram
  • 00:33:52
    construídos, que utilizavam a a IA para
  • 00:33:55
    reconhecimento facial, tinham
  • 00:33:57
    dificuldade de de tinha uma tendência
  • 00:33:59
    muito forte, né, eh, a reconhecer, a
  • 00:34:03
    descrever rostos brancos, né, com
  • 00:34:06
    aspecto mais eurocêntrico, etc. E ela, e
  • 00:34:08
    ela é uma pesquisadora, não é estudiosa.
  • 00:34:11
    O que que ela, por exemplo, identificou?
  • 00:34:12
    Para fazer esse tipo de tecnologia, eles
  • 00:34:15
    fazem testes. Anteriormente eu comentei
  • 00:34:17
    que a inteligência artificial, ela busca
  • 00:34:19
    na internet os dados e no caso dessa
  • 00:34:21
    ferramenta, eles faziam teste com a
  • 00:34:22
    equipe que tava ali. Ela era a única
  • 00:34:24
    mulher e negra que fazia parte da equipe
  • 00:34:26
    e ela identificou isso. E ela inclusive
  • 00:34:28
    eh eh professora discute sobre esse
  • 00:34:30
    assunto. Por que que eu tô trazendo essa
  • 00:34:32
    referência? para voltar na discussão,
  • 00:34:34
    quer dizer, a inteligência artificial
  • 00:34:35
    ela busca um um campo, ela vai buscar
  • 00:34:38
    dados, informações em algum local. E aí
  • 00:34:40
    de onde ela vai buscar é essa a nossa
  • 00:34:42
    compreensão, de onde ela busca. Então,
  • 00:34:44
    se a gente quer reforçar, se a gente não
  • 00:34:46
    quer reforçar uma visão eurocêntrica,
  • 00:34:48
    por exemplo, de sociedade, a gente tem
  • 00:34:50
    que ter muito cuidado, porque grande
  • 00:34:51
    parte da base de dados que a internet
  • 00:34:53
    tem hoje é eurocêntrica, né? Se a gente
  • 00:34:55
    não quer, não quer reforçar visões
  • 00:34:57
    racistas, né, modelos, né, eh, capacit,
  • 00:35:02
    quer dizer, o que seja, a gente tem que
  • 00:35:03
    ter um grande cuidado de entender que
  • 00:35:05
    esses dados vão ser buscados de locais,
  • 00:35:08
    de base de dados que vão ter que vão ter
  • 00:35:10
    essas características. Aí vem, e que que
  • 00:35:12
    eu que que um professor faz, que que a
  • 00:35:14
    universidade pode fazer diante desse
  • 00:35:15
    cenário? É aí que tá a a característica
  • 00:35:19
    do pens do, né, do chamado pensamento
  • 00:35:21
    crítico. A ideia do pensamento crítico é
  • 00:35:23
    justamente você pôr uma crítica dentro
  • 00:35:24
    dos dados das informações que você faz.
  • 00:35:26
    A gente faz isso hoje, por exemplo, com
  • 00:35:27
    na educação básica, com os livros
  • 00:35:28
    didáticos. Ah, hoje na educação básica,
  • 00:35:31
    a discussão sobre livro didático é, a
  • 00:35:33
    gente não pode receber um livro didático
  • 00:35:34
    na sala de aula sem fazer uma crítica
  • 00:35:36
    àquele material, sem trazer algum
  • 00:35:38
    complemento, sem inclusive simplesmente
  • 00:35:41
    repassar ou discutir em sala sem
  • 00:35:43
    questionar o que tá ali. É a mesma coisa
  • 00:35:44
    com qualquer conteúdo que é produzido.
  • 00:35:47
    Quer dizer, a crítica, quer dizer, a
  • 00:35:49
    interrogação, o duvidar, o questionar,
  • 00:35:51
    ele ele passa a ser parte. quer dizer, é
  • 00:35:53
    olhar para aquelas respostas que a
  • 00:35:55
    inteligência promove ou para algo que
  • 00:35:57
    ela
  • 00:35:58
    gere não não pensar o seguinte, da onde
  • 00:36:01
    ela tá tirando essas informações, né?
  • 00:36:03
    Então, a universidade ela ela passa a
  • 00:36:04
    ser muito importante nesse cenário de a
  • 00:36:06
    porque ela passa a ser uma instituição
  • 00:36:08
    que tem condições de de trazer essa
  • 00:36:10
    crítica.
  • 00:36:12
    Professor, esse ano você publicou o
  • 00:36:14
    livro Guia Prático de Metodologias
  • 00:36:17
    Aivas, 10 estratégias de ensino para as
  • 00:36:19
    aulas da
  • 00:36:20
    graduação. Eh, como as pessoas podem ter
  • 00:36:23
    acesso a essa
  • 00:36:24
    publicação? Eh, e esse livro traz também
  • 00:36:28
    discussões relacionadas ao tema das
  • 00:36:30
    tecnologias digitais, das IA. Conta pra
  • 00:36:34
    gente um pouco. Isso aí, deixa eu contar
  • 00:36:35
    a história desse livro, porque ele tem
  • 00:36:36
    uma história, né? Eh, começo do ano é o
  • 00:36:38
    período que, pelo menos nós professores
  • 00:36:39
    na graduação a gente usa para planejar
  • 00:36:41
    as nossas disciplinas, as aulas. E aí eu
  • 00:36:44
    resolvi depois de muitos anos na
  • 00:36:45
    graduação, retomar os estudos sobre
  • 00:36:47
    metodologias ativas. E aí nesses estudos
  • 00:36:49
    eu comecei a fazer leituras, organizar
  • 00:36:52
    umas fichas de estudo. E aí depois eu
  • 00:36:54
    pensei: "Ah, vou fazer um roteiro, né,
  • 00:36:56
    de cada uma dessas metodologias, vou
  • 00:36:58
    pensar nos meus alunos, fui nas
  • 00:37:00
    inteligências artificiais, vamos me
  • 00:37:02
    ajudar aqui a pensar qual delas pode me
  • 00:37:03
    ajudar, se eu quero fazer um, um, né,
  • 00:37:06
    adotar uma determinada estratégia que
  • 00:37:08
    há, né, que recurso hoje no, né, no
  • 00:37:11
    mercado gratuito ou pago pode me
  • 00:37:12
    ajudar." Aí comecei a montar isso, por
  • 00:37:14
    exemplo, dessa desse
  • 00:37:16
    montu gerou esse guia. É um guia de, né,
  • 00:37:19
    com algumas estratégias. Eh, tá no meu
  • 00:37:22
    site. Depois a gente pode, né,
  • 00:37:24
    disponibilizar o site
  • 00:37:28
    www.fdrm.com.br. Tá gratuito porque foi
  • 00:37:30
    a intenção desse material foi para meu
  • 00:37:32
    trabalho, né? Eu fiz um material para me
  • 00:37:34
    ajudar nas minhas aulas. Cada aula que
  • 00:37:36
    eu vou planejando, eu volto nele, dou
  • 00:37:37
    uma lida, olha e vejo. E ele foi feito
  • 00:37:39
    com ajuda de das da das inteligências
  • 00:37:42
    artificiais disponíveis, generativas,
  • 00:37:44
    né? Tanto eu faço uso para produzir o
  • 00:37:46
    material, quanto eu sugiro algumas lá no
  • 00:37:49
    material que os professores possam
  • 00:37:51
    utilizar e foi pensado especificamente
  • 00:37:53
    paraa graduação.
  • 00:37:55
    E professor, e como é que tem sido a os
  • 00:37:58
    acessos, os downloads? As pessoas estão
  • 00:38:00
    interessadas em saber mais sobre esse
  • 00:38:02
    assunto? Sim, pior que tá, né? E é
  • 00:38:04
    engraçado porque como tá no meu site tem
  • 00:38:06
    acompanha as estatísticas, né, os
  • 00:38:07
    acessos, downloads e tem sido
  • 00:38:10
    interessante que as pessoas têm procur e
  • 00:38:12
    é um material gratuito, né? Foi foi
  • 00:38:14
    muito naquela concepção de socializar o
  • 00:38:15
    conhecimento que a gente produz, né? Eh,
  • 00:38:18
    tal qual esse material que eu produzi,
  • 00:38:20
    quanto falar sobre inteligência
  • 00:38:21
    artificial virou assim, é uma discussão
  • 00:38:22
    que as pessoas têm têm interesse. Isso
  • 00:38:24
    me deixa até feliz, né? A gente saber
  • 00:38:26
    que a curiosidade tá aí, né? Quando a
  • 00:38:29
    curiosidade acabar, é que a gente tá
  • 00:38:31
    fadado ao ao prejuízo, né? E essas
  • 00:38:35
    inteligências, elas vão inevitavelmente
  • 00:38:37
    mudar a nossa experiência de sala de
  • 00:38:38
    aula com os alunos, mudar a nossa a
  • 00:38:41
    experiência dos alunos no processo de
  • 00:38:43
    formação eh na graduação a partir de
  • 00:38:46
    agora. Eu não sei se a gente vai ter uma
  • 00:38:49
    mudança, né? É assim, eu acredito ser
  • 00:38:51
    muito cedo pra gente falar da das
  • 00:38:54
    consequências disso, né? mas que eh que
  • 00:38:57
    requer uma uma atenção nova e
  • 00:38:59
    diferenciada, sim, né? Eh, eu eu não
  • 00:39:02
    consigo, os professores da educação
  • 00:39:04
    básica, os professores do ensino
  • 00:39:05
    superior, eles precisam pelo menos
  • 00:39:07
    começar a olhar com uma atenção
  • 00:39:08
    diferente pro pro cenário que a gente tá
  • 00:39:10
    aí. Quer dizer, se isso vai gerar uma
  • 00:39:12
    nova forma de no nosso trabalho,
  • 00:39:14
    particularmente, eu não sei mesmo. Eh,
  • 00:39:16
    agora que a gente precisa ter uma
  • 00:39:17
    atenção com relação a isso, a gente
  • 00:39:19
    precisa, porque vou insistir nesse
  • 00:39:21
    assunto. Hoje eu tô em sala de aula, eu
  • 00:39:24
    faço uma atividade com meus alunos e eu
  • 00:39:26
    tenho certeza sem perguntar para eles,
  • 00:39:28
    todos usam inteligência artificial.
  • 00:39:30
    Partindo do pressuposto disso, eu tenho
  • 00:39:31
    que pensar que então essa mesma
  • 00:39:33
    atividade que eu tô desenvolvendo em
  • 00:39:35
    sala hoje, essa mesma forma de
  • 00:39:37
    trabalhar, ela eu posso continuar assim
  • 00:39:39
    ou eu continuar assim, eu vou insistir
  • 00:39:41
    no num erro, ou seja, não vai ter os
  • 00:39:43
    resultados, eu não vou eu não vou fazer,
  • 00:39:45
    não vou gerar dinâmica, debate, etc.
  • 00:39:47
    Então, se vai ter uma nova forma,
  • 00:39:49
    sinceramente, eu não sei. Eu acho que
  • 00:39:51
    daqui uns 10 anos a gente vai olhar para
  • 00:39:52
    esse cenário e falar como é que foi, né,
  • 00:39:54
    esse cenário. Mas hoje requer, no mínimo
  • 00:39:57
    de nós professores, um olhar atento, uma
  • 00:40:01
    uma preocupação nova, né, sobre o nosso
  • 00:40:03
    trabalho. É uma preocupação nova sobre o
  • 00:40:04
    nosso trabalho. Às vezes eu percebo uma
  • 00:40:07
    postura assim muito reativa, sabe, de
  • 00:40:09
    alguns colegas, eh, quase que de que é
  • 00:40:12
    preciso a se achar um caminho para fazer
  • 00:40:15
    uma vigilância.
  • 00:40:17
    eh sobre a inteligência artificial, né,
  • 00:40:19
    para se descobrir textos que foram
  • 00:40:22
    produzidos. Eh, me parece que esse não é
  • 00:40:25
    muito caminho, né, porque
  • 00:40:27
    inevitavelmente isso vai est presente de
  • 00:40:29
    agora em diante na nossa na nossa na
  • 00:40:32
    nossa trajetória da relação com os
  • 00:40:34
    alunos e na construção dos dos
  • 00:40:36
    aprendizados. Eh, enfim, é isso mesmo ou
  • 00:40:39
    eh eh a relação é essa de caminhar e
  • 00:40:43
    tentar achar um caminho um caminho
  • 00:40:45
    alternativo? ético e que seja
  • 00:40:47
    interessante ou de fato a gente tem que
  • 00:40:49
    se preocupar em relação a essa questão
  • 00:40:52
    mais da eh desse viés mais coercitivo,
  • 00:40:56
    né, mais punitivo que às vezes alguns
  • 00:40:58
    colegas adotam em relação ao uso das
  • 00:41:00
    dessas tecnologias. Que que você acha
  • 00:41:02
    sobre isso? no nosso, no campo da da
  • 00:41:04
    docência, trabalho docente, toda vez que
  • 00:41:06
    chega uma, no início a gente brincou,
  • 00:41:08
    né, eu fiz a brincadeira de é a bola da
  • 00:41:09
    vez, né, é o momento e porque a gente já
  • 00:41:13
    passou por outras situações, outras
  • 00:41:14
    outras, né, a chegada de outras
  • 00:41:16
    ferramentas, metodologias, algumas
  • 00:41:18
    implicações. A a primeira reação de
  • 00:41:20
    muitos colegas nossos é essa, né? É é
  • 00:41:23
    negar, é tentar não não não se envolver,
  • 00:41:26
    é tentar não deixar entrar na sala de
  • 00:41:28
    aula, né? Então, por exemplo, hoje na na
  • 00:41:30
    universidade tem uma preocupação muito
  • 00:41:32
    grande. Eu fiz algumas falas para alguns
  • 00:41:34
    colegas professores sobre pesquisa e a
  • 00:41:36
    sobre ensino e a e sempre me perguntam:
  • 00:41:39
    "E a questão do plágio, como é que vai
  • 00:41:41
    resolver a questão do pláio? Quer dizer,
  • 00:41:43
    é uma preocupação de como resolver isso,
  • 00:41:45
    né? e e punir quem usa o plágio, quem
  • 00:41:47
    usa ferramenta. Bem, do que eu conheço
  • 00:41:50
    até o momento, o uso de dessas
  • 00:41:52
    ferramentas de a generativas, nenhuma a
  • 00:41:55
    gente consegue identificar, a não ser
  • 00:41:57
    que, né, você faça aí a busca uma base
  • 00:42:00
    de dados, copia um trabalho de alguém
  • 00:42:03
    sem fazer a fonte, que isso pode
  • 00:42:04
    acontecer e você simplesmente repassa
  • 00:42:06
    aquilo. Mas se ela gerar algum texto, a
  • 00:42:09
    possibilidade de você identificar se
  • 00:42:10
    aquele texto foi gerado por IA ou não,
  • 00:42:12
    é, é complicadíssimo. Então, quer dizer,
  • 00:42:14
    tem que ter uma preocupação ética, tem
  • 00:42:16
    que ter uma preocupação sobre as
  • 00:42:18
    implicâncias, as implicações disso. Sim,
  • 00:42:20
    a gente tem uma uma discussão que é
  • 00:42:22
    muito mais ampla hoje no Brasil,
  • 00:42:24
    inclusive, que é sobre a regulamentação
  • 00:42:26
    da internet, né? Existe uma preocupação
  • 00:42:28
    seríssima no Brasil hoje de regulamentar
  • 00:42:30
    internet. Quer dizer, a gente não pode
  • 00:42:31
    tratar internet nem asiaspo, né,
  • 00:42:33
    especificamente como uma terra de
  • 00:42:35
    ninguém, né? Existem responsabilidades
  • 00:42:37
    ali, né? Ou que eu faço uso ou de onde
  • 00:42:41
    vem os dados. Quer dizer, esse é um
  • 00:42:42
    debate tá sendo feito no no Congresso,
  • 00:42:45
    são várias organizações, a universidade
  • 00:42:47
    faz esse debate, tem feito. Então,
  • 00:42:49
    existe uma necessidade de um debate
  • 00:42:50
    sobre a ética, sobre o uso responsável?
  • 00:42:52
    Sim. Agora a gente negar, a gente na
  • 00:42:55
    minha aula, nenhum aluno usa
  • 00:42:57
    inteligência artificial, eh, eu me nego
  • 00:42:59
    a conhecer essa ferramenta. Eh, isso é é
  • 00:43:04
    não eu não, né, não querendo ser cruel
  • 00:43:06
    ou injusto com com os colegas,
  • 00:43:07
    porventura tão assim, mas isso é uma
  • 00:43:09
    proximidade de um negacionismo. Quer
  • 00:43:11
    dizer, a gente nega algo que, né, pode
  • 00:43:14
    ter vários usos, pode ser extremamente
  • 00:43:17
    importante e que é inconsequente, né,
  • 00:43:20
    ele tá aí, né? E quais seriam,
  • 00:43:22
    professor, então, diante disso, as
  • 00:43:24
    competências que nós professores e os
  • 00:43:27
    estudantes precisaríamos desenvolver
  • 00:43:29
    para que a gente pudesse conviver com
  • 00:43:31
    essas novas ferramentas de forma
  • 00:43:34
    saudável, de forma ética, eh
  • 00:43:36
    respeitando, né, os os direitos autorais
  • 00:43:39
    de outros autores, eh, que também é uma
  • 00:43:42
    questão bastante discutível, sim, eh,
  • 00:43:45
    dentro que das várias aplicações que a
  • 00:43:47
    gente tem visto, inclusive recentemente
  • 00:43:49
    da própria chefe de apt que se resolver,
  • 00:43:53
    porque o o volume de acesso por conta do
  • 00:43:57
    estúdio eh geek que aconteceu agora
  • 00:44:00
    recentemente, eh quase quebrou, né, o
  • 00:44:04
    chat de PT de tanto acesso simultâneo.
  • 00:44:07
    Eh, então, enfim, como é que a gente
  • 00:44:08
    precisa se pode se reinventar a partir
  • 00:44:10
    dessa realidade? Você você citou um
  • 00:44:12
    exemplo aí do do estúdio, né, que quer
  • 00:44:14
    dizer, a gente muita gente fazendo
  • 00:44:16
    imagens, né, reconfigurando suas suas
  • 00:44:19
    suas fotos. utilizando um um um traços,
  • 00:44:22
    desenho, a arte de de um artista, quer
  • 00:44:24
    dizer, de um estúdio que tem todo um
  • 00:44:26
    histórico, uma formação, quer dizer, tem
  • 00:44:27
    implicações éticas nisso aí. A
  • 00:44:29
    universidade tem que levantar esse
  • 00:44:31
    debate. Eh, professor Marcelo, tem uma
  • 00:44:33
    questão. Eh, esse ano eu tô entrando na
  • 00:44:36
    universidade com um projeto de pesquisa
  • 00:44:37
    que a ideia é fazer o estudo sobre o
  • 00:44:39
    trabalho docente, inteligência
  • 00:44:40
    artificial. E eu quero levantar essa
  • 00:44:42
    perspectiva a partir de Paulo Freire. E
  • 00:44:44
    aí que eu trago a a sua resposta da sua
  • 00:44:46
    pergunta. Eu penso que as competências,
  • 00:44:48
    aquilo que a gente precisa desenvolver
  • 00:44:49
    hoje tá muito próximo daquilo que Paulo
  • 00:44:51
    Freire traz na sua discussão sobre
  • 00:44:53
    educação bancária e educação
  • 00:44:54
    libertadora. Paulo Freira extremamente
  • 00:44:56
    enfático, tem um livro do Paulo Freire,
  • 00:44:58
    Pedagogia da autonomia, que ele fala,
  • 00:45:00
    né, de certa forma é, não é isso que ele
  • 00:45:03
    fala, mas eu gosto de usar esse termo. É
  • 00:45:04
    um mano, um belo de um manual do que é
  • 00:45:06
    um trabalho de um professor. E e nesse
  • 00:45:09
    nesse material, quer dizer, nessa obra
  • 00:45:10
    do Paulo Freire, ele é muito enfático
  • 00:45:12
    sobre a importância do desenvolvimento
  • 00:45:13
    da autonomia do professor, do pensar
  • 00:45:16
    certo, do pensamento científico, do
  • 00:45:18
    estudo, né, da pesquisa, né, do
  • 00:45:20
    pensamento crítico. são todas essas
  • 00:45:22
    competências que quer dizer, desde dos
  • 00:45:24
    anos 60, 70, a gente tem discutido da
  • 00:45:26
    importância do professor desenvolver
  • 00:45:28
    nele, né, e nos alunos, que isso não
  • 00:45:31
    muda no cenário atual. Quer dizer, o meu
  • 00:45:33
    olhar hoje sobre a uma inteligência
  • 00:45:35
    artificial, ele é um olhar de que
  • 00:45:37
    qualquer resultado que ela me oferece,
  • 00:45:38
    qualquer coisa que eu preciso dela, eu
  • 00:45:41
    passo horas ali questionando aquele
  • 00:45:43
    resultado, eu vou na base de estudos que
  • 00:45:44
    eu tenho, se é sobre um texto que eu tô
  • 00:45:46
    lendo, vou eu volto naquele texto.
  • 00:45:48
    Porque de certa forma eu entendi que
  • 00:45:50
    aquela ferramenta ela me ajuda, mas ela
  • 00:45:52
    não me responde, ela não me traz pronto.
  • 00:45:54
    quer dizer, desenvolver esse pensamento
  • 00:45:56
    crítico, desenvolver essa essa essa
  • 00:45:58
    autonomia, essa reflexão sobre a
  • 00:46:01
    prática, continua sendo as ferramentas
  • 00:46:02
    importantes. Quer dizer, se o professor
  • 00:46:05
    entende que dentro da sala de aula dele
  • 00:46:06
    o aluno tá utilizando essa ferramenta,
  • 00:46:08
    ele tem que entender o seguinte: eh o
  • 00:46:10
    aluno não começou a plagiar agora. O
  • 00:46:12
    plágio não é uma uma uma fruto da
  • 00:46:15
    inteligência artificial. O pláio não é
  • 00:46:17
    fruto nem da internet. a gente tem a a
  • 00:46:20
    informação, a gente tem a discussão
  • 00:46:22
    sobre plágio antes mesmo da internet.
  • 00:46:25
    Então, o que que tá por trás disso? A
  • 00:46:27
    gente tem que dar uns passos para trás.
  • 00:46:28
    Quer dizer, que tipo de estudante eu tô
  • 00:46:30
    formando? Que a minha preocupação é
  • 00:46:32
    proibir que ele tenha acesso a uma
  • 00:46:33
    ferramenta ou eu tenho que preparar ele
  • 00:46:35
    para ele usar aquela ferramenta e
  • 00:46:36
    questionar o uso crítico dela? Quer
  • 00:46:38
    dizer, a preocupação não é o uso, a
  • 00:46:41
    preocupação é como fazer o uso dela.
  • 00:46:43
    Então, por isso que eh antes de negar, a
  • 00:46:47
    gente tem que começar a pensar a melhor
  • 00:46:48
    forma de utilizar.
  • 00:46:50
    Muito bom, professor Federico. Acho que
  • 00:46:52
    é um, enfim, um desafio e uma chamada
  • 00:46:56
    pra gente um chamado para que a gente
  • 00:46:58
    também repense a nossa própria a nossa
  • 00:47:01
    própria prática, né? Prática
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    docente no nosso dia a dia na sala de
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    aula. Muito obrigado. Eu que agradeço,
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    professor, pelas discussões, pelas
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    reflexões e pela disponibilidade de
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    estar conosco aqui no Sabedes de hoje.
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    Eu que agradeço, professor Marcelo. Seja
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    sempre bem-vindo. Um prazer estar aqui e
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    esse assunto ele só tá começando. Bom, e
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    você que nos assistiu até agora, muito
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    obrigado pela sua participação, pela sua
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    audiência. Não se esqueça de se
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    inscrever para receber certificação e
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    caso você deseje e até a semana que vem
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    com mais um Saberes EG aqui na UGTV. Até
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    lá.
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    [Música]
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