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Esse aqui é o Ozempic, provavelmente o remédio mais famoso dos últimos tempos.
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Mas curiosamente, o motivo pelo qual ele ganhou tanta popularidade não é o motivo pelo qual ele foi criado,
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e sim pelo seu efeito colateral, ou melhor, defeitos.
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O Ozempic originalmente foi desenvolvido para tratar diabetes, e ele faz isso muito bem,
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mas não demorou muito tempo para as pessoas começarem a usá-lo como uma solução rápida para o emagrecimento.
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E agora que eu falei de Ozempic, você deve estar pensando um monte de coisa.
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Talvez você tenha um preconceito com o remédio por ver ele sendo usado indevidamente.
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Ou talvez você veja pessoas comentando sobre o remédio que supostamente vai mudar o mundo.
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E aí você se pergunta se ele realmente é tudo isso.
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E de fato, em 99% das vezes em que a internet fala que algo vai mudar o mundo, esse algo
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não muda o mundo e acaba não sendo tudo isso.
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Mas o tempo está mostrando que o Ozempic parece ser aquele 1% que escapa dessa regra.
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Então será que o Ozempic vai mudar o mundo?
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É isso que eu vou tentar responder nesse vídeo.
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Vamos tentar entender todos os efeitos, positivos e negativos, dessa nova geração de remédios
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para diabetes.
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E se o Ozempic for tão poderoso quanto algumas novas evidências sugerem, sim, ele vai ser
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capaz de ajudar bilhões de pessoas do mundo todo.
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Então pra começar, o que o Ozempic tem de diferente?
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O princípio ativo do Ozempic é a semaglutida.
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Ela pertence à classe de medicamentos conhecidos como agonistas do receptor de GLP-1.
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A palavra agonista significa o oposto de antagonista.
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Então, se um antagonista é um opositor, um agonista é algo parecido.
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Ou seja, um agonista de GLP-1 replica o efeito do GLP-1.
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E o GLP-1 é um hormônio produzido naturalmente pelo nosso corpo e que faz parte de um grupo
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de hormônios chamados incretinas.
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Esses hormônios são liberados depois de a gente ingerir alimentos.
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A função deles é ajudar o nosso corpo a lidar com o açúcar que ingerimos, que pode
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estar desde a frutose das frutas até os carboidratos do macarrão.
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E o nosso corpo transforma isso em glicose, que é o tipo de açúcar que as células
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do nosso corpo utilizam para gerar energia.
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E a concentração de glicose no seu sangue é chamada de glicemia.
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Tanto pouca quanto muita glicose no sangue podem causar problemas de saúde.
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É por isso que é importante que o seu corpo mantenha um equilíbrio na quantidade de glicose
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para funcionar direito.
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E é aí que entram hormônios como o GRP1.
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Na maior parte das pessoas são eles que ajudam a controlar a glicose no sangue.
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E eles fazem isso mandando pâncreas liberar insulina depois de comer.
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A insulina tem um papel crucial em ajudar nossas células a transformar a glicose absorvida pelo sistema digestivo em energia.
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Mas pessoas com diabetes tipo 2 têm tanto resistência à insulina quanto uma eventual
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redução na secreção de insulina com o tempo.
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Então pessoas com diabetes tipo 2 às vezes não só não produzem insulina direito, como
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mesmo quando produzem, os receptores de insulina ignoram o sinal.
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E sem os efeitos adequados da insulina, essas pessoas não conseguem transformar a glicose
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no sangue em energia, que é muito perigoso.
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E é aqui que entra a semaglutina do Ozempic.
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Por imitar o hormônio GLP-1, o Ozempic incentiva o pâncreas a produzir mais insulina do que ele produz normalmente.
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Isso já ajuda a regular a glicemia no sangue de pessoas com diabetes.
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Mas os efeitos não param aqui, porque o Ozempic combate a própria resistência à insulina.
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Então o Ozempic não só aumenta a produção de insulina,
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como também torna a insulina mais eficiente
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através de outros efeitos, como a redução de inflamações, o controle da quantidade
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de gordura no sangue, redução de hormônios que aumentam a glicemia e até através da
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perda de peso.
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Pacientes tomando Ozempic perdem em média 10% do peso corporal.
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E a perda de peso também pode ajudar a controlar os sintomas da diabetes tipo 2.
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É inclusive a perda de peso que fez o Ozempic furar a bolha do mundo dos remédios e atingiu um
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status quase que cultural.
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A perda de peso dramática de alguns influenciadores e famosos que usaram o Ozempic chamou atenção
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por esse efeito colateral quase que milagroso para muitas pessoas.
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E como consequência, o Ozempic virou provavelmente o remédio mais famoso do mundo.
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Por exemplo, no último ano, a empresa que detém a patente do Ozempic, a Novo Nordisk,
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reportou um faturamento de mais de 50 bilhões de dólares graças aos seus remédios à base de semaglutida.
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Isso é quase o suficiente para pagar todo o custo de pesquisa da empresa desde os anos 90,
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com a venda de só uma substância.
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Atualmente, 6% da população americana já tomou o Zempic ou um análogo alguma vez.
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E isso são 20 milhões de pessoas, das quais 8 milhões usaram o remédio pela função de perda de peso.
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Praticamente metade.
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No Brasil a substância ainda não está tão acessível há tanto tempo, então nós não
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temos dados similares.
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Mas o interesse no Ozempique foi tanto que algumas pessoas importam o Ozempique pagando
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mais de R$ 10 mil por dose.
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O impacto do Ozempique nos Estados Unidos foi tanto que ele talvez tenha impactado até
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o comércio.
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De acordo com o Walmart, que além de mercados também tem farmácias, existe uma correlação
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entre as vendas de Ozempique nas farmácias e uma diminuição
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na venda de comida nas lojas da rede.
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Um único remédio, uma única substância, afetou o comércio de uma das gigantes do
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setor.
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E só no Brasil, o Ozempique gerou 3,7 bilhões de reais em vendas, sendo tão procurado que
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ele até chega a faltar nas farmácias.
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Inclusive, a patente do Ozempique no Brasil expira no futuro próximo e outras empresas
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farmacêuticas já estão se preparando para fazer suas próprias versões desse remédio.
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A história do Ozempique até agora deixa uma coisa muito clara.
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Ele tem efeitos poderosos tanto para tratar diabetes quanto para perda de peso.
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E está ficando cada vez mais claro que o Ozempique vai fazer parte dos tratamentos futuros,
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especialmente para diabetes tipo 2.
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Até porque o efeito colateral de perda de peso costuma ser algo positivo para pacientes com diabetes tipo 2,
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muitos dos quais também sofrem com obesidade.
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E o controle de peso pode ajudar a controlar a própria diabetes.
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Possuir excesso de gordura corporal, especialmente gordura visceral, é um fator de risco para
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inúmeras doenças.
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E a redução de massa corporal pode ser uma intervenção útil para pessoas com problemas
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cardíacos, por exemplo.
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E essa informação fica ainda mais séria quando nós lembramos que no Brasil, cerca
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de metade da população adulta está acima do peso.
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E uma entre cada cinco pessoas adultas são obesas.
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Um problema é que intervenções de perda de peso são bastante difíceis.
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Como qualquer um de nós que já tentou alguma vez sabe, perder peso não é fácil.
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Por exemplo, só mandar alguém perder peso ou melhorar a dieta tem uma taxa de
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sucesso extremamente baixa. E existem inúmeros fatores genéticos, sociais,
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ambientais, de estilo de vida e de saúde que podem tornar a perda de peso uma batalha quase impossível, justamente
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para pessoas que se beneficiariam muito de menos gordura corporal.
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E é aqui que nós voltamos ao Ozempic, ou mais precisamente, ao Wacov, que é a versão
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para perda de peso do Ozempic e que também usa a semaglutina como princípio ativo.
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Esses remédios podem fazer parte de uma intervenção médica para perda de peso, e eles têm feito
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isso com algum grau de sucesso.
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Na verdade, o sucesso até gerou um sentimento negativo relacionado ao
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uso dessas substâncias para perda de peso. Como se quem perdeu peso usando algum medicamento
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à base de semaglutina estivesse roubando de alguma forma.
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E se existe uma coisa que não falta na internet, são opiniões fortes tanto sobre peso, quanto
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o Ozempic, quanto o uso dele na perda de peso. Aliás, digita aqui nos comentários, você
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acha que quem perde peso com o Ozempic tá trapaceando de algum jeito?
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E pessoal, só avisando que essas camisetas que eu uso são da minha loja e estão na
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ter opiniões elaboradas e complicadas sobre remédios mostrou o quão presente o Ozempic se tornou no
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mundo. Ele realmente entrou no debate público, o que não é ruim, porque em breve o Ozempic vai
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perder sua patente e vai ficar bem mais acessível. Então é importante discutir como usar o remédio adequadamente.
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E pra fazer isso, primeiro nós precisamos entender
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como que um remédio criado originalmente pré-diabetes
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faz os pacientes perderem peso.
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E a chave pra entender isso
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está na maneira como a semaglutida age no nosso corpo.
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Além de controlar o açúcar no sangue,
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a semaglutida traz a digestão dos alimentos,
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que como consequência reduz o apetite.
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Mas tem mais um efeito importante, só que no cérebro.
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A semaglutida aumenta a sensação de saciedade ao comer.
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Então além de digerir comida mais devagar, você se sente mais satisfeito com menos comida.
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Levando a redução de apetite, que pode levar a perda de peso.
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E até pouco tempo atrás, esse vídeo poderia acabar aqui.
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Um remédio que ao mesmo tempo trata diabetes e ajuda pessoas a perderem peso, já é um
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feito e tanto. Mas existe mais uma coisa que nós começamos
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a notar em pessoas que usam o Ozempic.
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E essa também tem potencial de mudar o mundo, ou pelo menos a vida de bilhões de pessoas.
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A semaglutina do Ozempic talvez seja capaz de tratar uma das condições mais difíceis
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de tratar no mundo.
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Difícil.
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Mas aqui uma nota de cautela.
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Nós ainda não temos certeza em um nível científico se o Ozempic está tratando vícios.
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O que nós temos são evidências de pacientes e alguns estudos com animais de laboratório.
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Alguns desses estudos mostraram que medicamentos como a semaglutida,
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presente no Ozempic,
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reduzem o consumo de álcool, nicotina e até substâncias como cocaína e metanfetamina.
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O que isso indica é que os efeitos do Ozempic podem ir além da regulação do apetite
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e do açúcar no sangue,
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impactando circuitos de recompensa no cérebro,
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em que substâncias e comportamentos viciantes ativam a liberação de dopamina.
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A dopamina é conhecida por ser um neurotransmissor-chave no sistema de recompensa do nosso cérebro,
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e ela motiva comportamentos repetitivos, como o consumo de álcool ou drogas.
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E o Ozempic, ao modular esse sistema, pode reduzir o pico de dopamina liberado pelo consumo de substâncias viciantes, diminuindo a compulsão.
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Relatos de pacientes que utilizam o Ozempic apontam que, após o início do tratamento,
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eles perderam o interesse por álcool ou outros comportamentos compulsivos, como comer doces.
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Mas lembre-se, se tratando de ciência, relatos ainda são evidências fracas.
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As evidências de estudos conduzidos com animais junto com os relatos de pacientes que usaram
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o Ozempic abriram caminho para estudos clínicos para investigar o impacto de medicamentos
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como o Ozempic no tratamento de vícios.
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E se o Ozempic realmente for capaz de afetar o sistema da recompensa a ponto de tratar
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a dependência química, isso vai ser um achado histórico.
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E que com certeza vai colocar o Ozempic e Análogos na categoria de remédios revolucionários,
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como antibióticos e insulina.
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O problema é que muitos estudos foram conduzidos em pacientes que tinham ou obesidade ou diabetes
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ou até mesmo os dois.
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Mas os efeitos na redução de vícios nem sempre são observados em pacientes que não
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têm essas duas comorbidades.
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Recentemente, um estudo publicado na revista Addiction mostrou uma redução na taxa de
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overdose por opióide e de intoxicação por álcool em pacientes que fizeram uso de medicamentos
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análogos do GLP-1.
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Mas o estudo tem limitações, principalmente por se tratar de uma análise retrospectiva
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a partir de dados registrados em prontuários médicos.
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Por isso, não dá pra assumir com certeza uma relação de causa e efeito entre o uso
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do Ozempic e a redução do vício.
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De qualquer forma, é um resultado promissor e mostra que vale a pena continuar investigando
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o impacto de medicamentos como o Zempik no tratamento de vícios e dependências.
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O Zempik é inegavelmente um remédio útil, mas é importante lembrar que ele também
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tem efeitos colaterais indesejados, como causar desidratação ou risco de inflamação no
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pâncreas, perigoso especialmente em pessoas que abusam de álcool ou já tem algum outro problema nesse órgão.
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Como todo remédio, é preciso seguir as instruções profissionais de saúde para
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usá-lo adequadamente.
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E também é preciso tomar cuidado com a ideia de tratar vícios com o Ozempic.
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O que nós temos de evidência é promissor, mas nós ainda não temos uma prova
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definitiva de que o Ozempic pode tratar vícios.
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E até a efetividade em causar perda de peso, especialmente no longo prazo,
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precisa ser melhor entendida.
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Apesar da fama e infâmia do Ozempic, a gente precisa separar a real utilidade do medicamento
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do seu uso indevido.
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Atualmente a semaglutida, que é a base do Ozempic, pode ser usada para tratar diabetes
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tipo 2 e auxiliar na perda de peso.
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Se você assistiu o vídeo até aqui, comenta com um emoji de braço pra gente saber.
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E também conta aqui nos comentários, você já teve uma experiência com o Ozempic?
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Como foi?
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Muito obrigado e até a próxima.
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Muito obrigado e até a próxima!
![[Teaser] Scalene - Fãs e Ídolos](https://ruhnrawpgxrzdrgaohnf.supabase.co/storage/v1/object/public/images/video/KZyVOB_bd5o/thumbnail.jpg)
