CAMINHO DE PEDRAS - Resumo e análise. Profa. Dra. pela USP Miriam Bevilacqua

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https://www.youtube.com/watch?v=SJN1Sc7kzFE

Sintesi

TLDRO vídeo detalha a vida de Raquel de Queiroz e sua obra "Caminho de Pedras", contextualizando a luta de uma escritora de esquerda em um Brasil sob ditadura. A apresentadora discute a intersecção das experiências pessoais da autora com suas obras literárias, destacando como a organização social e política do período influencia a narrativa. O vídeo também enfatiza a importância de se ler a obra para compreender plenamente seu significado e a crítica social que permeia o texto.

Punti di forza

  • 📚 Raquel de Queiroz é uma escritora influente do Brasil.
  • 🗳️ Sua obra reflete as lutas sociais e políticas de seu tempo.
  • 🚨 "Caminho de Pedras" aborda a opressão da ditadura Vargas.
  • 👩‍🎤 A protagonista representa mulheres corajosas desafias as normas sociais.
  • 🌎 O contexto histórico é essencial para entender suas narrativas.
  • 🖊️ A linguagem utilizada é clara e coloquial, destacando diálogos.
  • 🔍 A autora se inspira em suas experiências pessoais para criar seus personagens.
  • 📖 A leitura da obra é fundamental para uma interpretação completa.
  • ✊ Raquel fez parte de movimentos políticos, sendo presa por suas convicções.
  • 💡 O final do livro é simbólico, representando esperança e persistência.

Linea temporale

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A escritora Raquel de Queiroz utiliza suas experiências pessoais e de conhecidos em suas obras, onde sua biografia é importante para interpretar suas histórias. A autora se preocupa em motivar a leitura, especialmente em um Brasil onde os números de leitura são alarmantes.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O canal introduz Raquel de Queiroz e sugere que se comece a leitura com o livro 'Caminho de pedras', que é frequentemente pedido em vestibulares. É importante contextualizar o livro dentro da realidade histórica do Brasil em 1937, quando Getúlio Vargas iniciou seu regime autoritário.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    Raquel de Queiroz, nascida em 1910, era uma escritora politizada, e ao publicar 'Caminho de pedras', já tinha uma carreira estabelecida. O contexto político da época a levou a ser perseguida e presa por ser comunista em um governo ditatorial.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    Nessa obra, a história gira em torno de Roberto, que retorna a Fortaleza após anos, e se envolve com personagens que representam a luta política e social daquela época. Os personagens refletem as tensões entre intelectuais e operários e suas diferentes visões sobre a política.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    Roberto estabelece um relacionamento complicado com Noemi, que é casada, refletindo os dilemas morais e sociais da época. A obra explora como a vida pessoal de Noemi se entrelaça com o contexto político, representando as lutas de classes e os desafios da sociedade.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    A participação de personagens femininas como Noemi é fundamental, já que ela se destaca por sua coragem em questionar padrões sociais e em se engajar politicamente, ao mesmo tempo em que lida com suas próprias questões de vida pessoal.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    O final do livro é simbólico, apresentando a dificuldade da vida, mas também trazendo esperança de mudança, representada pela gravidez de Noemi, que manifesta o futuro de luta e resistência. O modo como a autora em entrelaça as narrativas políticas e pessoais é admirável.

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    O estilo de escrita de Raquel de Queiroz é caracterizado por uma linguagem clara e acessível, refletindo um compromisso com o modernismo. A obra é vista como engajada e um reflexo da luta contra a opressão, ressoando com o contexto social do Brasil dos anos 30.

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Video Domande e Risposte

  • Quem foi Raquel de Queiroz?

    Uma importante escritora brasileira, conhecida por suas obras que refletem sua vida e o contexto social e político do Brasil.

  • Qual o tema principal de "Caminho de Pedras"?

    Explora as dificuldades da vida durante a ditadura, a luta de personagens pela liberdade e os desafios enfrentados pelas mulheres na sociedade.

  • Que período da história brasileira é abordado em "Caminho de Pedras"?

    O livro se passa durante a década de 1930, em meio à ditadura de Getúlio Vargas.

  • Quais são algumas características do estilo de escrita de Raquel de Queiroz?

    Ela utiliza uma linguagem clara e coloquial, com ênfase em diálogos e narração que retratam a realidade social.

  • Como Raquel de Queiroz estava envolvida na política?

    Ela era ativa politicamente e fazia parte de movimentos de esquerda, tendo sido presa várias vezes por suas convicções.

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Sottotitoli
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    o que você conhece sobre a escritora
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    Raquel de Queiroz se você respondeu que
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    sabe pouco eu lhe aconselho a ver aqui
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    no canal o vídeo Quem foi Raquel de
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    Queiroz e por quê Porque ela é uma
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    escritora que se coloca muito em suas
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    obras vários personagens eh da Raquel eh
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    ou situações que seus personagens vivem
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    enciam realmente aconteceram ou com ela
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    ou com seus amigos ou com seus
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    familiares né então conhecer a biografia
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    Eu sempre gosto Eu repito isso muito
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    aqui no canal mas no caso da Raquel e de
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    outros escritores que eu sempre cito Nos
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    ajuda muito a conseguir interpretar
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    melhor os seus romances eu vou deixar o
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    link na descrição te aconselho então
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    assistir Quem foi eh Raquel de Queiroz
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    eu sou miram de vilaca professora
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    jornalista escritora mestre e Doutora em
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    Literatura e você está aqui no meu canal
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    eh aqui no canal o mais importante é
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    divulgar a literatura é fazer com que as
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    pessoas Leiam mais eh e gostem né tenham
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    prazer em ler eu fico muito triste
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    quando eu vejo os números e a leitura no
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    Brasil só cai cai cai nós temos que
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    reverter isso bem eu poderia entrar na
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    obra de Raquel de Queiroz por qualquer
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    dos seus romances eh Porque apesar Claro
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    São temáticas Diferentes né eles têm eh
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    histórias e temas diferentes eu eu acho
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    que eles se equivalem não tem um mais
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    fácil um mais difícil né então ele
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    equivale Então por uma questão prática
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    eu resolvi começar por este livro
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    caminho de pedras já que tá todo mundo
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    pedindo porque ele é um livro que cai em
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    prova e em vestibular tá então eu vou
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    resumir contextualizar que é fundamental
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    as perguntas de vestibular cada vez mais
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    elas estão pedindo contexto eh analisar
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    e marcar os pontos mais importantes com
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    você mas eu preciso que você fique até o
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    final do do do vídeo para não ficar com
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    informações incompletas tá então eu se
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    você não leu e não quer spoiler eu te
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    aconselho a ler e voltar depois para ver
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    a nossa análise mas vamos lá vai ter
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    muitos
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    spoilers não se esqueça de se inscrever
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    no canal e acionar o Sininho para que eu
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    vá eh para que você fique sabendo quando
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    eu postar um vídeo novo né E como tem
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    como vai mudar eh a lista de livros de
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    algumas grandes universidades entre elas
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    a FUVEST mudar completamente eh eu
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    pretendo as pessoas estão me perguntando
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    sim Eu pretendo fazer todos os nossos
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    novos livros de leitura obrigatória dos
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    vestibulares mais importantes do país eu
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    sempre começo Pelas universidades
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    públicas mas dando tempo claro eu vou
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    também para as universidades
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    particulares agora ver o vídeo não
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    significa que você não tenha de ler o
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    livro você tem de ler né pelo amor de
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    Deus eh é isso que a gente espera de
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    você para que você possa ir bem na prova
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    né porque se você não lê você às vezes
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    fica com uma ideia errada de alguma
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    coisa que eu tenha falado né você não
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    não tem como fazer esse esse
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    trajeto bom Caminho das Pedras foi
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    publicado em
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    1937 e a gente precisa
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    contextualizar para entender o que
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    estava acontecendo no Brasil nessa época
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    e isso é uma pergunta que pode cair
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    muitas provas porque
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    1937 foi o ano eh que Getúlio Vargas deu
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    golpe de estado a sua ditadura ela
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    começa formalmente em novembro eh de
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    1937 com esse golpe que eu falei do
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    referido golpe mas na prática a
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    repressão a qualquer Oposição a ele e a
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    seu governo já tinha começado muito
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    antes né Afinal o Vargas ele estava na
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    presidência desde
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    1930 gente é muito tempo não podemos
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    esquecer que em 30 Getúlio havia perdido
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    as eleições para o Júlio Prestes e só se
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    tornou Presidente porque foi dado ali um
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    primeiro golpe de estado então é feito
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    um governo provisório e é colocado
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    Getúlio Ali no lugar em
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    1934 quem o elege não é o povo mas a
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    assembleia constituinte então assim de
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    apesar da gente pensar formalmente né
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    que ainda não era uma ditadura de 30 a
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    37 o regime já era
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    completamente opressor né Eh tem aqui no
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    canal Olga eh que fala bem eu falo
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    bastante desse período vou também deixar
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    o link na descrição em
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    1937 Getúlio deu formalmente o golpe
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    para evitar as eleições que que
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    aconteceriam em janeiro do próximo ano
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    de 38 né E quando então ele teria de
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    deixar o poder ele já estava 7 anos no
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    poder que que acontece o Vargas inventa
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    que haveria uma ameaça comunista e isso
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    é o grande terror de gente que acha que
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    comunista come criancinha não tem a
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    menor ideia eh não estuda não sabe o que
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    são os movimentos de esquerda e claro né
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    ele se apropria então mais uma vez da
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    presidência proibindo a existência de
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    todos os partidos políticos a partir de
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    dezembro de 37 então mesmo o governo
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    Vargas tendo endurecido ainda mais a
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    partir de 37
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    eh antes disso né que é que é é o que
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    leva né a a vida ali da Raquel que eu
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    vou explicar eh antes disso o país já
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    vivia uma época de opressão de
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    perseguição e prisão e morte de todo
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    mundo que pensasse diferente é isso que
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    fazem as ditaduras de direita ou de
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    esquerda né ele não admite que você
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    pense diferente Raquel de queiro que
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    havia nascido lá em
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    1910 tinha então 27 anos quando ela
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    publica esse livro mas ela já era uma
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    escritora
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    reconhecida desde seu primeiro romance
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    que foi o 15 que foi escrito gente
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    quando ela tinha apenas 19 anos então
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    ela já vinha fazendo sucesso eh de
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    público e de crítica e já era jornalista
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    já publicava crônica então o livro já
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    tinha ali quando foi lançado uma boa
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    repercussão as ditaduras obviamente
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    podem ser de direita ou de esquerda aqui
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    no Brasil elas sempre são de direita né
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    Eh os militares são de direita né e o
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    que vai acontecer que
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    eh a a a a Raquel de Queiroz ela era de
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    esquerda como é a grande maioria eh dos
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    escritores então uma pessoa de esquerda
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    conhecida numa ditadura de direita ou
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    antes até da ditadura mas numa repressão
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    de direita é claro que ela vai ser
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    bastante perseguida ela era uma uma
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    escritora politizada ela participava
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    ativamente da vida política do país né E
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    claro sendo de esquerda ela vai ser não
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    apenas investigada viada mas também
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    presa pelas forças ditatoriais não foi
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    apenas uma vez tá gente a Raquel ela é
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    presa mais de uma
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    vez a escritora eh chegou a se inscrever
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    como membro do Partido Comunista e sua
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    primeira prisão acontece em
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    1932 então vejam antes da da chamada
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    ditadura já tinha a repressão depois que
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    ela rompe com o Partido Comunista por um
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    outras razões lá ela ainda é candidata a
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    deputada Federal pelo partido socialista
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    socialismo e comunismo não é a mesma
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    coisa tá gente pelo amor de Deus e ela
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    vai ser então candidata em
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    1934 ela vai perder e aí a situação
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    eh nos próximos anos vai ficando muito
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    complicada ela e o marido então resolvem
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    se afastar da da política pelo menos
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    formalmente em
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    1936 Acontece uma tragédia a Raquel
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    perde sua única filha com miningite e
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    também eh o seu irmão caçula E é logo
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    depois que tudo isso acontece em sua
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    vida que ela escreve este romance
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    caminho de pedras então Eh se você lê o
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    livro você vai perceber que o livro tem
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    muitas semelhanças com a vida da
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    escritora isso é bem bacana da gente
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    perceber como o escritor leva pra sua
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    obra a sua vivência Vamos à história
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    hisa o personagem Roberto estava de
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    volta à Fortaleza depois de 10 anos de
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    ausência e estava ali em um em um café
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    eh observando umas moças que tinha ali
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    no Café duas moças quando um homem de
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    aparência muito simples provavelmente um
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    pedreiro se aproxima eh do Roberto e diz
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    eh que já o conhecia do Rio de Janeiro
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    né mas a gente percebe que esse homem
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    vai estar lá no no café por causa do
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    Roberto Roberto lhe entrega uma carta
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    que ele lê com dificuldade e diz que
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    então vai entregar essa carta ao pessoal
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    a gente não sabe quem é o pessoal e
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    depois
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    eh ele depois ele traz a resposta do
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    pessoal pro Roberto ainda pergunta
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    Porque o roberto tinha deixado o Rio de
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    Janeiro e Roberto lhe diz que é porque
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    estava sendo muito visado pelos tiras
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    então por isso por esse primeiro momento
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    a gente já entende do que é que vai se
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    tratar o livro Rob Roberto é jornalista
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    diz que vai procurar emprego em algum
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    jornal de Fortaleza e está morando em
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    uma pensão perto ali daquele café no
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    café também então há aquelas duas moças
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    que chamam a atenção de Roberto mas
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    nesse primeiro momento ele não conversa
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    com elas tá mas essas moças claro uma
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    delas vai ter uma grande importância na
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    sua vida no segundo capítulo O Roberto
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    Ele está sendo
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    apresentado por um operário Um operário
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    chamado luí a um grupo de trabalhadores
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    luí Diz ao grupo que o Roberto está em
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    Fortaleza para
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    ar as bases
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    eh da organização né na região todos ali
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    na naquela reunião se chamam por
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    camaradas e nós leitores percebemos logo
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    que é uma reunião de algum movimento de
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    esquerda né Eh os homens os operários
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    desconfiam de Roberto por ele não ser da
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    mesma classe social e nem ser um Um
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    operário como eles o mais resistente ali
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    do grupo dos dos Operários a Roberto é
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    um e não só Roberto Mas a outros
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    intelectuais é o negro chamado apelidado
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    de 21 há uma discussão entre eles ali
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    como os operários eh chamando de
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    burgueses Roberto e principalmente né o
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    o Roberto e um livros chamado Felipe que
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    mesmo morando nas areias o que que são
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    as areias Areias é um dos lugares
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    naquela época Um dos lugares mais pobres
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    de Fortaleza mesmo morando ali com a mãe
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    esse Felipe era visto como intelectual
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    porque era um guarda-livros
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    custo eh os ânimos ali da reunião se se
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    amainar e eles conseguiram então dividir
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    as tarefas para começar a organização em
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    Fortaleza essa organização Anos Antes e
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    ela era chamada de bloco mas ela tinha
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    sido extinta e o Felipe tava lá então
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    para
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    eh reiniciar os trabalhos eh Felipe não
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    Roberto desculpa o Felipe depois da
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    reunião conversa com a Angelita que é
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    uma vizinha sua
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    para que ela participe do movimento já
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    que antigamente né ela também
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    participara do bloco A Angelita era
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    casada com Assis que também fora do
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    bloco e ele tinha sido o Assis
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    presidente de um sindicato mas o Assis
  • 00:14:51
    tinha sido preso tinha apanhado muito na
  • 00:14:55
    cadeia e não queria mais saber de
  • 00:14:57
    política então a Angelita rapidamente
  • 00:15:00
    ela aceita participar da nova
  • 00:15:02
    organização e disse então que vai falar
  • 00:15:05
    com o marido com o Assis no Café em
  • 00:15:09
    outro dia Roberto conhece a Noemi e a
  • 00:15:13
    guilmar as duas moças trabalhavam em uma
  • 00:15:17
    loja de fotografias ali perto do Senor
  • 00:15:20
    Benevides e E então elas sempre tomavam
  • 00:15:24
    café por ali porque elas trabalhavam
  • 00:15:26
    próximo Noemi era cas ada e tinha um
  • 00:15:30
    filho pequeno mas o Roberto que dizia
  • 00:15:33
    conhecer o marido da Noemi chamado João
  • 00:15:37
    Jaques de um de um Botequim se
  • 00:15:39
    interessou por ela imediatamente e mesmo
  • 00:15:43
    sabendo que era casada mesmo conhecendo
  • 00:15:46
    o marido o Roberto começa a fletar com a
  • 00:15:50
    Noemi em outro dia eh o Roberto
  • 00:15:55
    encontrou com o marido da da da Noemi jo
  • 00:15:59
    Jaques e ele o João Jaques convida o
  • 00:16:03
    Roberto para jantar em sua casa e claro
  • 00:16:07
    o Roberto ali querendo ver a Noemi mais
  • 00:16:10
    que depressa ele aceita então ele vai na
  • 00:16:14
    casa ele conhece o filho do casal
  • 00:16:17
    apelidado de guri e era uma casa simples
  • 00:16:21
    mas era um um ambiente acolhedor o João
  • 00:16:25
    Jaques tinha muitos livros O que é uma
  • 00:16:29
    coisa que é interessante né apesar de
  • 00:16:32
    pobre e conversava muito sobre política
  • 00:16:36
    a o Gu era uma criança encantadora e na
  • 00:16:40
    casa também havia uma espécie de
  • 00:16:43
    Empregada chamada de comadre e que
  • 00:16:46
    tomava conta da criança do guri quando
  • 00:16:49
    os pais se ausentava iam trabalhar etc e
  • 00:16:53
    tal tá então cada vez mais a gente vê o
  • 00:16:57
    Roberto eh perto da Noemi o Assis como
  • 00:17:03
    previra a sua mulher Angelita não quis
  • 00:17:07
    participar da da organização novamente
  • 00:17:10
    ele estava completamente desiludido
  • 00:17:13
    triste e os dois até discutiram sobre
  • 00:17:16
    isso a Angelita achava que o marido
  • 00:17:19
    tinha se
  • 00:17:21
    acovardado justamente ele que havia lhe
  • 00:17:24
    ensinado tudo que ela sabia sobre
  • 00:17:27
    política mas eh por mais que a esposa
  • 00:17:32
    eh insistisse o incitasse a participar
  • 00:17:36
    da nova organização ele não queria mais
  • 00:17:39
    saber tá então a gente vai ver ess essa
  • 00:17:43
    discrepância em casal
  • 00:17:45
    eh tanto na Angelita com Assis como
  • 00:17:49
    depois na no no João ja na ja João
  • 00:17:54
    Jaques com a Noemi bem eh as reuniões
  • 00:17:59
    continuavam continuavam também as
  • 00:18:01
    divergências entre os osais e os
  • 00:18:05
    intelectuais tá
  • 00:18:07
    eh o o os operários eram chamados pela
  • 00:18:12
    alcunha de os de
  • 00:18:17
    tamanco né tamanco é uma coisa
  • 00:18:19
    normalmente de pobre e os intelectuais
  • 00:18:23
    pela alcunha de os de gravata tá então
  • 00:18:26
    ah falou com os de gravata falou com os
  • 00:18:28
    de tamanco então era assim com o tempo
  • 00:18:31
    Roberto e Felipe foram ficando mais
  • 00:18:34
    próximo mais amigos e Felipe contou a
  • 00:18:38
    Roberto que o marido de Noemi o João
  • 00:18:41
    Jaques tinha sido expulso da organização
  • 00:18:45
    no Rio de Janeiro tá E aí Claro o
  • 00:18:48
    Roberto ficou curioso queria saber
  • 00:18:51
    pergunta então para Felipe o porquê da
  • 00:18:54
    da da expulsão e o Felipe diz que era
  • 00:18:57
    porque ele tinha ficado relaxado E aí
  • 00:19:01
    ele completa dizendo apenas a palavra
  • 00:19:05
    literatura gente ISO faz a gente pensar
  • 00:19:08
    né É como se para o João Jaques a
  • 00:19:12
    literatura fosse muito importante e o
  • 00:19:15
    movimento ele queria mais queria
  • 00:19:17
    exclusividade não queria alguém então Eh
  • 00:19:20
    que se dedicasse tanto a literatura a
  • 00:19:25
    Noemi passou a fazer um curso de
  • 00:19:28
    política noite acompanhada do Roberto e
  • 00:19:32
    do Felipe e tem um trecho que eu gosto
  • 00:19:37
    muito e mostra e como essa personagem a
  • 00:19:41
    Noemi ela foi se descobrindo como pessoa
  • 00:19:46
    política e como mulher que naquele
  • 00:19:49
    momento estava atraída por Roberto né
  • 00:19:53
    fora do casamento uma coisa muito
  • 00:19:55
    complicada pra época abre aspas
  • 00:20:00
    era apenas uma alma livre ouvindo a
  • 00:20:04
    história de outras almas livres fugira
  • 00:20:09
    do seu centro habitual de
  • 00:20:11
    gravidade perdera a noção do pão nosso
  • 00:20:15
    de cada dia naquele momento nada era
  • 00:20:21
    moral nem
  • 00:20:23
    imoral nada proibido nem permitido não
  • 00:20:28
    havia hora não havia espaço só a
  • 00:20:34
    embriaguez do momento de
  • 00:20:37
    revelação das possibilidades de
  • 00:20:41
    libertação fecha aspas acha esse trecho
  • 00:20:45
    muito bonito porque
  • 00:20:46
    eh pensar né que ela poderia de muitas
  • 00:20:51
    formas ter
  • 00:20:52
    liberdade e ela então se lembrava também
  • 00:20:56
    de todos os desejos de ser e fazer que
  • 00:20:59
    tinha desde criança e que tinham sido
  • 00:21:02
    sufocados né sufocados ao longo da vida
  • 00:21:06
    quando chegou em casa do curso o João
  • 00:21:10
    Jaques tentou
  • 00:21:11
    convencê-la a desistir do curso e de
  • 00:21:15
    participar da organização né do
  • 00:21:17
    movimento de esquerda falando o quanto
  • 00:21:21
    tudo aquilo era inútil e como ele e os
  • 00:21:25
    filho deles o guri precisava dela e
  • 00:21:29
    ainda demonstrou que estava desconfiado
  • 00:21:32
    de algum envolvimento amoroso entre a
  • 00:21:36
    sua esposa a Noemi e o Roberto e isso a
  • 00:21:40
    Noemi imediatamente ela rebateu ela
  • 00:21:45
    desmentiu porque de verdade até aquele
  • 00:21:48
    momento nada tinha acontecido entre a
  • 00:21:51
    Noemi e o Roberto Mas vejam que
  • 00:21:54
    interessante essa essa eh separação os
  • 00:21:58
    casais né a Angelita e o marido o João
  • 00:22:02
    Jaques e a Noemi o Roberto continuava
  • 00:22:05
    frequentando a casa deles visitando a
  • 00:22:07
    Noemi quando ela estava doente e cada
  • 00:22:10
    vez mais forçando a Noemi a tomar uma
  • 00:22:15
    decisão eh e a e a Noemi relutava ali em
  • 00:22:19
    largar o marido Felipe sabia que ambos
  • 00:22:23
    os amigos estavam apaixonados mas ele
  • 00:22:26
    não dizia nada ele dizia que achava que
  • 00:22:28
    um dia os dois iam ficar juntos mas
  • 00:22:31
    tentava ali não se meter só
  • 00:22:33
    observar certa vez foram todos a um
  • 00:22:36
    comício a Noemi o Roberto o Felipe a
  • 00:22:41
    Angelita com filho pequeno outros do
  • 00:22:44
    movimento que não são muito importantes
  • 00:22:47
    pra história o nascimento o Samuel né
  • 00:22:51
    mas eles estavam ali nesse comício
  • 00:22:53
    quando a polícia chegou e a polícia
  • 00:22:55
    chega sempre muito
  • 00:22:57
    eh atendem todo mundo então foi uma
  • 00:23:00
    correria alguns foram presos entre eles
  • 00:23:04
    o Roberto e um homem coitado acabou ali
  • 00:23:07
    morto né na correria ele foi
  • 00:23:10
    pisoteado depois desse cício então a
  • 00:23:13
    Noemi chega em casa arrasada e o João
  • 00:23:18
    Jaques Ele acha que ela está arrasada
  • 00:23:21
    por causa da prisão de do Roberto e ela
  • 00:23:24
    fica Furiosa né porque ela chama o
  • 00:23:27
    marido de covar porque ele não foi ao
  • 00:23:30
    comício e eles acabam então tendo uma
  • 00:23:34
    grande briga ali
  • 00:23:36
    eh mas claro ela tava realmente bastante
  • 00:23:40
    balançada e não só com tudo que
  • 00:23:43
    aconteceu mas principalmente com a
  • 00:23:45
    prisão do Roberto uma semana depois o
  • 00:23:48
    Roberto é solto e ele vai procurar Noemi
  • 00:23:52
    na sua casa ele então pressiona a a moça
  • 00:23:56
    a largar o marido e ela promete fazê-lo
  • 00:23:59
    eles estavam ali na porta quase se
  • 00:24:02
    beijando quando João Jaques eh chegou
  • 00:24:07
    mas não disse nada então não se sabia o
  • 00:24:09
    que que o João Jaques tinha visto o que
  • 00:24:11
    que o marido ali tinha visto se ele
  • 00:24:13
    tinha visto aquela proximidade quase
  • 00:24:16
    beijo deles ali
  • 00:24:18
    eh como ele não disse nada Noemi também
  • 00:24:21
    ficou quietinha e não teve coragem de
  • 00:24:24
    dizer nada sobre deixá-lo para ficar
  • 00:24:28
    com o
  • 00:24:29
    Roberto nos dias seguintes o Roberto
  • 00:24:33
    sempre
  • 00:24:34
    e continuava pressionando a Noemi
  • 00:24:37
    alargar o marido mas chega um um
  • 00:24:40
    delegado do Rio de Janeiro que dá a ele
  • 00:24:43
    muitas tarefas ele fica muito ocupado e
  • 00:24:47
    ali eh Mesmo Sem largar o marido Eles
  • 00:24:51
    começam então a manter relações no
  • 00:24:55
    quarto da pensão do Roberto então eles
  • 00:24:59
    então começam a ter realmente um caso
  • 00:25:02
    nessa época enquanto ali com o marido o
  • 00:25:06
    casamento ia se deteriorando e a Noemi
  • 00:25:10
    ia mostrando a João Jaques que era
  • 00:25:13
    inútil né porque mesmo quando eles
  • 00:25:15
    faziam sexo não era uma coisa boa Então
  • 00:25:17
    era inútil eles continuarem
  • 00:25:21
    juntos alguns dias depois é o próprio
  • 00:25:26
    Roberto que vai na casa dele falar com o
  • 00:25:29
    João Jaques né a gente nem imagina a
  • 00:25:31
    cena né e ele pede então para o João
  • 00:25:35
    Jaques uma solução Porque fala que estão
  • 00:25:37
    os três ali sofrendo furioso o João
  • 00:25:40
    Jaques fala que vai embora no dia
  • 00:25:42
    seguinte embarcar para outra cidade mas
  • 00:25:46
    que levará o filho com ele aí quando
  • 00:25:50
    escuta isso a Noemi começa a chorar fica
  • 00:25:54
    desesperada e para evitar eh que o
  • 00:25:57
    marido cumpra essa promessa ela conta
  • 00:26:01
    isso ao filho aos prantos Aí o menino
  • 00:26:03
    também chora se agarra aos pernas da mãe
  • 00:26:07
    é um grande drama no dia seguinte o João
  • 00:26:11
    Jaques realmente ele vai embora vai
  • 00:26:13
    embora mesmo mas ele deixa o guri com a
  • 00:26:17
    mãe com a Noemi e ela fica imensamente
  • 00:26:21
    triste eh porque de verdade ela nunca
  • 00:26:25
    quis magoar o marido ela apenas se
  • 00:26:28
    apaixonou por outro homem né difícil eh
  • 00:26:32
    quem leva o pé na bunda entender isso né
  • 00:26:35
    mas realmente a gente não manda no
  • 00:26:39
    coração com Roberto o filho ali os três
  • 00:26:43
    se mudam para uma casinha e a vida vai
  • 00:26:47
    vai continuando vai levando quando a
  • 00:26:50
    Noemi é demitida da loja de fotografia
  • 00:26:54
    gente era a década de 30 não vamos
  • 00:26:57
    esquecer e uma mulher separada que se
  • 00:27:00
    juntou com outro isso era muito mal
  • 00:27:04
    visto pelas pessoas pelos conservadores
  • 00:27:07
    daquela época e o Senor Benevides disse
  • 00:27:11
    que os clientes estavam até Reclamando
  • 00:27:13
    dele manter a Noemi ali uma mulher né
  • 00:27:17
    Puxa vida
  • 00:27:19
    que que tinha se amigado com outro e
  • 00:27:22
    largado marido aquele moralismo antigo
  • 00:27:25
    que a gente conhece né que a gente vê
  • 00:27:27
    até hoje infelizmente João Jaques eh
  • 00:27:31
    descreve para o escreve para o filho uma
  • 00:27:34
    carta contando que ele estava no Rio de
  • 00:27:37
    Janeiro e o guri adorou receber a carta
  • 00:27:40
    do pai e pede que o Roberto leia para
  • 00:27:43
    ele muitas e muitas vezes isso é um
  • 00:27:45
    momento muito sensível muito delicado do
  • 00:27:48
    livro porque fica todo mundo muito
  • 00:27:52
    entristecido né E enternecido que as
  • 00:27:55
    coisas tenham tomado esse rumo mas não
  • 00:27:57
    havia m o que fazer então sem emprego a
  • 00:28:02
    Noemi passa a ajudar Angelita com as
  • 00:28:05
    costuras e ela não arruma emprego de
  • 00:28:08
    jeito nenhum e o Roberto convence o
  • 00:28:11
    Felipe a ir embora de Fortaleza porque
  • 00:28:14
    os tiras estão em seu
  • 00:28:18
    encalço um dia o guri fica
  • 00:28:22
    doente ele vai ficando cada vez pior
  • 00:28:26
    Roberto chama médico mas ninguém nem o
  • 00:28:30
    médico sabe o que que é que o menino tem
  • 00:28:33
    que doença é aquela a criança só piora
  • 00:28:37
    piora até que ven a falecer Noemi sente
  • 00:28:42
    Então isso é bem descrito a dor mais
  • 00:28:46
    terrível do mundo que eu imagino que é a
  • 00:28:49
    perda de um filho e parece que nada vai
  • 00:28:52
    e conseguir animá-la tá então ela tem
  • 00:28:56
    ali eh esse luto né Há um trecho que eu
  • 00:29:01
    acho muito lindo no livro em que ela
  • 00:29:05
    resolve finalmente sair de casa visitar
  • 00:29:08
    a Angelita e os filhos da Angelita com
  • 00:29:11
    os amigos estão brincando com outras
  • 00:29:14
    crianças ali na frente da casa e a Noemi
  • 00:29:17
    não se conforma como tantas crianças
  • 00:29:20
    estão vivas e o seu filho morto Tá então
  • 00:29:24
    isso é lê quando você lê o livro preste
  • 00:29:26
    atenção é um trecho muito muito bonito
  • 00:29:29
    depois disso passa-se um ano e Noemi
  • 00:29:32
    está subindo uma ladeira e seu corpo
  • 00:29:35
    está cansado ela estava só eh não apenas
  • 00:29:40
    ali na rua mas na vida os companheiros
  • 00:29:45
    da organização tinham ido embora presos
  • 00:29:49
    ou fugidos se dispersados o João Jaques
  • 00:29:53
    a gente já sabia já tinha ido embora o
  • 00:29:56
    seu filho morrer e o Roberto tinha sido
  • 00:30:00
    preso e como que ele tinha sido preso
  • 00:30:03
    ele havia insistido em ir com a Noemi
  • 00:30:07
    distribuir uns uns panfletos
  • 00:30:10
    eh e e ambos ali naquele momento naquela
  • 00:30:14
    noite tinham sido presos mas ela fora
  • 00:30:17
    solto solta porque ela estava grávida
  • 00:30:21
    Então ela estava grávida do Roberto como
  • 00:30:24
    acontece com vários presos políticos
  • 00:30:28
    durante as ditaduras em que os direitos
  • 00:30:31
    não são respeitados e a família não pode
  • 00:30:34
    sequer visitá-los da na cadeia a Noemi
  • 00:30:38
    não sabia não tinha ideia eh de onde
  • 00:30:41
    para onde o Roberto tinha sido levado né
  • 00:30:45
    onde é que ele estava preso e a gente
  • 00:30:48
    imagina até se ele estava ainda vivo sem
  • 00:30:52
    dinheiro
  • 00:30:53
    desesperada ela tinha conseguido arrumar
  • 00:30:56
    trabalho em uma casa de roupas brancas
  • 00:31:00
    costurando o dia todo mas ela sabia que
  • 00:31:03
    precisava arrumar um serviço mais leve
  • 00:31:06
    por por causa da posição da costura né
  • 00:31:09
    ela não vamos esquecer ela estava
  • 00:31:12
    grávida mas sem arrumar nada ela ia
  • 00:31:15
    levando morando de favor na casa da mãe
  • 00:31:19
    de um de um companheiro Então ela lutava
  • 00:31:22
    todos os dias para continuar vivendo
  • 00:31:26
    então
  • 00:31:28
    subindo uma ladeira de repente a Noemi
  • 00:31:34
    tropeça em uma pedra solta e o bebê ele
  • 00:31:38
    com com tropeção ele se mexe em sua
  • 00:31:42
    barriga e ela ampara o ventre nesse
  • 00:31:45
    momento e ela diz para o filho mais
  • 00:31:50
    devagar companheiro Olha que bonito isso
  • 00:31:53
    mais devagar companheiro e volta então a
  • 00:31:56
    subir a Ladeira áspera devagarzinho e
  • 00:32:01
    Claro aí o livro termina Então essa é a
  • 00:32:06
    história tá gente então agora nós vamos
  • 00:32:09
    começar com a nossa análise e eu quero
  • 00:32:13
    começar análise com esse final que é tão
  • 00:32:17
    simbólico né a
  • 00:32:19
    Noemi ela não está Ela podia tropeçar em
  • 00:32:23
    uma pedra numa rua qualquer mas ela
  • 00:32:26
    tropeça ela está subindo uma ladeira O
  • 00:32:30
    que é sempre mais difícil né Eh subir
  • 00:32:33
    uma ladeira grávida é eu digo para vocês
  • 00:32:37
    de experiência própria não é muito fácil
  • 00:32:40
    também não é uma ladeira qualquer Mas é
  • 00:32:44
    uma ladeira áspera como é a vida de
  • 00:32:47
    tantos Operários sem dinheiro né
  • 00:32:51
    Eh e é uma ladeira que tem pedras no
  • 00:32:54
    caminho né ela tropeça nessas Pedras
  • 00:32:58
    e ela chama o filho de companheiro que é
  • 00:33:02
    um chamamento comum entre os militantes
  • 00:33:04
    de esquerda que se chamam ou de camarada
  • 00:33:08
    ou de ou de
  • 00:33:12
    companheiro companheiro de luta né Então
  • 00:33:15
    dessa forma ela também imagina que
  • 00:33:17
    aquela criança vai ser uma pessoa que
  • 00:33:20
    vai lutar por eh melhoria de vida de
  • 00:33:23
    milhões desse país de milhões de de
  • 00:33:26
    Operários e pobres por esse país afora E
  • 00:33:29
    por que que ela sobe devagarzinho é
  • 00:33:32
    porque essa é a vida né as as mudanças
  • 00:33:35
    são muito devagar né a a a os direitos
  • 00:33:39
    adquiridos pelos pobres é são muito
  • 00:33:42
    poucos e isso acontece muito devagarinho
  • 00:33:45
    então Gente esse caminho de pedras que
  • 00:33:49
    que aparece aí no final Claro é uma
  • 00:33:52
    alusão ao título do livro né esse é essa
  • 00:33:55
    é a vida o caminho de pé
  • 00:33:58
    Chama sua atenção porque apesar de haver
  • 00:34:01
    um fatalismo como se a situação
  • 00:34:04
    eh dessas pessoas mais pobres no Brasil
  • 00:34:08
    nunca será alterada né com o desânimo
  • 00:34:12
    daquele daquele momento que eles estavam
  • 00:34:14
    vivendo ali do da ditadura Vargas de
  • 00:34:17
    tanta repressão pessoas presas mortas
  • 00:34:20
    fugidas há também o outro lado né E esse
  • 00:34:25
    outro lado o da Esperança que a luta vai
  • 00:34:29
    continuar é o é o fato daquela criança
  • 00:34:32
    então se mexer desistir aquela criança
  • 00:34:35
    que ainda nem nasceu mas com certeza
  • 00:34:39
    será um companheiro de luta Então isso é
  • 00:34:42
    muito simbólico esse final que dá
  • 00:34:45
    inclusive eh nos remete ao título do
  • 00:34:48
    livro Dá para perceber claramente que a
  • 00:34:51
    personagem Noemi tem muito da própria
  • 00:34:55
    autora a Raquel também nem participava
  • 00:34:59
    eh de reuniões
  • 00:35:02
    clandestinas já que a maioria das
  • 00:35:04
    reuniões eram proibidas também era ativa
  • 00:35:08
    eh nos movimentos de esquerda eh também
  • 00:35:13
    foi presa muitas vezes e também perde
  • 00:35:17
    sua filha para minit em
  • 00:35:20
    1937 eh o marido da Raquel estava preso
  • 00:35:24
    ficou preso ali um bom tempo e a autora
  • 00:35:28
    também é presa novamente no final
  • 00:35:31
    daquele ano né No ano do do golpe do
  • 00:35:33
    Vargas Então tudo acontece em 37 ela
  • 00:35:37
    lança o livro e tem o o golpe ela e o
  • 00:35:40
    marido são presos Noemi não é uma
  • 00:35:44
    personagem qualquer tá é uma mulher
  • 00:35:48
    forte
  • 00:35:49
    determinada
  • 00:35:52
    politizada principalmente gente ela é
  • 00:35:55
    uma mulher corajosa não apenas
  • 00:35:58
    enfrentando a ditadura a repressão mas
  • 00:36:02
    também deixando um casamento que não lhe
  • 00:36:04
    fazia mais feliz o que naquela época era
  • 00:36:08
    extremamente mal visto pela sociedade né
  • 00:36:12
    era um caminho que uma mulher
  • 00:36:17
    eh se ela tomasse esse caminho ela
  • 00:36:20
    precisava de muita coragem para para
  • 00:36:23
    trilhar esse caminho então o caminho da
  • 00:36:26
    de p pedras no meu entender ele eh não
  • 00:36:30
    apenas né ele se refere a que é cheio de
  • 00:36:34
    obstáculos de pedras soltas como nós
  • 00:36:36
    vimos mas não apenas ele se refere à
  • 00:36:40
    política Claro ess esse é o principal é
  • 00:36:43
    o mote principal né mas também está
  • 00:36:46
    presente nesse aspecto social da vida
  • 00:36:50
    feminina daquele tempo né A Raquel de
  • 00:36:53
    queiro ela era eh uma mulher que eh
  • 00:36:57
    brigava bastante pel pelos direitos da
  • 00:37:00
    mulher apesar de nunca ter se assumido
  • 00:37:03
    feminista até entre os companheiros há
  • 00:37:06
    um trecho no livro em que eles fazem que
  • 00:37:09
    eu acho bem interessante uma meia culpa
  • 00:37:13
    de como apesar de serem pessoas
  • 00:37:16
    esclarecidas que brigam por igualdade e
  • 00:37:19
    tal eles ainda possuem nas palavras do
  • 00:37:23
    do personagem Roberto os instintos de
  • 00:37:26
    rapinar
  • 00:37:28
    frente às mulheres e claro gente quando
  • 00:37:30
    ele tá falando de rapinagem dos homens
  • 00:37:34
    ele tá fazendo uma relação ele está se
  • 00:37:37
    referindo às aves de rapina que são
  • 00:37:40
    aquelas que caçam as suas presas né E
  • 00:37:44
    que costumam ser predatórias né Elas
  • 00:37:48
    matam As presas então Eh Acho
  • 00:37:51
    interessante essa relação que a autora
  • 00:37:54
    fez e essa meia meia culpa do os homens
  • 00:37:59
    o que você tem de guardar é que Raquel
  • 00:38:01
    de Queiroz mistura neste livro o público
  • 00:38:05
    e o privado o micro e o macro de forma
  • 00:38:10
    muito inteligente Ou seja a história
  • 00:38:13
    privada da Noemi e do Roberto ela se
  • 00:38:18
    entrelaça com os movimentos políticos
  • 00:38:21
    que são macro né que buscam alcançar não
  • 00:38:25
    apenas Fortaleza mas eh todo o
  • 00:38:28
    país isso também é possível gente ela
  • 00:38:32
    ela consegue esse efeito não apenas
  • 00:38:35
    trazendo esse essas duas histórias eh
  • 00:38:38
    caminhando lado a lado mas ela também
  • 00:38:41
    consegue isso ao se utilizar do narrador
  • 00:38:43
    onisciente que tudo sabe e que dá voz
  • 00:38:47
    aos personagens revelando o que eles
  • 00:38:51
    pensam e sentem nos seus momentos mais
  • 00:38:55
    intimistas então ela consegue um bom
  • 00:38:58
    equilíbrio
  • 00:38:59
    eh não há uma história mais importante
  • 00:39:02
    do que a outra a história política e a
  • 00:39:04
    pessoal ela se equivale quando a
  • 00:39:08
    escritora traz o Racha entre os
  • 00:39:11
    intelectuais e Operários ela a Raquel
  • 00:39:14
    está corajosamente abordando um assunto
  • 00:39:17
    que era Tabu nas organizações de
  • 00:39:20
    esquerda eh essas divergências entre
  • 00:39:24
    Operários e intelectuais é elas ocorriam
  • 00:39:28
    sim entre eles mas para fora do da
  • 00:39:32
    organização isso era mascarado com a
  • 00:39:35
    ideia de a união Total entre
  • 00:39:38
    intelectuais e operados tá eh é só um um
  • 00:39:42
    uma parte aqui que eu acho bem
  • 00:39:45
    interessante também a Raquel ela
  • 00:39:49
    pertence a segunda geração de
  • 00:39:52
    modernistas a geração de 30 vamos
  • 00:39:56
    relembrar mais uma vez a sempre falo
  • 00:39:57
    isso mas é para você não esquecer a
  • 00:40:00
    primeira geração é a de 22 aquela que
  • 00:40:03
    faz a Semana de Arte Moderna de São
  • 00:40:07
    Paulo né que começa o movimento
  • 00:40:09
    modernista a segunda geração é a geração
  • 00:40:13
    de 30 de Raquel e de outros escritores e
  • 00:40:18
    é muito marcada pelos romances
  • 00:40:21
    regionalistas e a terceira geração será
  • 00:40:25
    a de
  • 00:40:26
    45 com escritores como Clarissa
  • 00:40:29
    Lispector e Guimarães Rosa então o que
  • 00:40:33
    você percebe eh neste livro o
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    compromisso de Raquel com o modernismo
  • 00:40:39
    em caminho de pedras Pode ser observado
  • 00:40:44
    na linguagem que é sempre uma linguagem
  • 00:40:48
    Clara no uso de fala
  • 00:40:51
    coloquial tanto nos diálogos como na
  • 00:40:54
    narração isso é fundamental Modernista
  • 00:40:56
    não não fala eh complicado né gente fala
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    claro e simples e na Liberdade de
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    algumas construções muito bonitas Um Bom
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    exemplo é quando o guarda-livros
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    Felipe chega ao escritório ele abre um
  • 00:41:13
    livro O livro tá cheio de números para
  • 00:41:15
    começar a trabalhar e o narrador diz
  • 00:41:18
    abre aspas alisou a boca do tinteiro
  • 00:41:22
    começou a escrever virou máquina fecha
  • 00:41:25
    aspas gosto muito desse trecho primeiro
  • 00:41:28
    pela originalidade da construção textual
  • 00:41:32
    e depois porque é uma
  • 00:41:34
    crítica ao trabalho intenso
  • 00:41:39
    desumanizado
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    repetitivo que faz com que o trabalhador
  • 00:41:44
    opere como uma verdadeira máquina tanto
  • 00:41:48
    o guarda-livros
  • 00:41:51
    Então nesse momento eles se equivalem
  • 00:41:54
    Apesar daquela divergência lá na
  • 00:41:56
    organização eles se equivalem e é
  • 00:41:59
    máquina sem sentimento ou então sem
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    tempo para sentimentos se os dois
  • 00:42:05
    primeiros romances da Raquel eh o 15 e
  • 00:42:09
    João Miguel eram romances
  • 00:42:12
    eh regionalistas né eh no caso de
  • 00:42:16
    caminho de pedras ele faz parte da
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    literatura engajada é o que a gente
  • 00:42:22
    chama de romance engajado a literatura
  • 00:42:25
    engajada ela vai ser bastante usada na
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    década de 30 e você vai perceber que
  • 00:42:32
    toda vez que você tem um governo muito
  • 00:42:36
    opressor que limita as liberdades a a a
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    arte ela passa a ser uma arte engajada
  • 00:42:44
    contra esta censura Então você estudar a
  • 00:42:47
    história do Brasil e das ditaduras é
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    quando a arte mais eh engajada é quando
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    ela é reprimida tá eh e eu acho que
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    entre os Escritores mais engajados ali
  • 00:43:03
    nordestino Sem dúvida alguma Jorge Amado
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    e Raquel de Queiroz são os maiores
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    expoentes Então esse livro não é um
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    romance regionalista como os dois
  • 00:43:15
    primeiros mas é um romance
  • 00:43:19
    engajado eu creio que é isto eu acho que
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    é um livro bem curtinho bem fácil de ler
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    né Eh não tem nenhuma dificuldade Mas se
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    você tiver qualquer dúvida deixa aqui
  • 00:43:33
    nos comentários abaixo que eu respondo
  • 00:43:36
    às vezes eu demoro mas eu sempre
  • 00:43:38
    respondo eu faço muitas coisas e às
  • 00:43:41
    vezes eu não tenho tempo de responder
  • 00:43:43
    mas quando eu tenho um tempinho eu sento
  • 00:43:46
    e respondo todo mundo tá bom se você
  • 00:43:49
    quiser conhecer minhas crônicas eu as
  • 00:43:52
    publico todas as terças-feiras no meu
  • 00:43:54
    site www.
  • 00:43:58
    vila.com.br até o próximo vídeo
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    [Música]
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