00:00:03
E aí
00:00:07
E aí
00:00:11
E aí
00:00:24
E aí
00:00:31
e de modo geral eu proponho ao grupo de
00:00:35
gente que que comecemos uma conversa e
00:00:39
não propriamente uma uma conferência
00:00:42
minha quer dizer que se que se façam
00:00:45
perguntas a mim esse uma pergunta me me
00:00:48
apanha de surpresa e eu não sei eu não
00:00:51
sei responder eu eu prometo a vocês que
00:00:55
que não minto não quiser eu eu desde
00:00:59
muito menino ou aprende que não saber
00:01:03
faz parte do Saber
00:01:06
E aí
00:01:11
E aí
00:01:15
E aí
00:01:22
[Música]
00:01:26
há ainda um dia por acaso a gente
00:01:28
recebeu uma pessoa aqui falando no
00:01:32
microfone aí pela rua
00:01:34
e com essa povo que criar aprender a ler
00:01:38
e escrever aí eu
00:01:42
o Miguel aquela vontade é eu já era mãe
00:01:45
vai demorar mais a minha mãe
00:01:47
e a minha mãe cuidar da minha filha
00:01:50
que tinha um ano e de noite a gente ia
00:01:54
para escola foi bom demais porque só em
00:01:57
a gente sabe escrever o meu nome já é
00:01:59
uma coisa grande e quando eu fui para lá
00:02:03
e eu não sabia disso uma pequena cidade
00:02:06
no sertão do Rio Grande do Norte à beira
00:02:09
da Antiga Estrada de Ferro começaram uma
00:02:11
revolução é uma revolução de verdade
00:02:13
sérias bem organizada sua primeira fase
00:02:17
durou apenas 40 horas igual amolecendo
00:02:19
de autêntica reforma de base que está
00:02:21
repercutindo em todo o Brasil e que
00:02:23
Possivelmente logo envolverá o país
00:02:25
inteiro e eu aprendi
00:02:28
Oi Alê não muito que 40 horas não dá
00:02:32
para pessoa aprender tudo conta em
00:02:34
desejo
00:02:36
eu vou ter que fazer meu nome já conheço
00:02:39
meus direitos e nós não tinha direito a
00:02:41
nada
00:02:42
e não se tinha um documento não sentindo
00:02:45
nada aí daí começou
00:02:48
e a sabedoria do Povo
00:02:52
E aí
00:02:52
[Música]
00:02:58
há entre Loki todos uma energia de
00:03:01
querer fazer de querer é marcar uma
00:03:05
mudança um crédito nas pessoas Então a
00:03:10
equipe e o Marcos mais ou menos
00:03:13
coordenava nós todos era muito muito
00:03:16
jovens eu tinha naquela época eu tinha o
00:03:19
que meus 17 anos e o povo lá mais ou
00:03:22
menos mais velhos que eu mas muito
00:03:25
energizado nesse sentimento de que é
00:03:28
possível vamos fazer então foi uma
00:03:31
experiência muito muito forte ricos é
00:03:34
uma cidade típica do Rio Grande do Norte
00:03:36
onde mais de setenta e cinco porcento
00:03:38
dos adultos vivem e morrem na pobreza e
00:03:41
do analfabetismo seus 13 mil habitantes
00:03:43
e seguem vivendo principalmente do
00:03:45
trabalho do campo do algodão local o
00:03:47
melhor do mundo e da Esperança II
00:03:51
E aí
00:03:53
e a revolução de Angicos Foi iniciada
00:03:56
para acabar com analfabetismo o problema
00:03:58
básico do Estado
00:04:00
[Música]
00:04:02
Aqui nós temos o secretário de educação
00:04:05
que elas vão e sua irmã que era
00:04:07
Jornalista Paulo Freire 62 e alguns usos
00:04:11
nós éramos uns 30 que dentro quando o
00:04:16
governo pediu a Paulo Freire Você topa
00:04:19
trabalhar com a gente Paulo disse topo
00:04:23
com uma condição eu não admite o uso
00:04:26
politiqueiro do da experiência do
00:04:29
projeto e exigia que que a coisa ficasse
00:04:33
nas mãos da liderança Universitária que
00:04:37
o trabalho seja com os estudantes que o
00:04:40
tempo plena Independência
00:04:42
pedagógica e política
00:04:44
o que não haja sequer visitas formais
00:04:47
para não atrapalhar
00:04:49
e é fique a direção se entrega Marcos
00:04:53
guerra meu projeto de vida era outro mas
00:04:56
não tinha como dizer não
00:04:57
[Música]
00:05:00
em Angicos nós nos reunir todos os dias
00:05:04
pela manhã
00:05:05
tem algumas vezes com Paulo Freire
00:05:08
Aqui tá o Paulo Paulo Pacheco que era da
00:05:11
equipe lá aquilo colega advogado
00:05:16
José Ribamar Valquíria advogada também
00:05:18
eu advogados hoje né eu estudante de
00:05:22
direito Carlos Lyra jornalista
00:05:27
Eu lembro que nesse tempo a minha mãe
00:05:31
botava água na rua lavar roupa nas casas
00:05:34
e a gente vivia em casa né Aí
00:05:38
passava um chip na rua anunciando esse
00:05:42
homem Paulo Freire que vinha alfabetizar
00:05:44
as pessoas e aí os dizia que era muitos
00:05:49
dias e aquela Rizzi até que ele era
00:05:51
comunista
00:05:54
Eles eram muito desconfiados não é
00:05:56
porque ele dizia que só se aparecer só
00:05:59
aparecia coisas boas para oferecer não
00:06:01
tempo de política e depois passava a
00:06:02
polícia ele ninguém ligava mais eles e
00:06:05
então a gente teve que fazer um trabalho
00:06:09
catequético mesmo para mostrar os
00:06:12
benefícios que ele traria àquele projeto
00:06:15
para eles e que nós não estávamos ali
00:06:17
para explorar e nem para pedir da minha
00:06:19
não era para pedir voto não porque o
00:06:23
processo era Libertador
00:06:25
e eu tinha 6 anos de idade quando eu
00:06:29
conhecia metodologia Paulo Freire quando
00:06:32
meu pai chegou do trabalho eu pedi a ele
00:06:34
ele faz se você for eu quero ir também
00:06:36
aí eles vai minha filha tu não tem com
00:06:38
quem deixar o bebe todas duas eu e minha
00:06:41
irmã mais velha e eu aprendi sentada no
00:06:43
colo do meu pai e eu me sinto muito
00:06:47
honrada por isso que é muito difícil um
00:06:49
filho aprendendo a mesma escola do pai
00:06:51
sentada no colo dele não é e a mãe de um
00:06:54
lado foi assim que eu aprendi a
00:06:58
e ela não sabia nem se não não que não
00:07:00
tu nunca tinha ainda é a aula né a aula
00:07:03
cabo de Enxada foice essas coisas
00:07:05
trabalhando de agricultura eu tinha me
00:07:07
deu vontade de estudar em colégio achava
00:07:09
bonito mas nunca chegou a oportunidade
00:07:11
a gente sabia que tinha consciência de
00:07:14
que nós estamos fazendo um laboratório
00:07:16
laboratório tem um custo e tem e tem um
00:07:19
prazo muito curto porque depois que você
00:07:22
vai para difusão no geral Não reunia
00:07:25
nunca quer as condições ideais de um
00:07:26
laboratório você tem aí um grupo de
00:07:29
estudantes disponível
00:07:32
há dois meses a tempo integral gratuito
00:07:37
entende podendo conversar discutir
00:07:40
refazer Paulo Freire tinha não tinha ido
00:07:45
o primeiro livro escrito que foi
00:07:47
educação prática da Liberdade tenha
00:07:49
teorias tem a proposta tem uma revista
00:07:52
e mais algumas das hipóteses
00:07:56
o que não se confirmaram na prática o e
00:08:01
Paulo sendo um homem aberto um cientista
00:08:05
lá nesses seminários ele vinha cada três
00:08:08
semanas
00:08:09
a gente dizer Professor Paulo não deu
00:08:13
certo isso não ele ria e demais porque
00:08:17
como aí dizer aí então vamos modificar a
00:08:20
teoria e então da hora nascia uma forma
00:08:24
de
00:08:25
substituir um pressuposto teórico era
00:08:28
preciso desafiar o adulto
00:08:32
os grupos de adultos analfabetos e
00:08:37
desafiá-los a partir de certas
00:08:43
representações
00:08:45
da realidade concreta
00:08:48
e é que eles experimentavam nessa
00:08:51
representação aqui
00:08:53
o e fazíamos slides
00:08:55
perceber facilmente um homem
00:08:59
e É treinar em outro suas mãos ele tem
00:09:02
um livro
00:09:03
na outra tem uma enxada instrumento de
00:09:07
trabalho
00:09:07
se deu uma árvore se deu uma casa um
00:09:11
poço
00:09:12
pássaros e evidentemente que não há
00:09:15
nenhuma palavra escrita e ao perguntar o
00:09:19
que vemos nós aqui isto evidentemente
00:09:23
que eles começavam um processo de
00:09:24
descrição
00:09:26
do que está visto aqui mas na medida em
00:09:30
que se perguntava por exemplo
00:09:32
e
00:09:34
quem fez o pulso
00:09:40
e esse de dizer o homem fez o possou os
00:09:43
homens fizeram poço e no momento em que
00:09:45
você pergunta como fizeram os posto no
00:09:47
caso brasileiro era de modo geral
00:09:49
responde o fizeram trabalhando então
00:09:52
você pergunte o que é trabalhar uma
00:09:55
discussão como esta os analfabetos se
00:09:58
primeiro lugar se revêem na situação
00:10:01
concreta dele da sua experiência
00:10:03
existencial em segundo lugar vão
00:10:06
Descobrindo a pouco e pouco que é
00:10:08
exatamente através da Sam que os seres
00:10:13
humanos exercem sobre a realidade
00:10:16
concreta que eles não fizeram que eles
00:10:19
podem transformar lá mas na medida em
00:10:22
que transformam Essa realidade eles
00:10:24
criam produtos do seu trabalho e esses
00:10:27
produtos que terminam por constituir-se
00:10:29
em elementos culturais então o o
00:10:34
analfabeto nesta hora por exemplo
00:10:35
percebia né o e
00:10:39
transformar a realidade
00:10:41
com com seu trabalho com com a sua ação
00:10:45
EA sua reflexão é uma forma de criar e
00:10:49
recriar o mundo portanto de assumir um
00:10:51
papel de sujeito transformador e não de
00:10:55
objeto a grande originalidade o que mais
00:10:58
chamou atenção foi
00:11:00
Esse é o respeito ao analfabeto e o
00:11:06
respeito a cultura do analfabeto o
00:11:08
respeito à linguagem Dona alfabeto com
00:11:11
essa metodologia não houve analfabetismo
00:11:14
regressivo da hora que você trabalhou as
00:11:18
suas questões conversou sobre as suas
00:11:20
questões aprendeu a ler sobre as suas
00:11:23
questões aquela ferramenta não enferruja
00:11:26
ela não é posta de lado você tem que
00:11:28
entabular muita conversa com a pessoa
00:11:31
para ela falar falar falar e você e
00:11:33
vendo a compreensão que ela tem das
00:11:36
palavras e que mais palavras eles usam E
00:11:39
aí a equipe de Recife ver conosco para
00:11:43
selecionar as palavras geradoras
00:11:45
identificamos as palavras que poderiam
00:11:48
dar maior ênfase um choque emocional
00:11:53
motivacional para poder trabalhar a
00:11:57
partir dessas palavras a partir daí
00:11:59
selecionamos
00:12:00
a 16 que tinha um conjunto dos fonemas
00:12:04
da Língua Portuguesa e começamos o
00:12:07
trabalho também depois selecionada tem
00:12:09
aquela confecção dos slides não é porque
00:12:12
era slide não é tinha projetor de slide
00:12:15
para o meu projetor era isso que eu
00:12:16
falei era era movido a gás né e ele
00:12:21
parece uma locomotiva
00:12:24
[Música]
00:12:29
meus palavras aqui
00:12:31
foi citado nas aulas era
00:12:36
telha tijolo lajota
00:12:39
que era de construção de casa não sabe
00:12:43
tijolo aí tem o barba mexendo o barro
00:12:47
para fazer tijolo para fazer a telha
00:12:48
ainda era tudo assim tá então a falar
00:12:51
tudo no quadro se inscrevendo né aí tu
00:12:53
esteja a falar de lota para irei tudo
00:12:57
era
00:12:59
a Pelota enfeite na rede de dormir é uma
00:13:03
palavra local típica e foi escolhida
00:13:05
como a primeira ser projetada no escuro
00:13:08
para os alunos
00:13:09
assim como uma parede é feita de tijolos
00:13:12
um ao lado do outro assim também se
00:13:15
escrevem as palavras ninguém soletra
00:13:18
Bebé É só juntar os jogos ver lota então
00:13:22
a gente fica sabendo da família do B ba
00:13:25
be bi bo bu do L do ter juntando um
00:13:30
tijolo com outro tijolo sobre uma
00:13:31
palavra bala lata tatu bita bita ainda
00:13:36
não foi inventada mas é palavra o método
00:13:38
é simples Claro eficiente aí fazer uma
00:13:43
máquina que chamava projetor né aí
00:13:47
ligava e ficava passando na tela e a
00:13:49
gente assistir mas as pessoas
00:13:51
trabalhando inchada e os também falou
00:13:54
que eu trabalhei muito
00:13:56
e e passava os nomes para a ver né
00:14:01
porque tava no bellota tijolo as aulas
00:14:05
eram as aulas muito boas que elas elas
00:14:08
eram projetadas não quero ter para gente
00:14:10
não virar filme cinema essas coisas aí a
00:14:12
gente se encantava com que vir né presta
00:14:15
atenção
00:14:16
e como atrair a curiosidade da população
00:14:20
geral no terceiro dia a Vivo na demanda
00:14:24
de novas inscrições é o contrário da
00:14:28
evasão escolar é a invasão escolar
00:14:31
quanto a certos
00:14:33
é mas eu adorei os tempos mais feliz da
00:14:37
minha vida foi quando eu estudei é
00:14:41
e outra coisa que a gente passou na vida
00:14:43
da de prazer de alegria né fez para mim
00:14:46
foi uma grande alegria que eu passei na
00:14:47
minha vida foi no termo da sala desses
00:14:50
por quê
00:14:53
e eu aprendi a ler e escrever o nome de
00:14:56
bellota sapato sabe depois eu casado
00:15:00
trabalhando aí na Estrada de Rodagem já
00:15:03
chegou uma moça chamada Maria Bezerra aí
00:15:07
já foi botou a turma toda a gente tem
00:15:10
forma mas toda a China e ela no meio com
00:15:13
ele na mão aí pego a lei aquele livro aí
00:15:17
dizendo que tinha umas escola aqui na
00:15:19
cidade
00:15:23
e
00:15:27
eu tirei mais documento escrevi né não
00:15:30
era mais com o dedo porque o outro
00:15:32
negócio um documento com o dedo né mas
00:15:35
eu escrevi meu nome não era bonito não
00:15:38
bem feito não mais rápido entender
00:15:43
a
00:15:44
foto direito e dever do Povo mas sua
00:15:47
volta quem sabe ler e escrever estes
00:15:49
moços estão ajudando o povo aprender é
00:15:52
preciso que todos se juntem para ensinar
00:15:54
os que não sabem
00:15:55
e quem vende o voto é a massa povo vota
00:15:58
com consciência o homem EA mulher
00:16:00
libertos do analfabetismo adquire seus
00:16:03
plenos direitos físicos podem votar e
00:16:05
contribuir para as máquinas decisões da
00:16:08
Pátria a
00:16:10
e aqui tem um ditado que diga não de
00:16:13
rabo ananbo porque ele voa depois se
00:16:17
deixa você então se você forma pessoas
00:16:20
com a consciência política diferente é
00:16:23
você ficar mais difícil de dominar tem
00:16:25
uma aula bastante conversar daquele
00:16:27
chamaram depois que eu cresci que lhe
00:16:30
foi que eu soube que isso era chamado
00:16:31
aula de politização eu gostava muito
00:16:34
daquela conversa e aquelas conversa
00:16:37
quando eu cheguei na escola que eu
00:16:38
falava professoras não gostava porque eu
00:16:41
já falava sabe que de reforma agrária eu
00:16:44
já falava das lei da constituinte tudo
00:16:47
isso com seis anos eu só sabia um montão
00:16:49
desse porque eu tinha aprendido lá não
00:16:51
sei que eu da cultura quem não sabe ler
00:16:54
é a tristeza pior do mundo é um anúncio
00:16:56
a pessoa Analfabeta é um cego Ave Maria
00:16:59
na tristeza muito grande porque é cego
00:17:02
Então essa pessoa que não sabe mulher
00:17:05
cego cego de tudo né é aquela é pensava
00:17:08
em agricultura trabalhar bom dia quando
00:17:11
chegar lá em casa de 5:00 5:30 e tomava
00:17:13
banho jantava ir para escolinha né os
00:17:16
caderno Escondidinho dentro da camisa
00:17:18
não sabe o que quando falo você chegou
00:17:20
aqui era uma revolução grande tiveram
00:17:23
comunista não sabe então é Essência
00:17:26
política muito grande sindicatos em luta
00:17:30
é e a população muito mobilizada e ao
00:17:34
mesmo tempo querendo uma participação
00:17:36
política mas a legislação não permite a
00:17:38
ela tinha apresentava dois grandes
00:17:41
freios para a população o primeiro
00:17:44
Analfabeto não vota
00:17:46
e isso era uma enorme mobilização
00:17:49
para o nosso trabalho de alfabetização
00:17:51
um segundo sindicato rural é proibido só
00:17:56
eram permitidos os sindicatos urbanos aí
00:17:59
quando mamar chegou em casa de soi vamos
00:18:03
botar uma escola Alice a Nana e vou sair
00:18:07
não vou lá porque mamãe porque a escola
00:18:11
de comunica eu não quero que você seja
00:18:12
comunista aí eu como eu era muito
00:18:16
sapeca ligar eu vou que eu quero ser
00:18:18
comunista você quer apanhar logo uma
00:18:20
surra logo da agora os buffets aí eu
00:18:24
chamei o meu irmão mais novo ele foi ele
00:18:28
disse vamos lá digo vão e esse mamãe não
00:18:32
deixar a gente vai escondido em Angicos
00:18:35
quando terminou o curso das 40 horas
00:18:40
de 300 novos eleitores se inscreveram
00:18:44
como eleitor no colégio que só tinha 800
00:18:47
pessoas
00:18:48
então desequilibram O Curral eleitoral
00:19:00
E aí
00:19:00
depressa chegou aqui uma notícia que os
00:19:04
professores tem aqui telefonado Natal
00:19:06
para cá tinha que ir embora que tem um
00:19:08
prendido Paulo Freire II
00:19:11
E aí
00:19:15
[Música]
00:19:20
o pastor dois dias sem aula né e a gente
00:19:23
tudo
00:19:25
esperando e nada quando chegou Foi a
00:19:27
notícia é
00:19:29
eu não podia mais fazer a um programa
00:19:33
que estava sendo investigado
00:19:35
por conta que era comunismo
00:19:40
E aí pronto que eu todo mundo assustado
00:19:43
nem quis mais ir
00:19:45
o plástico quem mesmo logo tudo que ele
00:19:48
certinho ou terminar vou havia matar
00:19:51
tudo acabar com tudo todo esse momento
00:19:54
foi de uma violência terrina
00:19:56
momento de 64 se lembra com seu pai foi
00:20:00
preso no Recife
00:20:01
eu tava em casa eu tava eu ele e meus
00:20:06
dois irmãos as meninas estão na escola e
00:20:08
tinha nesse dia uma um jipe jipe daquele
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que era aberto tudo rodando várias vezes
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passando e eu disse esse negócio aí não
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tá legal e se tem alguma coisa E aí
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chegou uma hora que parou e veio até nós
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eles até ele disse não seu tá seu vai
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preso no seu vai para o quartel você
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quer
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a benção
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e o senhor presidente da república
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deixou a sede do governo
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e
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deixou a nação acéfala
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e esta você fale a configura a
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e a necessidade do congresso nacional
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como o poder civil
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e imediatamente
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a tomar atitude Green Cabe nos termos da
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Constituição Brasileira
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não podemos permitir
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eu vou Brasil fique sem governo
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abandonado
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e assim sendo declaro vaga a presidência
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da república em
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[Música]
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[Aplausos]
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não
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[Música]
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existe muita coisa que não precisa
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[Música]
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ser preto na favela para você ver o que
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volta completa pobre não aparece na TV
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operação operação preconceito a gente
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sabe como termina quando começa desse
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jeito desde pequena fazendo o corre para
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ajudar os pais cuidar de criança limpa a
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casa outras coisas mais que eu meio-dia
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tomar banho vai para escola a pé não tem
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dinheiro para o busão sua mãe vai
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comprar
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pão e já está cansada que a carona não
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usam Mas como é presa pobre isso
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motorista grita não hoje nós temos
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Oi jovens e adultos analfabetos
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representando uma população superior a
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de um país como Portugal é criminoso que
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essa população nos ser deixada de lado e
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criminoso que esse pessoal não esteja
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com todo seu potencial revelado mas é um
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crime desejado Deixa essa população lá
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sem todos os seus direitos numa relativa
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ignorância que assim ela não atrapalha
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as elites que estão no poder e que
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consegue
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manipulando de diversas maneiras
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consegue manipular os votos dessa
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população que fica na penúria fica No
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Limiar da Sobrevivência porque é mais
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cômodo para quem está no poder há
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e o que é que aconteceria O que é que
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seria diferente se tivesse retornado à
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é
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para mim uma um bom educador uma boa
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Educadora eu tenho que permanentemente e
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experimentar a andar de viagem
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como é que eu sou coerente no momento em
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que tope tu pelas classes populares e
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macho até lá
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como é que eu busco ser coerente já na
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no ato de marchar pela dizer como é que
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é minha marcha Até lá já tem que ser uma
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marcha não de quem invade mais de quem
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pretende
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conpanheira se
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E aí
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E aí
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E numa dessas fichas alguém pegou tu já
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li
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e olha festa
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com brinde então assim eu pergunto como
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foi para vocês jovens da participante
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isso emoção
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E aí
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e é muito gente eu
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levo estava aqui orgulho ó
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é da minha filha hoje tá belê
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aí eu pego o carro meus filhos eu
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cantava ótimo aço lavar roupa de ganho
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que leva as suas dos outros cadastro da
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minha filha até o terceiro ano todos os
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cantos Meu pai sempre teve esse cuidado
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e fez com que ali naquele momento me
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despertasse a vontade de ser professora
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lá com seis anos eu estou escrevendo
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quer dizer o terminei de escrever o meu
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livro eu compro e já ele é escrito à mão
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aí falta minhas filhas são formada em
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letras e mestra não sei o que elas vão
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dar uma corrigida
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e para poder mandar publicar depois
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daquelas Primeiras Experiências
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eu nunca mais foi possível no Brasil a
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ninguém inclusive ao poder do estado
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voltar as concepções e as práticas da
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Educação de adultos dos anos 40 e 250
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Paulo Freire para nós foram ensino de
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bombado para nossa a nossa vida né
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bom pelo menos para mim eu tenho um
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cimento de educação plantada no meu
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peito dava tudo
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trazida para a terra por isso né
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e os olhos tristes da fita rodando no
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gravador uma moça acusando roupa com a
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linha do Equador EA voz da Santa dizendo
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o que é que eu tô fazendo cá em cima
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desse
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andor a 30 pinta ao
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asfalto enfeita a alma
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motorista é cor na cor da cidade batom
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no lábio nortista o olhar batom estão
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sudestes e o beijo que vós me nordestes
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arranhar céu da boca
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Paulista cadeiras elétricas da baiana
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sentença que um turista achei e os sem
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amor sem teto Os Sem paixão sem alqueire
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no peito dos Sem feito uma seta EA
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cigana analfabeta lendo a mão de Paulo
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Freire
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e
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a
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contenteza do triste tristeza jurado
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contente podes de faca cortando como o
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riso da serpente sanções desses não
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contudo o pé quebrado verso mudo grito
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no hospital da gente
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[Música]