00:00:00
Os aplicativos de delivery vieram pra revolucionar
o jeito que pedimos comida. E parece um paraíso:
00:00:06
preços baixos, entrega grátis e promoções
irresistíveis. Mas alguém tá pagando essa conta.
00:00:12
Por trás desses preços maravilhosos,
existe um modelo de negócios que sufoca
00:00:16
quem realmente faz a comida chegar na sua porta.
Restaurantes tentando fechar as contas no fim do
00:00:22
mês, apertado por taxas e regras que só
favorecem o aplicativo e entregadores,
00:00:27
que enfrentam jornadas exaustivas, algoritmos
misteriosos e remuneração cada vez menor.
00:00:34
Esse modelo está mudando a lógica do
mercado de um jeito que ninguém percebe.
00:00:38
Esse é o efeito iFood—e entender como
ele funciona pode mudar completamente
00:00:43
a forma como você faz o seu próximo pedido
Então, quem mais sofre com o efeito iFood??
00:00:50
E como os restaurantes estão lentamente
acabando com essa dependência?
00:01:07
O mercado de delivery no Brasil tem um
problema sério mascarado de benefício:
00:01:11
as promoções predatórias.
Pra você consumidor é maravilhoso,
00:01:15
mas você sabe o que acontece com o restaurante?
Olha esse exemplo aqui:
00:01:18
Abrir o ifood e dar um exemplo
Por trás desses descontos absurdos, ofertas
00:01:20
maravilhosas e entrega grátis, existe um sistema
que sufoca pequenos restaurantes em todo o país.
00:01:27
E só um recado antes: esse vídeo aqui não é um
ataque ao iFood, mas sim ao que se tornou o modelo
00:01:32
de negócios dos marketplaces de comida no Brasil.
Mas como o iFood domina o mercado nacional,
00:01:38
com mais de 80% de participação de
mercado, é inevitável ele não se tornar
00:01:43
o maior participante do problema.
Pra colocar em números, em 2022,
00:01:47
o ecossistema da companhia movimentou
R$97 bilhões na economia brasileira,
00:01:53
impactando mais de meio por cento do PIB do país.
Pro dono de um restaurante que quer vender pelo
00:01:58
app, o iFood funciona com dois planos principais:
o Plano Básico e o Plano Entrega. No Plano Básico,
00:02:05
ele cobra 12% de comissão sobre o valor total
dos pedidos e uma taxa de pagamento online de
00:02:10
3,2% quando o cliente paga pelo aplicativo.
Além disso, há uma mensalidade de R$130 para
00:02:17
restaurantes que faturarem mais de R$1800 por mês.
Já o Plano Entrega oferece o serviço de entrega
00:02:23
pelo iFood e aumenta a comissão para 23% sobre
as vendas, mantendo a taxa de pagamento online
00:02:29
de 3,2% e a mensalidade de R$150 nas
mesmas condições. Para um restaurante
00:02:36
que fatura exatamente R$1800, o iFood chega a
custar 34,5% do faturamento. Esse percentual
00:02:43
é o suficiente para sufocar a margem de
lucro de qualquer restaurante que depende
00:02:48
exclusivamente do aplicativo para sobreviver.
Esse modelo de cobrança torna o iFood uma
00:02:53
plataforma de alto custo para os restaurantes.
É claro que o iFood tem suas vantagens — para
00:02:59
pequenos estabelecimentos sem ponto físico,
ele pode ser a única fonte de renda.
00:03:03
Mas para restaurantes que operam
tanto online quanto presencialmente,
00:03:06
essas taxas podem ser pesadas demais e acabam
criando uma dependência perigosa do aplicativo,
00:03:12
especialmente devido ao canibalismo do mercado.
No mercado de aplicativos de entrega,
00:03:18
o canibalismo do mercado ocorre quando as
promoções online desviam clientes que normalmente
00:03:23
comprariam na loja física para o aplicativo.
Assim, o restaurante não ganha novos clientes,
00:03:29
apenas desloca as vendas de um canal para
outro. Isso pode reduzir o lucro total,
00:03:33
pois o restaurante paga taxas ao aplicativo e
perde vendas diretas, que seriam mais lucrativas.
00:03:40
Um exemplo claro de uma prática que
representa bem a natureza do iFood é o Loop.
00:03:44
Em 2019 o iFood lançou o Loop - seu próprio
"restaurante". Através desse serviço,
00:03:50
o aplicativo passou a oferecer refeições a R$4,99
na primeira compra e R$9,99 nas seguintes, sempre
00:03:57
com entrega grátis. Isso impactou diretamente
negócios menores, como o Bassa Bar. O restaurante,
00:04:03
que tinha pratos simples a R$14, se viu obrigado
a competir com esses preços impossíveis para não
00:04:08
perder visibilidade no aplicativo."Cinco reais é
o preço de um salgado. Como a gente vai competir
00:04:14
com isso? Como ter lucro e servir uma refeição
decente a R$10, sem taxa de entrega?", questiona
00:04:20
Alexandre Bassoli, do estabelecimento.
Este não é um caso isolado, e o pior:
00:04:25
existe um truque por trás. Enquanto forçava seus
"parceiros" a competirem com preços predatórios,
00:04:31
o iFood operava o Loop fazendo acordos
diretos com restaurantes de comida por quilo,
00:04:36
encomendando grandes quantidades com
antecedência e pagando adiantado.
00:04:41
Isso criava preços impraticáveis
pra praticamente qualquer negócio,
00:04:45
exceto quando você é o dono de todo o ecossistema,
e não precisa lucrar nesse negócio específico.
00:04:50
Segundo a Associação Brasileira
de Bares e Restaurantes, Abrasel,
00:04:54
isso é uma espécie de dumping - uma prática
onde produtos são vendidos abaixo do custo
00:04:59
para eliminar a concorrência. A diferença é
que quem paga a conta não são as plataformas,
00:05:04
mas sim os restaurantes parceiros forçados
a se adequar a essa nova realidade.
00:05:09
A empresa lançou uma nota: “O iFood esclarece
que age de acordo com a legislação aplicável na
00:05:14
operação do Loop e em suas demais atividades e que
não compactua com qualquer tipo de prática ilegal.
00:05:21
O modelo de negócio desse serviço tem como
base a utilização da capacidade produtiva
00:05:25
ociosa de restaurantes e o agendamento de pedidos
combinado à logística de entrega eficiente, o que
00:05:31
resulta em refeições a preços mais acessíveis.”
Desde então, pelo que eu entendi, o loop nem
00:05:36
existe mais. Mas foi uma jogada que deixou muitos
restaurantes com as calças na mão, ou melhor,
00:05:41
com o avental na mão, e mostra como o iFood age.
E mesmo sem o Loop, o iFood continua dando
00:05:47
trabalho, e não só para os pequenos.
Segundo matéria da BBC, um franqueado
00:05:52
de uma grande rede de fast-food contou que o
iFood vende milk shakes com 50% de desconto,
00:05:58
pagando o valor cheio ao restaurante,
mas afastando clientes da loja física.
00:06:02
A advogada Patrícia Peck alerta que essa guerra
de preços pode beneficiar consumidores no início,
00:06:08
mas levar ao canibalismo do mercado se persistir.
Então os restaurantes enfrentam um dilema: ou
00:06:14
entram nas promoções agressivas e aceitam lucrar
quase nada, ou perdem espaço para concorrentes
00:06:19
com preços baixos. Para continuar vendendo,
acabam aceitando condições ruins. E quanto
00:06:25
mais dependem do aplicativo, mais ficam presos
nesse ciclo, trabalhando mais e ganhando menos.
00:06:31
Enquanto isso, as plataformas seguem lucrando com
as comissões, independente de desconto ou não.
00:06:37
E quando falamos de taxas abusivas, isso
não acontece só com os restaurantes. O
00:06:42
seu próprio banco pode estar tirando mais
dinheiro do seu bolso do que você imagina.
00:06:47
Quem nunca olhou a fatura do cartão e
percebeu cobranças inesperadas? Anuidade,
00:06:51
tarifas escondidas, juros absurdos…
Parece que quanto mais você usa,
00:06:56
mais o banco ganha – e menos você aproveita.
Mas a Nomad resolveu mudar esse jogo.
00:07:02
Com o Nomad Explorer Visa Infinite, um
cartão premium sem anuidade e sem taxas
00:07:07
abusivas, feito para quem quer mais
controle sobre o próprio dinheiro.
00:07:11
Black Sem Anuidade: Um cartão de
alto nível sem mensalidades pesadas.
00:07:15
Até 3 pontos por dólar gasto: Seus pontos nunca
expiram e podem ser trocados por benefícios reais.
00:07:21
Cashback em dólar: Receba parte do seu
dinheiro de volta sem truques e sem pegadinhas.
00:07:26
Benefícios Visa Infinite: Atendimento exclusivo,
proteção de compras e vantagens especiais.
00:07:32
Quer garantir o seu agora? É só escanear o
QR Code aqui na tela ou clicar no primeiro
00:07:37
link da descrição. Abra sua conta na Nomad sem
taxa de abertura, usando o código ELEMENTAR40,
00:07:43
e ainda ganhe até 40 dólares de
cashback para usar como quiser.
00:07:48
Então, aparentemente quem ganha é o ifood e
00:07:51
o restaurante que se adapte
as promoções do aplicativo.
00:07:55
Mas no meio desse esquema todo, tem
uma parte que faz essa roda girar,
00:07:59
que não foi falado até agora, e que também
sofre muito com esse “modelo de negócios”.
00:08:12
Eles são chamados de parceiros, empreendedores
e até mesmo colaboradores. Mas a realidade dos
00:08:19
entregadores de aplicativo no Brasil está muito
longe desses títulos pomposos e elegantes.
00:08:24
O que a gente vê diariamente é um exército
de trabalhadores enfrentando uma rotina
00:08:29
de precarização, mascarada por um
discurso de autonomia e liberdade.
00:08:34
Por outro lado, muitos veem nos aplicativos
uma chance de renda rápida e flexível,
00:08:39
sem chefe e sem horário fixo. Para alguns,
é uma escolha. Para outros, a única opção.
00:08:45
De qualquer forma, os números são alarmantes. De
172 mil entregadores em 2019, o Brasil saltou para
00:08:54
645 mil durante a pandemia. Uma explosão que veio
acompanhada de uma queda dramática na remuneração:
00:09:00
onde antes se pagava seis vezes mais por
quilômetro rodado, hoje os valores despencaram,
00:09:06
enquanto a carga horária praticamente dobrou.
Para entender como funciona o sistema, é preciso
00:09:12
conhecer as duas categorias de entregadores:
os ‘nuvem’ e os ‘operadores logísticos’, ou OL.
00:09:19
Os ‘nuvem’ representam 57% dos entregadores
e podem escolher quando ficar disponíveis,
00:09:26
mas tendem a trabalhar nos horários de pico
dos restaurantes para garantir mais entregas.
00:09:31
Já os OL, que são 43%, seguem escalas fixas
definidas pelo responsável pela operação
00:09:38
e precisam cumprir horários e jornadas
específicas. Como explica um entregador:
00:09:44
nuvem é autônomo, OL tem compromisso com
Ifood, esse sim tem que cumprir horário
00:09:49
e jornada de trabalho com dias trabalhados’.
A jornada de trabalho ultrapassa os limites legais
00:09:55
estabelecidos pela CLT, que determina no máximo 44
horas semanais. Para os ‘nuvem’, a carga horária
00:10:02
pode chegar a 72 horas semanais, já que costumam
trabalhar 12 horas diárias, seis dias por semana,
00:10:10
para maximizar os pedidos. ‘A gente trabalha
das onze às onze, três turnos direto, almoço,
00:10:16
café e janta’, relata um dos entregadores.
Já os OL seguem uma rotina de até 66 horas
00:10:22
semanais, divididas em três turnos diários
com 20 minutos de intervalo por turno.
00:10:28
Mas calma que fica pior.
Segundo um artigo de Pamela de Oliveira,
00:10:33
dependendo da escala, o aplicativo faz o login
do trabalhador automaticamente no início do
00:10:38
turno e o desconecta no final, impedindo-o de
ficar off-line durante o turno. Caso não esteja
00:10:44
acessível durante o horário, é considerado “uma
falta”. O mesmo acontece se o telefone estiver
00:10:50
desligado no início do turno. “...a hora que
eles precisarem, tem que estar disponível...”,
00:10:55
“...obrigado a ficar disponível naquele turno...”
Esse sistema mais parece o que é chamado em inglês
00:11:01
de chain gang, onde prisioneiros ficavam
acorrentados a bolas de chumbo abrindo
00:11:06
valas. A diferença é que o entregador é uma
pessoa honesta que só quer ganhar a vida.
00:11:11
O controle sobre os entregadores é feito
por algoritmos que rastreiam e avaliam
00:11:14
constantemente o desempenho, influenciando
quem recebe mais pedidos. Para os OL,
00:11:20
isso significa cumprir escalas rígidas e estar
sempre disponível nos horários programados.
00:11:25
Já os ‘nuvem’ precisam manter uma boa
avaliação para ter prioridade nas entregas.
00:11:30
No fim, a promessa de autonomia é limitada pela
necessidade de seguir as regras do algoritmo,
00:11:35
e isso significa ter que ficar online por longos
períodos para garantir uma renda suficiente.
00:11:41
O mais preocupante é que essa precarização atinge
especialmente os mais vulneráveis. A pesquisa
00:11:47
revela que a maioria dos entregadores entrou
nesse trabalho por causa do desemprego. "Começou
00:11:52
a pandemia e fui demitido, foi a única forma que
achei de ganhar dinheiro", relata um entregador.
00:11:59
É o retrato de uma categoria que
carrega nas costas o peso de um
00:12:03
modelo de negócio que transfere todos
os riscos e custos para o mais frágil.
00:12:08
Enquanto as plataformas maximizam seus lucros,
são os entregadores que arcam com tudo:
00:12:13
a moto, a bicicleta, o combustível, as
manutenções e, claro, sua própria saúde.
00:12:18
O iFood busca lucro, e isso é normal. O problema
é que, sem concorrência, ele dita todas as regras.
00:12:25
Os entregadores não têm escolha: ou
aceitam as condições do algoritmo ou
00:12:29
ficam sem trabalho. No fim, a estratégia
é simples: atrair, dominar e espremer.
00:12:35
A promessa de independência para os entregadores
se transforma em uma forma de exploração moderna,
00:12:40
onde o trabalhador assume todos os
riscos sem nenhuma garantia em troca.
00:12:45
E eu não quero aqui nem discutir sobre
regulamentação, se a CLT é justa ou não,
00:12:50
e sobre o “Se não está bom pra você, vá fazer
outra coisa”, porque acaba se tornando um assunto
00:12:55
bem politizado, e a solução não é tão simples.
Mas tenho certeza que precisa melhorar.
00:13:02
E eu vou ser sincero. Eu não uso o
iFood e nenhum outro aplicativo de
00:13:06
entrega. Para mim, não faz sentido colocar
um intermediário quando posso falar direto
00:13:11
com o restaurante e apoiar o negócio local.
Além disso, esse modelo não é justo para o
00:13:16
restaurante, que acaba pagando uma comissão bem
alta. Quando eu trabalhei em restaurante percebi
00:13:21
que não era vantajoso para o estabelecimento,
mas entendo que tem muitos pontos positivos para
00:13:26
o cliente que está na outra ponta, como descobrir
novos restaurantes e a facilidade de pagamento sem
00:13:32
criar cadastro toda vez que for fazer um pedido.
Mas pra mim é muito mais vantajoso pagar menos
00:13:38
acessando o aplicativo dedicado de um determinado
restaurante, ou pedir pelo whatsapp mesmo,
00:13:43
do que esperar descontos malucos do iFood sabendo
que alguém tá perdendo dinheiro naquela transação.
00:13:49
Mas e os restaurantes, Será que eles vão
continuar reféns dessas comissões abusivas?
00:13:55
E o que eles podem fazer pra
não depender desse sistema?
00:14:05
O modelo de negócio dos aplicativos de entrega
criou um ecossistema que parece funcionar para
00:14:10
todos – clientes que adoram promoções e acionistas
que lucram com cada pedido. Mas, no meio disso,
00:14:16
estão restaurantes e entregadores,
que arcam com altos custos e riscos
00:14:21
sem controle sobre o valor do seu trabalho.
Apesar de alguns restaurantes conseguirem
00:14:26
margens altas e fazerem o modelo funcionar, a
maioria acaba presa em um ciclo de promoções
00:14:32
predatórias e comissões sufocantes.
Mas uma tendência começa a ganhar força:
00:14:37
os aplicativos próprios. “O número de
pedidos feitos diretamente nos restaurantes,
00:14:42
através de site e aplicativo próprios, telefone
ou WhatsApp, aumentou 11% no primeiro trimestre
00:14:49
de 2024 comparado ao mesmo período de 2023”.
Os resultados são interessantes.
00:14:56
A La Guapa, rede de empanadas artesanais,
criou seu aplicativo próprio em 2021,
00:15:01
e as vendas nesse canal, que representavam
4% quando começou, atualmente chegam a 20%
00:15:07
da receita do negócio. "O aplicativo é uma grande
ferramenta de relacionamento que permite conhecer
00:15:13
CPF por CPF, entender o consumo de cada cliente
e poder inovar em cima disso", explica Benny
00:15:19
Goldenberg, um dos administradores.
A economia é igualmente boa para os
00:15:24
estabelecimentos e para os clientes. Sem as
taxas dos intermediários, os pratos chegam
00:15:29
a custar 20% menos nos canais próprios dos
restaurantes. Como explica Paulo Solmucci,
00:15:35
presidente da Abrasel: "Essa estratégia
deixa o mercado mais interessante,
00:15:39
porque o restaurante tem mais facilidade na
oferta, entregando um produto bom e mais barato".
00:15:45
É importante destacar que os restaurantes
não precisam desenvolver um aplicativo
00:15:49
próprio, eles podem simplesmente
contratar um serviço white label.
00:15:54
Nesse tipo de aplicativo próprio, o
estabelecimento paga uma assinatura mensal
00:15:57
para ter um app próprio de delivery, mas sem as
comissões salgadas dos agregadores como o iFood,
00:16:03
além de poder personalizar com sua marca própria
Só que a grande vantagem do iFood é oferecer um
00:16:09
ecossistema completo: ele traz visibilidade,
conecta o cliente ao cardápio, processa o
00:16:14
pagamento e ainda encontra o entregador, tudo
integrado. O restaurante só precisa cozinhar.
00:16:20
Claro, essa comodidade tem um preço alto.
Já com o aplicativo próprio, o custo inicial
00:16:25
é maior, e o desafio não é só entregar, mas
fazer com que as pessoas conheçam e usem o app,
00:16:31
o que pode significar investimentos em marketing.
Para negócios que estão começando, o iFood
00:16:36
ainda pode ser um bom ponto de partida
para construir uma base de clientes.
00:16:41
Mas pro restaurante já estabelecido, ter seu
próprio ecossistema não só é mais lucrativo,
00:16:46
mas te coloca no controle do negócio. Mas pra
isso, ele precisa ter um sistema próprio de
00:16:51
pedidos, de entrega e atração de clientes.
Alex Pinto, diretor de marketing da IMC,
00:16:57
dona do KFC e Pizza Hut, alerta: "É preciso
ter um conjunto de capacidades [como logística,
00:17:03
suporte e qualidade] que custam
caro e tomam tempo até amadurecer".
00:17:09
Não basta só criar um aplicativo - é
necessário todo um ecossistema para
00:17:13
garantir uma boa experiência ao cliente.
O mercado entende que os canais próprios
00:17:18
não vão substituir completamente os agregadores
como iFood e Rappi, que seguem sendo a principal
00:17:23
escolha do consumidor para pedidos online. O
diretor do Rappi Brasil, Felipe Criniti, argumenta
00:17:29
que "a penetração do delivery no Brasil ainda é
baixa e há espaço para o canal crescer no país".
00:17:35
Mas, segundo Aquiles Hasegawa, especialista
entrevistado no ConsumerCast, existe um caminho
00:17:40
estratégico para lidar com essa dependência
dos marketplaces e trazer esse cliente pro
00:17:45
seu aplicativo próprio. Ele explica:
“Eu trabalho muito com Marketplace para
00:17:50
captação. Acho que é uma realidade que
você não consegue mudar, principalmente
00:17:57
porque temos um player muito forte hoje
que domina quase todo o mercado. Então,
00:18:02
você tem que correr junto com esse cara
para captar o seu cliente. Depois disso,
00:18:06
a gente traz para o nosso aplicativo
próprio para estabilizar o custo.”
00:18:12
Aquiles detalha o impacto financeiro
dos marketplaces e a importância de
00:18:16
direcionar clientes para o canal próprio:
“Se você pegar hoje um percentual de
00:18:22
Marketplace de 12%, você coloca isso
na ponta do lápis: faturou R$10.000,
00:18:27
são R$1.200 que você está gastando com o
Marketplace. Se você tiver a logística deles,
00:18:37
aí vai para 30%. A cada R$10.000 que você
vende, você passa 30% para o Marketplace. Então,
00:18:44
o caminho é esse: capta no Marketplace, transfere
para o seu canal próprio e fideliza o cliente lá.”
00:18:51
Essa abordagem mistura o uso estratégico dos
marketplaces com o desenvolvimento de canais
00:18:55
próprios. Aquiles destaca que o segredo está
em captar o cliente nos grandes aplicativos e,
00:19:01
em seguida, direcioná-lo para
o canal direto do restaurante,
00:19:04
onde o custo é menor e o lucro, maior.
Aqui em Novo Hamburgo tem uma lancheria
00:19:09
que faz exatamente isso. Eles colam na
parte de dentro da embalagem um adesivo
00:19:13
que diz para o cliente pedir pelo aplicativo
deles numa próxima, pois isso gera desconto.
00:19:18
O futuro desse mercado está, portanto, numa
possível estratégia híbrida. Os aplicativos,
00:19:23
com suas taxinhas e promoções que esvaziam os
bolsos dos restaurantes, ainda ajudam a atrair
00:19:28
clientes que adoram um desconto. Mas é nos canais
próprios que os donos de restaurante realmente
00:19:33
ganham dinheiro e criam clientes fiéis. Quem
souber equilibrar os dois lados vai se dar bem.
00:19:40
E o que você acha desse assunto? Você usa Ifood
ou é como eu que bato um papo com o atendente
00:19:45
da lanchonete pelo telefone? Comenta aqui abaixo
e não deixa de me dizer o que achou desse vídeo.
00:19:51
E pra garantir o seu NOMAD Explorer agora, o
cartão de crédito da NOMAD, é só escanear o QR
00:19:57
Code aqui na tela ou clicar no primeiro link da
descrição. Abra sua conta sem taxa de abertura,
00:20:02
usando o código ELEMENTAR40 você ainda ganha até
40 dólares de cashback para usar como quiser.
00:20:09
E pra entender se aqui no Brasil a fiscalização de
trânsito existe só para arrecadar dinheiro ou se
00:20:14
na verdade, é o brasileiro que é muito imprudente
e se a “indústria da multa” realmente existe,
00:20:20
confere esse vídeo aqui que tá na tela.
Então aperta nele aí que eu te vejo lá
00:20:24
em alguns segundos. Por esse vídeo
é isso, um grande abraço e até mais.