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Bem vindos à Floresta Negra.
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Eu não sei se você já teve a sensação de que as inteligências artificiais estão transformando a internet.
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Parece que cada vez mais todo o conteúdo é feito por I.A.S.
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E o conteúdo orgânico feito por humanos está virando quase um deserto
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quando comparado ao conteúdo gerado por máquinas.
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Mas para entender o impacto que isso vai ter na internet e até mesmo na humanidade
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eu preciso jogar Detective com vocês.
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É, Detective. Como assim você não sabe o que é Detective?
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Se você está assistindo esse vídeo direto de outro planeta, eu vou explicar.
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Detetive é um jogo de tabuleiro bem famoso. Independente da marca, da versão ou até do nome,
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a lógica é sempre a mesma. O objetivo é desvendar um crime, e o vencedor é aquele que primeiro
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descobrir o autor, o local e a arma utilizada no delito. Só que hoje nós vamos jogar uma versão
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diferente com as regras invertidas do Detetive original. Primeiro, porque diferente do jogo
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original, nós não estamos falando de algo que já aconteceu, mas de algo que ainda pode acontecer.
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E segundo, porque já se sabe quem é o criminoso, ou no nosso caso, a ameaça.
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E na verdade o que a gente vai descobrir não é a identidade do criminoso,
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mas sim da vítima, o local do crime e a arma do crime.
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E para começar o nosso jogo, a gente vai atrás da cena do crime.
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Que seria você não aproveitar a parceria que eu tenho com a Alura.
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A Alura é a maior escola de tecnologia online do país e, através de uma
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matrícula, você tem acesso a todos os cursos, do básico ao avançado. Na Alura, os alunos e alunas
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aprendem na prática, criando projetos reais, do início ao fim. Além dos desafios realizados ao
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longo dos cursos, os alunos e alunas também têm acesso ilimitado ao catálogo de imersões da Alura
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e ao 7 Days of Code, para praticar conhecimentos em diferentes áreas. E com o meu link, você tem 15% de desconto.
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Ah, e a partir do Plano PRO, você tem acesso a Luri, que é a IA da Alura, que te auxilia
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nos estudos e a se aprofundar nos temas que possam ter dúvidas, além de indicar os melhores
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cursos de acordo com cada objetivo.
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Tá precisando de um presente de Natal pra você mesmo ou pra alguém?
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É só clicar no link da descrição ou do comentário fixado.
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Tá, brincadeira não à parte, o fato é que isso aqui tá cada vez mais vazio, gelado
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e hostil.
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E eu não tô falando do seu relacionamento, eu estou falando da internet.
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Mas essa também é uma boa definição para descrever adequadamente o universo.
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Eu não estou exagerando quando eu digo que a web está se transformando mais e mais em uma mini representação da vida no espaço.
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Ou melhor, da falta dela.
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Para e pensa comigo.
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Tanto a internet quanto o cosmos são cheios de coisas brilhantes chamando a nossa atenção.
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A gente é incapaz de acompanhar a velocidade com que ambos se expandem e quando finalmente acreditamos em encontrar um sinal de
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vida a gente acaba ficando no vácuo mesmo. Aquele espaço público em que a gente meio que se
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acostumou a achar gente de todos os tipos em sites, fóruns, blogs, chats e mais tarde nas redes sociais
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está cada vez mais agitado, só que ao mesmo tempo está virando um grande vazio de atividade
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genuinamente humana. E aí surge a primeira pergunta, para onde foram as pessoas?
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A resposta mais sincera é que está todo mundo se escondendo.
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Os robôs e a inteligência artificial estão de certa forma encurralando os seres humanos.
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Eles são como os predadores em uma floresta.
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Uma floresta negra, se você preferir chamar assim.
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Originalmente a hipótese da floresta negra é uma das ideias que tendam a explicar o
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porquê dos seres humanos ainda não terem encontrado vida fora da Terra, mesmo que as
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estimativas apontem para a existência de 300 milhões de planetas potencialmente habitáveis no
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universo. O motivo para esse contato nunca ter acontecido, segundo a Floresta Negra,
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é que civilizações extraterrestres estariam em silêncio para passagens percebidas, e
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assim elas conseguiriam manter a sobrevivência da própria espécie. O silêncio é uma estratégia
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de sobrevivência, porque ser encontrado pode significar ser encontrado por uma espécie
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mais poderosa que pode te destruir. Então só as civilizações silenciosas que escapam dessa seleção natural cósmica.
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A floresta negra é justamente esse cenário em que a vida inteligente se esconde de outra
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vida inteligente, como se todos fossem caçadores em uma floresta negra, com armas nas mãos
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prontas para atirar em qualquer coisa que se mova. E se você ficou interessado e quer
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ter crises essenciais e talvez não dormir hoje de noite, eu já fiz um vídeo sobre
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isso, você pode clicar aqui e acabar nesse vídeo.
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E isso é importante porque agora nós vamos transportar esse mesmo raciocínio para a
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internet.
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Em 2016, o tráfego anual da internet mundial, sim, da internet inteira, ultrapassou pela
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primeira vez a marca inacreditável e inimaginável de um zetabyte, que é a mesma coisa que um
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cestilhão, um 1 seguido de 21 zeros.
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A nossa mente é incapaz de conceber um número desse tamanho.
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Mas para tentar entender a dimensão dessa monstruosidade, a gente pode fazer a seguinte comparação.
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Um cestilhão é aproximadamente a quantidade de grãos de areia no planeta Terra.
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Só que isso foi em 2016. Desde então esse número disparou.
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Para 2024, a estimativa é que a internet produza 147 zettabytes.
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Considerando que o maior drive do mundo suporta até cerca de 100 terabytes,
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seriam necessários 147 bilhões desses SSDs para guardar tudo isso.
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A quantidade de bytes de informação na internet está se aproximando da quantidade de estrelas
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do universo.
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A internet é equivalente a um universo inteiro de informação.
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Mas o que explica um aumento tão brusco desses números nos últimos 10 a 15 anos?
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Em grande parte, pela velocidade monstruosa com que cresce o conteúdo criado a partir
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de inteligência artificial.
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Um estudo da Amazon sugere que mais da metade de todo o conteúdo no metaverso já é composto por informação gerada ou traduzida
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por modelos de linguagem de larga escala, que em inglês são chamados pela sigla LLM.
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Você provavelmente interage com uma LLM todo dia. O chat GPT é uma LLM.
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E como a gente já mostrou no vídeo da internet morta, clique aqui quando acabar esse vídeo,
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pesquisadores da Dinamarca projetaram que 99% da internet vai ser composta por IA até
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2030.
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Inclusive, esse é o momento perfeito para provar que você é humano e clicar em se
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inscrever aqui no canal.
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Além de dificultar a identificação do que é humano e o que é sintético, o grande
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problema é que grande parte desse volume colossal de dados vem de uma montanha de anúncios,
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ou conteúdo de baixa qualidade ou de material malicioso.
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Antigamente, na idade da pedra da internet, a gente usava a expressão navegar na web. Só que hoje mais parece que a gente está nadando num
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mar de lixo. Lixo digital. E em meio a essas ameaças, toda a vida orgânica da
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internet, ou seja, nós mesmos, procura locais seguros para se proteger. Ou melhor,
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para se esconder. Esse ensaio de uma designer, antropóloga e pesquisadora
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chamada Maggie Appleton avança sobre o conceito de floresta negra da internet
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publicado em 2019 por um rapaz chamado Yancy Strickler, que é o fundador da plataforma de
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financiamento coletivo Kickstarter. E no texto ela nos apresenta a Floresta Negra
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de Inteligência Artificial. É ali que são as redes sociais mais
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populares como o Facebook, o Twitter, o Instagram e outros espaços públicos da
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internet que hoje são dominados por robôs, trolls e todo o tipo de
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automatização responsável por entupir a internet com conteúdo repetitivo e
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anúncios, além de raspar e captar todos os dados que encontram pela frente.
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E guarda bem essa informação porque ela vai ser muito importante no nosso jogo logo
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mais.
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Até mesmo as partes não públicas da internet estão começando a ser tomadas por inteligências
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artificiais.
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Eu tenho certeza que na sua caixa de e-mails devem ter alguns e-mails de spam que foram
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escritos e gerados por inteligências artificiais generativas.
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E pra piorar a situação, a primeira coisa que você recebe ao abrir o WhatsApp é a
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oportunidade de conversar com a inteligência artificial do Meta,
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que inclusive tem um nome que não passa no teste da 5ª série aqui no Brasil.
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Meta?
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Aí.
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Ainda existem espaços de refúgio das IAs em meio à internet.
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E essa é a chamada Cozy Web, ou Web Aconchegante em português.
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E esse ambiente é composto por plataformas bem mais nichadas,
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que dependem da curadoria humana para funcionar. Aqui não importam as métricas,
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a otimização de páginas, as técnicas de SEO ou engajamento, porque esses ambientes não são
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indexados, ou seja, eles não são encontrados nem por buscadores como Google. São tipo as resistências
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em um mundo no meio de um apocalipse zumbi. O único jeito de fugir das I.A.S. é se esforçar
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para mantê-las longe de você. O problema disso é que a tal floresta negra da inteligência artificial, assim como o universo, segue se expandindo.
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E esse avanço tende a chatar cada vez mais esses espaços que já são exceção à regra.
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Por exemplo, vamos pegar o serviço de streaming.
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Por mais que essas plataformas até possam usar a inteligência artificial
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para otimizar alguma função do aplicativo,
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é nesses ambientes em que humanos podem consumir filmes, séries e músicas
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estritamente produzidas por outros seres humanos.
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Quer dizer, estritamente é uma palavra muito forte, porque sim, a
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inteligência artificial também está invadindo esses espaços. O Google desenvolveu uma
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ferramenta de pesquisa chamada Notebook LM, e ela funciona como uma assistente virtual
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para estudos e é capaz de converter grandes quantidades de conteúdo em explicações
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resumidas. E uma das funções que ela permite executar é transformar esse conteúdo em
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um podcast chamado Deep Dive. E esse podcast discute o assunto que você quiser.
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E tudo isso com um casal de apresentadores que não existe.
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Eles são criados por inteligência artificial,
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mas eles contam com um nível de realismo que nenhum desavisado poderia questionar.
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E alguém já até usou a plataforma para criar vários episódios que estão no Spotify,
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em que eles trazem notícias e novidades do mundo da inteligência artificial.
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Só que essa história não para em podcasts.
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Várias produtoras de filmes usam modelos de IA para prever o sucesso dos seus roteiros, baseado na história e atores contratados
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para cada papel.
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IA já tem um papel até em decidir quais filmes são feitos e quem faz eles.
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E o que também é assustador é a forma como a IA generativa está impactando a própria
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ciência.
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Um estudo flagrou que pesquisadores passaram a usar o chat GPT depois de ele se tornar
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popular em textos de revisões científicas sobre a própria inteligência artificial.
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Tá aí quem vai fazer um Enem um exemplo perfeito de metalinguagem.
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Meta...
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...linguagem.
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A pesquisa constatou que em 2024, palavras como inovação, notável, louvável e outros termos
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passaram a aparecer numa frequência vequiginosamente maior do que a detectada nos anos anteriores.
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Só o termo meticuloso apareceu 34 vezes mais do que em 2023.
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O aumento brusco no uso dessas palavras indica que muitos dos textos e artigos publicados
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nos últimos anos foram escritos meticulosamente poliás.
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Se até artigos científicos que passam por rígidos processos de revisão e correções
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e são sendo feitos parcial ou quem sabe até completamente por ferramentas de inteligência
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artificial, imagine o que pode acontecer com outras frentes que não são submetidas a
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olhar e são criteriosas.
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E além de se infiltrar na nossa ciência e cultura, a gente também já sabe que nos
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próximos anos a inteligência artificial vai ter consumido tudo o que os humanos já
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produziram na internet.
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A estimativa é que por volta de 2028, todo o conteúdo humano disponível já vai ter
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sido usado para treinar inteligências artificiais generativas se o desenvolvimento dessas tecnologias
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continuar no ritmo de crescimento atual.
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Se a IA é assassina, a Floresta Negra da internet é o local do crime.
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E nós acabamos de encontrar a arma, dominação completa. Em poucos anos a inteligência artificial
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vai dominar toda a produção de conteúdo online. Tudo que eu, você e toda a humanidade já escrevemos
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nas redes sociais, todos os vídeos que nós publicamos no YouTube, todas as nossas fotos,
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todas as nossas ilustrações, todos os avanços científicos da medicina e da física, tudo já vai
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ter sido assimilado por robôs. Isso porque a fome desses programas por dados aumenta de forma exponencial a cada nova versão.
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A primeira geração do chart GPT usou 117 milhões de parâmetros.
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Na seguinte, 1 bilhão e meio.
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O GPT-3, 175 bilhões.
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E a estimativa era que o GPT-4 fosse treinado com cerca de 1 trilhão de parâmetros.
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E isso vai levar o treinamento de IaaS até uma encruzilhada.
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IaaS dependem de dados para serem treinadas, e elas ficam mais poderosas com mais dados.
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Então o que as empresas responsáveis pelas inteligências artificiais vão fazer
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quando o conteúdo para treinar elas acabar? E essa situação oferece dois caminhos.
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Ou as empresas por trás do chat GPT e similares vão ter que aceitar que elas bateram no teto
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sem a possibilidade de saltos tecnológicos que nós nos acostumamos a testemunhar nos últimos anos,
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ou elas vão ter de realmente alimentar as máquinas com conteúdo gerado pelas próprias inteligências artificiais.
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Só que aí tem um problema.
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Segundo a ciência, e ao que a gente sabe hoje, essa segunda opção pode não prosperar
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tanto assim.
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Experimentos publicados na revista Nature em julho de 2024 mostram que modelos de inteligência
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artificial generativa não se dão bem quando tendem a apelar para o canibalismo.
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Eles demonstraram que novas gerações treinadas a partir de bases de dados produzidas pelas
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antecessoras tendem a produzir mais erros do que as anteriores.
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No fim das contas, se alimentar de si mesma faz com que a IA fique cada vez mais burra.
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Os cientistas treinaram várias gerações de IAs com o conteúdo produzido pelo modelo anterior.
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E depois eles inseriram o mesmo texto sobre arquitetura na Idade Média
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em cada uma delas para ver qual seria o nível da resposta do programa.
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Na primeira geração, o resultado foi esse aqui.
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Ele já tá um pouco esquisito, mas calma, olha o que aconteceu com a nona geração.
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Na nona geração, a IA, que era supostamente para falar sobre a arquitetura medieval,
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respondeu sobre lebres, ou seja, ou a arquitetura medieval foi inteiramente planejada por lebres,
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ou as IAs não estão sabendo muito bem o que estão fazendo.
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E isso não acontece somente com texto, o resultado chama ainda mais atenção
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quando falamos de criação de imagens.
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Em outro estudo, pesquisadores pediram para diferentes gerações de I.A.s construírem
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a representação de um homem hispânico idoso.
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Quanto mais envenenada por conteúdo sintético no treinamento, mais distorcidos foram os
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resultados.
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Um outro estudo já afirma que com o crescimento de material sintético na web, vai ser inevitável
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a realidade em que os robôs vão ter que regurgitar o próprio conteúdo e se alimentarem
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daquilo que eles mesmos produzem, já que uma boa parcela da internet produzida por humanos vai ser, passo a passo,
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proporcionalmente cada vez menor.
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E no fim das contas, a conclusão é que o predomínio da inteligência artificial pode
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gerar um colapso.
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Mas não o colapso dos seres humanos, e sim da própria inteligência artificial.
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E com isso, nós chegamos ao fim do jogo.
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E é hora de revelar a grande vítima do uso irrestrito de inteligências artificiais.
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Que talvez seja a própria inteligência artificial.
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O que esse cenário aponta é que, ao contrário do que se imagina,
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inteligências artificiais generativas não vão necessariamente acabar com os seres humanos,
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e sim fazer com que o conhecimento produzido por nós, talvez seja uma fonte ainda mais importante de poder.
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Agora a questão é, a quem que esse poder vai servir?
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Muito obrigado e até a próxima.
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Esse vídeo foi feito de maneira meticulosa.
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próxima. Esse vídeo foi feito de maneira meticulosa.