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Você provavelmente já ouviu falar em Aladim e sua lâmpada maravilhosa
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A história conta que dentro da lâmpada existe um gênio
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Esse gênio tinha capacidade de realizar três desejos
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O que você desejaria se tivesse o direito a três pedidos?
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Difícil, não é? Mas você deve estar se perguntando
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Você vai ver no programa de hoje que Aladim e sua lâmpada maravilhosa tem tudo a ver com os árabes
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A civilização árabe vai surgir nesta parte do mundo que chamamos de Oriente Médio
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Essa faixa de terra chamada Península Arábica, que fica entre a África e a Ásia, viu florescer essa brilhante civilização
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Ela é cheia de desertos, mas entre um deserto e outro existem oásis, que são pequenos pontos onde existe água e terras férteis
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Ao redor desses locais, as tribos se juntavam e muitas vezes brigavam entre si pela posse do oásis
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ou por um ponto de comércio
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Essas tribos eram formadas por comerciantes e pastores
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Também era comum que essas tribos atacassem caravanas de mercadores, que vinham trazendo produtos do Oriente
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para o Mar Mediterrâneo
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Vale lembrar que essas tribos não tinham o governo centralizado. Não formavam um estado
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Cada uma vivia como achava que tinha que viver
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Mas uma coisa vai mudar essa situação
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A fé. Uma fé forte e única vai reunir essas tribos árabes
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Os árabes, em termos religiosos, nessa época, eram politeístas
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Esta grande palavra significa que os árabes acreditavam em vários deuses
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Mas eles tinham um culto em comum: o culto à pedra negra
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A pedra negra ficava na Caaba, na cidade de Meca, que por isso era a cidade mais importante
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A Caaba abrigava essa pedra negra, que na verdade era um meteoro
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que os povos acreditavam que tinha sido um presente dos céus para eles
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Por isso, ela era sagrada.
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Meca era tão importante porque estava enriquecendo com a grande caravana de peregrinos
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que iam até lá a adorar a pedra negra
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Peregrino é aquele sujeito que viaja por um motivo religioso
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Temos até hoje peregrinos que vão à Meca porque são islâmicos
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Aqui no Brasil também temos peregrinos que vão, por exemplo, à cidade de Aparecida do Norte
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que é um centro de peregrinação católico.
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É nesse contexto que vai nascer Maomé, ou Muhammad.
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Maomé nasce em 570, na cidade de Meca, e era comerciante.
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Até por volta do ano 610 da nossa era ele teve uma vida normal como comerciante
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Há quem diga que Maomé, viajando pelo mundo, teve contato com as religiões judaica e cristã
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Aos 40 anos de idade, ele viu um anjo. O arcanjo Gabriel
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Se você frequenta a igreja deve se lembrar de Gabriel quando ele visita Maria e diz que ela vai ser mãe do salvador
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Esse mesmo arcanjo vai a Maomé entregar alguns versos sagrados e coloca nos ombros dele
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a obrigação de espalhar uma nova fé, uma nova religião para o povo árabe
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Essa nova religião condenava todos os antigos deuses
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Não haveria mais politeísmo. O único deus seria Alá.
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Maomé então vai começar a pregar isso, inclusive na cidade de Meca.
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Quanto mais Maomé prega e as pessoas acreditam, menos peregrinações elas fazem até essa cidade
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Obviamente que os comerciantes ganhavam muito dinheiro com aquelas viagens
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não vão gostar nada disso, e vão começar a ameaçar e perseguir Maomé por suas novas idéias
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Preste atenção nisso aqui: Hégira
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Chamamos assim a fuga de Maomé de Meca para Yatreb, hoje chamada Medina.
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Maomé vai fugir da sua cidade natal porque está sendo perseguido, ameaçado de morte.
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Isso aconteceu no ano 622 do nosso calendário
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Para os islâmicos, é o primeiro ano do calendário deles
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O ano de 630 marca a volta de Maomé liderando um exército de seguidores
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para Meca. Ele vai lutar e vencer cada um de seus inimigos
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Em 632 o profeta morre, mas havia mudado a história.
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Ele vai conseguir unir o povo árabe e esta civilização vai partir daí para conquistar o mundo conhecido de então.
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Entre os séculos 7 e 8, os islâmicos farão a sua expansão
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Sairão da Arábia irão para a África,
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para a Europa
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e para a Ásia.
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Essa expansão vai ser liderada pelos Califas.
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Os Califas eram os sucessores de Maomé. Eram líderes políticos e religiosos.
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Mas tudo tem o seu fim.
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Em 1258, os Mongóis, povos vindos do Oriente
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vão dominar Bagdá e destruí-la, pondo fim à hegemonia islâmica.
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A morte de Maomé gerou uma pequena divisão entre os islâmicos: de um lado os xiitas e, do outro, os sunitas
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Os xiitas acreditavam que a única liderança que deveria ser obedecida era de um parente próximo de Maomé
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escolheram Ali, seu genro.
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Já os sunitas acreditavam que poderia ser um amigo de Maomé e escolheram Abu Bakr.
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Os xiitas acreditam no Alcorão, somente nele.
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Os sunitas seguem também a Suna, além do Alcorão. Daí seu nome Sunitas.
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A Suna é um livro que conta feitos, dizeres de Maomé; Eles são 85% dos islâmicos
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Acreditam em uma interpretação mais branda da religião e buscam maior proximidade com outras culturas e crenças
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Bom, para você não ficar boiando, eu vou te dar alguns fundamentos da religião islâmica
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Vamos a eles:
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Islã significa 'submissão à Deus': a Alá.
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Muçulmano significa 'crente'
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Meca é a cidade sagrada
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Alcorão, ou corão, é o livro sagrado dos islâmicos
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Nele estão os versos que o profeta Maomé teria ouvido do anjo Gabriel. Ele é equivalente à Bíblia para os cristãos.
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Diversos países islâmicos têm hoje em suas bandeiras símbolos dessa religião.
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A lua e a estrela são os mais comuns. A lua crescente simboliza a renovação,
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mas também é uma referência ao fato de os islâmicos utilizarem um calendário lunar.
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A estrela de cinco pontas seriam os cinco pilares básicos da religião islâmica:
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a fé, o jejum, a oração
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a peregrinação e a caridade.
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Devemos muito aos árabes! Eles valorizavam a cultura e o conhecimento
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e por serem tolerantes com os povos que conquistavam, permitiram um desenvolvimento
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Na ciência, na medicina e se apropriaram de algumas invenções desses povos.
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Quer um exemplo?
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Os números! Pois é, esse sistema de contagem veio da Índia e dali os árabes espalharam por todo o mundo
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Você já imaginou se você conseguisse fazer contas com aqueles números romanos?
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Pra você lembrar, os algarismos romanos
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eles utilizavam letras que tinham valores. A matemática seria ainda mais complicada, né? Por volta do século XVIII
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os árabes dominaram Portugal e toda a Península Ibérica, inclusive a Espanha, né?
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No nosso idioma, a língua portuguesa, vieram algumas
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palavras de origem árabe e você usa essas palavras no seu dia a dia.
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O algarismo,
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açúcar, algodão e alfaiate são alguns desses exemplos.
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E aí, gostou do programa de hoje? Pesquisa mais sobre a religião islâmica
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Você vai ver que ela é extremamente rica e que não vale todo esse preconceito que as pessoas têm contra ela.
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A gente se vê em uma outra história!
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E aí galera! Acabei de ver o programa sobre os árabes do Tempo de Estudar.
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Estava aqui no Saara, grande reduto árabe e centro comercial do Rio de Janeiro, e aí me toquei:
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Faltou uma coisinha no programa! Eu falei do Aladim, eu falei da lâmpada... E não expliquei relação dele com os árabes.
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Vem comigo que eu vou te explicar.
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O conto de Aladim faz parte das 'Mil e Uma Noites', uma coleção de contos árabes.
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Reza a lenda que Sherazade vai conta-las durante mil e uma noites ao Rei Shariar.
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O rei tinha o hábito de matar a sua esposa sempre no final da noite.
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Para evitar a morte certa, Sherazade conta histórias que não têm fim,
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elas se ligam umas às outras. Algumas histórias você provavelmente já viu em filmes e animações,
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Aladim, Ali Babá e os 40 Ladrões, e também Simbá, o Marujo.