00:00:33
[Música]
00:00:40
quando eu falo do racismo estrutural das
00:00:43
opressões né Elas têm consequências
00:00:45
materiais não adianta a gente falar na
00:00:47
periferia da favela favela venceu né
00:00:50
negros do poder etc Enquanto Tiver
00:00:52
crianças vendendo doce na esquina não
00:00:55
tem sentido isso né é necessário mudar
00:00:57
materialmente né socialmente a vida as
00:01:02
[Música]
00:01:28
pessoas
00:01:34
me nome é Denis de Oliveira Eu sou
00:01:36
professor de jornalismo da Universidade
00:01:38
de São Paulo sou jornalista formado
00:01:40
também pela USP sou Doutor em da
00:01:42
comunicação também sou militante do
00:01:44
movimento negro faço parte da rede
00:01:46
quilomba uma entidade que foi fundada em
00:01:48
2013 eu coordeno também o Centro de
00:01:50
Estudos latinoamericanos de cultura e
00:01:52
comunicação que é n da
00:01:58
USP
00:02:03
as tecnologias de informação e
00:02:04
comunicação Elas têm uma gramaticalidade
00:02:06
muito singular muito própria delas né
00:02:09
Elas têm Primeiramente um caráter
00:02:11
assertivo e trabalha com uma narrativa
00:02:13
minimalista textos curtos fugaz etc traz
00:02:16
alguns incômodos né Por exemplo Humberto
00:02:18
eo fala que a tecn que a internet
00:02:20
democratizou os imbecis né A Voz Dos
00:02:22
imbecis Porque de fato né as mediações
00:02:24
clássicas aqueles que tinham direito à
00:02:26
fala como jornalistas né aqueles que
00:02:29
trabalhar que tinham condições de
00:02:31
publicar artigos livros etc perdem esse
00:02:33
monopó da Fala qualquer pessoa
00:02:35
potencialmente pode expor suas ideias
00:02:37
publicamente tá então isso traz o
00:02:39
incômodo aquela Elite intelectual Que
00:02:41
nós tínhamos antes por outro lado né
00:02:43
veja todas essas essas sentimentos
00:02:45
Sensações pensamentos acabam também
00:02:48
tornando-se públicos né E aí a
00:02:50
tecnologia possibilita isso os armários
00:02:52
foram abertos né públicamente acho que é
00:02:54
um pouco isso que ocorre com as
00:02:55
tecnologia de informação e
00:02:58
comunicação
00:03:01
o movimento social de negros e negras né
00:03:04
de mulheres LGBT que imag e tudo isso
00:03:07
mas fortemente nos anos 60 com a
00:03:09
contracultura e mais recentemente né nos
00:03:11
anos 80 90 começaram a pautar né a a
00:03:14
demandar a suas agendas né criticar essa
00:03:18
branquitude normativa masculina Sis
00:03:20
normativa e começam né a a disputar os
00:03:23
espaços de poder por essa razão o que
00:03:25
acontece tem uma reação uma ação reativa
00:03:27
Contra isso E aí as redes sociais
00:03:29
acabaram sendo Esteio né de não só da
00:03:32
expressão desses movimentos sociais
00:03:34
buscarem a sua visibilidade o seu
00:03:36
protagonismo seu espaço mas também
00:03:38
desses atores que ficaram incomodados né
00:03:41
com essa nova configuração de reagir e a
00:03:44
rede social Ela acabou a gramaticalidade
00:03:46
dela acabou favorecendo isso já que é
00:03:48
uma narrativa assertiva minimalista é
00:03:51
uma narrativa que não tem nenhum tipo de
00:03:52
mediação possível então Eh é muito
00:03:54
interessante que a gente observa né que
00:03:56
eh o direito de agredir o outro vira
00:03:59
Liberdade expressão né até uma
00:04:01
deturpação de toda a pactuação
00:04:03
democrática de considerar que o direito
00:04:05
de ser racista de ser machista de ser é
00:04:09
gbic é uma um direito de liberdade de
00:04:11
expressão quando não é verdade isso né
00:04:13
direito não é absoluto mas a
00:04:15
configuração da rede social transforma
00:04:17
em absoluto né Essas narrativas e aí
00:04:19
então por essa razão a gente tem
00:04:21
observado o crescimento dessas
00:04:23
intolerâncias eh sendo espraiadas
00:04:25
particularmente aí pelas redes
00:04:28
sociais
00:04:31
bom racismo estrutural é um conceito ele
00:04:34
ficou muito popular nos últimos tempos
00:04:36
né com particularmente após o lançamento
00:04:38
da obra do do ministro agora Silvio
00:04:40
Almeida né Professor Silvio Almeida né O
00:04:42
que é racismo estrutural mas um conceito
00:04:44
mais antigo né já aparece nos anos 70 em
00:04:47
textos do Carlos renal da própria lera
00:04:50
Gonzales do partido pantas negr nos
00:04:52
Estados Unidos eu escrevi um livro
00:04:54
também né recentemente né o racismo
00:04:56
estrutural uma perspectiva histórico
00:04:57
crítica e a ideia seguinte você tem eh
00:05:01
vários níveis de compreensão do racismo
00:05:03
né Tem um um nível de compreensão e
00:05:05
apreensão que é o nível comportamental
00:05:07
que é acho que o nível mais empírico que
00:05:09
nós temos de compreensão do racismo eh
00:05:11
Então quando você tem um ato
00:05:13
preconceituoso né um ato racista contra
00:05:15
uma pessoa desde uma violência por parte
00:05:18
de um agente policial ou uma pessoa
00:05:20
negra maltratada no espaço público ou no
00:05:23
espaço privado ou A negação de emprego
00:05:26
né para uma pessoa negra por ser negra e
00:05:28
assim por diante isso é muito visível
00:05:30
muito palatável tem sido muito
00:05:32
denunciado os meios de comunicação de
00:05:34
massa tem outro nível de apreensão e
00:05:36
compreensão do racismo que nós chamamos
00:05:38
de racismo institucional é quando você
00:05:41
observa que apesar da existência de
00:05:43
normas de leis aí que punem o racismo As
00:05:48
instituições responsáveis pela punição
00:05:50
pela aplicação dessa lei não funcionam
00:05:52
então por exemplo a lei
00:05:54
10639/03 né que torna obrigatório o
00:05:57
ensino de história da África e cultura
00:05:59
Africana e a Lei 11645 2008 que torna
00:06:03
obrigatório o ensino de cultura indígena
00:06:04
né no sistema de ensino Brasileiro ela é
00:06:07
pouco aplicada segundo dados aí nem 30%
00:06:11
das escolas brasileiras aplicam essa lei
00:06:13
então isso a dimensão nós chamamos
00:06:14
dimensão institucional do racismo ou
00:06:16
racismo
00:06:19
institucional e uma outra um outro nível
00:06:22
de compreensão que é o nível estrutural
00:06:23
Qual é a ideia você tem uma estrutura de
00:06:25
funcionamento da sociedade de produção
00:06:27
de riquezas de relações sociais né que
00:06:30
fazem parte do dia a dia do cotidiano eh
00:06:33
das estruturas econômicas políticas
00:06:35
institucionais e essas estruturas estão
00:06:37
permeadas pelo racismo então uma figura
00:06:41
né que a gente pode mostrar exemplificar
00:06:43
o que seria o racismo estrutural é
00:06:45
quando você passa em frente uma escola
00:06:47
classe média alta né você tem lá
00:06:49
crianças brancas saindo da escola indo
00:06:52
para casa no carro dos seus pais suas
00:06:54
mães no transporte escolar vão lá
00:06:56
brincar vão lá fazer sua lição de casa
00:06:59
praticar um esporte descansar enfim né
00:07:02
vivenciar que toda criança deveria
00:07:04
vivenciar você anda alguns metros
00:07:06
adiante vai chegar no cruzamento de uma
00:07:08
avenida e vai ver crianças negras
00:07:10
vendendo doce planel inha pedindo esmola
00:07:13
é mais o que você ter essa paisagem a
00:07:16
gente naturaliza essa paisagem
00:07:17
naturaliza crianças negras aquela
00:07:19
condição naturaliza só crianças brancas
00:07:21
aquela condição que deveria ser de todas
00:07:23
as crianças Então isso é o racismo
00:07:25
estrutural tá porque ele vai estabelecer
00:07:26
então lugares determinados para e negros
00:07:30
e isso vai ser reproduzido em várias
00:07:32
outras
00:07:35
[Música]
00:07:38
situações A Lela Gonzales ela e tem um
00:07:42
texto dela clássico a categoria político
00:07:44
Cultural de amefricanidade e esse texto
00:07:47
da Lela Gonzales ele é muito
00:07:48
interessante muito instigante que ela
00:07:50
fala o seguinte é todos nós brasileiros
00:07:53
e brasileiras somos ame africanos não só
00:07:55
os negros não só participados e porque
00:07:58
ela fala isso né porque ela fala que nós
00:07:59
todos somos AB africanos ela fala isso
00:08:02
porque eh não só porque a maior parte da
00:08:04
população brasileira é negra mas que
00:08:06
toda a construção do Brasil foi feita a
00:08:08
partir da mão de obra Negra pelo
00:08:10
conhecimento dos africanos escravizados
00:08:13
então alguns exemplos a tecnologia da
00:08:15
metalurgia no qual o Brasil hoje eh tem
00:08:18
um reconhecimento Internacional na
00:08:21
metalurgia na cirurgia ela foi trazida
00:08:23
pelos africanos escravizados né o
00:08:25
primeiro ferro forjado no Brasil foi no
00:08:27
quilômetro dos Palmares eh a tecnologia
00:08:30
de conhecimento do subsolo que permite
00:08:33
que o Brasil tenha uma tecnologia
00:08:34
avançadíssima na extração de minérios na
00:08:37
extração de petróleo de Águas Profundas
00:08:39
que é da Petrobras foi trazida também
00:08:41
pelos africanos na época da mineração
00:08:43
africanos que conheciam o subsolo e esse
00:08:45
conhecimento foi aproveitado no ciclo da
00:08:47
mineração no Brasil por mão de obra
00:08:49
escravizada a a gente pode ampliar na
00:08:50
tecnologia da arquitetura por exemplo as
00:08:53
igrejas no Brasil construídas durante a
00:08:56
colonização são centenárias quem
00:08:58
construi aquelas igrejas que estão de pé
00:09:00
ainda né foi também a mon de obra de
00:09:02
negros escravizados e a representação
00:09:04
pictórica dos Santos católicos desenhos
00:09:07
as estatuários e tudo isso foi feita
00:09:10
também por negros escravizados alguns
00:09:12
conhecidos como alejadinho né mas muitos
00:09:14
anônimos sem contar a dimensão cultural
00:09:16
que isso é bem Evidente né Campo da
00:09:18
cultura da religiosidade da cosmologia e
00:09:20
da própria linguagem A Lela fala e que a
00:09:23
gente fala português fala prets né quem
00:09:26
disina a língua portuguesa né é o
00:09:27
africano escravizado e vai dando sua
00:09:29
marca na Língua Portuguesa no Brasil que
00:09:31
ela é bem diferente inclusive do
00:09:33
português de Portugal com essas marcas
00:09:35
essa presença particularmente de alguns
00:09:37
idiomas da língua banto né que é s uns
00:09:40
povos que vieram aqui para condição de
00:09:42
escravizado por conta disso né o
00:09:44
panorama brasileiro é africano E aí é
00:09:46
interessante o que ela vai dizer o
00:09:47
racismo para para an Gonzales ela define
00:09:50
como uma neurose uma neurose cultural
00:09:52
porque para o branco Brasileiro né
00:09:54
aquele que se considera Branco ele fica
00:09:56
incomodado de viver no país amame
00:09:58
africano e a presença negra nent de uma
00:10:01
pessoa negra o lembra constantemente
00:10:03
dessa condição ame africana do Brasil
00:10:05
por isso ele é violento né ele quer
00:10:07
negar ela trabalha com o conceito do
00:10:09
Freud denação que é denegação você negar
00:10:12
algo que você faz parte mas te incomoda
00:10:15
esse branco não quer ser ramé africano
00:10:16
ele fica irritado ele fica incomodado
00:10:18
com isso então ele é violento é Violento
00:10:20
de duas formas violento no sentido de
00:10:23
dele exterminar querer exterminar querer
00:10:25
apagar essa presença negra no Brasil
00:10:27
tanto do ponto de vista físico com ponto
00:10:29
de vista simbólico com os preconceitos
00:10:31
contra as culturas de matriz africana e
00:10:34
também né a violência ocorre pela o que
00:10:36
A Lela Gonzales chama de
00:10:40
parcializar então a questão da
00:10:42
objetificação radical da mulher negra né
00:10:45
De que forma isso né então a mulher
00:10:47
negra né Ela é transformada em objeto
00:10:49
sexual em mero objeto retira toda a
00:10:51
condição de humanidade de subjetividade
00:10:54
E aí então vira um feitiche sexual ela
00:10:56
fala da bunda né o traseiro né a bunda
00:10:58
como Exemplo né dessa simbologia dessa
00:11:01
dessa petich sexual né É você
00:11:04
transformar a mulher negra numa parte do
00:11:06
seu corpo apenas e não ela como
00:11:09
[Música]
00:11:18
sujeito a gente tem que sair um pouco do
00:11:21
debate só das narrativas debate dos
00:11:23
discursos e para questões práticas né
00:11:26
porque quando eu falo do racismo
00:11:27
estrutural da as opressões né Elas têm
00:11:30
consequências materiais né O que é que
00:11:32
tem acontecido essa essa profusão
00:11:34
discursos de ódio que à medida que você
00:11:36
tem uma maior publicidade dessas agendas
00:11:39
dos movimentos sociais né Eh movimento
00:11:41
negro movimento feminista movimento LGBT
00:11:45
que e mais as pessoas que estão
00:11:47
acostumadas ou acomodadas nos seus
00:11:49
lugares de Privilégio homem branco fis Z
00:11:52
normativo você se incomodadas queas são
00:11:54
obrigadas a se deslocar tá esse
00:11:56
movimento retira da zona de conforto e E
00:11:59
aí você tem que repensar né repensar
00:12:01
enquanto sujeitos fala-se muito da
00:12:04
necessidade de um letramento racial né
00:12:06
de aprender raci eu acho que tem não n é
00:12:09
um letramento racial acho que é um relet
00:12:11
racial tá que o letramento racial já
00:12:13
existe já é um letramento racista que
00:12:15
pensa as raças nos seus lugares né de
00:12:17
privilégios e de opressão tem que há um
00:12:20
reatamento um reaprender então o caminho
00:12:22
é esse né então o caminho passa
00:12:23
primeiramente para uma um processo de
00:12:26
Equidade material tem que se buscar de
00:12:28
fato essa igualdade material Entre todos
00:12:30
os sujeitos e isso é fundamental tem que
00:12:33
ter ações práticas no sentido de
00:12:34
modificar essa relação de desigualdade e
00:12:37
segundo que é necessário você ter uma
00:12:39
reeducação né um reamento e uma
00:12:42
reformação política no sentido de
00:12:44
sujeitos repensarem suas suas
00:12:46
trajetórias os seas formas de ser fora
00:12:49
de dinâmica de opressão né Acho que
00:12:51
Paulo Freire fala muito isso né o
00:12:53
próprio Henrique dus fala muito isso e
00:12:55
esse é o caminho que eu vejo na forma de
00:12:57
eh superar essas situações vivemos
00:13:19
hoje o jornalismo é uma atividade típica
00:13:23
da construção da sociedade Liberal né do
00:13:26
esclarecimento do luminismo nasce a
00:13:28
partir disso a ideia de Quarto Poder
00:13:30
qual que a ideia de quarto poder né um
00:13:31
poder que vai fiscalizar os outros três
00:13:33
poderes Então qual a ideia né a partir
00:13:35
de uma racionalidade esclarecedora tá o
00:13:37
jornalismo Então vai desvendar vai
00:13:39
controlar né os poderes constituídos vai
00:13:42
expressar esse debate público então ele
00:13:45
tem esse eh o sentido original dele é
00:13:46
esse o Primeiro Momento o jornalismo ele
00:13:48
vai se mercantilizar vai se monopolizar
00:13:51
enquanto grandes empresas E aí se
00:13:53
transforma no poder de fato a gente né
00:13:55
observa isso no mundo inteiro tem um
00:13:58
filme clássico ali do Orson Wells né
00:13:59
sadão Kee né quando ele fala né o sadão
00:14:02
Kee assim eu posso inventar uma guerra
00:14:06
né escrev um artigo um tempo atrás
00:14:09
falando que tem o momento do céu e do
00:14:11
inferno do jornalismo Qual o céu do
00:14:13
jornalismo mais recente né o caso Walter
00:14:15
Gate tá nos anos 70 né quando dois
00:14:17
Jornalistas do Washington Post o Bob Car
00:14:20
Bernstein denunciaram né aquele esquema
00:14:23
né que o Richard Nixon de colocar
00:14:25
escutas né clandestinas né no n sed do
00:14:29
partido democrático de oposição
00:14:31
utilizando todo o aparato de segurança
00:14:33
institucional do estado do estado e dos
00:14:35
Estados Unidos né da Cia FBI tudo isso
00:14:38
então denunciou e levou isso levou a
00:14:39
renúncia do Nixon ter sido reeleito né
00:14:42
abriu em processo de impeachment foi
00:14:43
reeleito Então qual que a imagem ali o
00:14:45
jornalismo derrotou né derrubou um
00:14:48
presidente da república qual seri o
00:14:50
inferno o inferno 2001 com o caso Jão
00:14:52
Blair o jeson Blair o jornalista ele era
00:14:55
do New York Times né foi premiado
00:14:57
inclusive com polític algumas
00:14:58
reportagens E aí descobre que as
00:15:00
reportagens do do Jon Blair eram
00:15:02
inventadas né ele ele não fez nenhuma
00:15:05
entrev Ele criou né inventou as coisas
00:15:06
né Eh ele confessa isso e dá um
00:15:09
escândalo nos Estados Unidos porque Qual
00:15:12
que é a percepção né dos eh norte
00:15:14
americanos né estadunidenses É se isso
00:15:16
acontece no New York Times né comum
00:15:18
grande jornal uma referência Imagina os
00:15:20
outros né O jornalismo capital simbólico
00:15:23
dele é credibilidade Esse é um símbolo
00:15:25
né credibilidade há outros também então
00:15:28
que você vai comprar jornal valer
00:15:30
jornalismo se aquilo pode ser mentira né
00:15:33
pode ser inventado né aquela coisa toda
00:15:34
É essa a percepção isso ocorre também
00:15:37
com já o crescimento das redes sociais
00:15:39
né E aí o que é interessante da rede
00:15:40
social eh tem uma pesquisa do J reuters
00:15:43
que fala o seguinte né O que faz a
00:15:45
pessoa preferir uma informação que vem
00:15:47
de rede social e não no jornal
00:15:49
tradicional é a pessoa que manda tá
00:15:51
porque a rede social né particularmente
00:15:53
essas as redes de de eh telefon de
00:15:56
celular né WhatsApp telegram quem manda
00:15:58
a informação para você é uma pessoa dos
00:16:00
seu ciclo de amizades né um um amigo seu
00:16:03
famíliar seu um parente seu então essa
00:16:05
relação pessoal mais próxima é que dá
00:16:07
credibilidade para a informação ó Que
00:16:09
loucura né não é mais é o New York Times
00:16:11
que um jornal que prestigioso não não é
00:16:13
isso né uma pessoa que que eu conheço e
00:16:15
tal e ela Repassa a informação então a
00:16:17
estratégia dessa fake News a estratégia
00:16:20
desse discurso de ódio que vai
00:16:22
circulando em rede social ele vai ter um
00:16:24
peso não pelo discurso em si mas apenas
00:16:27
mas porque quem vai passando são pessoas
00:16:29
da sua do seu círculo de familiares ou
00:16:31
de amizades né Então a partir dessa
00:16:34
capilaridade das redes sociais é que
00:16:36
esse discurso ele vai se consolidando a
00:16:38
relação pessoal que vai contando Então
00:16:40
veja interessante aqui nós vamos saindo
00:16:42
de eh uma autoridade de fala dada pela
00:16:46
competência intelectual acadêmica ou
00:16:48
institucional de quem passa informação
00:16:50
para autoridade de fala dada pela
00:16:52
relação pessoal que você tem com o seu
00:16:54
interlocutor o jornalismo ele tem feito
00:16:56
uma coisa interessante né assim o
00:16:57
movimento da grande imprensa ele tem
00:17:00
transformado os seus jornalistas em
00:17:03
celebridades Então você vai pegar
00:17:05
grandes jornalistas da das emissoras de
00:17:07
televisão jornais os portais de Notícias
00:17:10
pegam seus jornalistas mais mais famosas
00:17:13
criam blogs criam eh contas no Twitter
00:17:16
né aí o nome dela celebridade que
00:17:18
vai dando credibilidade paraa informação
00:17:20
Então o que tá acontecendo é uma
00:17:22
personalização da credibilidade e não
00:17:24
mais né uma credibilidade dada pela
00:17:26
forma de produção da informação
00:17:35
até onde existe uma verdade absoluta
00:17:37
acho que essa A grande questão os
00:17:38
primeiros jornais e no mundo inteiro
00:17:41
jornais que representavam correntes de
00:17:43
opinião e vou pegar no Brasil por
00:17:45
exemplo o primeiro jornal brasileiro foi
00:17:48
correo Brasiliense tá que ele nasce em
00:17:50
Julho de 1918 em Londres porque em
00:17:52
Londres o jornal porque ele defendia a
00:17:54
indep do Brasil e a Cora portuguesa
00:17:56
proibia o jornal sa no Brasil né feito
00:17:58
no Brasil então o Brasil já nasce
00:18:00
censurado a imprensa já eh chegava no
00:18:02
Brasil de forma de forma clandestina
00:18:04
então quando o hipó da Costa monta esse
00:18:06
jornal el tinha uma causa tá assim como
00:18:08
depois os jornais e que o Luiz Gama por
00:18:11
exemplo o o diabo coxo o Luiz Gama monta
00:18:14
esse jornal para quê para defender a
00:18:16
causa da Abolição tá aí vai ter jornais
00:18:18
monarquistas abolicionistas o Líbero
00:18:20
Badaró enfim né isso no Brasil mas o
00:18:22
mundo inteiro
00:18:24
aconteceu quando ele tem a passagem para
00:18:26
um jornalismo mais mercado lógico
00:18:28
comercial aí vem com a ideia da
00:18:30
neutralidade em parcialidade jornalismo
00:18:32
né então não que é verdade é imparcial
00:18:34
quando a gente sabe que isso é é absurdo
00:18:37
não existe isso qualquer narrativa
00:18:39
sempre é um ponto de vista eu me lembro
00:18:41
um conto do Jorge Luiz Borges né que é
00:18:45
muito interessante que chama funis
00:18:46
memorioso nesse conto né que é um
00:18:49
personagem que o Borges cria que ele era
00:18:51
tão exato tão exato que demorava um dia
00:18:53
inteiro para contar o dia
00:18:55
anterior então Ele viveu 50 anos 25
00:18:58
viveu 25 Contando os 25 que Ele viveu né
00:19:00
então ele tá pegando isso que absurdo né
00:19:02
Eh o mapa né Tem outro outro conto dele
00:19:04
que é legal o mapa que é tão exato que é
00:19:06
tamanho da coisa mapeada então é inútil
00:19:08
Você vai no lugar
00:19:11
né Qualquer narrativa por ser uma
00:19:13
representação simbólica ela é uma
00:19:15
construção e na construção tem os vieses
00:19:17
ideológicos vieses aí políticos tudo
00:19:20
isso né que fazem parte dessa construção
00:19:23
Então esse é um aspecto importante agora
00:19:25
veja eh quando a gente trabalha com essa
00:19:26
lógica que não há uma verdade absoluta
00:19:28
não significa relativizar as verdades
00:19:30
Esse é o problema que entra no outro no
00:19:32
outro campo e o exemplo que eu acho
00:19:34
legal que demonstrar isso você tem um
00:19:35
copo com metade de água no copo né eu
00:19:38
posso dizer que ele tá meio cheio ou
00:19:40
meio vazio né quando eu digo meio cheio
00:19:42
eu tenho uma perspectiva mais otimista
00:19:44
quando eu falo que tá meio vazio mais
00:19:46
pessimista Agora posso dizer que ele não
00:19:47
tem água naquele copo aí é mentira tá
00:19:50
então tem um limite aí entre né as
00:19:52
várias formas de interpretar um fato e
00:19:55
você falsificar um fato que o que
00:19:57
acontece as críticas a a tentativa de
00:19:59
uma única e perspectiva ideológica da
00:20:03
verdade elas são importantes e foram
00:20:05
críticas a esse monopólio do jornalismo
00:20:08
hegemônico tudo isso isso tá correto
00:20:10
agora né E isso eh não pode dar Abrir
00:20:13
abrir um espaço para um relativismo tá
00:20:16
tudo bem assim né uma guerra por exemplo
00:20:18
tem vários pontos de vista é pode dizer
00:20:20
não tem Guerra Não tá lá guerra tá
00:20:21
acontecendo tem bomba estourando tem
00:20:23
gente morrendo quando tem um ato racista
00:20:26
né a pessoa lá comete um ato preconceito
00:20:28
é filmado é divulgado a pessoa que foi
00:20:31
né que cometeu Esse ato racista não
00:20:33
tirou fora do contexto né Como assim né
00:20:35
se você chingou a pessoa de macaco se
00:20:38
você agrediu a pessoa que contexto é
00:20:39
esse né porque não é admissível esse
00:20:41
tipo de comportamento não há contexto
00:20:43
possível que você justifique esse
00:20:45
comportamento então e eh esse
00:20:47
relativismo é meio perigoso porque assim
00:20:49
nada é verdade né se nada é verdade
00:20:51
Então acabou tudo é pode tudo é possível
00:20:53
então que para actuação democrática eu
00:20:55
vou construir quando eu trabalho com a
00:20:57
ideia que nada é é é nada é verdade tudo
00:21:00
é relativo tudo é possível né você
00:21:02
impede qualquer tipo de imputação
00:21:04
democrática e quando você não faz isso
00:21:06
os mais fortes É que prevalecem muita
00:21:09
regulação de fato é autoritário agora a
00:21:11
não regulação nenhuma regulação
00:21:14
significa lei da selva e na lei da selva
00:21:16
os mais fortes é que
00:21:19
[Música]
00:21:27
prevalecem
00:21:28
[Música]
00:21:57
C
00:21:59
[Música]
00:22:26
C
00:22:29
[Música]
00:22:56
C
00:23:00
e essa é a grande questão né quem tá
00:23:01
numa lugar de Privilégio tem que
00:23:02
repensar então o homem tem que repensar
00:23:05
se enquanto homem que não seja uma eh um
00:23:08
homem formado apenas uma relação
00:23:10
machista o branco tem repensar enquanto
00:23:12
o branco que não seja um branco apenas
00:23:14
formado a partir de uma relação racista
00:23:17
e assim por diante e quando se busca
00:23:19
Equidade busca repensar repa
00:23:22
reposicionar os sujeitos que estão nessa
00:23:25
esfera de de relacionamento eh então
00:23:28
caminho é esse né então o caminho passa
00:23:29
primeiramente para uma um processo de
00:23:32
Equidade material tem que se buscar de
00:23:34
fato essa igualdade material entre todos
00:23:36
os sujeitos é isso é fundamental tem que
00:23:39
ter ações práticas no sentido de
00:23:40
modificar essa relação de desigualdade e
00:23:43
segundo que é necessário você ter uma
00:23:45
reeducação né um reamento e uma
00:23:48
reformação política no sentido de
00:23:50
sujeitos repensarem suas suas
00:23:52
trajetórias os seas formas de ser fora
00:23:55
de dinâmica de opressão
00:24:01
[Música]
00:24:26
h
00:24:31
h