Trajetória do conflito e não deve ser vista apenas de um dos lados, diz professor | AGORA CNN

00:23:24
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摘要

TLDRO professor Leonardo Trevisan analisa a escalada do conflito entre Israel e Irã, destacando a gravidade dos ataques israelenses e a resposta do Irã. Ele explica que Israel não está acuado e continua a bombardear alvos no Irã, buscando eliminar a capacidade do país de realizar provocações e desenvolver um programa nuclear. Trevisan também menciona a influência da política interna israelense nas decisões de ataque, a presença de dissidências no Irã e a importância da comunicação na guerra, onde Israel busca moldar a narrativa a seu favor.

心得

  • 🇮🇱 Israel continua a bombardear o Irã, mostrando força militar.
  • 💣 A bomba atômica iraniana é vista como uma ameaça existencial por Israel.
  • 🗳️ Mudanças políticas internas em Israel influenciam suas ações no conflito.
  • 📞 Israel tenta se comunicar com dissidências iranianas.
  • 📉 A eficiência militar de Israel é destacada em seus ataques.
  • 📰 A guerra é também uma batalha de narrativas e comunicação.
  • 🔍 A dissidência no Irã é sufocada, mas existe.
  • ⚔️ O regime dos aatolás se mantém forte apesar das pressões.
  • 🌍 A estabilidade do Oriente Médio é impactada pela questão nuclear.
  • 📊 A comunicação eficaz é crucial para Israel manter apoio internacional.

时间轴

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O professor Leonardo Trevisan discute a escalada do conflito entre Israel e Irã, destacando a gravidade dos ataques israelenses que ocorrem durante o dia. Ele menciona que Israel não está acuado, mas sim avançando em sua estratégia militar, eliminando a capacidade de defesa do Irã e mostrando eficiência em seus ataques, o que resulta em um Irã vulnerável.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    Trevisan analisa a tentativa de Israel de dialogar com dissidências iranianas, ressaltando que Israel não atua apenas no campo militar, mas também na inteligência. Ele explica que os ataques israelenses visam minar a capacidade do regime iraniano de fornecer energia elétrica, o que pode gerar descontentamento popular e enfraquecer o governo dos aatolás.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    O professor compara a situação do Irã a um tigre sem dentes, enfatizando que o regime dos aatolás está percebendo sua fragilidade. Ele menciona que a mudança política em Israel, impulsionada pela extrema direita, está alinhada com a intenção de Netaniarro de desestabilizar o regime iraniano e que essa estratégia está em andamento.

  • 00:15:00 - 00:23:24

    Trevisan conclui discutindo a narrativa midiática do conflito, afirmando que Israel busca manter sua imagem como um estado que tem razão em suas ações. Ele destaca a preocupação de Israel com a possibilidade de uma bomba atômica no Irã e como isso afeta a dinâmica geopolítica, ressaltando que a narrativa israelense é uma ferramenta importante para justificar suas ações no cenário internacional.

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视频问答

  • Qual é a gravidade dos ataques israelenses durante o dia?

    Os ataques durante o dia indicam uma escalada significativa no conflito, mostrando que Israel não está acuado e continua a bombardear alvos no Irã.

  • O que Israel busca eliminar no Irã?

    Israel busca eliminar a capacidade do Irã de realizar provocações e manter um programa nuclear que represente uma ameaça existencial.

  • Como a política interna de Israel influencia suas ações?

    Mudanças políticas internas, como a pressão dos ultraortodoxos, influenciam as decisões de ataque e a estratégia de Israel em relação ao Irã.

  • Existem dissidências no Irã que poderiam mudar o regime?

    Embora haja dissidências, o regime dos aatolás se mantém forte e capaz de nomear novas lideranças rapidamente.

  • Qual é a importância da comunicação na guerra?

    Israel utiliza estratégias de comunicação eficazes para moldar a narrativa e manter apoio internacional, destacando a ameaça da bomba atômica iraniana.

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    Vamos fazer o seguinte, vamos ter mais
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    conversa aqui na tela da CNN. Nosso
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    contato agora é com o professor de
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    Relações Internacionais da SPM, Leonardo
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    Trevisan. Professor, eu adoro conversar
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    com o senhor. Uma pena que seja sempre
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    em momentos muito graves, como esse que
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    a gente tá vendo agora, com essa
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    escalada do conflito. Na tela comigo
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    para essa entrevista temos o Américo
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    Martins e também o Diego Pavão.
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    Professor, por gentileza, ajuda a gente
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    a entender a gravidade desses ataques
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    agora estarem ocorrendo também durante o
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    dia? O que isso significa, professor?
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    Bom, bom dia. Bom dia, Isabel. Bom dia,
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    Diego. Bom dia, Américo, né? Bom dia a
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    todos que nos escutam, né? Eh, eu acho
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    que você fez um bom resumo da situação,
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    né? Eh, colocando a tensão reinante em
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    Israel com a resposta iraniana, né?
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    Porém, nós temos que também olhar o
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    outro lado, não é? Israel desde amanhã
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    de hoje continuou com os bombardeios em
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    diferentes lugares, em diferentes
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    espaços de do Irã, né? Esses bombardeios
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    alcançaram cidades maiores, né? Não só
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    Terã, né? Em Terã, por exemplo, esses
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    bombardeiros provocaram 60 mortos, né?
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    Então, quando nós olhamos para este
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    quadro, nós temos que ponderar que
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    Israel não está, vamos dizer desta
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    forma, acuada, pelo contrário, né? Nós
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    temos que entender esse conflito,
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    Isabel, como agora esse conflito com o
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    caráter de complementaridade.
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    Se nós não entendermos isso, nós não
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    vamos entender exatamente o que tá
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    acontecendo. É uma trajetória, né? Onde
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    é que ela começou, né? O ponto mais
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    incisivo dessa trajetória não tá apenas,
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    né? decisão do Estado israelense de
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    eliminar o
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    programa nuclear iraniano. Está em
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    eliminar a capacidade do Irã de fazer
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    grandes, vamos dizer desta forma,
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    grandes fatos, grandes provocações ou
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    grandes incêndios no Oriente Médio. O
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    dado mais importante dessa trajetória
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    não é a decaptação da liderança do
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    resbolá. Isso aconteceu já. Ele não está
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    também no fato de que ele eliminou
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    completamente o poder bélico do Ramas. O
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    Ramas hoje quando muito é um grupo
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    guerrilheiro, não passa disso. O Israel
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    avançou na Síria. A Síria, quando caiu o
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    governo Assad, Israel avançou e eliminou
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    a Força Aérea Síria. Mas o ponto
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    nevrálgico dessa trajetória, o ponto
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    central dessa trajetória foi em outubro
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    passado, quando Israel, numa ação
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    bastante incisiva e perfeita, eliminou
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    toda a capacidade de defesa e mísseis de
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    Israel, de de do Irã. Israel foi muito
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    eficiente e eliminou as quatro grandes
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    bases lançadoras de mísseis defesa, a a
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    que era onde estavam os S300 e os S400
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    que a Rússia tinha entregue ao Irã. O
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    que é que isso significa?
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    O Irã está absolutamente indefeso.
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    Quando a gente olha a eficiência do
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    ataque israelense em diferentes pontos
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    do Irã e a e o ataque a Natã, que é a os
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    o a principal base do programa nuclear
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    iraniano e não observa nenhuma perda de
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    avião, não acontece nada. É porque os
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    céus de do Irã, os céus iranianos tem um
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    novo dono, é Israel.
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    Esse que tá acontecendo agora é
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    consequência desse processo. É uma
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    complementaridade.
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    Israel, de alguma forma está mostrando
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    toda a eficiência da sua malquinabélica.
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    O que nós temos que olhar não é só
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    também o aspecto militar, é também o
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    aspecto político. Há 4 dias atrás,
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    quando a moção de censura ao governo de
  • 00:04:15
    Netaniarro aconteceu, houve uma profunda
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    mudança no poder interno em Israel. Isso
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    precisa ser levado em conta nessa
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    decisão de atacar o Irã contra a vontade
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    dos Estados Unidos. Trump, como mostrou
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    o Américo Martins com muita clareza há
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    pouco atrás, pode até fazer todos esses
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    atos de se vangloriar que eu faço isso.
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    Não era bem assim, não. Como disse o
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    Américo Martins há alguns minutos atrás,
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    né? Contra a vontade de Trump, eh,
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    Israel avançou. Nós temos que entender
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    as vitórias militares e as mudanças
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    políticas em Israel para poder entender
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    esse jogo completo.
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    Professor, obrigado pela participação
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    aqui com a gente. Nos nas últimas horas
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    desse conflito, a gente tem visto uma
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    tentativa dos israelenses de tentarem
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    falar com as pessoas do Irã, mas
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    separadas do regime iraniano. Netaniarro
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    não esconde que gostaria de uma mudança
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    de regime no Irã. A pergunta que eu faço
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    é a seguinte: e essa tentativa de falar
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    talvez com dissidências do Irã, né? Essa
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    tentativa de Israel de falar talvez com
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    essas dissidências do Irã, com esses
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    opositores,
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    isso pode surtir algum efeito no sentido
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    de uma eventual mudança de regime? E
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    mais, complementando a pergunta,
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    existiria alguma dissidência ali no Irã?
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    Claro, a gente tá falando de uma
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    ditadura com uma dissidência muito
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    sufocada, mas assim, existiria ali
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    alguma dissidência que poderia
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    eventualmente assumir esse regime e que
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    agradaria a Netaniarro?
  • 00:05:57
    Olha, primeira coisa, Diego, eh você fez
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    muito bem de lembrar o outro lado, não
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    é? Quando nós falamos de Israel, nós
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    temos que falar que Israel não joga só
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    no campo militar, ele joga no campo da
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    inteligência, né? Inteligência que não é
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    só militar, inteligência efetiva, não é?
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    Espionagem, atos. Veja bem o quanto você
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    tem razão quando você diz: "Israel quer
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    conversar com o outro lado". Vejo no
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    primeiro momento desse ataque, o que é
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    que Israel fez? Israel, numa ação
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    espetacular eliminou a, vamos dizer
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    deste modo, né? A cúpula do exército
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    iraniano até a matou o general
  • 00:06:39
    comandante do Estado Maior israelense,
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    estado maior iraniano. Mas olha o quanto
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    você tem razão. O principal alvo deles
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    era a o domínio de Salame. Salame era o
  • 00:06:53
    chefe. Borra Salami era o chefe da
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    guarda revolucionária, que é, vamos usar
  • 00:06:59
    uma expressão antiga, né? A guarda
  • 00:07:01
    pretoriana do regime é aqueles aquele
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    aquele pessoal que de alguma forma de
  • 00:07:06
    governo que mantém o controle de todos
  • 00:07:09
    no Irã. Ele atingiu. Aí você tem toda a
  • 00:07:13
    razão. Israel pretende de fato tirar o
  • 00:07:17
    Zato lá, o regime do Zato lá. Não é só,
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    meu caro, quando ele age com
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    inteligência militar eliminando
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    lideranças. A segunda fase da guerra,
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    essa que começou ontem para hoje e hoje
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    continua, Israel está atacando
  • 00:07:33
    essencialmente
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    as estações de gás e minando a
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    capacidade do Irã de oferecer energia
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    elétrica para seu povo. Isso tem alvo.
  • 00:07:46
    Isso é provocar uma uma angústia popular
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    muito grande contra o regime. É evidente
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    essas bases de gás, esse esses campos de
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    gás que ela atacou são os principais,
  • 00:07:59
    atracou em foróte e atacou os principais
  • 00:08:02
    campos. O alvo, é claro, cortar energia
  • 00:08:04
    elétrica. Quando você corta energia
  • 00:08:06
    elétrica uma população de 45 milhões de
  • 00:08:08
    habitantes, de 80 milhões de habitantes,
  • 00:08:10
    você deixa essa situação muito sensível.
  • 00:08:15
    Tem, você tem toda a razão de que Israel
  • 00:08:17
    tem um plano deliberado em diferentes
  • 00:08:20
    frentes, na frente de inteligência
  • 00:08:21
    militar, na frente de ataques aéreos e
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    principalmente na frente política para
  • 00:08:26
    eliminar o poder do Zatolá. A pergunta
  • 00:08:29
    que vai seguinte é: conseguirá isso?
  • 00:08:33
    Observe que o regime do Zatolá não se
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    comportou como Risbolá ou como Ramá.
  • 00:08:38
    Assim que as lideranças foram
  • 00:08:40
    eliminadas, aliém nomeou imediatamente
  • 00:08:43
    outras lideranças.
  • 00:08:45
    Esses ataques de alguma forma a a
  • 00:08:49
    Jerusalém e a a Raifa são ataques que
  • 00:08:53
    não visam eh de alguma forma só apenas
  • 00:08:57
    atacar Israel. É dar uma resposta, a
  • 00:09:00
    resposta possível. Observa a diferença
  • 00:09:03
    de de de eficiência dos ataques quando
  • 00:09:06
    muito três mortos em Israel. Essa
  • 00:09:09
    eficiência, esses ataques, Diego, você
  • 00:09:11
    tocou no ponto central. Esses ataques t
  • 00:09:14
    um alvo só. Dá uma resposta pra sofrida
  • 00:09:17
    população iraniana de que o regime dos
  • 00:09:20
    aatolá está fazendo alguma coisa. Ó, nós
  • 00:09:22
    estamos atacando Israel. Eles comemoram
  • 00:09:25
    como se tivesse sido um centenas de
  • 00:09:27
    mortos. A a a a ideia é exatamente essa.
  • 00:09:32
    Hoje nós temos o regime dos AATL
  • 00:09:35
    debilitado, enfraquecido.
  • 00:09:38
    Não tem mais aqueles braços armados do
  • 00:09:41
    do Irã. Não tem mais Virbolá. O Ramaz é
  • 00:09:44
    o que é. Até mesmo os gutes. Israel
  • 00:09:47
    acertou as contas dos Gutes, avançou no
  • 00:09:50
    Yemen e bombardeou as bases de mísseis.
  • 00:09:53
    A Síria desapareceu e o sul do Líbano,
  • 00:09:56
    Israel controla inclusive militarmente.
  • 00:10:00
    Na prática, o Irã tá sem um tigre sem
  • 00:10:02
    dentes.
  • 00:10:04
    O os aatolás de alguma forma estão
  • 00:10:07
    percebendo isso. Não há dúvida alguma
  • 00:10:09
    que o projeto de Netaniarro de um outro
  • 00:10:13
    Oriente Médio com outro xadrez
  • 00:10:15
    geopolítico no Oriente Médio está em
  • 00:10:17
    curso. E de um outro jeito, que é aquilo
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    que nós comentamos na primeira pergunta,
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    nós temos a área militar e nós temos a
  • 00:10:24
    área política. Mudou bastante o perfil
  • 00:10:29
    político dentro de Israel. E esse e essa
  • 00:10:32
    mudança é a que quer uma mudança do
  • 00:10:35
    regime do Aatolá. Está avançando nessa
  • 00:10:38
    direção.
  • 00:10:44
    Professor, muito obrigado por essa
  • 00:10:46
    entrevista. Eu vou aproveitar
  • 00:10:49
    o fato de o senhor ser bastante didático
  • 00:10:52
    para fazer uma pergunta que atende a um
  • 00:10:55
    questionamento que eu tô recebendo de
  • 00:10:56
    muita gente da nossa audiência com
  • 00:10:59
    relação a explicar um pouco o início
  • 00:11:01
    desse processo. A gente tem falado muito
  • 00:11:02
    das consequências, etc. Mas ainda recebo
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    perguntas um pouco sobre o início. Então
  • 00:11:08
    vamos eh fazer aqui rapidamente eh um
  • 00:11:12
    paralelo no que tá acontecendo. O Irã,
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    de fato, procura criar uma bomba
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    atômica. Se tiver uma bomba atômica, vai
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    desestabilizar eh o Oriente Médio. O
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    Israel acha que isso é um problema
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    existencial, é uma ameaça existencial
  • 00:11:26
    para ele. Por outro lado, no meio de uma
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    negociação diplomática entre Estados
  • 00:11:31
    Unidos e Irã, Israel resolve agir sem o
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    mandato internacional, sem uma
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    provocação direta ou imediata dos e do
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    regime dos aatolás e ataca inclusive
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    instalações nucleares, o que pode ser
  • 00:11:45
    considerado uma ilegalidade. Então, uma
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    pergunta fácil pro senhor, alguém tem
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    razão nessa confusão toda?
  • 00:11:53
    Que pergunta interessante, meu caro
  • 00:11:55
    Américo. Que pergunta interessante. Quem
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    é que tem razão nessas condições todas,
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    né, Américo? Assim que você estava
  • 00:12:02
    falando, me veio à cabeça, não é? Uma
  • 00:12:05
    frase que é antiga, velha, né? Os gregos
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    usavam, né? Na guerra, a primeira vítima
  • 00:12:12
    de qualquer guerra é a verdade, né? Isso
  • 00:12:15
    aí tem 2.500 anos, né? Então, quando a
  • 00:12:18
    gente olha para para essa situação, né?
  • 00:12:22
    Todos usam a sua verdade, o Irã deles,
  • 00:12:25
    né? Eu achei muito interessante a tua a
  • 00:12:29
    tua exposição dos dos atos de vanglória
  • 00:12:33
    do Senr. Trump agora esta manhã no no
  • 00:12:36
    troll social, né? Muito interessante.
  • 00:12:38
    Ele também quer pegar um pedacinho disso
  • 00:12:40
    aí para falar a verdade dele e a e assim
  • 00:12:42
    por diante, né? Se nós olharmos para
  • 00:12:45
    esse quadro, nós temos que entender,
  • 00:12:47
    primeiro de tudo, que o regime dos
  • 00:12:50
    aatolás quer uma bomba atômica, não é de
  • 00:12:53
    hoje. Ele quer uma bomba atômica desde o
  • 00:12:56
    início deste século, não é? Ele quer uma
  • 00:12:58
    bomba atômica desde 1998.
  • 00:13:02
    Isso era uma preocupação latente. Eh,
  • 00:13:04
    olha a frase forte que eu vou falar, não
  • 00:13:06
    é? Que quando tinha uma União Europeia
  • 00:13:10
    efetiva e forte, né? Quando tinha, né?
  • 00:13:13
    Hoje não tem mais, né? Hoje tá, eles
  • 00:13:16
    estão tentando reconstruir essa força,
  • 00:13:18
    né? Alemanha, França, Inglaterra tá
  • 00:13:22
    tentando reconstruir, mas quando tinha,
  • 00:13:24
    eles estavam preocupados e tentaram
  • 00:13:26
    forçar um acordo com o Irã para conter
  • 00:13:31
    esse projeto de uma bomba nuclear.
  • 00:13:35
    Américo, quando a gente fala de bomba
  • 00:13:37
    nuclear iraniana, tem dois alvos. A
  • 00:13:41
    gente tá muito enganado quando a gente
  • 00:13:43
    pensa que é só tela vive, não é? Não. O
  • 00:13:46
    que preocupa o outro Oriente Médio, o
  • 00:13:49
    Oriente Médio sunita, é que o outro alvo
  • 00:13:52
    da bomba nuclear, de uma possível bomba
  • 00:13:54
    nuclear iraniana é Riade também é Dorra.
  • 00:13:59
    Não é não, não se engane sobre isso.
  • 00:14:01
    Uhum. Xitas e sunitas brigam a milênio.
  • 00:14:07
    Cuidado, né? Não, não, não vamos
  • 00:14:10
    desprezar isso aí. E a gente tem uma
  • 00:14:11
    visão ocidental desse mundo. Eles têm as
  • 00:14:15
    suas regras, eles têm as suas seus ódios
  • 00:14:17
    antigos, né? Então, quando nós olhamos
  • 00:14:20
    para isso aí, nós temos que entender que
  • 00:14:22
    o Irã era um fator desestabilizador
  • 00:14:26
    muito forte. por volta de 2015, pra
  • 00:14:29
    gente encurtar a história, para não
  • 00:14:30
    falarmos muito, o governo eh Obama
  • 00:14:35
    conseguiu o famoso acordo 6 por1, em que
  • 00:14:38
    ele reuniu quatro países europeus, a
  • 00:14:41
    Rússia já de
  • 00:14:44
    eh eh Putin e o próprio Estados Unidos
  • 00:14:47
    de arrancar um acordo de vigilância da
  • 00:14:51
    evolução nuclear iraniana com a IEA,
  • 00:14:55
    Associação Internacional de Energia
  • 00:14:57
    atômica vigiando o Irã.
  • 00:15:00
    O Senr. Trump em 2018 tirou os Estados
  • 00:15:04
    Unidos desse acordo e acabou com o
  • 00:15:06
    acordo. Na prática, o Irã de 2018 ele
  • 00:15:10
    ele estava, na verdade, vamos dizer,
  • 00:15:13
    livre desse acordo para desenvolver o o
  • 00:15:16
    seu projeto nuclear. Se você me
  • 00:15:19
    perguntar por que o Trump fez isso, eu
  • 00:15:21
    não tenho resposta.
  • 00:15:23
    provavelmente dentro daquela dinâmica
  • 00:15:26
    muito radicalizada de que tudo que os
  • 00:15:28
    democratas fizeram eles anularam.
  • 00:15:31
    Só que isso era uma brincadeira brincar
  • 00:15:33
    com fogo, né? E de alguma forma, de 2018
  • 00:15:37
    para cá, o Irã avançou muito no seu
  • 00:15:40
    projeto nuclear.
  • 00:15:42
    Eu confio muito na AEA, na Associação
  • 00:15:45
    Internacional de Energia Atômica. Eles
  • 00:15:47
    sabem o que fazem e o que falam. Rafael
  • 00:15:50
    Grossi, que é o presidente, avisou
  • 00:15:52
    recentemente que o Irã já tinha passado
  • 00:15:55
    de 60%
  • 00:15:58
    na seu enriquecimento de urânio. Em
  • 00:16:00
    outras palavras, ele tava muito próximo
  • 00:16:03
    de conseguir a bomba atômica. Professor,
  • 00:16:05
    é esse aviso que fez Israel ficar
  • 00:16:08
    assustado. Desculpe,
  • 00:16:11
    você queria falar alguma coisa, Isabel?
  • 00:16:13
    Eu eu queria lhe perguntar, professor,
  • 00:16:15
    eu eu achei muito interessante a sua
  • 00:16:17
    colocação de trazer pra gente também eh
  • 00:16:20
    o lado iraniano. E tem um ponto que para
  • 00:16:23
    nós da comunicação é muito interessante
  • 00:16:25
    também, que é o ponto do quanto a guerra
  • 00:16:27
    é midiática, do quanto Israel tem muito
  • 00:16:30
    mais estratégias de trabalhar no poder
  • 00:16:34
    midiático dessa guerra. a gente observa
  • 00:16:36
    a disposição de porta-voz para falar, a
  • 00:16:39
    gente observa o a atualização constante
  • 00:16:42
    nas redes sociais israelenses, eh uma
  • 00:16:46
    tentativa também de envolver a todos,
  • 00:16:49
    não só em Israel, mas o mundo em torno
  • 00:16:52
    do ponto de vista de Israel sobre esse
  • 00:16:54
    conflito. Eu queria ouvir o senhor sobre
  • 00:16:56
    isso e colocar aqui como adicional uma
  • 00:17:00
    fala do porta-voz que falou em português
  • 00:17:03
    com nós, conosco aqui na CNN mais cedo
  • 00:17:05
    do exército de Israel. Ele disse o
  • 00:17:07
    seguinte: "O que está em jogo é a
  • 00:17:09
    existência do Estado de Israel. Se
  • 00:17:12
    Israel perder a guerra, o Estado acaba."
  • 00:17:15
    Então, colocando de forma muito bem
  • 00:17:17
    clara e e muito didática de trazer
  • 00:17:20
    também esse ponto de vista de Israel
  • 00:17:22
    sobre o conflito. Professor, as duas
  • 00:17:25
    coisas se casam. A tua pergunta se casa
  • 00:17:27
    inteira na pergunta do Américo. As
  • 00:17:29
    coisas se casam porque
  • 00:17:33
    2015, Israel perdeu o controle, vamos
  • 00:17:36
    dizer assim, da palavra que é moda
  • 00:17:38
    agora, da narrativa.
  • 00:17:40
    O Irã deixou de ser um estado excluído,
  • 00:17:44
    um estado que não participava, inclu foi
  • 00:17:47
    incluído no debate. O Irã passou a ser
  • 00:17:49
    um estado, deixou de ser um estado páia
  • 00:17:52
    para ser um estado que tava
  • 00:17:53
    participando. Foi isso que Trump tirou
  • 00:17:55
    do Irã.
  • 00:17:56
    Trump tirou do Irã o que você acaba de
  • 00:17:58
    dizer. O Irã voltou a ser um estado
  • 00:18:00
    pária, né? É nesse contexto que a
  • 00:18:03
    pergunta do Américo tem toda a razão,
  • 00:18:05
    né? Como é que como é o que que nós
  • 00:18:07
    temos hoje, né? Américo, desculpe, eh eh
  • 00:18:12
    eu quero voltar a esse ponto que é
  • 00:18:13
    essencial da comunicação, mas há uma
  • 00:18:16
    mudança que é política, Américo.
  • 00:18:19
    O Trump queria porque queria um acordo
  • 00:18:23
    com o Irã, porque o Trump está, apesar
  • 00:18:26
    de todas essas atitudes, Trump está
  • 00:18:28
    absolutamente preocupado com a economia.
  • 00:18:32
    Américo, uma possível tensão maior no
  • 00:18:35
    Oriente Médio. Se se encostar na parede
  • 00:18:39
    realmente o regime iraniano, ele fecha o
  • 00:18:41
    Ormouso. Ele fecha o estreito de Ormuso.
  • 00:18:44
    Pelo estreito de Ormuso, olha, vamos
  • 00:18:46
    prestar atenção nisso, porque isso é o
  • 00:18:47
    que faz o senor Trump ficar bonzinho,
  • 00:18:50
    né? Pelo estreito de Ormus passa 30% do
  • 00:18:54
    petróleo consumido no ocidente. 30% 1/3.
  • 00:18:59
    Na prática, isso faria o preço do
  • 00:19:01
    petróleo explodir do 69 que ele tá hoje
  • 00:19:04
    a um imensurável, a 120, 130, 750 o
  • 00:19:09
    barril. A recessão seria brutal no
  • 00:19:11
    Ocidente. Isso não interessa ninguém. É
  • 00:19:15
    essa a preocupação de Trump ou era a
  • 00:19:18
    preocupação de Trump? O que é que mudou
  • 00:19:21
    que Israel de certa forma, vamos dizer
  • 00:19:24
    deste modo, desobedeceu Trump, que não
  • 00:19:27
    queria o ataque. Lembram que o Marco
  • 00:19:30
    Rúbio avisou: "Os Estados Unidos não tem
  • 00:19:32
    nada a ver com isso. Lembram disso?"
  • 00:19:35
    Quando nós falamos desse ponto, nós
  • 00:19:37
    temos que entender o que aconteceu em
  • 00:19:39
    Israel.
  • 00:19:40
    A extrema direita israelense,
  • 00:19:43
    os ultraortodoxos israelenses
  • 00:19:46
    aproveitaram um fato político importante
  • 00:19:49
    interno de Israel, que era a decisão da
  • 00:19:52
    Suprema Corte de obrigar os seminaristas
  • 00:19:56
    ultraortodoxos a cumprir o exército, que
  • 00:20:00
    é apoiado por 85%
  • 00:20:03
    da população israelense, que todos
  • 00:20:06
    servam exército, menos eles. A Corte
  • 00:20:08
    Suprema falou: "Não, todos têm que ir".
  • 00:20:11
    E o povo
  • 00:20:13
    Netaniarro não tinha força política para
  • 00:20:16
    negar o decreto. O que é que os
  • 00:20:18
    ultodoxos fizeram? Se você assinar esse
  • 00:20:21
    decreto, nós tiramos o apoio do governo.
  • 00:20:24
    Olha o que aconteceu há 4 dias atrás. de
  • 00:20:27
    120 votos, 61
  • 00:20:30
    para manter o etaniarro no poder. Ou
  • 00:20:33
    seja, os ultra ortodoxos deram um
  • 00:20:35
    recado, um só que faz, a gente acaba o
  • 00:20:37
    governo.
  • 00:20:39
    Netania teve que sentar com os
  • 00:20:41
    ultortodoxos e perguntar para eles: "O
  • 00:20:43
    que que vocês querem para manter meu
  • 00:20:44
    governo? Nós queremos a decapitação do
  • 00:20:47
    Irã". Foi isso que o que o que o que o
  • 00:20:50
    Américo perguntou, que o Diego
  • 00:20:51
    perguntou. O que é que vai acontecer com
  • 00:20:54
    a dissidência interna do Irã? Esse
  • 00:20:57
    programa de decapitar os o os AATL não
  • 00:21:01
    não é o que interessa no momento para
  • 00:21:04
    Imagine você uma guerra civil no Irã. O
  • 00:21:06
    estreitor Musonde
  • 00:21:09
    vai o petróleo? Quando nós olhamos para
  • 00:21:11
    esse quadro o xadrez geopolítico não é
  • 00:21:15
    jogado só no Irã, ele é jogado dentro de
  • 00:21:17
    Israel também. E aí vai a tua pergunta,
  • 00:21:21
    né?
  • 00:21:22
    Israel, de certa forma, é muito
  • 00:21:24
    eficiente de manter-se no noticiário
  • 00:21:27
    mundial de todos os jeitos, como uma
  • 00:21:30
    pessoa que tem razão.
  • 00:21:32
    Se há um contexto concreto em em Israel,
  • 00:21:36
    é de que todos os israelês da extrema
  • 00:21:39
    direita à extrema esquerda
  • 00:21:42
    tem medo da bomba atômica do Irã. É
  • 00:21:45
    aquilo que eu tava dizendo, bomba
  • 00:21:46
    atômica no Irã Contraliza tudo. Pense
  • 00:21:49
    você, como é que o Irã negociaria com o
  • 00:21:51
    mundo se ele tivesse uma bomba atômica.
  • 00:21:54
    E é uma bomba atômica com pessoas com a
  • 00:21:57
    cabeça no século VI. Por favor, vamos
  • 00:22:00
    entender isso, né? Ah, olha como é que
  • 00:22:03
    as mulheres são tratadas no Irã para
  • 00:22:05
    você entender melhor do que é que nós
  • 00:22:07
    estamos falando, né? Então, quando nós
  • 00:22:10
    olhamos para esse quadro, isso é
  • 00:22:11
    assustador. E de alguma forma Israel
  • 00:22:15
    também se aproveitou desse fato para
  • 00:22:17
    manter uma narrativa, palavra da moda,
  • 00:22:19
    né, mais eficiente de que o Irã de algum
  • 00:22:23
    modo não quer, não é, não deve ser
  • 00:22:26
    tirado da sua condição de estado pária.
  • 00:22:29
    Isso são os outos ortodoxos que pensam e
  • 00:22:31
    eles conseguiram.
  • 00:22:33
    Sim, professor, muito obrigada por essa
  • 00:22:35
    aula aqui de entendimento, de fato, dos
  • 00:22:40
    pormenores do conflito, da dualidade que
  • 00:22:42
    há também em conflitos do tipo. A gente
  • 00:22:44
    espera conversar com o senhor mais nessa
  • 00:22:46
    cobertura. O senhor é sempre uma peça
  • 00:22:48
    muito importante para nós aqui na CNN.
  • 00:22:51
    Agradeço em nome de toda a equipe aqui.
  • 00:22:53
    Até uma próxima e a gente te aciona aí
  • 00:22:56
    eh logo menos, viu, professor? Muito
  • 00:22:59
    obrigada. Eu é que agradeço e me
  • 00:23:02
    desculpo até da veemência, porque as
  • 00:23:05
    perguntas são boas. Quando as perguntas
  • 00:23:07
    são boas, a gente consegue responder
  • 00:23:09
    coisas mais interessantes, pensar coisas
  • 00:23:11
    mais interessantes. Eu agradeço que a
  • 00:23:13
    gente exercita a cachola junto com
  • 00:23:15
    vocês. Muito obrigado. A gente que ganha
  • 00:23:18
    uma aula ao vivo aqui, professor. Até a
  • 00:23:20
    próxima. Leonardo Trevisão, professor da
  • 00:23:22
    SPM.
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