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Senhoras e senhores, esse é o número de Euler.
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Ele é uma das constantes matemáticas mais importantes de todas.
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É a base dos logaritmos naturais e é usado na prática, por exemplo, em cálculos de taxas de juros compostos.
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Mas o meu objetivo hoje não é falar sobre a aplicação desse número, e sim sobre o tamanho dele.
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É, mesmo.
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Assim como o π, o número de Euler é irracional, ou seja, ele é uma dízima não periódica, o que significa que ele possui infinitos dígitos depois da vírgula.
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E esses números não ficam se repetindo, eles nem seguem um padrão específico.
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Isso que você está vendo, por exemplo, são 10 mil dígitos do número de ordem.
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Mas eu não vou fundo na matemática. O meu foco no vídeo de hoje é o cérebro.
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E se eu dissesse que tem gente que sabe de cor toda essa sequência numérica?
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E mais, que você também poderia ser capaz de decorar tudo isso aprendendo uma técnica de memorização.
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Então se eu fosse você eu ficava aqui nesse vídeo para entender como essa técnica funciona
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e clicar para se inscrever.
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Mas antes que eu me esqueça, se você está em um ponto da vida em que você quer aprender
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coisas novas mas não sabe por onde começar, eu diria com todas as forças para você ir na Lura.
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A Lura e eu temos uma história que já dura anos.
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Eu inclusive indico os cursos para minha própria equipe.
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Quer aprender a usar chat GPT para não ficar para trás enquanto o mundo passa por uma revolução, a Alura tem um curso completo disso.
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Quer aprender a editar vídeos como esses do Ciência Todo Dia?
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E agora, de volta ao vídeo, como que nós podemos memorizar qualquer coisa.
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Antes de aprender como decorar uma nova sequência de milhares de números,
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primeiro a gente precisa entender o que é a memória e como ela funciona.
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Sempre começa pelo básico.
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Em resumo, a memória é a capacidade que o nosso cérebro tem de armazenar e evocar informações.
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E tudo começa quando a pessoa recebe algum tipo de estímulo.
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Por exemplo, quando ela lê um texto, ou ela ouve uma música, ou assiste um vídeo como esse.
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No momento em que isso acontece, inclusive está acontecendo com você agora,
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o nosso cérebro começa a atuar como uma rede.
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A informação que acabou de chegar é convertida em um impulso elétrico
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que é transmitido através dessa rede que é formada por células nervosas.
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As conexões vão se dando através das sinapses,
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que são pontos de proximidade entre os neurônios.
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Até que a informação é finalmente armazenada em alguma parte do cérebro,
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dependendo do tipo de memória.
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E com o tempo ela pode migrar para outros lugares do nosso cérebro.
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E quem coordena todo esse sistema é o chamado hipocâmico,
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que é a porta de entrada para o início do armazenamento.
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E é pra ele que essas memórias voltam sempre que a gente quer se lembrar de alguma coisa,
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ou até quando a gente não quer se lembrar.
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Pensa nisso a próxima vez que você ficar pensando naqueles momentos constrangedores na hora de dormir.
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Enfim, existem muitas classificações dos tipos de memória,
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mas no geral existem dois grandes grupos que são mais importantes para esse vídeo,
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as de curto prazo e as de longo prazo.
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A memória de curto prazo é aquela que dura apenas alguns segundos ou minutos, ou no máximo algumas horas.
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Ela é responsável por armazenar um número de telefone que você vai precisar ligar daqui a pouco,
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e que logo depois você já pode esquecer.
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A memória de curto prazo também garante que você vai se lembrar de uma frase que você acabou de ler em um texto
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antes de partir para a frase seguinte.
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E é por isso que ela é fundamental para as tarefas cognitivas do dia a dia.
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Por outro lado, existem as memórias de longo prazo.
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Elas podem durar dias, anos ou até a nossa vida inteira.
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As memórias de longo prazo podem ser episódicas, ou seja, elas podem guardar episódios, que
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são acontecimentos específicos da nossa vida.
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Pode ser aquela viagem dos sonhos, ou a sua festa de 15 anos, ou um dia em que você conheceu
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a sua pessoa amada.
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Mas percebam que junto dessas memórias existe também um componente afetivo, que também
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está ligado no quanto essa memória nos impacta e perdura nas nossas vidas.
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E elas também podem ser semânticas, que é meio que ligadas ao sentido das coisas.
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É graças a esse tipo de memória que você sabe o significado das palavras,
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dos gestos, dos sinais e de tudo aquilo que é básico para se comunicar e viver em sociedade.
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Além disso, se você até hoje sabe as capitais de vários países ou se lembra da fórmula de Bhaskara,
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agradeça também as memórias semáticas.
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E por fim, as memórias de longo prazo podem ser não declarativas.
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É o tipo de lembrança que a gente não consegue verbalizar ou ensinar para alguém,
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mas que a gente armazena naturalmente conforme cresce.
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É o caso da nossa memória motora.
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E sabe aquele famoso ditado que diz que
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ah, fazer tal coisa é igual andar de bicicleta, a gente nunca esquece.
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É exatamente graças às memórias não declarativas que a gente nunca esquece.
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Isso mostra que a nossa memória vai muito além do que a gente pode imaginar em um primeiro momento.
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Na verdade, tudo é memória.
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O ser humano só funciona porque ele se lembra.
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De certa forma, daria pra dizer que
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se lembro logo existe. Mas como tudo que é humano pode apresentar
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defeitos e parar de funcionar, com a memória não é diferente. E talvez o
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maior exemplo disso seja a famosa amnésia. Quem nunca viu um filme que o
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personagem leva uma paulada na cabeça e esquece tudo sobre a própria vida?
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Esse nível de apagão completo da memória até pode acontecer na vida real,
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mas é extremamente raro. O mais comum quando alguém sofre um acidente, por
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exemplo, é o esquecimento de fatos que aconteceram minutos antes ou depois da pancada, dependendo da intensidade
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do local exato do impacto.
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Existem também alguns problemas de saúde que podem afetar o funcionamento da nossa
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memória.
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Mas antes de falar sobre isso, eu já deixo um alerta.
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Vídeo no YouTube não é para fazer autodiagnóstico, então se eu citar algum sintoma que você
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possui, não quer dizer que você necessariamente tenha alguma doença.
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Se for um sintoma persistente, a ponto de atrapalhar a sua vida, então procure um médico.
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Dito isso, algumas doenças atingem diretamente a memória de longo prazo.
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O exemplo mais conhecido é o Alzheimer.
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Tanto a idade avançada quanto a predisposição genética ou fatores como obesidade, diabetes
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e colesterol alto podem levar a pessoa a ter risco de desenvolver essa doença, que afeta
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primeiramente as células do hipocampo.
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E com isso, quem tem Alzheimer pode ter diversas memórias apagadas.
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O paciente pode não se lembrar de fatos marcantes da própria vida e deixar até de reconhecer
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os próprios filhos.
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E em ensaios mais avançados, o Alzheimer pode afetar até a memória não
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declarativa, que é aquela responsável por coordenação motora.
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E é por isso que em alguns casos a pessoa tem problemas motores que podem ser muito
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sérios, além de perigosos para a saúde. A memória de curto prazo também pode enfrentar
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falhas causadas por questões de saúde. É o caso do transtorno do déficit de atenção
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com hiperatividade, o famoso TDAH. Quem tem TDAH costuma esquecer alguma instrução
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recebida em uma questão de segundos. Ou então, lê uma página de um livro e percebe logo em seguida que já esqueceu de tudo que
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acabou de ler.
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Eita, lê tudo de novo!
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E isso mostra como o nosso foco também é importante para acionar mecanismos envolvidos
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da memória.
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Outro problema associado à memória de curto prazo é a dislexia.
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Isso porque a dificuldade para armazenar informações fonológicas pode causar dificuldades na leitura.
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Ou seja, com tudo isso que eu trouxe até aqui, eu espero que tenha dado para você
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perceber que uma pessoa pode ter problemas somente em um tipo de memória e não no outro.
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A sua memória de curto prazo, por exemplo, pode não ser tão boa,
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mas a de longo prazo pode ser incrível.
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Por isso que é comum que a gente esqueça o que tomou no café da manhã,
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mas se lembre perfeitamente, sei lá, de como foi o primeiro dia de aula na escola.
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Mas é aí que as coisas ficam um pouco mais complexas.
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Será que a gente realmente lembra de como foi o nosso primeiro dia de aula na escola?
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Nosso cérebro recorre, digamos assim, a uma certa licença poética
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na hora de reconstruir os fatos do nosso passado.
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E com isso ele cria memórias que nunca aconteceram, ou que não são bem assim.
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É que o cérebro não tem capacidade para guardar literalmente tudo o que a gente vê ou vissente.
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Então ao invés de armazenar 100% da informação, ele guarda só a parte mais importante,
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que é a essência do que aconteceu.
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E isso se mantém cada vez que evocamos essa memória.
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E aí na hora de lembrar, ele preenche as lacunas se baseando na associação a outras memórias.
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Ou então naquilo que nós queremos enfatizar nessa vez que estamos contando.
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E por aí vai.
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No caso do primeiro dia de aula, por exemplo, você provavelmente se lembra de quem era
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sua professora, de alguns dos seus colegas de classe, ou talvez a de uma imagem geral
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da sala de aula.
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Mas os detalhes da decoração da sala, os itens do material escolar e os diálogos que
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você escutou são parcialmente recriados pelo seu cérebro com base em outras lembranças
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da sua vida.
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Ou até mesmo no que te contaram sobre aquele dia.
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Você certamente já esteve em outras salas de aula, você já assistiu a filmes que mostraram
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na escola, você já conversou com pessoas que frequentaram a mesma turma e com isso
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o seu cérebro misturou um pouco de realidade com um pouco de ficção para recriar na sua
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mente o filme da sua vida.
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E é por isso que o reconhecimento de criminosos somente através de retratos falados não
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é nem um pouco precisa.
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A pessoa que foi vítima de um roubo, por exemplo,
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pode ter certeza sobre quem foi o ladrão.
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Mas, sem querer, ela pode estar misturando a lembrança real
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com uma descrição imaginada,
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baseada em alguma notícia que ela tenha visto algum outro dia,
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ou algum outro sonho que ela tenha tido recentemente,
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ou até mesmo com algum tipo de preconceito.
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E, como resultado, pessoas inocentes podem ir parar na cadeia.
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Outro problema ligado à memória, que você provavelmente já vivenciou é o chamado Déjà vu. Déjà vu.
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A expressão vem do francês e significa já visto.
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É quando você tem a sensação de que está vivendo numa cena repetida.
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Aquela impressão de que o que está acontecendo agora já aconteceu exatamente da mesma forma no passado.
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A neurociência ainda não tem plena certeza de por que isso acontece.
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O que a gente sabe é que existe um fluxo de informações entre o lobo temporal,
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que é onde fica o hipocampo, e que é aquele que coordena o funcionamento da nossa memória,
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com o lobo frontal, que fica na nossa testa.
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Algumas vezes esse fluxo pode acabar tendo imprecisões de quando aquela memória aconteceu,
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dando a sensação de já termos vivido algo totalmente inédito, ou muito parecido com uma recordação nossa.
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E existe também o irmão menos conhecido do déjà vu, que é o jamais-vu.
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Eu tô falhando miseravelmente na pronúncia de francês aqui.
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Eu tô passando vergonha pra fazer esse vídeo.
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O que significa jamais visto.
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É quando a gente deveria tratar alguma coisa com familiaridade, mas por alguma razão ela
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passa a ser algo estranho pra nós.
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Um exemplo disso é quando a gente fala tantas vezes uma determinada palavra de uma maneira
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sucessiva até um ponto em que ela deixa de fazer sentido.
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E isso pode acontecer com basicamente qualquer palavra.
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Palavra.
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Palavra.
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Palavra.
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Pa-lavra.
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Pa-lavra.
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Ok, ela não faz mais sentido na minha cabeça.
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Será que é palavra que fala mesmo?
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Mas e quando uma imprecisão na memória afeta não apenas uma pessoa, e sim milhares de
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pessoas que sequer se conhecem ao mesmo tempo?
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É possível que tanta gente tenha uma espécie de falsa memória coletiva?
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Esse é o fenômeno conhecido como efeito Mandela.
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O conceito foi criado em 2010 pela pesquisadora americana Fiona Broome.
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Ela tinha certeza que o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, tinha morrido na prisão
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nos anos 80.
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E segundo ela, várias outras pessoas tinham essa mesma percepção.
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Acontece que nessa época, o Mandela estava vivo.
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E nesse mesmo ano de 2010, inclusive, ele participou da cerimônia de encerramento da Copa do Mundo.
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Será que pode tocar o acauaca aqui ou vai dar ruim?
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Eu vou tocar o acauaca pra vocês.
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Tsa mina mina, e e... Não lembro essa.
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Por um lado aqui entre nós, isso pode denotar mais a falta de conhecimento
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que pessoas de certos países têm sobre a história do continente africano.
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Mas tirando esse detalhe, de fato existem memórias coletivas falsas.
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Muita gente, por exemplo, acha que o Pikachu tem a ponta da cauda preta, ou que o mascote do Monopoly usa um monópolo.
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Ou ainda, num exemplo bem famoso aqui no Brasil, tem gente que jura que era criança e estava assistindo Dragon Ball Z na TV Globinho
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quando o desenho foi interrompido por um plantão noticiando o ataque ao World Trade Center.
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Pausa o vídeo e comenta aqui se você tem alguma dessas lembranças.
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Acontece que nenhuma delas é verdadeira.
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Todas são memórias reais misturadas com a imaginação.
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No caso do 11 de setembro, a própria TV Globo fez uma busca no Acervo e provou que a história do Dragon Ball não passa de um engano coletivo.
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O desenho que estava passando naquela hora era o Mickey Mouse.
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Assim como o nosso cérebro faz um mix de lembranças quando nós pensamos no nosso primeiro dia de aula,
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é provável que ele confunda, por exemplo, os desenhos que a gente assistia na infância.
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E se uma pessoa falar algo que aconteceu nesse momento, que você também viveu, que também
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era uma criança, você pode ser influenciado por isso e achar que lembra, pois gostamos
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de fazer parte de grupos sociais.
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No fundo, você não se lembra de fato do que estava vendo na TV em 2001.
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Mas de tanto ouvir relatos por aí e ter certa familiaridade com coisas que você viveu,
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o seu cérebro acaba criando ou aceitando uma memória que nunca existiu.
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Eu inclusive estou pensando que outro exemplo eu posso usar para a galera que não estava vivo em 2001.
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É, a gente está velha.
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Se você não estava vivo em 2001 e está assistindo esse vídeo, comenta aqui.
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Ok, mas então o que a gente pode fazer para evitar confusões e melhorar nossa memória?
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De maneira geral, a ciência nos diz que dormir e boas noites de sono,
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ter uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas
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são fundamentais para o bom funcionamento do nosso cérebro e, por consequência, nossa memória.
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Mas existem também algumas dicas específicas dependendo do que
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exatamente você está querendo melhorar na sua memória. Se você sempre se esquece de
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objetos do dia a dia, uma dica é guardar esses objetos próximos a outros que você
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usa. Por exemplo, se você sempre esquece a sua carteira em casa, uma sugestão é
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deixar ela junto com a chave da sua casa, porque para sair de casa você é obrigado
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a ver a sua carteira e levá-la junto. E essa técnica também serve para atividades do
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dia a dia. Vamos supor que você sempre esquece de jogar o lixo fora. A dica nesse caso é dormir com o lixo jogado na sua cama e aí quando
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você acordar você vai lembrar de jogar ele fora. Isso foi uma piada, não façam isso
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e digam que fui eu que sugeri, por favor. Mas e se o seu problema for outro? Por exemplo,
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vamos supor que você esquece o nome das pessoas. Também existe uma solução. A dica nesse
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caso é associar essa nova pessoa a alguém que você já conhece com esse mesmo nome.
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Vamos supor que você conheceu uma Fernanda e a sua avó se chama Fernanda. Cria uma imagem
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mental, sei lá, das duas saindo pra tomar sorvete.
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Ou as duas lutando com um sabre de luz.
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Quanto mais bizarra for a associação, mais fácil vai ser de se lembrar.
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Agora, caso você não conheça ninguém com aquele nome, a dica é associar imagens inusitadas ao som daquele nome.
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Por exemplo, eu te digo que eu me chamo Pedro Loz.
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Mas você não conhece nenhum Pedro.
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Então você pode passar a olhar pra mim e pensar sempre numa pedra.
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Com uma lâmpada enroscada em cima.
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Pronto.
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Pedro...
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Luz.
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Por favor, não pense em isso toda vez que vocês me deram a partir de agora.
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Mas e se você quiser decorar, por exemplo, uma sequência gigantesca de itens, ou quem sabe até números?
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Como, por exemplo, aqueles milhares de dígitos que eu mostrei no começo do vídeo.
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Para levar a memória para esse nível, você precisa recorrer a algumas técnicas bem mais avançadas.
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Elas inclusive foram usadas pelo brasileiro Mike Anthony, que entrou pro livro dos recordes, o Guinness Book, como a primeira
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pessoa a decorar mais de 10 mil dígitos do número de Euler.
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E quais são essas estratégias utilizadas por ele e por outros decoradores?
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Uma das principais técnicas usadas para lembrar de listas de tarefas ou de objetos se chama
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Link System.
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Ela consiste em não pensar em todos os itens de uma vez só.
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Você só precisa se lembrar do primeiro.
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E aí a partir dele você cria uma associação com o segundo item.
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Então o segundo item te faz lembrar do terceiro,
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e ele te faz lembrar do quarto,
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que te lembra do quinto, e assim por diante.
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Mas atenção! Assim como no caso dos nomes próprios
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que eu trouxe agora há pouco,
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o grande truque para que isso funcione é fazer uma associação visual.
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Nesse caso é necessário
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conectar o que você precisa lembrar
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a um lugar que você conheça bem
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e que já esteja enraizado na sua memória.
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Esse lugar vai ser o chamado
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Palácio da Memória.
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Pode ser a sua casa, a sua escola, ou, sei lá, o seu trabalho.
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A ideia se baseia em imaginar que você está andando por esse lugar e visualizando os objetos
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que você quer lembrar em pontos específicos desse ambiente.
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E a dica de ouro, como eu também falei agora há pouco, é imaginar tudo de maneira bem
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bizarra e inusitada, para que se torne inesquecível.
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Deixa eu dar um exemplo. Vamos supor que você precisa decorar uma lista de compras que tem
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carne, leite, ovos, macarrão, refrigerante e guardanapos.
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Primeiramente você tem que escolher qual que vai ser o seu palácio da memória.
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Então vamos imaginar que seja sua casa.
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Você pode começar o passeio pela sala, e aí pra lembrar da carne, pode imaginar que
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tem um boi sentado no sofá.
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E ele está sentado junto com uma vaga, e ela vai te fazer lembrar do leite.
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Você então vai pro corredor, que está cheio de ovos quebrados e espalhados pelo chão.
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E quando você tenta entrar no seu quarto, a maçaneta está mole, como se ela fosse
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macarrão.
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E aí quando você abre a porta, seu quarto está todo alagado com refrigerante.
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E o único jeito que você tem pra secar é pegando no seu bolso um pedaço de guardanapo.
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Pronto!
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Quando você pensa nesse roteiro surreal, você listou todos os elementos na sua lista
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de compras.
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Outra opção era você ter anotado a lista no celular, mas tudo bem.
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O fato é que a técnica do Link System pode ser expandida pra pensar em centenas de itens,
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usando o seu bairro inteiro como palácio de memória.
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Mas essa estratégia não serve pra decorar sequências de números.
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E aí o jeito é recorrer a uma outra técnica, o Major System.
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Nesse caso você vai associar cada número a um som,
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seguindo uma tabela padronizada mundialmente.
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É essa tabela daqui.
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Cada dígito se refere ao som de uma consoante.
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O zero, por exemplo, equivale ao som de SSSSSS.
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O um ao som de TÃ, ou DÃ.
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O dois ao som de NÃ.
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O três ao som de MÃ.
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E por aí vai.
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Seguindo essa tabela, a palavra bola, por exemplo, pode ser convertida para 9,5.
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A palavra moeda é 3,1.
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A palavra sabonete é 0,921. E assim por diante.
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E aí, para decorar números gigantes, é só você fazer o procedimento contrário.
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Vamos pegar as primeiras casas decimais do pi, por exemplo.
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1,41592.
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Você pode dividir em blocos de dois, três ou quatro números, como você achar melhor.
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Nesse caso, 141 pode virar TRD. E aí você pode pensar na palavra tourada. Já o 592 seria equivalente a LPN.
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E aí você pode lembrar da Lapônia, a terra do Papai Noel.
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Em seguida você aplica essas palavras a um sistema de lincagem visual.
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Por exemplo, você pode se imaginar em uma tourada em que o toureiro é o Papai Noel.
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E aí basta continuar com esse procedimento por quantos números você quiser,
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criando uma imagem mental bem esquisita que te ajude a decorar um número gigantesco.
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Pode parecer trabalhoso, e realmente é.
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Pra você chegar a memorizar milhares de números pode demorar até meses.
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Mas o fato é que essa é a única maneira que já permitiu que alguém decorasse, por
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exemplo, os 10 mil primeiros dígitos do número de Euler.
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Você talvez esteja pensando que isso tudo é meio inútil.
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Mas são formas de você treinar o seu cérebro.
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Ainda que elas não busquem um resultado prático, o importante é estimular a memória.
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É a mesma ideia de você correr numa esteira.
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Ela obviamente não vai te levar pra nenhum lugar, mas ela vai servir pra melhorar o seu preparo físico.
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O que eu quero dizer é que cuidar da nossa mente é tão importante quanto cuidar do nosso corpo.
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E usando algumas das técnicas que eu trouxe nesse vídeo,
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eu tenho certeza que o seu cérebro vai se desenvolver ainda mais e de maneira memorável.
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E aproveite pra comentar aqui embaixo o que mais você gostaria de aprender aqui pra nunca mais esquecer.
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Muito obrigado e até a próxima!
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