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oi oi gente eu me chamo hoje do rico eu
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sou Doutora em teoria da literatura na
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PUC do Rio Grande do Sul sou
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recém-formada não tem um ex eu sou
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pesquisadora de literatura indígena do
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também sou indígena eu pertence o povo
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mapuche que habita no território de
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Roraima no norte do Brasil e também sou
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escritora e uma senha um livro e 2019
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chamado Eu Sou Max e outras histórias
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que quando um pouco e a minha trajetória
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em ter consciência que tem indígena e e
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o ato nas redes sociais divulgando
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autores e obras da literatura indígena e
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tentando facilitar o acesso essas
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produções de autores diante da minha
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dificuldade nesses quatro anos de
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doutoramento né como não tiver Sesi
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pensei em que
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as estratégias que pudessem tornar na
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literatura indígena mais acessíveis para
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o Brasil
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E aí eu comecei a ler desde muito
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pequena eu comecei com as histórias em
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quadrinhos da Turma da Mônica
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O que é de autoria de Mauricio de Sousa
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e eu me lembro que eu era acho que minha
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agora mais antiga é de sete anos eu acho
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de 79 anos assim devorando esses livros
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em quadrinhos e eu ia tudo E sempre eu
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sempre faixa e Sempre lhe padrinhos
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caderno caderneta de contas a minha mãe
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ela tinha uma ficar desligando o
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interior mais tarde Ribeirinha e minha
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mãe tinha um mercadinho daqueles que
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vendem tudo a granel não sei se você
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sabe o que que é isso que vendem assim
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feijão arroz milho sabem aqui então Isso
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se chama a granel minha mãe tinha um
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caderninho saber de registro E aí lá Ela
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escrevia os nomes na da das comidas que
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ela vende fiado e o preço e a mulher
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porque eu ficava lendo isso então eu
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sempre fui uma leitora ruim passiva
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É mas o livro mesmo né nesse formato que
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a gente conhece acho que vai entrar na
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minha vida não em cima e no ensino
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fundamental ou os exercícios que as que
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a professora de português dos passavam
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né e não se podia para ler e eu lembro
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que o primeiro livro assim que eu tenho
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consciência de ter lido devia ter uns
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13 14 anos foi o Guarani e era um livro
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muito grande O Guarani de José de
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Alencar e eu lembro que eu chorei muito
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com final que na minha cabeça de menina
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teria se sentiam morrido né na minha
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cabeça e ele desaparece no horizonte e
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sem aquele final feliz que que a vão que
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eu volante salvo Eu lembro que eu chorei
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muito e aí eu tinha uma tia de
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consideração era minha tia de verdade
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não é que ela tinha uma coleção de não
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sei se vocês vão saber também o que que
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é isso mas é uma coleção de Sabrina de
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Júlia que só livros de romance hoje hoje
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vejo eles Como estão em de violentos e
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abusivos relacionamentos extremamente
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abusivos não recomendo pelo amor de Deus
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mas ela tinha assim caixas caixas desses
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livros
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a pasta parava a noite assim lendo esses
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livros e aí eu ficava me lembrando dessa
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cena do Guarani em que eles morriam e aí
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eu ficava não gosto mais desse fim
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desses finais né da Sabrina CeC porque
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eles eles sempre deixam um casalzinho lá
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no final juntos e foi eu e a lendo lendo
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esses livros conforme eu podia porque a
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gente também não tinha celular nesse
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aqui no salão de 2003 2004 2005 não é um
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celular não era tão acessível Quanto é
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hoje
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e antes de dormir depois da escola
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Sempre buscar valer um desses livros
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Essas são as minhas memórias mais
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antigas de como livro entrou então na
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minha vida
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E aí
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e eu sempre Vivi eu nasci e Vivi a maior
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parte da minha vida no estado de
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Rondônia como eu falei borra uma vive no
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estado de Roraima e eu nasci e Vivi
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Rondônia porque meus pais emigraram na
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década de 80 um do garimpo né que alguma
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coisa tchau Que tipo de hoje inclusive
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escreve sua vida
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o e vivendo no estado de Rondônia com
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esse fenótipo esse corpo e sempre foi
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conduzida né a ter vergonha de sequinho
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era aí eu acho sábado a escola
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Universidade ou não trabalha trabalhar
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em relações étnico-raciais elas acabam
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reforçando esse apagamento então grande
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toda essa minha vida como faz uma parte
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do tempo academia buscar um pouco mais
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da vida acadêmica durante toda essa
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minha vida acadêmica sempre foi muito
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apontada né eu fiz graduação e não sabe
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aqui foi contada com a índia né com
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quase todo mundo é que no estado e aí de
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um jeito muito pejorativo de negativo e
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bom minha mãe não conversava muito
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comigo sobre identidade porque talvez
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ela não soubesse falar diretamente sobre
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identidade nesse para identidade
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identidade povo identificação
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bom E então eu preciso essas referências
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e com muitos dedos assim abordando como
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a Índia que a gente foi ensinar nesse
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percurso eu fui muito ensinada não
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gostar de mim né com a gente não devesse
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gostar de si mesmos aqui e valorizar
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muito as pessoas brancas que vinham para
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o nosso estável
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Oi e aí está falando de mim até de si
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mesmo 15 mais ou menos quando eu entrei
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no doutorado fiz uma seleção para
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doutorado na PUC do Rio Grande do Sul
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Essa parte é muito legal porque eu
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passei esses a primeira seleção e a
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gente muito preparado muito bem aí eu
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fiquei mesmo lugar
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Oi e eu passei né mas não ganhei bolsa e
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então eu vou descansar e aí eu fiz uma
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outra seleção ao seguinte eu passei
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primeiro lugar
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e ninguém me bloqueio de Rondônia então
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alterado lá na PUC e você passado em
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primeiro lugar os meus colegas devorado
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eles se aproximavam de mim para saber se
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estratégias ou mesmo porque existe uma
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certa aura Natal a pessoa que passou em
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primeiro lugar uma seleção tal e ele
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sempre também enviam perguntar o seu era
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índia né já que minha pesquisa era eu
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não vou dar aquele ter aprendido era
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voltado para o teoria indígena obra é
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lição edáfico canal e e foi muito
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interessante que foi foi diferente eu
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sem ter pelada se eu era um
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não-indígenas Rio Grande do Sul porque
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ali eu me eu me via com mais diferente
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daquelas pessoas tá você tem a melhor
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coisa da minha vida me visto assim como
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diferente mesmo porque o como o outro
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como eu
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em qualquer palavra certa porque eu era
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Arrojado de Corpos brancos
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e e e aí eu me vi naquele lugar de tá
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todo mundo de novo e perguntando se eu
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era Índia a senhora não é de índias eu
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era descendente de índio deu ela sabia
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bem como responder embora já estivesse
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estudando já tivesse entrando em contato
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sim com essa identidade e aí um divisor
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de águas para mim no ano de 2017 foi ter
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reconhecido o Daniel no grupo e vai
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palestrar no mesmo ano eu conheci o Kaká
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werá e também dele palestrar e no meio
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do ano o gosto eu conheci alguém que eu
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te para e vi ela palestrar e aquilo foi
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totalmente diferente né do que eu já te
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amo vivido e termos de experiência de
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identidade
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bom então na minha vida e vem aqueles
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corpos indígenas estando em lugares de
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prestígio sabe de poder que é esse lugar
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acadêmico é esse lugar desse
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conferencista e não disseram diencia foi
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muito poderoso para mim E aí eu comecei
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nesse meio tempo a comprar mais obras de
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literatura indígena que eu te conhecia e
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comecei a escutar mais músicas indígenas
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eu escuto eu comecei a conhecer o cinema
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indígena também que eu conhecia e foi um
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outro mundo que desabrochou para mim não
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foi fácil né identidade É sempre algo
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muito complexo e dolorido mas é de no
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máximo de muitos conflitos internos foi
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um ano muito difícil para mim também mas
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depois eu fui entendendo e abraçando né
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então quando eu tinha mais ou menos
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consciência assim de que eu era indígena
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e eu senti que precisava perguntar da
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minha mãe se nós temos referência de
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povo né senão já tinha uns perdido como
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muita gente que eu então já começa tinha
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começado a conversar não tinha né era
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melhoria que não tem festivo mas esses
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não tinha que saber se eu também não
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tinha referência ou se eu já tinha
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alguma referência E aí eu lembro que eu
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mandei uma mensagem para minha mãe que
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minha mãe mora em Roraima mãe a gente
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defende de algum povo aí minha mãe foi
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espelho direta só a falar teu avô e
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macuxi só isso E aí eu sabia então é
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para onde voltar o que procurar com a
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referência E aí quando ela falou com ela
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agora Mach quis dizer que o meu avô
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falava língua macuxi tinha crescido na
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cultura makushi mas agora a gente já
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tava na cidade e que não não viver uma
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comunidade e
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tô comendo sem queridos pelo Estado mas
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ela foi muito direta e aí então desde
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então eu comecei um caminho de entender
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te conhecer a cultura de entender o dura
00:11:10
de renda conectar com os meus parentes e
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foi mais ou menos aí nesse contexto de
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2017/2018 e sai 2019 por exemplo que a
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gente encontrou encontrei uma prima do
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meu avô que ela é Pajé e eu sinto assim
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que foi esse segundo momento divisor de
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águas né nem que eu sabia do meu que
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então unido é claro indígena sem do meu
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povo de pertencimento e agora tenho essa
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conexão direta sanguínea e de território
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com essa família para fortalecer esses
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laços das identidade então basicamente
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assim Foi eles essa trajetória e
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o cinto de vendo ela já que eu não
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cresci na paz do senhor não precisa
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falando a língua tem buscado estudar
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desde então tem que estuda a língua uma
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vez por semana mas acho que é isso
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e quando eu tinha nove anos os meus pais
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se separaram e eu me mudei para ver com
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a minha mãe para Roraima demorei um
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tempo lá então os meus tios e eu lembro
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que nessa época de ensinou né sentir
00:12:36
Ensino Fundamental eu morei com a tia
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porque tinha uma escola minha mãe perto
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de nós e nessa escola nessa escola tava
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tava uma febre de pegar e fazer uma
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coleção de álbuns de pontos turísticos e
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cultura do país do ovo estado de Boa
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Vista Roraima e a gente então criança
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era fascinado em fazer álbum sabe tipo
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fazer essas colagens né comprar tal
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coisa para ganhar algo de figurinhas e
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completar a coleção
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o e numa dessa tinha uma tinha uma
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figura do Marco do livro Macunaíma né
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ainda era muito celebrado lá nasceu
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sabendo isso e estudando e a gente
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precisou é esse livro para apresentar na
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sala de aula de português também de um
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professor e eu li esse livro não entendi
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nada desse livro mas eu gostei bastante
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e aí assim a minha memória mais antiga
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então eu voltei para Rondônia né com a
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minha mãe depois morei com ela e vivendo
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aqui Natal e como falei pra vocês eu vou
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dar para Porto Alegre
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e quando eu cheguei em Porto Alegre e eu
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comecei a ter contato com a identidade
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eu descobri que o Macunaíma na língua
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materna seria má com meu irmão ele não é
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o personagem ele é um Deus e aí aquilo
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eu lembro que aquilo me chocou Então
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esse Deus esse demiurgo a Vivo na
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memória do povo lá do círculo braima lá
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ele só para ressaltar aqui você morar em
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uma região seco raiva né que congrega
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vários povos não tem só o povo mapuche
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então lá tem falei pano tem uma opção
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naquele até a Mona e tem outros bem usar
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Icó por exemplo que tem o Macunaíma uma
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pela irmão presente na memória e eles
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que achando aquilo um disparate
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É porque no Brasil as pessoas conheciam
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o Macunaíma de Mário de Andrade mas não
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sabiam sequer que ele era um Deus assim
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como eu acho um disparate as pessoas
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acharem a festa da quadrilha é uma festa
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de São João no evento católico assim
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como eu acho um disparate as pessoas
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acharem que a gente só tem um tipo de
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milho que é o amarelo no mundo assim
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como eu acho um disparate as pessoas
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ainda acreditar em acreditar em
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descobrimento do Brasil sabe como sim
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eu sei lá eles tinham entre oito e 100
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milhões de pessoas não fossem ninguém
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sabe Para habitar esse território e E aí
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eu fiquei muito chateado em Busca aí
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nessa buscall o livro de novo foi buscar
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a Lu Comprei o livro na imagem foi relé
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e nas essa releitura foi muito
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interessante assim para mim porque fazer
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um tempão linha né não tinha mais
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memória das leitura e enquanto as
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narrativas indígenas estão presentes ali
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e como eu consigo ver na sala de uma
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apropriação cultural como o Brasil é
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como muitas no Brasil né que
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eu pego as inativas indígenas porque
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acham que condenam ela usa oralidade de
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condenam os indígenas a esse contexto
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isolado não podemos publicar não podemos
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contar suas próprias narrativas e se tem
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a ver também com a pesquisa que eu faço
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com a história da autoria do Brasil e
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como amizade não é que a narrativa de
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jantar gratuito ali para ser utilizado
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que se de alguma forma é uma homenagem
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para os indígenas
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bom E então eu fiz essa releitura né que
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maturando que a gente na discimo Não
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entendi ainda dimensões da apropriação
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cultural em aprenderem São decentemente
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o e esquentando não vou fazer alguma
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coisa com isso né vou ironizar essa
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relação E aí foi também nesse contexto
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de 2019 que eu escrevi esse livro aí eu
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até abusa do processo criativo e fica
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falando aqui que eu o teus brancos
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animados ele é egocêntrico que eu acho
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que não vai me trazer muitos problemas
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na vida mas eu tô pronta sabe porque o
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Brasil em termos históricos de teve
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pronto para abusar distâncias indígenas
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das matrizes religiosas indígenas das
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espiritualidades indígenas e a gente vai
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discutir sobre isso nas escolas e a
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gente não fala dessa intolerância
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religiosa e pelo contrário da até o nome
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cria um nome é para tornar Isso natural
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e legítimo folclore quem nunca ouviu
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falar da lenda da Iara quem nunca ouviu
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falar da lenda do Boto
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a falar Mega lenda da cobra grande do
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folclore da Iara cobra grande mais em as
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pessoas no paz nunca conhecem as outras
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narrativas e esses Encantados esses
00:18:04
seres como parte legítimas mesmo dessas
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outras culturas povo maraguá sateré maué
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régua e por causa de uma cochilada na
00:18:14
ima né Então é eu faço essa discussão
00:18:20
não é uma discussão inédita porque o
00:18:22
regras Belo que é um artista visual ele
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faz isso e faz com muita propriedade do
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Senhor admiro muito e Respeito trabalho
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dele
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e ele ia trago isso então somar então
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nessa nessa tentativa de visibilizar
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essas narrativas essas religiosas que
00:18:43
agora estão sendo demonizados na
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primeira pela igreja católica e agora
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todos os protestantes nos territórios
00:18:50
indígenas
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e quando comecei a do Drago eu comecei a
00:19:01
publicar bastante e comecei a publicar
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numa tentativa de levar para academia
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esses autores que eu não encontrei antes
00:19:08
e que eu não via também nessa nessa
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produção de conhecimento
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é só que o artigo acadêmico ele tem um
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ele tem um direcionamento né Desse
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espaço ele circula os acadêmicos dos
00:19:26
pesquisadores às vezes para os
00:19:29
professores dessas universidades mas
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muito raramente esses artigos chegam-nos
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na rede básica aí na cultura Às vezes
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sim às mas a norma não chegar
00:19:43
e eu já vinha fazendo esse trabalho
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desde 2017 na desde 2017 uma opção
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intensa observando a invisibilidade da
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literatura indígena desses autor desse
00:19:54
dessas obras
00:19:55
bom E então quando chegar em 2019 pensei
00:20:01
tava eu tava mudando de Porto Alegre a
00:20:04
Porto Velho de novo e se você vai fazer
00:20:06
alguma coisa para manter isso acessível
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nas redes e foi aí que eu creio comecei
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a divulgar esses autores e obras assim
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no meu perfil só que o perfil pessoal
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ele entende a até uma uma proposta tende
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a não deixar em destaque essas obras né
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ou também porque quando eu comecei não
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sabia muito mexer não sei de algumas
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estratégias de pesquisa sabia usar o
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Instagram a Poxa Stories por exemplo e E
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aí eu então compartilhar fazer os
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autores e obras mas depois Surgiu uma
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postagem pessoal minha E aí você ficando
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apagado eu pensei assim não vou fazer um
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perfil pessoal é inspirada no projeto
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das meninas aqui
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e também que elas são para já chamado
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Leia lendo olhares pretas indígenas eu
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falei bom contra aplicar o ter indígena
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advogar as mulheres indígenas então eu
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creio Leia mulheres indígenas e comecei
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a divulgar 2019 em 2019
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o perdão 2020 Eu tenho um pouco WhatsApp
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de minha Cold e não Abril indígena a
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Maíra se igual de camadas né
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administradoras de perfil ler também ela
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fez o especial de Abril indígena aí o
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proposto para ela o marido não faz os
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recortes desses vídeos e posta lá no
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Leonardo e se classifica como
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administradora também para gente fazer
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esse trabalho coletivo eu sozinho não
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consigo e eu não sei fazer esses vídeos
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que você faz a mãe dela trabalha com
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literatura anos então nós já sabe gravar
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ali sabe falar com mais desenvoltura
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Então ela é formada em cinema então ela
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já sabia fazer tudo isso e ela tocou e
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ela fez isso que deu é o que chamou
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bastante gente assim de público dela
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para lá para a página
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ah e também é a gente diz entrou o
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trabalho estavam em mim e logo em
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seguida Lola também que do canal lá
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Depois dos 30 no Instagram ela começou a
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fazer vídeo divulgando a obras de
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mulheres indígenas EA falei convidei ela
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também nesse mesmo modelo que aconteceu
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com armário e aí ficamos nós 3
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trabalhando na página um tempo depois a
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gente percebeu a necessidade de ter uma
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identidade visual então a gente
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contratou uma artista que é Trans e ela
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ele e ela fez um trabalho muito assim
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muito bonito e a partir da identidade
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visual estudam Impacto positivo assim as
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pessoas conversaram compartilhar
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identidade dorme conversaram
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compartilhar os as autoras também eu a
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Lula EA magis tem na eles toda a gente
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trabalha a gente tem uma vida bem
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agitada
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bom então a gente tenta equilibrar mais
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ou menos isso é teve um momento em
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quando a gente começou que teve um bom
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né as pessoas procuravam muito projeto
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aí depois deu uma parada e agora sim né
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Não sei se por conta do mês de abril que
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as relações étnico-raciais mais
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tendência as pessoas têm buscado seguir
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a página isso é muito legal mesmo a
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gente não atualizando com frequência por
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conta Tava terminando o doutorado
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Amarante o grave mais sério a luva tá no
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corpo ruim também conseguiu atualizar
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atualizar mais a página mesmo assim as
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pessoas estão compartilhando porque já
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tenho a ser bastante grande de autor de
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escritora CD artistas também
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e não é porque eu tava querendo a gente
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também queria divulgar os homens né daí
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tinha esse perfil que você falou tudo aí
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autores indígenas que era para jogar
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homens e mulheres dado né o número baixo
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escritores que existe no Brasil se são
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60 para todo território brasileiro um
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pouco ainda número razoável para quem
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não conhece nada de literatura indígena
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mas é o número um pouco para cobrir todo
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o território nacional hoje se lei
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autores indígenas virou literatura
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indígena YouTube que é uma tentativa de
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unificar canal né então tem esse canal
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do YouTube onde eu faço entrevistas
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escritores indígenas começou durante a
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pandemia também tem bastante
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Principalmente agora é depois que a
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gente criou uma identidade visual também
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como levar um artista indígena que é o
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gene Everson trocar
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Oi e aí a gente está tentando verificar
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se tem um lugar para divulgar essas
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Produções o que mostrou a necessidade de
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ter um um treinamento sabe nas redes
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sociais que eram que a gente não tinha a
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gente quer da curso por exemplo a gente
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não tem esse treinamento né a gente
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queria ruim você para dar certificado
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que muitos bem é muito bem por interesse
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porque senão pesquisadores e quer
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estudar mais outras pessoas ficaram
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certificado eles nos dentes e aí nas
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redes atualmente é esse é o Esses são os
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meus projetos
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Olá tudo literatura indígena YouTube na
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ele tem uma uma história assim que
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quando eu comecei a divulgar os outros
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indígenas e na verdade eu percebi isso
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desde muito cedo né lá desde 2017 A
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ideia era descentralizar né Essa
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produção por quê Porque quanto mais de
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Centralizado mais maiores se alcance
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então eu montei um grupo mas não tem um
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grupo coletivo assim um voluntário e
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pediu para esses parentes são todos os
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indígenas tá E pediu para seus parentes
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eles abrirem perfis de literatura
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indígena o seu estado correspondente
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para divulgar e trabalhar com a
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literatura indígena
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Oi e aí muitos muitos parentes topar
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então a gente criou desde então
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literatura indígena parar tenho
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literatura indígena Minas Gerais tem
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literatura indígena Rio de Janeiro tem
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literatura indígena Brasil que ela da
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Karina que ela quer uma da Dori também
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já também divulga indígena tem uma
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literatura indígena Amazonas então a
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ideia era até marcar na no Instagram os
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estados e mostrar que havia produção
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literária indígena nesses respectivos
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estados né Aí é agora a gente tá no
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processo assim de divulgar essas obras e
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informação também porque a gente se
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encontra uma vez por semana para estudar
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uma obra sobretudo a uma obra que traz
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tirando racismo um bocado os indígenas
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e a gente inserir os indígenas dessa
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falta de racista e divulgar mais as suas
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obras nesses eventos e essas obras em
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hoje que a gente tem esse projeto Não
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não sou eu quem coordena é tudo muito
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coletivo né então nosso nosso perfil do
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WhatsApp todo mundo administrador se
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eles estão precisando de alguém assim
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para ajudar a somar nessa página que
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eles não podem eles vão lá chama outro
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parente e eles adiciona eles trazem
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pautas no meu particípio e as da
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literatura indígena Bahia da firma ela
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propôs uma terapia coletiva para a gente
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então é um lugar de trabalho mas é um
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lugar é também de acolhimento né gente
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troca afeto troca relato de experiência
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troca
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as estratégias de defesas por meio de
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argumentos esse nas redes sociais já que
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a gente sempre tá sofrendo muito botar
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aqui na identidade a humanidade a
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cidadania enfim e aí eu gosto tudo muito
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de muito assim de coletivo a página para
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lembrar os indígenas Então vai coletivo
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né administração coletiva pode se tornar
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um as administradoras tem a senha Cê tem
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autonomia para publicar lá mesma forma
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no canal do YouTube Eu entendo a sentir
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as vezes as outras pessoas não apareçam
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mas por conta do trabalho EA intenção é
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fazer elas quererem estar lá para
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emprestar outros autores também no
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momento eu tenho a da frente do canal do
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YouTube nas entrevistas porque os
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parentes não tem tido tempo tem tempo
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vídeo outros projetos e pela cabo
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e não sendo a pessoa que mais aparece lá
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mas aí tá eu não é que seja saiu a ideia
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que seja sempre nós e que seja sempre
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continuar para as pessoas não acharem
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que a vão falar de literatura indígena
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só em abril inalado em agosto falar de a
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pensar em um dado momento do ano pelo
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contrário e daí de todos esses projetos
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inclusive fazer com que a cidade da
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minorante as letras por meio das
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Universidades de outras instituições por
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ser vão que a gente tá tem que tá
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falando das condições de vida das
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pessoas indígenas das flautas indígenas
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o ano todo e no ano seguinte uns 20 anos
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seguintes só assim para a gente
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engrossar sabe as políticas públicas e
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os direitos indígenas
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E aí
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e a nossa como falei a gente é se reúne
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pra vo falar de coisas sérias de se
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defender mesmo né mas a gente se reúne
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também para ir para rir um pouco aí
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lembra Okay muito recentemente a gente
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pegou o livro da
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Oi Oi Pati mingling é uma palavra que
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fazer um uma uma coleta de narrativas e
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publicou nessa narrativas de contos
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eróticos de vários Vários vários povos
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indígenas depois a gente discute muito
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na a relação da teoria da autoria e da
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tela que a gente não concorda a gente
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acha que a propriedade intelectual
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dessas nativas tem que ser indígena tem
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que ser os indígenas mal e depois de ter
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discutido vários a gente começou a ler e
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foi muito engraçado ler esse colo que é
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um ponto uma chineli da sobre as
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mulheres do arco-íris a gente começou a
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lei a gente ficou muito muito presa
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porque tem coisa mais bonita né do que
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essa metáfora das mulheres do arco-íris
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e eram essa narrativa falar então do
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povo do arco-íris e te como as mulheres
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do arco-íris se apaixonam por um homem
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das águas que eu em
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É que na verdade lá no final vai se
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mostre revelar muito feio e enquanto
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elas estão Encantadas lá pelo homem e
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seus maridos se Encantam pelas mulheres
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do arco-íris nexon mulheres que vão
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fazer ficha e o final das contas ele é
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muito engraçado né porque quando as
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mulheres percebem que o homem é feio e
00:31:30
elas querem voltar para seus maridos os
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seus maridos já estão Encantados e
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descer identificar com as mulheres as
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mulheres do arco-íris debaixo da água e
00:31:40
aí a gente esperando um final assim né
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das mulheres tentarem reconquistar seus
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maridos E aí as mulheres estão se vão
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embora se casar com pessoas mas então
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mas só se fosse assim né E esse conta
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ele é muito maravilhoso Ele é muito
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divertido e a gente ficou comentando
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assim horas dele por dias e foi muito
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legal consiga recomendo tá dentro de si
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e fez muito bem para não só que eu dormi
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tá em língua materna o nome do livro é
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moqueca de marido moqueca de maridos em
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uma relação de contos eróticos né da
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Britney organizado pela Regina e
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e eu não indico aos leitores indígenas
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que ganham esses livros canônicos por
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quê Porque esses livros eles são muito
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perigosos né eu tenho que citar
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ultimamente abrir a linda te he Will
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Smith que é uma social lugar que
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pertence ao povo maori da Nova Zelândia
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em que ela fala em traz uma citação de
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uma poeta e estende tão para os livros
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né dizendo que os livros são muito
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perigosos para os leitores indígenas
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Eles são muito perigosos
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E se eles são etnocidas se eles não
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reforçam nossos valores que eles falam
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de nós de uma forma pejorativa e vai se
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eles são desonestos em relação a nós a
00:33:12
ponto de nos fazer acreditar que somos
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inferiores Então para mim José de
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Alencar é muito desonesto Gonçalves Dias
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há muitos e honesto e tá Mário de
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Andrade adicionar esta uma vez que eles
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usam narrativas indígenas para reforçar
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o ideal de uma nação né desconsiderando
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todas as nações que existem no
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território brasileiro o que eu recomendo
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então eu recomendo que os mediadores de
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leitura e os educadores passam leituras
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comparadas né Porque eu também não sou
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contra a censura Vamos estudar José de
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Alencar Vamos estudar mas
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Obrigatoriamente a gente tem que ser um
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livro de literatura indígena que mostre
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a versão da história indígena para esse
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leitor porque senão você vai estar
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plantando as sementes colou
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e naquela naquela pessoa naquela criança
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ou naquele leitor né que que vou
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aguentar o espírito dessa pessoa e vão
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atravessar toda a vida dela a ponto de
00:34:14
ela chegar na idade adulta Ou nem isso e
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achar que ela é superior a um sujeito
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indígena ou que a vida indígena não tem
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valor então é mais que urgente as
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bibliotecas adotar em livros de
00:34:30
literatura indígena é mais que urgente é
00:34:34
as é mais por gente os educadores dar em
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relações étnico-raciais preparar em
00:34:41
excluir e corroborar em pode ser ativa
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genocídio em curso que vivem os
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indígenas atualmente na gente está
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falando de um processo de educação a
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leitura como um processo de educação
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Então a gente tem que Obrigatoriamente
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falar dessas relações étnico-raciais
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Olá
00:35:02
E aí