Conheça a Reforma Psiquiátrica, que mudou a realidade dos cuidados com a saúde mental no Brasil

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https://www.youtube.com/watch?v=ZEutLNKR4VM

Resumen

TLDRO movimento pela reforma psiquiátrica no Brasil, iniciado na década de 1970, busca transformar a compreensão e o tratamento da saúde mental. Pedro Costa, psicólogo e educador, detalha como esse movimento, que se opõe ao modelo manicomial, se desenrola em um contexto de efervescência política e social. A Lei 10.216 de 2001 é um marco nesse processo, promovendo cuidados em liberdade e a desinstitucionalização. Costa enfatiza ainda os desafios atuais, incluindo a necessidade de uma rede de atendimento que atenda a diversidade das necessidades de pessoas com transtornos mentais.

Para llevar

  • 🧠 A reforma psiquiátrica começou na década de 1970.
  • 📜 A Lei 10.216 é uma conquista importante na luta pela saúde mental.
  • ✊ A luta antimanicomial é parte de um movimento mais amplo por direitos.
  • 🏥 A saúde mental deve ser vista como um bem coletivo.
  • 🚪 Residências terapêuticas promovem a autonomia dos pacientes.
  • 💬 A desinstitucionalização exige uma rede de apoio adequada.
  • 📉 O cumprimento da lei ainda enfrenta desafios significativos.
  • 📅 O cenário de saúde mental no Brasil é uma luta contínua.
  • 🔄 A reforma psiquiátrica busca libertar as pessoas da lógica do manicômio.
  • 📊 O financiamento e as políticas públicas influenciam a saúde mental.

Cronología

  • 00:00:00 - 00:05:00

    O movimento pela reforma psiquiátrica no Brasil começou na década de 1970, surgindo como uma resposta às práticas tradicionais de tratamento da loucura, que eram caracterizadas por segregação e violência. O movimento busca uma nova compreensão da saúde mental, promovendo um cuidado que respeite a dignidade humana e combata a lógica manicomial, que perpetua desigualdades sociais e violências históricas.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O conceito de cuidado em saúde mental é mais amplo do que o tratamento, englobando prevenção e promoção social. A saúde mental é vista como uma produção de vida, e o cuidado deve ser coletivo, não restrito a profissionais da saúde. A luta pela reforma psiquiátrica é, portanto, uma luta por um novo entendimento e abordagem da saúde mental, que priorize a liberdade e a reintegração social dos indivíduos.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A aprovação da Lei 10.216 em 2001, conhecida como a lei antimanicomial, é considerada uma conquista significativa do movimento pela reforma psiquiátrica. Essa lei estabelece a liberdade como um princípio fundamental do cuidado em saúde mental e promove a criação de uma rede substitutiva aos manicômios, incluindo centros de atenção psicossocial e serviços residenciais terapêuticos.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    Apesar das conquistas, a implementação da lei enfrenta desafios, como a continuidade da existência de manicômios judiciários e a necessidade de uma rede de atendimento mais robusta. A desinstitucionalização não se resume a retirar pessoas dos manicômios, mas envolve a criação de uma rede de apoio que permita a reintegração social e a autonomia dos indivíduos.

  • 00:20:00 - 00:27:47

    A contrarreforma psiquiátrica, que começou a se intensificar a partir de 2015, é caracterizada por um retrocesso nas políticas de saúde mental, com a privatização do cuidado e a ascensão de uma perspectiva conservadora. Essa situação é agravada por problemas sociais, como a pobreza e a desigualdade, que afetam diretamente a saúde mental da população, exigindo uma abordagem mais integrada e humanizada.

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Vídeo de preguntas y respuestas

  • Qual é a origem do movimento pela reforma psiquiátrica no Brasil?

    O movimento começou na década de 1970 em um contexto de luta política, buscando alternativas ao modelo manicomial.

  • O que a Lei 10.216 de 2001 representa?

    É considerada a lei antimanicomial, promovendo cuidados em liberdade e a desinstitucionalização dos pacientes.

  • Quais são os principais desafios atuais da reforma psiquiátrica?

    Os principais desafios incluem o cumprimento integral da lei e o fechamento de manicômios, além de garantir uma rede de atendimento adequada.

  • Como a saúde mental é concebida nesse movimento?

    Saúde mental é vista como uma produção de vida, necessitando de cuidados sociais e coletivos.

  • O que são residências terapêuticas?

    São espaços de acolhimento para pessoas que saem de manicômios, oferecendo apoio técnico e promovendo a autonomia.

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    o movimento pela reforma psiquiátrica
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    brasileira teve início na década de
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    1970 e chega a 2023 com conquistas e
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    desafios reforma psiquiátrica luta
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    antimanicomial e a política nacional de
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    Saúde Mental é sobre isso que conversa
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    agora com o psicólogo e professor da
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    Universidade de Brasília Pedro
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    Costa Pedro bem-vindo ao cidadania
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    Obrigado pela sua presença e
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    participação em nosso programa Eu que
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    agradeço pelo espaço e parabenizo pela
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    oportunidade também de debatermos temas
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    tão importantes paraa nossa sociedade
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    então vamos começar Contando um pouco
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    sobre a história desse movimento pela
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    reforma psiquiátrica brasileira né eu
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    comentei Aqui começou na década de 70
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    mas queria que você falasse um pouco das
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    origens né O que que desencadeou esse
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    movimento Quais as bases conceituais e e
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    quando né exatamente E por que surge
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    esse movimento pela reforma psiquiátrica
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    brasileira bom eh como você muito bem
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    coloca a gente pode localizar esse
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    movimento especificamente né que antes
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    mesmo de ser uma luta pela reforma
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    psiquiátrica se colocou contra as formas
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    tradicionais de supostamente entender o
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    que era a loucura mas entender então por
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    isso que supostamente de uma maneira
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    mistificada com intuitos de
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    aprisionamento de segregação de violação
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    e que tem a reforma psiquiátrica como
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    uma de suas várias conquistas alguns de
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    seus vários resultados então ele antes
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    de tudo um movimento por uma outra forma
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    de entendimento aquilo que a gente veio
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    a denominar e entender por loucura mas
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    de maneira geral o que a gente
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    caracteriza por saúde mental então um
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    movimento para uma nova forma de se
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    entender Saúde Mental é uma forma que
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    seja condizente com que de fato é a
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    saúde mental como as pessoas se produzem
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    na realidade e portanto como elas devem
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    ser tratadas em casos em que haja
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    necessidade de algum tipo de assistência
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    e de cuidado na própria saúde mental
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    então é antes de tudo um movimento
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    contra a lógica manicomial contra os
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    manicômios não só como instituições mas
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    como uma lógica que tá presente no nosso
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    chão histórico no nosso solo histórico e
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    que de certa forma perpetua reproduz
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    toda essa perspectiva de segregação de
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    violência sob roupagens de cuidado de
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    tratamento historicamente Então são
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    mecanismos de segregação daquilo que eu
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    falo que são as próprias contradições
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    que a nossa sociedade produz ou que as
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    produzem né como por exemplo a
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    desigualdade social o racismo o machismo
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    sexismo LGBT que mais fobia quando a
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    gente vai ver quem estava depositado
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    historicamente nos manicomios são
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    aquelas pessoas que nas suas próprias
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    condições nas suas pró próprias
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    existências questionam uma Norma uma
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    Norma que é uma Norma de violência de
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    uma produção de vida desumanizada então
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    a luta pela reforma psiquiátrica é antes
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    de tudo uma luta contra o Manicômio
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    enquanto sociedade contra o Manicômio
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    enquanto uma lógica zilar manicomial e
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    como você muito bem coloca por mais que
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    a gente possa localizá-lo na década de
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    70 e isso também não é um acaso o que
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    que tava acontecendo na década de 70 uma
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    efervescência política a gente tinha
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    luta contra o regime ditatorial pela
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    reabertura democrática o movimento
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    estudantil ganhando força mais uma vez
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    movimento pela Anistia a gente tem no
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    final da década de 70 que coincide o
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    movimento pela reforma sanitária
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    brasileira o movimento sanitário de modo
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    geral o novo sindicalismo então a gente
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    tinha todo um contexto aí de ebulição e
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    de efervescência política que se
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    expressa também não apenas na
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    psiquiatria mas no campo da Saúde como
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    um todo sendo a luta anti manicomial um
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    movimento antimanicomial que de novo
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    resulta na reforma psiquiátrica mas não
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    é apenas ela uma das suas frações e
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    nesse contexto de efervescência de
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    ebulição política tem uma de suas
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    frentes na luta antimanicomial que por
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    sua vez resulta na reforma psiquiátrica
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    só pra gente também não cair numa
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    história de que ah foram pessoas que eh
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    irromperam contra os manicômios na
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    década de 70 foram também elas são
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    importantíssimas mas t esse movimento de
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    Fato né na verdade ele começa Inclusive
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    a partir de uma eh de uma vivência de
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    profissionais de saúde inclusive que
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    faziam parte do ministério da saúde e
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    que eh em visitas a esses manicom que
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    seria um lugar onde deveriam estar sendo
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    tratadas as pessoas perceberam eh
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    situações como essas que você eh traz
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    aqui né situação de violência situação
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    de aprisionamento eh castigos choques
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    elétricos a base desse tipo de
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    tratamento partia da ideia de que a
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    loucura era uma questão moral uhum não
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    só moral né E aí acho que antes até
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    mesmo de te responder é importante a
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    gente limpar esse terreno né que
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    Manicômio Não é tratamento a despeito do
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    que ele se coloca quem tá sendo tratado
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    ali não é a pessoa que tá ali dentro a
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    sociedade para que ela perman conceitual
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    aqui eu vou pular um pouco o roteiro da
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    entrevista você falou em tratamento
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    cuidado e tratamento quando a gente fala
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    de saúde mental são conceitos
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    convergentes ou cuidado e tratamento são
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    ideias divergentes não eles convergem só
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    que pensar cuidado é pensar de uma
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    maneira mais abrangente e mais Ampla que
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    inclusive agrega prevenção promoção
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    social de saúde e também diversas outras
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    modalidades de tratamento então cuidado
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    nesse sentido é é muito mais abrangente
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    é amplo assim citando uma teórica que eu
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    gosto bastante militante pesquisadora
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    Raquel passo o cuidado antes de tudo uma
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    necessidade ontológica do ser humano né
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    E que se expressa no campo da saúde
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    mental de várias formas Olha que
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    interessante eu gosto muito de um
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    provérbio africano que fala o seguinte
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    pra gente cuidar educar uma criança a
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    gente precisa de toda uma aldeia uhum né
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    E aí dialogando até com a sua pergunta
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    eh anteriormente ao conceito de cuidado
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    é importante a gente conceituar o que
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    que é saúde mental para mim Saúde Mental
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    é produção de vida como a gente se
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    produz onde de que forma logo se ela é
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    produção de vida a gente não pode alocar
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    as formas de cuidado que são sociais
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    coletivas apenas no campo da saúde
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    mental muito menos legas a psiquiatria a
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    psicologia ao campo PS como se fosse uma
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    propriedade privada dele sendo que é
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    coletivo cas você diz que dentro desse
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    dessas melhorias de formas de tratamento
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    humanizados de cuidado que realmente tem
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    o objetivo de trazer de volta a saúde
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    mental reinserir na sociedade as pessoas
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    que estão com transtorno mentais com com
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    com as dificuldades que acabam buscando
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    o tratamento ou sendo encaminhados para
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    tratamento eh elas teriam uma uma lógica
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    diferente então de de cuidado Sim essa
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    essa mudança de uma forma de tratamento
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    que parte de eh de de uma uma uma lógica
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    de violência e de
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    segregação para uma lógica de cuidado de
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    reinserir de trazer inclusive as pessoas
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    eh e eh d o tratamento em liberdade como
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    uma das bases quando é que isso começa e
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    e da onde vem essa essa influência você
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    citou agora uma uma teórica e isso parte
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    também de um de outros profissionais que
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    começaram com isso Ali pela década de
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    60 que pessoas foram essas que
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    inspiraram e esse movimento no Brasil a
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    gente pode até mesmo antes da década de
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    60 70 entendendo esse movimento naquilo
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    que você aponta dos seus precedentes dos
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    seus primórdios a gente poderia elencar
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    inúmeros indivíduos críticos
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    perspectivas críticas no próprio Campo
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    da psiquiatria da Psicologia citei que
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    inclusive não estão neles né citei aqui
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    o exemplo de Lima Barreto menciono para
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    quem tiver interesse os seus livros e
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    diário do hospício Cemitério dos vivos e
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    diário do hospício na qual ele tem uma
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    crítica Ali pela via da literatura
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    poderia também mencionar a Carolina de
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    Jesus que eh n na sua vasta produção
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    literária mas sobretudo eh eh quarto do
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    despejo vai mencionar ali né
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    perspectivas de cuidado de tratamento
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    que de novo que não estão nos moldes
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    tradicionais mas dentro da própria
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    psiquiatria podemos mencionar eh D ní da
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    Silveira eh que tenta o movimento de
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    fato de questionar os ditames
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    tradicionais do manicômio da psiquiatria
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    podemos mencionar pessoas e movimentos
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    de outras realidades mas que influenciam
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    na realidade brasileira é um grande
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    exemplo por mais que não seja tão
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    mencionado quanto deveria mas que é
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    extremamente infl doente é a perspectiva
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    da psiquiatria anticolonial de franç
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    fanon na Argélia em África o movimento
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    da psiquiatria democrática na Itália que
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    tem como principais nomes né Franco e
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    Franca basala também posso mencionar o
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    movimento da antipsiquiatria que se
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    desenvolve sobretudo eh na Inglaterra e
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    que tem nomes como David Cooper eh
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    dentre outros que ganham uma atração
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    histórica
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    sobretudo já existiam nos seus
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    primórdios mas sobretudo a partir do fim
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    da segunda guerra mundial onde se teve o
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    clique de que Opa os manicom estão muito
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    parecidos com os campos de concentração
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    uhum acho que a gente tá errando em
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    bastante coisa aqui e aí a liberdade sim
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    emerge nesse nesse sentido entendendo
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    saúde mental como produção de vida como
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    algo constitutivo de qualquer processo
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    de Cuidado existe uma uma relação Clara
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    aí pela sua fala por todo esse histórico
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    entre a psiquiatria o cuidado com a com
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    a saúde mental ah vendo por uma
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    perspectiva mais inclusive mais
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    multiprofissional né mais
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    multidisciplinar eh com há uma ligação
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    política também e de fato no caso
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    brasileiro da reforma psiquiátrica tem
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    um viés político eh bem demarcado um
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    grupo de de profissionais que começa ali
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    na década de 70 a questionar eh a forma
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    como estava sendo tratado da Saúde
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    Mental brasileira eles acabam sendo
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    inclusive demitidos do do Ministério da
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    Saúde e da aí vem com todo esse
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    movimento a gente vai avançar um pouco
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    aqui no tempo até que a gente chega em
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    2001 quando é aprovada a a lei
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    10.216 considerada a lei antimanicomial
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    ou a lei da reforma psiquiátrica
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    brasileira que conquistas essa lei que
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    hoje tá com mais de 20 anos na
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    implementação dela completando 20 anos
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    em em 2023 quais são as conquistas dessa
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    dessa legislação na sua opinião como é
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    que você enxerga hoje né passados 20
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    anos a atualidade dessa lei Olha antes
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    de tudo ela é uma conquista né ela já é
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    um resultado desse percurso dessa luta
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    Histórica de usuários da saúde mental né
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    de profissionais de familiares de
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    usuários dentre outros atores e sujeitos
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    políticos no termo Mais amplo do termo
  • 00:11:22
    não apenas político partidários mas
  • 00:11:24
    também políticos partidários
  • 00:11:25
    institucionais não por acaso Se vem em
  • 00:11:28
    termos de um projeto de lei Então por si
  • 00:11:31
    por si própria ela já é um avanço uma
  • 00:11:34
    conquista frente ao que se tinha até
  • 00:11:36
    então e ela traz consigo inúmeras outras
  • 00:11:38
    né uma delas é justamente essa ideia
  • 00:11:42
    fundamental pra gente da Liberdade como
  • 00:11:45
    substância como conteúdo e como
  • 00:11:47
    Horizonte de um cuidado em liberdade e
  • 00:11:50
    de um cuidado libertário que se oriente
  • 00:11:54
    de fato a liberdade dos indivíduos não
  • 00:11:57
    importe as suas condições não importe as
  • 00:11:59
    suas necessidades nesse processo ela
  • 00:12:02
    também junto de outras normativas né a
  • 00:12:05
    gente poderia pensar em 2003 o programa
  • 00:12:07
    de Volta Para Casa dentre outras a
  • 00:12:09
    política do Ministério da Saúde e de
  • 00:12:11
    saúde mental então ela vai conformando
  • 00:12:13
    toda uma rede
  • 00:12:15
    substitutiva que que é uma rede
  • 00:12:17
    substitutiva substitutiva é um Manicômio
  • 00:12:19
    Eu costumo falar que para produzir morte
  • 00:12:21
    é muito simples é muito fácil
  • 00:12:23
    infelizmente basta eu ter um Manicômio
  • 00:12:26
    basta eu ter uma prisão eles são
  • 00:12:28
    instituições de produção de morte o
  • 00:12:30
    difícil é produzir vida o difícil é
  • 00:12:33
    produzir vida naquilo que ela tem de
  • 00:12:35
    mais substantivo Então se para
  • 00:12:37
    mortificar física e subjetivamente a
  • 00:12:40
    gente precisa do manicômio para produzir
  • 00:12:42
    vida em Saúde Mental a gente precisa de
  • 00:12:43
    toda uma rede só um serviço não vai dar
  • 00:12:46
    conta e aí então ela dá lastro normativo
  • 00:12:49
    impulsiona o desenvolvimento dessa rede
  • 00:12:51
    por meio dos centros de atenção
  • 00:12:53
    psicossocial os caps que tem várias
  • 00:12:55
    modalidades para álcool e Outras Drogas
  • 00:12:57
    para criança e adolescente os infanto
  • 00:12:59
    juvenis ela depois vai possibilitar né
  • 00:13:02
    outros níveis de atenção e dispositivos
  • 00:13:05
    que aí eu poderia ficar muito tempo
  • 00:13:06
    mencionando mas só para resumir aqui né
  • 00:13:09
    como se precisar de algum tipo de
  • 00:13:11
    internação não é em Hospital
  • 00:13:13
    Psiquiátrico não é Manicômio é em
  • 00:13:15
    Hospital Geral até para que isso seja de
  • 00:13:17
    curta ou curtíssima duração para que a
  • 00:13:19
    pessoa após o procedimento Volte pro seu
  • 00:13:22
    contexto de vida para que o cuidado
  • 00:13:24
    Continue em parceria com scaps com
  • 00:13:26
    atenção básica com as unidades básicas
  • 00:13:28
    de saúde então tudo que advém nesse
  • 00:13:31
    processo de conformação dessa tentativa
  • 00:13:33
    de cuidado integral em rede em
  • 00:13:36
    comunidade e em liberdade é muito
  • 00:13:40
    obviamente na esteira dessa lei da lei
  • 00:13:44
    10.216 que de novo diz de uma das
  • 00:13:46
    conquistas dessa luta muito Ampla que é
  • 00:13:49
    a luta antimanicomial e aí por fim só um
  • 00:13:51
    ponto que eu queria também ressaltar que
  • 00:13:53
    uma grande dificuldade de desafio já até
  • 00:13:55
    dialogando com o que você começa falando
  • 00:13:57
    que a gente tem é o é o cumprimento
  • 00:13:59
    dessa lei é que ela seja integralmente
  • 00:14:02
    cumprida por exemplo a gente tem uma
  • 00:14:04
    resolução do Conselho Nacional de
  • 00:14:06
    Justiça desse ano com relação ao
  • 00:14:09
    fechamento dos ditos manicômios
  • 00:14:11
    Judiciários chamados hospitais de
  • 00:14:13
    Custódia que é basicamente né uma
  • 00:14:15
    resolução que orienta o cumprimento da
  • 00:14:18
    lei
  • 00:14:18
    10216 e em que ponto que tá isso
  • 00:14:21
    chegamos a eliminar esses manicômios
  • 00:14:23
    Judiciários Ainda temos essa esse tipo
  • 00:14:26
    de instituição eh dentro do da nossa
  • 00:14:29
    rede de hoje agora não vou chamar de
  • 00:14:32
    rede de atenção psicosocial que completa
  • 00:14:34
    com todo esse sistema que você colocou
  • 00:14:36
    esses manicom Judiciários enfim a isso é
  • 00:14:39
    um dos Desafios que a esse movimento
  • 00:14:43
    pela reforma psiquiátrica que é o
  • 00:14:44
    movimento vivo ainda né Falando em vida
  • 00:14:47
    é um dos Desafios perfeito um dos um dos
  • 00:14:50
    principais e não só os manicômios
  • 00:14:51
    Judiciários Mas qualquer forma de
  • 00:14:54
    Manicômio até porque de novo o Manicômio
  • 00:14:56
    não é só uma instituição ele se
  • 00:14:57
    materializa de de maneira mais
  • 00:14:59
    pronunciada mais bem acabada nas
  • 00:15:02
    instituições manicomiais mas ele está
  • 00:15:04
    presente na nossa sociedade ele tá
  • 00:15:05
    presente não só no campo da Saúde Mental
  • 00:15:08
    ele tá presente na forma como eu lido
  • 00:15:10
    com a tal da criança problema ele tá
  • 00:15:12
    presente como eu a gente lida com as
  • 00:15:14
    contradições que nossa nossa própria
  • 00:15:17
    sociedade produz poderia mencionar uma
  • 00:15:20
    outra nova velha forma de Manicômio cada
  • 00:15:23
    vez mais presente na nossa sociedade
  • 00:15:25
    atual que são as comunidades
  • 00:15:26
    terapêuticas que inclusive não estão eh
  • 00:15:29
    por mais que estejam no Decreto 3088 que
  • 00:15:32
    é da rede de atenção psicossocial de
  • 00:15:34
    2011 que você mencionam né Eh mas assim
  • 00:15:37
    formalmente Elas têm ganhado dinheiro de
  • 00:15:39
    outros âmbitos de outros níveis né
  • 00:15:41
    estatais dos mais variadas hierarquias
  • 00:15:44
    mas que não necessariamente do da Saúde
  • 00:15:47
    então poderia mencioná-las e os
  • 00:15:49
    manicômios das suas formas mais
  • 00:15:51
    clássicas que são só serão de Fato
  • 00:15:53
    derrubados né eliminados assustados que
  • 00:15:56
    é até Talvez uma limitação da Lei 1016
  • 00:15:59
    porque ela não coloca de maneira
  • 00:16:01
    taxativa não temos que acabar com os
  • 00:16:03
    manicom algo progressivo gradual e a
  • 00:16:07
    gente sabe que nesse sentido né a
  • 00:16:09
    eliminação superação dessas instituições
  • 00:16:12
    mas ainda mais dessa lógica implica uma
  • 00:16:15
    perspectiva de transformação radical
  • 00:16:17
    substancial da nossa sociedade como um
  • 00:16:19
    todo quando você fala dessas
  • 00:16:21
    instituições e me traz a também uma
  • 00:16:23
    questão que é um conceito próprio da
  • 00:16:25
    reforma psiquiátrica dessa eh luta antim
  • 00:16:28
    ial desse toda essa política pela saúde
  • 00:16:31
    mental desse movimento né Eh por essa
  • 00:16:34
    por uma política de saúde mental
  • 00:16:36
    realmente efetiva que é a chamada
  • 00:16:41
    desinstitucionalização o que significa
  • 00:16:45
    desinstitucionalizar no âmbito da Saúde
  • 00:16:47
    Mental Prim que a gente costuma brincar
  • 00:16:49
    no campo que é um trava língua antes de
  • 00:16:50
    tudo a
  • 00:16:52
    desinstitucionalizar difícil né tanto
  • 00:16:54
    que a gente costuma falar de desin até
  • 00:16:56
    para facilitar e não não engolar o a a
  • 00:16:59
    nossa fala mas como você muito bem
  • 00:17:01
    coloca dentro dessa dessa esteira a
  • 00:17:05
    gente entende então que não nos serve
  • 00:17:09
    apenas retirar as pessoas dos manicômios
  • 00:17:12
    isso é fundamental é fundamental é
  • 00:17:15
    necessário que os manicômios sejam
  • 00:17:16
    findados enquanto instituições e num
  • 00:17:19
    processo de fim da lógica ailar
  • 00:17:21
    manicomial Mas e aí a gente tem que
  • 00:17:23
    prestar cuidado e tem que prestar um
  • 00:17:25
    cuidado que seja antagônico que seja
  • 00:17:27
    diferente daquele que supostamente Como
  • 00:17:30
    Eu mencionei Manicômio não é Cuidado não
  • 00:17:32
    é tratamento mas que supostamente estava
  • 00:17:34
    sendo colocado lá então a gente precisa
  • 00:17:36
    de toda uma
  • 00:17:37
    rede plural diversa de vários níveis de
  • 00:17:41
    atenção de assistência porque as pessoas
  • 00:17:44
    são plurais elas são diversas então para
  • 00:17:47
    atender as suas necessidades
  • 00:17:48
    assistenciais de produção de vida é
  • 00:17:51
    necessário que a
  • 00:17:53
    desinstitucionalização seja pessada em
  • 00:17:55
    rede integrada o que a gente chama não
  • 00:17:58
    caráter territorial comunitário então um
  • 00:18:01
    dispositivo e mecanismo fundamental para
  • 00:18:03
    isso é o que a gente chama de
  • 00:18:04
    residências terapêuticas ou serviços
  • 00:18:07
    residenciais terapêuticos que é
  • 00:18:09
    totalmente diferente das Comunidades
  • 00:18:11
    terapêuticas como é que acontece esse
  • 00:18:13
    então eles são para pessoas que foram
  • 00:18:15
    cronificada que ficaram tanto tempo nos
  • 00:18:18
    manicômios ou qualquer tempo nessas
  • 00:18:21
    instituições que chegou um momento uma
  • 00:18:24
    condição na qual sua autonomia foi toida
  • 00:18:27
    seus os vínculos familiares sociais
  • 00:18:30
    foram tolhidos de tal forma né que a
  • 00:18:34
    gente precisa que elas não apenas sejam
  • 00:18:35
    retiradas dos Manic é um tempo de
  • 00:18:37
    permanência fora do que seria o ideal
  • 00:18:40
    para um tratamento ao invés de cuidar ao
  • 00:18:43
    invés de melhorar saúde mental dessas
  • 00:18:45
    pessoas quando você fala em cronificar
  • 00:18:46
    São pessoas que passaram do tempo e
  • 00:18:48
    agravaram uma situação de transtornos
  • 00:18:51
    mentais é isso isso um pouco nessa
  • 00:18:52
    direção assim e às vezes a gente não
  • 00:18:54
    precisa nem por mais que na lei isso
  • 00:18:57
    seja quantificado mas às vezes um
  • 00:18:59
    Manicômio um dia pra pessoa lá já seja
  • 00:19:01
    algo deletério até porque como eh eh
  • 00:19:04
    como um outro teórico que Eu mencionei o
  • 00:19:06
    Fran só não fala né eles são
  • 00:19:07
    instituições de eh piora de agudização
  • 00:19:10
    de de adoecimento né mas então essas
  • 00:19:13
    pessoas que ficaram nos manicômios e que
  • 00:19:16
    essa estadia nos manicômios foi
  • 00:19:19
    suficiente para tolhas da sua própria
  • 00:19:22
    vivência autônoma dos seus vínculos
  • 00:19:24
    Então a gente tem as residências
  • 00:19:26
    terapêuticas nas quais as pessoas o nome
  • 00:19:28
    já diz Elas moram lá Mas moram lá com
  • 00:19:31
    quê com todo um apoio de Equipe técnica
  • 00:19:33
    lá com elas nessas residências e elas
  • 00:19:35
    estão em liberdades em liberdade então
  • 00:19:38
    assim elas inclusive podem ter acesso ao
  • 00:19:40
    benefício o direito do programa de volta
  • 00:19:42
    para casa que é uma renda que elas têm
  • 00:19:44
    para ir no mercado para fazer suas
  • 00:19:46
    compras para comprar o que elas ou seja
  • 00:19:48
    para viverem E aí nisso elas vão ter
  • 00:19:50
    toda uma retaguarda dos Caps das
  • 00:19:53
    unidades básicas de saúde de acordo com
  • 00:19:56
    as suas necessidades então Tô dando um
  • 00:19:58
    exemplo de uma possibilidade que as
  • 00:20:01
    próprias normativas que a reforma
  • 00:20:03
    psiquiátrica coloca de
  • 00:20:06
    desinstitucionalização que muitas das
  • 00:20:07
    pessoas tomam erroneamente algumas com
  • 00:20:11
    mal mais más intenções como sinônimo de
  • 00:20:15
    desospitalização não é apenas retirar do
  • 00:20:17
    manicômio é retirar e justamente colocar
  • 00:20:20
    em vogga toda essa lógica assistencial
  • 00:20:22
    que permita uma produção de vida o mais
  • 00:20:25
    autônoma possível não é confundir a
  • 00:20:27
    ideia de institucionalização com a ideia
  • 00:20:29
    de desfazer as instituições no caso do
  • 00:20:32
    manicômio é para de fato acabar mas aí o
  • 00:20:35
    que que a gente dá em troca o que que a
  • 00:20:37
    gente fornece substituição como
  • 00:20:39
    substitutivo a isso aí temos que pensar
  • 00:20:41
    em toda uma rede e essa rede hoje a rede
  • 00:20:44
    formada pelo SUS que tem os caps né o
  • 00:20:46
    Centro de Atenção psicossocial tem e os
  • 00:20:49
    são são os serviços residenciais
  • 00:20:52
    terapêuticos unidades de acolhimentos
  • 00:20:55
    leitos em em hospitais eu tenho alguns
  • 00:20:58
    números aqui do Ministério da Saúde 2020
  • 00:21:01
    são
  • 00:21:02
    2661 centros de apoio psicossociais
  • 00:21:06
    686 serviços residenciais terapêuticos
  • 00:21:09
    65 unidades de acolhimento e 1622 leitos
  • 00:21:13
    em hospitais dados de 2020 atualizando
  • 00:21:16
    isso deve estar um pouco melhor espero
  • 00:21:18
    esperamos essa rede hoje ela é
  • 00:21:22
    suficiente para atendimento da população
  • 00:21:25
    como é que tá esse quadro hoje como é
  • 00:21:27
    que tá esse
  • 00:21:28
    hoje
  • 00:21:30
    2023 ela precisa avançar demais assim
  • 00:21:33
    mas a gente tem que ter todo cuidado de
  • 00:21:35
    fazer essa crítica pra gente não
  • 00:21:38
    reproduzir certos discursos que buscam
  • 00:21:41
    justamente deslegitimar como se o
  • 00:21:43
    problema fosse dela como se o problema
  • 00:21:45
    fosse do SUS do Sistema Único de Saúde a
  • 00:21:49
    questão é que o seu processo de
  • 00:21:51
    implantação e aí remete aos Desafios que
  • 00:21:53
    você muito bem coloca né ele passou por
  • 00:21:56
    uma série de
  • 00:21:59
    de estagnações de recuos a gente vive o
  • 00:22:03
    que eu e outros pessoas têm denominado
  • 00:22:05
    sobretudo a partir de 2015 2016 um
  • 00:22:08
    período de
  • 00:22:09
    contrarreforma psiquiátrica na qual a
  • 00:22:12
    gente tem uma certa um certo tolhimento
  • 00:22:14
    por exemplo da expansão de caps o número
  • 00:22:18
    de caps que a gente tem que você
  • 00:22:19
    menciona é bastante insuficiente é muito
  • 00:22:22
    quem do que a gente gostaria assim como
  • 00:22:25
    de unidades de acolhimento assim como a
  • 00:22:27
    gente precisaria de muito mais mas no
  • 00:22:30
    sentido de fortalecimento também disso
  • 00:22:32
    então o problema não é a raps O problema
  • 00:22:35
    não é o SUS Um dos problemas que
  • 00:22:37
    atravessa rápidos o SUS é a falta de
  • 00:22:40
    orçamento é a falta de dispêndio de
  • 00:22:42
    verbas públicas e essa cont
  • 00:22:43
    contrareforma eh seria mais uma questão
  • 00:22:47
    orçamentária ou existem outras questões
  • 00:22:49
    aí por exemplo nós tivemos um um Boom né
  • 00:22:52
    um aumento do consumo de craque que gera
  • 00:22:55
    problemas de saúde mental na na
  • 00:22:57
    população especial princialmente na
  • 00:22:58
    população mais vulnerável é o caso grave
  • 00:23:00
    que a gente tem em São Paulo nós temos
  • 00:23:02
    lá a chamada
  • 00:23:03
    Cracolândia e esse problema se tornando
  • 00:23:07
    um problema social ele leva também
  • 00:23:09
    algumas decisões políticas no sentido de
  • 00:23:12
    eh segmentar eh as pessoas nesse com com
  • 00:23:17
    transtornos mentais adivinos ou então
  • 00:23:18
    com vício em craque para para esses
  • 00:23:21
    tratamentos específicos essa segmentação
  • 00:23:25
    né por tipos de transtornos m nas formas
  • 00:23:28
    de tratamento Isso faz parte dessa contr
  • 00:23:31
    contrarreforma é um problema ou é uma
  • 00:23:35
    questão que ajuda na política nacional
  • 00:23:38
    de saúde mental então Eh antes de tudo a
  • 00:23:41
    cont contrarreforma não é só
  • 00:23:43
    orçamentária se eu puder bem ser bem
  • 00:23:45
    sintético aqui ela tem alguns Pilares
  • 00:23:47
    constitutivos tá o primeiro diz respeito
  • 00:23:50
    à questão do orçamento que ela é um
  • 00:23:53
    processo de reprivatização ou de
  • 00:23:55
    privatização das perspectivas de cuidado
  • 00:23:58
    então o saqueio do fundo público da
  • 00:23:59
    verba pública que deveria para caps para
  • 00:24:02
    sus para instituições não governamentais
  • 00:24:05
    como as comunidades terapêuticas que não
  • 00:24:07
    são apenas não governamentais mas são
  • 00:24:09
    asilares e manicomiais e o segundo ponto
  • 00:24:12
    portanto é isso não é apenas privatizar
  • 00:24:15
    não é apenas mercantilizar Como é
  • 00:24:17
    manicomial o cuidado por isso que é uma
  • 00:24:19
    contrareforma ela vai na contramão do
  • 00:24:22
    que a reforma psiquiátrica tava propondo
  • 00:24:25
    e um outro Pilar constitutivo que é
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    fundamental da a gente mencionar ela tá
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    atrelada a um aprofundamento uma
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    ascensão conservadora de um
  • 00:24:33
    conservadorismo de várias frentes que aí
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    dialoga diretamente com isso que você tá
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    falando na minha avaliação
  • 00:24:40
    eh a o campo da de álcool e Outras
  • 00:24:44
    Drogas ele tem sido uma das principais
  • 00:24:47
    brechas que estão sendo utilizadas para
  • 00:24:50
    contrarreforma psiquiátrica para esses
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    retrocessos no campo da Saúde Mental de
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    modo geral até porque tem uma
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    perspectiva assistencial álcool Outras
  • 00:24:59
    Drogas tá dentro do guarda-chuva do
  • 00:25:01
    campo da Saúde Mental e uma delas é
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    justamente esse Pânico moral e aí remete
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    a sua pergunta lá do início de como que
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    o manicom essa lógica segregação Tem sim
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    um fundo moral é um Pânico moral
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    vinculado à suposta epidemia do craque
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    que não não que não seja um problema mas
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    que os próprios estudos científicos né
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    comprovam de maneira sem deixar né Eh
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    nenhum tipo de dúvida que não se tratou
  • 00:25:29
    necessariamente de uma epidemia de que é
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    um problema mas que De tudo um problema
  • 00:25:33
    social de pobreza de uma série de outras
  • 00:25:36
    coisas de desigualdade social de fome de
  • 00:25:38
    falta de acesso às políticas esses
  • 00:25:41
    fatores de desigualdade social que são
  • 00:25:44
    eh bastante graves no Brasil eles acabam
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    de alguma forma hoje ainda promovendo a
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    os problemas de saúde mental sim se
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    Saúde Mental é produção de vida é isso
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    eu tô comendo como meu como onde eu moro
  • 00:25:58
    eu moro como eu trabalho como é que is
  • 00:26:01
    se dá é obviamente que é complexo a
  • 00:26:04
    gente trabalha numa lógica aqui de
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    múltiplas determinações e mediações mas
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    evidentemente assim se eu entendo saúde
  • 00:26:10
    mental como produção de vida tudo isso
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    tá de fato conjugado E aí qual que é o
  • 00:26:14
    problema nessas perspectivas que a gente
  • 00:26:16
    tá aqui tratando enquanto retrocessos
  • 00:26:19
    Esquece tudo isso vamos segregar e
  • 00:26:21
    asilar ainda mais as pessoas como se o
  • 00:26:23
    problema fosse o craque ou a relação que
  • 00:26:26
    a pessoa estabelece com a droga ou mesmo
  • 00:26:29
    o seu transtorno dito transtorno mental
  • 00:26:32
    indo na contramão daquilo que a própria
  • 00:26:34
    reforma defende a gente vai deixar a
  • 00:26:35
    doença entre parênteses e olhar pra
  • 00:26:37
    pessoa como é que esse sujeito se produz
  • 00:26:40
    onde Em qual contexto em qual realidade
  • 00:26:42
    né Então essas perspectivas de
  • 00:26:44
    retrocesso que tem não só alco Outras
  • 00:26:47
    Drogas mas que tem na saúde mental de um
  • 00:26:48
    modo geral higienistas racistas como a
  • 00:26:52
    gente vê em perspectivas de internação
  • 00:26:54
    compulsória Como tem sido aventada em
  • 00:26:56
    várias realidades elas descaracterizam
  • 00:26:58
    toda essa complexidade que a gente tá
  • 00:27:00
    justamente aqui querendo colocar sob o
  • 00:27:03
    olhar da Saúde Mental bom Pedro Costa Eu
  • 00:27:07
    Quero Agradecer mais uma vez a sua
  • 00:27:08
    participação em nosso programa Obrigado
  • 00:27:10
    pela sua presença obrigado Eu que
  • 00:27:12
    agradeço aí parabenizo novamente pela
  • 00:27:14
    iniciativa e eu agradeço também a você
  • 00:27:16
    que acompanha a programação da TV Senado
  • 00:27:18
    assine o canal da TV Senado no YouTube
  • 00:27:21
    ative as notificações e acompanhe toda a
  • 00:27:23
    produção do Poder Legislativo
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