00:00:01
[Música]
00:00:04
Você já se perguntou por as pessoas que
00:00:06
são descendentes de Africanos estão em
00:00:09
várias partes do mundo hoje na América
00:00:12
Latina Estados Unidos Caribe nas ilhas
00:00:15
do Oceano Índico no oriente médio e até
00:00:18
mesmo na Índia há centenas de milhares
00:00:21
de anos os primeiros seres humanos
00:00:23
deixaram a África nosso continente de
00:00:26
origem para povoar o resto do mundo
00:00:30
a resposta para a nossa questão porém
00:00:32
nos leva a um período não tão distante
00:00:35
doloroso e que ainda afeta a imagem que
00:00:38
muita gente faz dos africanos e de seus
00:00:40
descendentes a escravidão é uma
00:00:42
instituição Universal em outras palavras
00:00:46
ela existiu de várias formas em muitas
00:00:49
culturas e sociedades
00:00:52
[Música]
00:01:00
a palavra escravo vem de eslavo povo do
00:01:04
leste europeu que frequentemente era
00:01:07
invadido e vendido como escravo durante
00:01:09
a idade média mas quando as pessoas
00:01:11
falam da escravidão Hoje em dia a
00:01:14
maioria pensa nos habitantes da África
00:01:17
Subsaariana e nos descendentes de
00:01:19
escravos africanos das várias partes do
00:01:26
mundo vamos voltar um pouco no tempo
00:01:29
para época do Comércio de escravos
00:01:32
especialmente para o período das grandes
00:01:34
navegações vamos assistir a uma animação
00:01:38
sobre a experiência e a lógica de
00:01:40
personagens da
00:01:43
época os personagens não são reais mas
00:01:46
são baseados em relatos de homens e
00:01:49
mulheres que viveram no tempo em que os
00:01:51
Mercadores de escravos cruzavam os
00:01:53
oceanos
00:01:56
[Música]
00:02:15
[Música]
00:02:24
[Música]
00:02:31
Senor Brooks é um grande comerciante de
00:02:34
escravos de Liverpool na Inglaterra ele
00:02:36
vai nos dizer por se envolveu na compra
00:02:39
e venda de seres
00:02:44
[Música]
00:02:46
humanos Graças aos esforços dos
00:02:48
Portugueses e Espanhóis a cana de açúcar
00:02:51
se adaptou ao clima do novo mundo
00:02:53
podemos agora ter grandes plantações de
00:02:55
uma única cultura para produzir açúcar
00:02:58
em larga escala
00:03:02
[Música]
00:03:10
as grandes famílias europeias eram
00:03:12
apaixonadas por açúcar mas o Alto Preço
00:03:15
impedia as pessoas mais pobres de
00:03:16
comprá-lo então tivemos que reduzir os
00:03:19
custos de produção tanto quanto
00:03:21
[Música]
00:03:23
possível no Novo Mundo tivemos a terra
00:03:26
certa e o clima adequado para a produção
00:03:28
em massa de cana de açúcar mas essa
00:03:30
cultura exigia uma grande força de
00:03:32
[Música]
00:03:35
trabalho quase todos os índios morreram
00:03:38
por causa de doenças trazidas pelos
00:03:40
primeiros colonos europeus E pela grande
00:03:43
crueldade dos
00:03:45
conquistadores os poucos Sobreviventes
00:03:47
eram em teoria protegidos pela igreja os
00:03:50
colonos não poderiam portanto
00:03:52
explorá-los da forma mais rentável para
00:03:55
o seu comércio
00:04:00
[Música]
00:04:03
aquelas terras distantes que muito
00:04:05
imaginavam estar cheias de canibais
00:04:07
assustavam muitos europeus e mesmo os
00:04:10
mais infelizes moradores da Europa
00:04:13
hesitavam ir trabalhar como Operários
00:04:15
agrícolas nas
00:04:24
[Música]
00:04:25
Américas então decidimos ir para o
00:04:29
continente negro nós já mantos boas
00:04:31
relações comerciais de longa data com
00:04:33
vários Reis africanos e alguns grandes
00:04:36
Comerciantes com os quais trocamos
00:04:38
principalmente Marfim ouro e
00:04:45
especiarias aos poucos com a permissão
00:04:48
deles nós construímos um punhado de
00:04:50
fortes em Pontos estratégicos ao longo
00:04:52
de toda a costa atlântica para proteger
00:04:55
os nossos Comerciantes e mercadorias e
00:04:57
as tripulações dos nossos navios os
00:05:00
fortes Foram ainda mais úteis para o
00:05:02
desenvolvimento do Comércio de
00:05:09
escravos a partir do século X as grandes
00:05:13
potências marítimas europeias da época
00:05:15
Portugal Inglaterra Espanha Holanda
00:05:18
França e Dinamarca começaram a fazer
00:05:21
dinheiro neste comércio os navios
00:05:23
deixavam os portos europeus carregados
00:05:25
de armas de fogo tecidos sofisticados
00:05:28
bebidas e produtos de Luo os bens eram
00:05:31
trocados na costa africana por homens e
00:05:34
mulheres feitos prisioneiros eles eram
00:05:37
então vendidos no novo mundo e forçados
00:05:40
violentamente à escravidão esses barcos
00:05:42
seguiam depois pelo Caribe ao longo da
00:05:44
costa atlântica da América do Norte
00:05:46
antes de voltarem para a Europa
00:05:48
carregados com açúcar café algodão Cacau
00:05:51
metais preciosos e outros produtos
00:05:55
outros barcos praticavam esse comércio
00:05:57
ligando a África à Américas
00:05:59
especialmente o Brasil Comerciantes
00:06:01
banqueiros seguradoras e donos de navios
00:06:03
tinham lucros
00:06:07
Fabulosos o mesmo modelo econômico que
00:06:10
foi usado desde o início do século X até
00:06:12
o início do século XX foi o centro do
00:06:15
Comércio de escravos no mundo árabe
00:06:17
[Música]
00:06:19
muçulmano durante vários séculos as
00:06:22
forças vitais do continente africano
00:06:24
foram roubadas para beneficiar outras
00:06:27
sociedades que se enriqueciam e
00:06:29
desenvolvam sobre a expulsão violenta e
00:06:32
o trabalho forçado de dezenas de milhões
00:06:34
de filhos e filhas da
00:06:36
[Música]
00:06:44
África musa estava esperando
00:06:48
impacientemente a sua iniciação ele ia
00:06:51
finalmente se tornar um homem o grande
00:06:53
Caçador bedik aprendendo Os Segredos das
00:06:56
florestas e animais hum mas muça nunca
00:07:00
foi
00:07:02
[Música]
00:07:04
iniciado ninguém me contou nada mas eu
00:07:07
acho que alguma coisa estava
00:07:09
acontecendo eu conversei sobre isso com
00:07:12
tumani o meu melhor amigo estava
00:07:14
praticamente certa a nossa iniciação
00:07:16
seríamos grandes guerreiros
00:07:21
Destemidos Todo mundo estava ocupado na
00:07:24
aldeia os preparativos superavam os do
00:07:27
Festival da colheita passada apenas meu
00:07:29
pai parecia
00:07:31
preocupado ele foi avisado de que
00:07:34
caçadores de homens foram vistos próximo
00:07:36
ao nosso
00:07:37
Vilarejo ao amanhecer foi acordado por
00:07:40
um grande alvoro pân gritos tiros por
00:07:43
toda parte a nossa aldeia estava so
00:07:46
ataque nossos guerreiros e as suas
00:07:48
lanças eram impotentes contra os hom que
00:07:50
carregavam armas de fogo até o mais
00:07:53
forte Guerreiro entre nós foi capturado
00:07:55
como animal selvagem
00:08:01
eu estava preso ao tonami por um pedaço
00:08:03
de pau colocado no pescoço nossas mãos e
00:08:05
pés estavam amarrados
00:08:08
juntos um cavalo tinha pisado no pé do
00:08:10
pobre coitado e ele estava
00:08:14
[Música]
00:08:16
mancando nós estávamos exaustos
00:08:19
caminhando a várias
00:08:21
Luas as mulheres e crianças pareciam
00:08:24
exaustas Nossa fila ficava maior a cada
00:08:27
parada quando novos cativos recrutados à
00:08:30
força por caçadores de homens se
00:08:32
juntavam a
00:08:33
nós depois de andar por milhas e milhas
00:08:35
eu vi a distância os contornos de uma
00:08:37
cidade enorme que parecia dominar todo o
00:08:40
[Aplausos]
00:08:43
deserto deve ter
00:08:45
sido meu pai me falava muito dela ele me
00:08:48
disse é uma cidade desonrosa uma cidade
00:08:50
onde seres humanos são
00:08:56
vendidos dois homens vieram ao Pátio
00:08:59
onde est
00:09:02
Eles vieram para o cercado Onde está
00:09:04
todos agrupados eles escolas
00:09:07
[Música]
00:09:10
pessoasa será levado pelo Deserto e
00:09:13
vendido para um comerciante
00:09:15
árabe ele será então castrado para valer
00:09:19
mais como um Guardião de mulheres mas
00:09:22
Musa Não
00:09:28
sobreviver comercializados nas rotas do
00:09:30
deserto rotas marítimas pelo mar
00:09:33
vermelho o Oceano Índico e o Mar
00:09:36
Mediterrâneo três rotas marítimas foram
00:09:39
usadas pelos Comerciantes de escravos
00:09:41
europeus a rota do Oceano Índico do mar
00:09:44
mediterrâneo e em escala massiva a rota
00:09:47
do Oceano
00:09:55
Atlântico Lala vem do Reino do Congo el
00:09:58
foi ada por caçadores de homens enquanto
00:10:01
buscava lenha para cozinhar o jantar ela
00:10:03
conta alguns momentos da viagem no navio
00:10:06
negreiro como se fosse um diário de
00:10:07
bordo embarque Tiraram a gente das celas
00:10:11
escuras e úmidas onde a gente ficou
00:10:13
amontoado durante várias
00:10:19
semanas levaram a gente de Canoa para um
00:10:22
dos navios enormes ancorados perto da
00:10:25
Fortaleza eu nunca tinha visto nada
00:10:27
assim
00:10:30
[Música]
00:10:32
mais homens brancos estavam esperando a
00:10:34
gente lá um homem branco com uma
00:10:36
cicatriz grande na cara pegou meu braço
00:10:39
me empurrou no
00:10:41
navio tava todo mundo com medo eram
00:10:45
muitas chicotadas gritos sangue a gente
00:10:48
foi jogado num porão escuro do navio
00:10:51
homens de um lado mulheres e crianças de
00:10:54
outro primeiro dia da Travessia
00:11:00
tava um em cima do outro tudo apertado
00:11:03
as correntes estavam bem Presas no casco
00:11:06
do navio e a gente quase não conseguia
00:11:08
se mexer eu não eu não conseguia
00:11:11
respirar direito quando a gente enjoava
00:11:14
com balanço do navio vomitava um no
00:11:19
outro era um cheiro de vômito misturado
00:11:22
com cocô xi suor tomando conta do porão
00:11:26
inteiro
00:11:31
segundo dia da
00:11:36
travessia eu fui arrancada com força das
00:11:39
minhas correntes junto com outras
00:11:43
meninas quando a gente estava no conis
00:11:46
três homens brancos pegaram os baldes
00:11:48
jogaram água do mar na nossa cara depois
00:11:51
esfregaram um pano sujo em mim e me
00:11:54
jogaram dentro de uma cabine com um
00:11:55
homem que parecia ser o líder
00:11:59
entregaram as outras meninas pros
00:12:05
marinheiros quarto dia da
00:12:11
travess navio
00:12:14
parou fic ancorado vários dias e a gente
00:12:18
só partiu de novo quando uns outros
00:12:20
escravos foram trazidos pro navio do
00:12:22
mesmo jeito que a gente tinha
00:12:30
pemba a menina Acorrentada do meu lado
00:12:32
esquerdo tinha parado de se
00:12:35
mexer a gente se entendia um pouco
00:12:37
apesar de falar línguas diferentes elas
00:12:39
eram bem
00:12:43
parecidas eu chamei mas ela não
00:12:46
respondeu o homem branco com a cicatriz
00:12:49
soltou ela e arrastou o corpo para jogar
00:12:53
no
00:12:55
mar as péssimas condições de transporte
00:12:58
dos navios tornavam frequentes os surtos
00:13:01
de doenças e faziam uma travessia ainda
00:13:04
mais angustiante para os cativos
00:13:06
africanos 17º dia da travessia às vezes
00:13:11
eles levavam a gente pro conv e fazzi a
00:13:13
gente dançar sob chicotadas
00:13:15
naquele dia eles colocaram a gente numa
00:13:19
fila com cuidado obrigando a gente
00:13:21
assistir uma cena horrível um homem que
00:13:24
tentou pular no mar levou muita
00:13:26
chicotada na frente de todo mundo os
00:13:28
grit
00:13:29
er insuportáveis e fizeram a gente tomar
00:13:33
coragem de
00:13:34
novo começamos uma revolta eles tinham
00:13:38
armas de fogo e espadas a gente tinha as
00:13:41
nossas mãos e as correntes que nos
00:13:43
prendiam dos 400 africanos uns 60
00:13:48
morreram a maioria mulheres e
00:13:50
crianças a gente venceu mas não sabia
00:13:54
manejar aquele navio enorme dava Voltara
00:13:59
perdidos no mar por mais de 15 dias
00:14:02
esperando a água e a comida
00:14:04
acabar torcendo em silêncio pra África
00:14:07
aparecer no
00:14:08
horizonte mas a África não apareceu nem
00:14:12
nenhum outro pedaço de terra morrer mas
00:14:16
morrer livre foi isso que a gente ganhou
00:14:19
a travessia forçada de Lala e de seus
00:14:22
companheiros durou apenas 17 dias por
00:14:25
causa da Revolta bem-sucedida mas navios
00:14:28
Negreiros podiam levar um mês e meio a
00:14:31
dois meses para atravessar da Costa
00:14:33
africana para o outro lado do Atlântico
00:14:35
dependendo do ponto de partida do ponto
00:14:38
de chegada e das condições do tempo
00:14:40
cerca de 20 a 30% dessas pessoas vistas
00:14:44
como mercadorias morriam durante a
00:14:46
viagem as taxas de mortes eram muito
00:14:49
próximas às duê do forçado pelo Deserto
00:14:52
do Saara as caravanas de escravos
00:14:54
cruzavam centenas de quilômetros sob um
00:14:56
sol escaldante com mal aliment e muito
00:14:59
pouca água o destino dessas vítimas foi
00:15:02
portanto não mais invejável do que o das
00:15:05
pessoas que tomaram as rotas do
00:15:07
Atlântico ou do Oceano
00:15:11
Índico monier m é um Colono na ilha de
00:15:15
burbon sua fazenda é altamente rentável
00:15:17
na produção de cana de açúcar e café ele
00:15:20
vai nos contar o seu método para
00:15:23
garantir que seus 182 escravos trabalhem
00:15:26
duro
00:15:32
[Música]
00:15:33
podia ser café Cora de açúcar ou
00:15:35
qualquer outro tipo de alimento a
00:15:38
fortuna de nossas colas tinha como base
00:15:40
uma fórmula simples trabalho
00:15:42
[Música]
00:15:47
escravo na minha fazenda lutei contra a
00:15:49
preguiça natural dos escravos com
00:15:52
métodos bastante vigorosos e eficazes
00:15:59
para justificar a exploração de seres
00:16:01
humanos foi criado o conceito de
00:16:04
hierarquia racial a suposta
00:16:06
inferioridade dos africanos será usada
00:16:09
para dar uma boa razão para que fossem
00:16:12
escravizados e para praticar terror
00:16:14
físico e emocional diário capaz de
00:16:17
mantê-lo sob domínio e combater
00:16:19
movimentos de
00:16:21
resistência sabíamos todas as artimanhas
00:16:24
que os traficantes de escravos usavam
00:16:28
para nos fazer pensar que os doentes
00:16:30
estavam em boa saúde nós enxergávamos e
00:16:33
sentíamos a mercadoria boa e ruim do
00:16:37
jeito que realmente estavam tentavam nos
00:16:40
enganar cobrindo de olhos cocos mas
00:16:43
apertável e pernas para verificar o
00:16:46
quanto os escravos eram vigorosos
00:16:59
da
00:17:00
Fazenda nós os transformável
00:17:04
[Música]
00:17:11
[Música]
00:17:28
mas me parecia que esta raça tão
00:17:31
fisicamente robusta e ao mesmo tempo tão
00:17:33
fraca mentalmente devia estar sob nosso
00:17:36
controle como os animais o estatuto
00:17:39
jurídico dos escravos definido por
00:17:42
textos como o código noar O código negro
00:17:44
o código de escravos de Barbados tratava
00:17:47
os africanos capturados como bens móveis
00:17:50
Posses sobre as quais o mestre tinha o
00:17:52
controle completo os senhores podiam
00:17:55
inclusive mandar matar os escravos como
00:17:57
forma de punição
00:17:59
esse texto era muito frouxo nas fazendas
00:18:02
os verdadeiros senhores tinham que ser
00:18:05
muito mais firmes Eu costumava insistir
00:18:08
que quando houvesse um castigo no campo
00:18:11
os outros escravos tinham que assistir o
00:18:14
chicote podia estalar nas costas só de
00:18:16
um homem mas todos os outros iam sentir
00:18:19
o terror do seu senhor e as terríveis
00:18:22
consequências da sua
00:18:24
raiva castigos 20 chicotadas
00:18:28
Car com a Flor de Lis cortar o tendão
00:18:31
ser pendurado pelas costelas açoite até
00:18:34
a
00:18:36
morte tudo isso fazia de mim aos olhos
00:18:39
deles o mais monstruoso e temível dos
00:18:42
homens e quando eu mandei um pro
00:18:44
calabolso eu quase podia ver o alívio em
00:18:47
seus olhos parecia querer me agradecer
00:18:50
por condená-lo apenas a passar fome e
00:18:52
sede durante dias na
00:18:56
escuridão era por causa do terror que eu
00:18:59
inspirava nos meus escravos que a minha
00:19:01
fazenda Era um modelo e meus lucros
00:19:03
estava entre os mais altos da
00:19:09
Ilha mas todo esse trabalho demorado foi
00:19:12
perdido no levante de
00:19:14
sanl a noite em que minha fazenda foi
00:19:17
destruída por meus
00:19:24
escravos Juan nasceu na escravidão em
00:19:28
Cuba
00:19:29
a mãe dele foi vendida o pai que havia
00:19:32
tentado fugir muitas vezes ele viu ser
00:19:35
enforcado Juan vai nos contar como sua
00:19:38
longa jornada de trabalho diária era
00:19:46
organizada todas as manhãs menos domingo
00:19:49
oo tocava 6
00:19:53
horas o caminho até a plantação de cana
00:19:55
de açúcar era
00:19:58
Estava caminhando junto com a maioria
00:20:00
dos escravos da
00:20:07
Fazenda no campo você tinha que se
00:20:09
abaixar puxar o cle da cana e cortar com
00:20:12
dois ou três golpes pesados de
00:20:15
facão os adultos cortavam a cana com um
00:20:17
golpe só depois de cortada a gente
00:20:20
arrancava as folhas da planta sempre com
00:20:23
facão Isso é o que a gente fazia todo
00:20:26
dia
00:20:29
eu sentia o sol queimar a minha
00:20:31
pele era um trabalho muito
00:20:36
cansativo Agora eu entendo porque meu
00:20:39
pai sempre tentou
00:20:43
fugir ele me disse que o senhor da
00:20:45
fazenda forçava a gente a trabalhar como
00:20:48
animais mas que eu nunca podia esquecer
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quem eu era um ser humano e não uma
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besta dos Campos nascida PR cana o café
00:20:55
a banana ou algodão
00:21:00
Às vezes o feitor me mandava ir esvaziar
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vagões cheios de cana eu tinha que
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colocar tudo no triturador tem que ser
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muito forte para fazer a máquina
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trabalhar e tirar o caldo de cana até o
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final os homens continuavam chegando até
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a máquina com mais cana para
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Moer depois recomeçava tudo de novo e de
00:21:22
novo nemum per
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[Música]
00:21:31
assas
00:21:34
normes quando não era tempo de
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colheita o meu dono me alugava Senor
00:21:40
Garcia eu tinha que ir trabalhar nas
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minas dele conheci outros escravos por
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lá eles não falavam uma palavra de
00:21:48
espanhol mas sabiam muito sobre o
00:21:50
trabalho nas
00:21:51
[Música]
00:21:53
minas eu S vola minha Cabana noite Eng
00:21:58
[Música]
00:22:00
umes de
00:22:02
[Música]
00:22:07
cair Juan trabalhava em plantações como
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a maioria dos escravos mas alguns deles
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ficavam encarregados de tarefas
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domésticas na Casa
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Grande às vezes eu ia com calo para o
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Rio ajudar a lavar os
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cavalos era motorista motorista do
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Senor bem
00:22:30
vestido ele me contou que quando levava
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o Mestre na cidade às vezes conhecia
00:22:35
negros donos de pequenos
00:22:39
[Música]
00:22:40
negócios uns conseguiam ser até
00:22:44
artesãos tinha alguns que eram
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livres mas era coisa rara porque
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dificilmente um senhor deixava seu
00:22:51
escravo comprar Liberdade
00:22:57
[Música]
00:22:59
numa noite de domingo o mestre me viu
00:23:01
olhando para um livro que caro trouxe da
00:23:03
cidade de presente para mim o senhor
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normalmente era bom comigo mas ficou
00:23:09
furioso e pegou o livro da minha mão
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essas coisas não são pros escravos
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gritou me encarando nos
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olhos escravos eram muitas vezes vistos
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apenas como cortadores de cana mas na
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verdade os escravos ocupavam funções
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diferentes na sociedade escravocrata por
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exemplo a construção de prédios estradas
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portos navios ou funções no exército
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entre outras no caso do Comércio de
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escravos no mundo árabe e muçulmano os
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escravos às vezes ocupavam funções muito
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importantes oficiais de alta patente do
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exército assessores pessoais de
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soberanos alguns deles ocupavam até
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postos importantes de
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comando seja no comércio Transatlântico
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de escravos ou no comércio de escravos
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no mundo árabe m humano os homens e
00:23:59
mulheres reduzidos à escravidão
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trouxeram com eles valiosos
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conhecimentos e habilidades como domínio
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de várias técnicas na agricultura
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construção navegação fluvial mineração e
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metalurgia dessa forma eles ajudaram a
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exportar as habilidades e tecnologias
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africanas para os países que os
00:24:22
[Música]
00:24:25
exploraram Nani vem do império a
00:24:29
quando criança ela foi capturada vendida
00:24:32
e enviada para as Índias ocidentais
00:24:34
britânicas seu único pensamento desde
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que chegou tem sido fugir para as
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montanhas azuis sinônimo de fuga e
00:24:46
liberdade decidimos fugir da Fazenda faz
00:24:49
alguns
00:24:50
meses aproveitamos o momento em que o
00:24:52
feitor começou a chicotear uma mulher
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grávida meu irmão voou para cima dele
00:24:57
pastão soco para derrubar o
00:24:59
[Música]
00:25:02
homem outros escravos decidiram se
00:25:04
libertar e fugir
00:25:06
conosco Para confundir o Capitão do Mato
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nosso grupo teve que se
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dividir a gente sabia que os colonos
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brancos Os Cães de Caça e um pelotão de
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soldados de prontidão na ilha estavam
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atrás de
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nós encontramos abrigo em um ponto
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estratégico nas montanhas de onde dava
00:25:27
para ver o avançando era fácil atacar
00:25:31
[Música]
00:25:34
primeiro Nossa comunidade ficava mais
00:25:37
organizada e bem
00:25:39
estruturada a gente vivia de nossos
00:25:41
cultivos da criação de animais da caça e
00:25:44
da coleta mas era difícil não lembrar de
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outros escravos nas plantações
00:25:48
[Música]
00:25:51
às vezes meu grupo fornecia veneno para
00:25:54
eles poderem se livrar dos Senhores
00:25:55
autoritários ou mesmo sádicos
00:26:00
também invadíamos as fazendas sempre que
00:26:02
dava queimando as colheitas os campos e
00:26:04
roubando
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[Aplausos]
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gado Nessas horas a gente libertava mais
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escravos eles passavam nosso
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lado inglê perdeu causamos tantas
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derrotas que a Inglaterra foi obrigada a
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assinar um tratado reconhecendo a nossa
00:26:20
liberdade
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[Música]
00:26:27
independ panha abolicionista E pela
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grande popularidade de alguns líderes
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como William Wilber Force na Inglaterra
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Victor scher na França Frederick Douglas
00:26:37
e harriet tubman e Joaquim Nabuco no
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Brasil os estados escravocratas foram
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obrigados um a um a abolir a escravidão
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ironicamente no despertar da Abolição da
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escravidão donos de escravos eram
00:26:51
Compensados pelas autoridades por suas
00:26:53
perdas de propriedade mas em nenhum caso
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os escravos que foram Foram as únicas
00:26:59
vítimas desse sistema receberam alguma
00:27:01
compensação são essas revoltas numerosas
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repetidas cada vez mais organizadas que
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irão contribuir para a progressiva
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abolição da escravidão a partir de
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1791 da grande revolta de escravos em
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Santo Domingo até a abolição no Brasil
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em
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1888 enfim livres os escravos venceram
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depois de travar uma batalha de por mais
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de 400 anos das Aldeias africanas para
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os porões dos navios Negreiros E
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plantações esses homens e mulheres
00:27:38
constantemente se revoltaram protestando
00:27:41
contra uma situação de vida
00:27:43
[Música]
00:27:49
desumana a história desses homens e
00:27:51
mulheres é a história do nascimento de
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sociedades multiculturais construídas
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pela Miss enação do descendentes dos
00:27:59
índios dos africanos de europeus e
00:28:02
asiáticos é a história da música que nos
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movimenta e que ouvimos todos os dias
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Blue salsa samba maiola hip-hop regatom
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é a história do Candomblé brasileiro do
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sincretismo religioso dos
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orixás das formas de movimento corporal
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entre a dança e a luta como a capoeira é
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a essência do tango esses homens
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mulheres e seus descendentes conseguiram
00:28:31
transcender a opressão sem precedentes
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para deixar para a humanidade como um
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todo uma herança de imenso valor no
00:28:39
campo das Artes conhecimento e
00:28:41
pensamento na política na
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espiritualidade que na ética
00:28:46
[Música]
00:28:58
Fruit dearb je me souviens de Martin
00:29:00
Luther King ET Son rêve dans lequel les
00:29:02
hommes serent ég ET prêt Pour la trêve
00:29:04
je me souviens de Marcus garv le proph
00:29:06
Man de Malcom de Nation of islam je me
00:29:09
souviens de mohammad ali ET de sa frappe
00:29:12
légendaire un Brave avec un Fort caract
00:29:14
je me souviens quand Jordan S le va dans
00:29:16
les Air quand hin B Fit le Vent ET la
00:29:19
poussi je me souviens tu rappelé de Son
00:29:21
jeu en sorc Son Talent a pouss le Ballon
00:29:24
dans le filet je me souviens deure
00:29:27
impressionnante olymp qui peut te
00:29:29
laisser dans la tourmente je me souviens
00:29:31
aussi de ET dez enflammé de Jim ET de gu
00:29:35
dibl je me souv de bi King
00:29:44
dewing Couch T Car sur un Son de Michael
00:29:47
le ro de la pop James B dans le hip je
00:29:51
me souviens de Madame morison rens Pour
00:29:53
plume les belles la tte dans l'enclume
00:29:56
je me souviens de R de bons hommes au
00:29:59
Bon cur qui Av de Bon Karma je me
00:30:01
souviens Du con ou Encore Du vaou
00:30:03
Religion doublé transcendent là-bas je
00:30:06
vois des G qui survivent dans ce ET les
00:30:09
rvolt qui dans sur je me souviens deas
00:30:13
ET dees Bell
00:30:15
hi noblesse
00:30:18
[Música]
00:30:44
esses escravos triunfaram depois de
00:30:46
serem oprimidos por muito tempo Eles
00:30:49
responderam à violência e à Vida
00:30:52
desumana com resistência resistência
00:30:55
física incontáveis revoltas como a do
00:30:58
Haiti primeira república a aplicar a
00:31:01
universalidade dos Direitos Humanos
00:31:04
resistência diária através de mil
00:31:06
truques para minar o sistema
00:31:08
escravocrata e principalmente
00:31:10
resistência cultural através da Dana e
00:31:13
da música da religião e da língua eles
00:31:17
provaram que a falta de humanidade e a
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barbárie não eram características
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daqueles escravizados Por meios da
00:31:25
violência mas dos opressores o comércio
00:31:28
de escravos e a escravidão são agora
00:31:31
coisas do passado mas eles deixaram em
00:31:33
seu Rastro o racismo um veneno
00:31:36
resistente que assola nossas sociedades
00:31:38
até
00:31:39
[Música]
00:31:42
hoje desde 2001 o comércio de escravos e
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a escravidão são reconhecidos como
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crimes contra a humanidade no direito
00:31:51
internacional Mas isso significa que a
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escravidão não existe mais será que não
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tomou o formas menos evidentes enquanto
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ainda transforma seres humanos em
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propriedade uns dos
00:32:05
[Música]
00:32:17
outros ações para combater as novas
00:32:20
formas de escravidão o racismo e a
00:32:23
discriminação racial não acabaram
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são tomadas todos os dias em grandes
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organizações internacionais Como a
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Unesco e até mesmo no pátio da escola
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uma coisa certa todos nós podemos fazer
00:32:39
a nossa parte e assim ajudar a fazer do
00:32:43
mundo um lugar mais
00:32:48
[Música]
00:32:56
justo ah ah please Let Me Free ah Let Me
00:33:05
Free Let Me
00:33:06
[Música]
00:33:13
Free do you hear the Bullet shot shot by
00:33:19
The Running through the Crowd anding in
00:33:24
Tears do you hear the Crying
00:33:30
Walking on
00:33:33
m g g houting g g gust gust gust Let Me
00:33:40
Free It's enough please Let Me
00:33:45
Free Let Me
00:33:48
Free Let Me
00:33:50
[Música]
00:33:52
Free please let
00:33:55
me let me
00:33:59
Let Me
00:34:05
Free don't shoot me
00:34:08
BR don't shoot me
00:34:10
brother don't shoot me
00:34:14
BR shoot me
00:34:19
BR i
00:34:23
[Música]
00:34:31
Sam
00:34:32
[Música]