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[Música]
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[Música]
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essa idéia da igualdade da
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universalidade em oposição a um destino
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onde quem o sujeito é na sua experiência
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cotidiana no lugar onde ele se insere no
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seu cotidiano implica também os seus
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direitos nas suas prerrogativas e o
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clube e rafa vai sugerir é que o
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conceito de cidadania entre em cena
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ainda com significa ações que são
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próprias de uma concepção de mundo
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anterior definida aqui em torno da
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adoção diversidade ou seja a cidadania
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aparece como palavra mas ela está sendo
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entendido está sendo significada a
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partir de um repertório que é o
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repertório ainda próprio da velha ordem
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do antigo regime e que essa transição e
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que essa é sam é essa ressignificação
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vai sendo feita de uma maneira bastante
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gradual
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é essa operação que o guerra' faz nesse
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trabalho em outros que se seguiram em
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que ele procura enxergar por que
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caminhos de que forma da modernidade foi
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ganhando forma
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na américa espanhola pós independência e
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ele busca esses sinais de modernidade
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reconhece sim existe uma dimensão
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revolucionária porque eles estão
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presentes e no entanto eles estão
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presentes em um movimento de transição
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que é lento e que é gradual para
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terminar o guerra' foi por um lado
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bastante aplaudido e esse trabalho teve
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uma repercussão extraordinária irco low
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foi traduzido foi um trabalho marcante
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em termos dessa trajetória das
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interpretações sobre a américa espanhola
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e ele colocava novos eixos para esse
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debate
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esses novos eixos também
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colom movimentos que aconteciam na
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frança
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vocês aqui já leram um ranço fácil rei
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da revolução francesa conhece os autores
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se inclusive era alguém próximo do
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guerra' conviveram academicamente na
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frança cansar que o rei tem vários
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livros publicados em português
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pensar a revolução francesa são livros
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brilhante em tipo se ocorresse contrapõe
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à toda a historiografia tradicional que
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tem sua revolução francesa
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principalmente a historiografia marxista
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chamando atenção para o seguinte à
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revolução francesa não estava
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predestinada a ser uma revolução liberal
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a não ser uma revolução social
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mas a anunciar uma revolução social que
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viria depois que seria a revolução russa
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ele fala muito em como a historiografia
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construir um caminho em que houve a
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revolução francesa liberal burguesa e
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depois houve a revolução russa
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bolchevique e uma revolução de caráter
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social e que sempre se leu a revolução
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francesa como uma antessala daquilo que
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viria depois
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imprimindo se nelas sentidos que não
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estavam dados então só de você falar
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imprimindo nela sentidos que não estavam
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dados a evolução francesa vai dizer com
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que o rei tem que ser vista na sua
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imponderabilidade os acontecimentos têm
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com o papel fundamental na construção na
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construção de sentidos de horizontes de
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significados que não estavam dados de
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antemão onde eu queria chegar com tudo
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isso
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se errar muito
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em diálogo com o que era um autor que
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ele admirava o autor que ele tinha como
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interlocutor ele de alguma forma também
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faz um trabalho aqui nesse seu livro que
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é um trabalho de quebrar com todas as
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concepções de verdade
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estabelecidas de influências
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pré-estabelecidas de processos
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consentidos pré-estabelecidos e valoriza
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isso é fundamental aqui pra nós ele
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valoriza essa dimensão do acontecimento
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da experiência e da construção de um
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novo repertório de novas concepções
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políticas culturais novas concepções de
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conhecimento sim estão abertas a esse
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momento de uma interrupção da
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modernidade não é exclusivamente
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americano mas está em várias partes está
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sem dúvida alguma na frança e está sem
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dúvida alguma na espanha
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na espanha também com muitos nativos ele
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também vai falar da espanha com esse
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mesmo tom
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então essa opção da modernidade é algo
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que atravessa que permeia os
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acontecimentos na américa latina
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mas o que ele insiste em dizer é que
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essas coisas que atravessam não estão
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carregando e modelando de uma forma a
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turística os processos
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esses processos estão em aberto esses
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processos são marcados pelos
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acontecimentos pela experiência de
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decodificar de reelaborar de dar sentido
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e esse esforço de decodificar de se
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apropriar das vezes é apropriada ao
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sentido que não é necessariamente aquele
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que está sendo empregado por um autor x
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na frança esse processo é um processo
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bastante gradual bastante lento em que o
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novo vocabulário novo eu digo em termos
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de moderno liberal ilustrado entra em
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cena mas ele entra em cena muitas vezes
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ainda carregado de sentidos que são
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fiéis ao velho repertório que são fiéis
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à velha ordem e isso não significa que
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tudo tenha parado aqui quer dizer
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cidadania é só pra forma não é só pro
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forma ele está sendo amparado a essa
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nova esse novo momento da história
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hispano americana de cultura com espanha
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de guerra de se pensar quem vai mandar
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quem não vai
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qual é o território qual é a
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constituição que tipo de constituição
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nós queremos que o lugar dos estragos
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dos índios
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em meio a tudo isso o conceito de
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cidadania é estratégico e é desejável
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mas os sentidos que vão se conseguirá
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eles são sentidos ainda permeados ainda
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carregados de concessões que não são
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aquelas de uma cidadania idealizada do
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ponto de vista filosófico existe uma
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transição aqui de compreensão do mundo
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de horizontes políticos de vocabulário
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político que faz parte de uma
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experiência social e portanto de uma
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experiência em que tudo é um pouco
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imponderável em aberto e as coisas vão
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se definindo passo a passo é por isso
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que o ambiente quando falou olha lá no
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século 18 nas formas bonitas nos
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jesuítas já pensaram a independência a
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posição do que raios a um debate é de
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que não é de que essa perspectiva clara
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sobre o desejo de ruptura e o desejo de
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fundação de uma nova ordem é algo que só
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vai se tornar historicamente possível a
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partir dos acontecimentos o dono de 1808
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da invasão de tardes e da ausência de
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fernando 7º no trono espanhol
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ou seja é fundamental aqui recolocar
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essa história das independências como
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algo que foi sendo tateado elaborado e
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ressignificado continuamente por pelos
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homens que viveram esse processo e
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sujeito é claro há muitas angústias há
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muitas apreensões é para a gente retomar
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a imagem do bolívar que participa de
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tudo isso e procurando responder às
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pressões do seu tempo e terminar sua
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vida desolado olhando para trás e
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acreditamos que tudo o que ele quis
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construir rio
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essa angústia de não na vida de um
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indivíduo não se contemplar e sítios
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históricos mais lentos que não podem ser
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contra
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casos em um espaço muito curto então a
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perspectiva do guerra' para encerrar
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agora é uma perspectiva que valoriza
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muito inspirado no que se refez com a
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revolução francesa
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quem é que nunca leu se o rei deveria
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ler porque ele como historiador ele
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desarmar certas verdades com muita
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sagacidade uma aula de história
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geografia
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então o que o rei fez com a revolução
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francesa o guerra' vai procurar fazer
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com as revoluções pela americana
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reconhecendo aquilo que o charme falou
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de que olha as questões locais
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específicas das contradições
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tudo isso é importante e reconhecendo ao
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mesmo tempo que um pouco aqui na linha
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do gol deixou a revolução francesa que
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esses acontecimentos atlânticos são
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importantes
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agora o que importa de fato é a forma
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pela qual essas coisas se encontraram e
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foram sendo assumidas afirmados
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desenhadas pelos sujeitos que viveram
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essa transição e essa transição que
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errar é uma transição que vem de um
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mundo tradicional como o mundo moderno e
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na transição as coisas são muito
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polissêmica ou seja os sentidos tem um
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arco de variedade e esse arco vai sendo
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moldado aos poucos
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macu de possibilidades de significação
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que está dado pela experiência histórica
00:10:25
e essa experiência vai ao mesmo tempo e
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interagindo vai ao mesmo tempo ajudando
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a fortalecer certas significa ações em
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detrimento de outros
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a última consideração que eu quero fazer
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ainda sobre a guerra é uma coisa que
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tinha começado a falar interrompe o que
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errar por um lado o livro foi muito bem
00:10:47
recebido muito discutido e se tornou uma
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matriz terá para muitos trabalhos que se
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fizeram desde então sobre o tema das
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independências hispano americanas e por
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outro lado ele foi muito criticado
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porque é que ele foi muito criticado
00:11:02
porque de alguma forma ele reiterava uma
00:11:06
velha
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a perspectiva de que a américa espanhola
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estava mais apegada a tradição do que a
00:11:14
modernidade a nessa transição embora
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exista transição e ele sabe disso ele
00:11:21
vai constatando tanto os descompassos
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entre que enxerga que e um modelinho do
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hardware mas né
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e os espaços de sociabilidade e os
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impressos os jornais a opinião pública a
00:11:33
esfera pública essa coisa que funda a
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modernidade na américa espanhola era a
00:11:40
receita era limitada era circunscrita
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quer dizer não dá pra entender sociedade
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latino-americana hispano-americanas no
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caso
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não dá pra entender a sociedade hispano
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americana a partir desta chave porque a
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chave estava de todo ausente mas ela era
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muito pontual ela existia em verdadeiras
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ilhas e portanto a modernidade era algo
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que estava no horizonte ainda longínquo
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sendo a tradição realmente um lugar a
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partir de onde falavam e agiam essas
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sociedades hispano americanas eo errado
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foi cobrado por isso quer dizer disse
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olhar para a américa espanhola em busca
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de premissas que não explicam a
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realidade local explicam porque elas são
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construídas a turística mente um
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esperador vive sempre esse drama de
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tentar sair do turístico e muitas vezes
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recair nele o guerra
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entretanto procurou dar uma resposta a
00:12:41
essas críticas
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e essa resposta é uma resposta muito
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fértil muito interessante em um livro
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que ele organizou com o historiador a
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francesa chamada anne clã terrier e esse
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livro tem na nossa biblioteca se chama
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ou espaços públicos na e deram américa
00:13:04
existe em espanhol nos estádios públicos
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em ibero américa
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esse livro é um livro em que o próprio
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título sugere o guerra abraça uma noção
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que vem sendo produzida
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por todos os críticos do hardware mas
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não só pelo de errar em que a noção de
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esfera pública tão engessada burguesia
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café e jornais letrados vai passar a
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reconhecer outros sujeitos e outras
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formas de discussão política que não
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necessariamente se enquadram isso ou
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seja os stars os públicos nos rural
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indica um reconhecimento da em fevereiro
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generalidade da propriedade de situações
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em que a modernidade a república a
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crítica também podiam se construir e
00:14:04
nesse livro de errar vai falar de quem
00:14:07
ele planta rr vários autores que
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colaboram com o livro de mulheres de
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homens letrados de populações rurais que
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não necessariamente freqüentavam um café
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e de um jornal mas que freqüentavam as
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portarias que eram bares e necessárias
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alguém iria jornal ele em voz alta uma
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certa notícia ea notícia com era
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discutida por todos e isso depois era
00:14:32
contado através do chamariz dos chamados
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rumores os boatos de boca em boca
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chegava lá nos consumos do território e
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lá também havia alguém que sabia o que
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estava acontecendo que tinha uma posição
00:14:47
a respeito de eventualmente se levantava
00:14:50
ou tomava uma decisão com base nessa
00:14:52
informação ou seja a circulação de
00:14:56
informações que estaria na origem da
00:15:00
construção dessas relações políticas
00:15:03
modernas liberais ilustradas não
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necessariamente defenderam desse
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universo organizadinho de burguesia de
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jornal de café mais essa construção das
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relações políticas e culturais modernas
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liberais também entrou em cena por
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outras brechas por outros caminhos
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que passavam pela oralidade não só pelo
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escrito que passavam pelas imagens não
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só pelo texto que passavam todos
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sujeitos por homens de diversos grupos
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sociais de diversas realidades sociais
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que não eram burgueses
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até porque o conceito de burguesia é
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sempre um conceito bastante complicado
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para se pensar a sociedade explanou
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americanas desse período ou seja não é
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porque não se encontra a burguesia que
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não se encontra um movimento de se
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abraçar esse tipo de repertório guerra a
00:16:07
chama de modernidade e o texto ataca em
00:16:13
cheio esse problema ou seja de que por
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espaços públicos heterogêneo os variados
00:16:21
em termos sociais em termos das formas
00:16:24
de comunicação em termos das formas de
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manifestação política
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tudo isso teve uma cara muito específica
00:16:32
mas nem por isso deixou de ser moderno e
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republicano
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essa é a hipótese de guerra começa a
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semear aqui amadurece nesse livro
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chamado os estádios públicos na
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ibero-américa e uma hipótese que vem
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servindo de ganso que vem servindo de
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provocação para muitos autores
00:16:56
contemporâneos que procuram olhar então
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para a concretude dessas experiências
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desses espaços públicos dessa circulação
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de informações em que de alguma forma o
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moderno o liberal estava assim presente
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mais porto ter cursos um pouco
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inesperados mil esperados neste será
00:17:20
dulce se nós não tomarmos como ponto de
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partida essa premissa filosófica aqui do
00:17:25
hardware mas então nós temos hoje todo
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tipo de historiografia que vai discutir
00:17:30
o cotidiano no uruguai durante as
00:17:33
guerras de independência significa viver
00:17:35
e montevidéu durante as guerras de
00:17:37
independência que experiência é essa
00:17:39
o outro livro que vai se perguntar ele
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está na história da vida privada nos
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time a coleção história da vida privada
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no chile e próprias para as empregadas
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domésticas 3 para serventes do ar o que
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significou a independência o que mudou
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nas relações de trabalho dentro do lá
00:17:57
dentro do espaço da família no chile do
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século 19 vai se perguntar que
00:18:03
experiência é essa aqui e concretude da
00:18:07
no céu de de liberdade de igualdade da
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república se expressa dentro do lar seja
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podem até imaginar qual é a conclusão do
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autor com relação a isso mas então é a
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historiografia hoje vem explorando esses
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muitos caminhos abertos que às vezes são
00:18:25
super específicos né é um grupo são as
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mulheres a independência são os índios
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na independência ou é uma mulher
00:18:33
específica um cacique indígena
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exercícios são caminhos bastante
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ramificados isso tem a desvantagem de
00:18:41
nos afastar das grandes interpretações
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ramificar às vezes demais por outro lado
00:18:48
essas ramificações são a única forma
00:18:50
possível de se alcançar essa concretude
00:18:54
das experiências sociais
00:18:56
[Música]