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o programa seguir tem classificação
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indicativa livre
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é
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a ufpi tv apresenta uma série de
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programas especiais sobre os princípios
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bioéticos e éticos que regem a
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realização de pesquisas científicas
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aqui no brasil hoje nós vamos falar
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sobre a ética em pesquisa em saúde
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mental
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o nosso convidado é o professor do
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departamento de medicina forense e
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psiquiatria da universidade federal do
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paraná roberto raach sic
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olá professora também eu queria entender
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quando a gente fala é da realização de
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pesquisas na área de saúde mental
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quais são os cuidados adicionais que o
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pesquisador precisa tomar para realizar
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suas pesquisas em saúde mental ela acaba
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lidando com um portador de transtornos
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mentais que são considerados vulneráveis
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pelo comitê nacional de ética em
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pesquisa e portanto uma série de
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cuidados são 1 são necessários pra
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resguardada a segurança desses pacientes
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e autonomia
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agora é de que maneira que se entende
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quem tem transtorno mental ou não no
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nosso país atravessa e existe uma série
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de entrevistas estruturadas que permitem
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esse diagnóstico diagnóstico de
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transtornos mentais transtornos mentais
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são transtornos bastante bastante
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heterogêneos né é que variam em
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gravidade e cerca de 30 por cento da
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população têm pelo menos um transtorno
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mental que pode ser de fobias medos
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simples até quadros graves como
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esquizofrenia em programas anteriores
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aqui professora a gente bateu muito a
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questão é do direito do participante de
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pesquisa em aceitar ou não ser um
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participante de pesquisa como que isso
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funciona quando se trata de um
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participante que têm transtornos mentais
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como eu falei ah o transtorno mentais
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eles são considerados vulneráveis uma
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população vulnerável
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então o col os comitês locais comitê de
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ética em pesquisa têm que tomar o maior
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cuidado na análise
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os protocolos de pesquisa no sentido de
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ver se aquele aquela pesquisa oferece um
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risco desnecessário propor o sujeito
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para o portador de transtorno mental e
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mas na maioria dos portadores de
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transtornos mentais na verdade ele tenha
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autonomia e poderia dar o consentimento
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informado porque não não há um prejuízo
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da crítica do juízo crítico da realidade
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são só alguns quadros de psicose ou
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quadros com défices cognitivos
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importantes como demências em que acesse
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esse prejuízo
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dada a capacidade de dar o direito
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o consentimento informado agora quem
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precisa pesquisar com esse tipo de
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público que deve fazer até essa
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autorização é preciso um protocolo de
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pesquisa já colocar um responsável legal
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alguém da família pra tomar essa decisão
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se é o a pessoa pode ou não participar
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da pesquisa
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ou seja responsável legal que acaba
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determinando a professora existe uma
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resolução a 466 de 2012 do conec trata
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também nessas questões eu queria que o
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senhor falasse um pouco sobre essa razão
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uma resolução é é a última resolução do
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de de pesquisas né
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no nosso país do conselho nacional de
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ética em pesquisas ela ela por um lado
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ela protege o direito dos portadores de
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transtornos mentais mas ela não ela não
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não permite essa graduação entre
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portadores que são mais graves e que não
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tem autonomia a preservada e pessoas com
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autonomia mais é que poderiam ser como
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pessoas com qualquer pesquisa em outras
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áreas e também ela proíbe o uso de
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placebo em pesquisas científicas
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o que no meu entender no meio na minha
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visão é um erro porque tem vários
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quadros não só da da mix da psiquiatria
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ou da saúde mental em que a resposta pra
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ser muito alta então o uso de placebo é
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importante para desenvolver
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medo de novas medicações para aqui no
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brasil desde 96 que não precisam
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exatamente essa proibição já antiga
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houve um questionamento de ser levantado
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essa proibição na na resolução 2012 mas
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não foi foi se manteve a proibição do
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uso de placebos e qualquer argumento que
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se usa pra defender essa essa proibição
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esse limite que não é ético uso de
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placebos que você não pode usar uma
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substância inerte por uma uma pessoa que
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que vai ser submetido a um teste de uma
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nova medicação que se deve usar
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medicações que são padrão ouro naquela
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área
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mas há na nossa área especificamente na
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psiquiatria na saúde mental
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a resposta ao placebo é alta chega a 20
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e 30 por cento dos quadros
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então você acreditar que uma medicação
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vai funcionar tem um impacto muito
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grande principalmente 4 como depressão
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ansiedade não é então para saber se a
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medicação efetiva mesmo é necessário o
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uso de prostíbulos ou seja de certa
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forma se limita o desenvolvimento de
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novos medicamentos exatamente limita a
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ter uma série de pesquisas
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internacionais que os brasileiros acabam
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não fazendo parte não podendo participar
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centro do brasil por causa da limitação
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do uso do placebo era como que um
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profissional o pesquisador da área deve
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agir com essas limitações como que ele
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trabalha o campo de detenção e muitas
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vezes acaba desistindo e não fazendo a
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pesquisa propriamente dita
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ou ele pode ir para outros locais onde o
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uso de placebo é permitido lá fora é
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permitido nos estados unidos na verdade
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a as pesquisas nos estados unidos as
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medicações novas elas só são aceitas
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pelo órgão regulatório fd
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quando o som pesquisas feitas com o
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placebo contra placebo próprio registro
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de medicações novas né
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então tem que ter é precisas feitas
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contra placebo e aqui no brasil não não
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é possível esse tipo de pesquisa agora
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um pesquisador brasileiro ele pode
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viajar olha o zeus em outros países
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participar em outros locais para poder
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fazer essas pesquisas não sei o que se
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faz hoje em termos de pesquisa da área
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de saúde mental aqui no brasil
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na verdade existe um
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a área de saúde mental uma área bastante
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ampla que envolve desde pesquisa que a
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gente tá falando mais e quantitativas
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quanto qualitativa são pesquisas em que
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as pesquisas qualitativas a metodologia
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é diferente
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assim questiona até no comitê nacional
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de ética de pesquisa senão tinha que ter
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uma resolução só para essas pesquisas em
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que talvez o risco não seja tão evidente
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quanto nas pesquisas quantitativas de
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novas medicações
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então existe uma série de
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questionamentos em relação a isso
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a metodologia é uma pesquisa mais
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exploratória e que que se usa não se usa
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hipótese como como métodos convencionais
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de pesquisa que seria ideal hoje em
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termos de resoluções para atender às
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necessidades dos pesquisadores dessa
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área sem é claro ferir é é a vida das
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resoluções tem que evoluir também de
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acordo com a evolução da ciência
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eu acho que na questão da da proibição
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te na outra considerada vulnerável os
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transportadores transtornos mentais seu
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corpo
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acho correto mas tinha que ter alguma
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maneira de você
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classificado determinadas patologias
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como sendo do portador vulneráveis e
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outras não né então ser um pouco mais
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específico em relação a isso eu acho que
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o o o quanto o placebo tem que ser é é
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banido está essa essa proibição tem que
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ser liberado o uso de placebos
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desde que você tenha um rigor
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metodológico no na pesquisa pra proteger
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os os participantes da pesquisa existem
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transtornos que hoje são mais
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pesquisados no brasil do que em outros
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é na verdade é a gente tem engatinha em
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pesquisas e saúde mental comparado com
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outros países mas existe uma série de
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pesquisas interessantes por exemplo da
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relação de psiquiatria religião que
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estão sendo feitos especificamente no
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brasil sobre tratamentos espirituais
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curas espirituais ou que passe passa por
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exemplo
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no cérebro do médium quando faz uma cura
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espiritual com técnicas de neuroimagem
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então existe algumas pesquisas que só
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existem praticamente aqui no brasil
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porque num esses médiuns de cura
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espíritas não são comuns em outros
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países né e então existe uma
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possibilidade uma uma perspectiva de de
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pesquisas grandes da nossa
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de acordo com fatores culturais nosso na
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nossa realidade
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você fala sobre pesquisas qualitativas
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como elas funcionam nessa área de saúde
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mental na verdade a qualitativa se fazem
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é eu não tenho uma hipótese e se analisa
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o discurso determinadas pessoas por
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exemplo eu já vi pesquisa no qual que é
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a sensação subjetiva de você tomar um
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antidepressivo né
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o que significa para cada pessoa tomar
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um antidepressivo qual os preconceitos
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que a pessoa tem as perspectivas a a
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impressão que é tomar um antidepressivo
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né então você conversa conversas longas
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com pontes um número pequeno de pessoas
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e que você daí analisa de uma forma
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sistemática o discurso dessas pessoas
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para criar hipóteses a respeito do do
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efeito antidepressivo 100 pessoas
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anormais por exemplo pode ser ou pessoas
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com transtornos mentais
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existem questões que hoje não são
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pesquisadas no brasil como por exemplo
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suicidas
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sim existem é existe uma limitação de
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pesquisa com o suicídio por porque é a
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maior parte das pesquisas exclui
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pacientes com risco de suicídio então
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até para uma proteção ética e então as
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pesquisas com o suicídio elas são
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difíceis de serem feitos mais difíceis
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elas exigem uma uma um preparo do
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pesquisador pra aspectos metodológicos
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de forma mais aprofundada e trabalhar
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melhor a metodologia de maneira a
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proteger o sujeito e permitir que a
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ciência avance porque é importante ter
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pesquisas de medicações por exemplo que
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reduzem o risco de suicídio
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aí nós não temos isso mas isso não só no
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brasil mas no mundo inteiro por meio
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justamente da
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pesquisas científicas que é possível
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desenvolver novos métodos de tratamento
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pré sem dúvida sem dúvida seja
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necessário avançar avançar e melhorar a
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metodologia de maneira a proteger as
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questões éticas autonomia e o a
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segurança do participante da pesquisa
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era um pesquisador dentro de uma
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universidade por exemplo que gostaria de
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trabalhar com essa questão da pesquisa é
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em saúde mental qual é o procedimento
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como que funciona tem que desenvolver um
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protocolo de pesquisa é entrar em
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contato com miccoli de ética e pesquisa
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e submeter esse protocolo que vai ser
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avaliado é tem que buscar financiamentos
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pra pesquisa também que às vezes a parte
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mais complicada buscar o financiamento
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não é porque pesquisa com seres humanos
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é uma pesquisa que requer trabalho tempo
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demora muito tempo para surgir os
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resultados e os resultados nem sempre
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são aqueles que a gente espera ser
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humano é muito complicado ainda mais
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essa área de seleção é o quintal sem
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dúvida
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obrigada professor pela participação do
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nosso programa também é obrigado mais
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informações sobre bioética e ética em
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pesquisas científicas você encontra no
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site que aparece na tela em caso de
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dúvidas escreva para o e mail comete cá
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ponto saúde arroba ufpr.br tchau
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é