00:00:00
Você tem dificuldade pra se comunicar com
seu marido ou esposa? Fala várias vezes,
00:00:05
mas seu filho não te obedece? Ou
será que seu problema é no trabalho?
00:00:09
É muito comum a gente falar inúmeras vezes com
uma determinada pessoa, e mesmo assim sentirmos
00:00:16
que nunca somos entendidos. Isso acontece muito
nos casamentos, por exemplo. E é tão grave que é
00:00:22
capaz de destruir relacionamentos ao longo do
tempo. Sejam eles pessoais ou profissionais.
00:00:29
Mas a Comunicação Não-Violenta pode mudar
isso. Ela tanto nos ajuda a nos sentirmos
00:00:34
melhor quando nos expressamos, como também
é mais eficaz em sua abordagem e faz com que
00:00:39
a gente saiba expor nossas verdadeiras
necessidades ou entender as dos outros.
00:00:44
Segundo Deepak Chopra, médico indiano mundialmente
conhecido, a comunicação não-violenta conecta a
00:00:51
alma das pessoas, promovendo sua regeneração.
E é isso que a torna tão poderosa.
00:00:57
Mas o que é essa tal
Comunicação Não-Violenta afinal?
00:01:00
A Comunicação Não-Violenta é uma abordagem
específica da comunicação - tanto de falar
00:01:06
quanto de ouvir —, que nos leva a nos
entregarmos de coração, ligando-nos a
00:01:11
nós mesmos e aos outros de tal maneira que
permite que nossa compaixão natural floresça.
00:01:17
Ela já existe há milhares de anos e foi
utilizada por grandes seres da nossa história,
00:01:21
como Jesus Cristo e Buda, e casos
mais recentes amplamente conhecidos,
00:01:26
como Mahatma Gandhi, Martin Luther
King e o Dalai Lama, por exemplo.
00:01:31
Mas foi o psicólogo americano Marshall Rosenberg
que estruturou de uma tal forma que pudéssemos
00:01:37
aprender com mais facilidade e utilizar nas
diversas situações da nossa vida moderna.
00:01:43
Embora seja comum a gente não considerar
“violenta” a maneira com que falamos,
00:01:47
muitas vezes nossas palavras geram mágoa e
dor, seja para os outros, seja para nós mesmos.
00:01:53
A não-violência significa permitirmos que venha
à tona aquilo que existe de positivo em nós
00:01:59
e que sejamos dominados pelo amor, respeito,
compreensão, gratidão, compaixão e preocupação
00:02:06
com os outros. Em vez de o sermos pelas atitudes
egocêntricas, egoístas, gananciosas, odientas,
00:02:13
preconceituosas, suspeitas e agressivas
que costumam dominar nosso pensamento.
00:02:20
Então, a Comunicação Não-Violenta se baseia
em habilidades de linguagem e comunicação que
00:02:26
fortalecem a capacidade de continuarmos
humanos, mesmo em condições adversas.
00:02:31
Ela substitui nossos velhos padrões de
defesa, que é o recuo ou ataque diante de
00:02:37
julgamentos e críticas. E passamos a escutar
profundamente, tanto a nós mesmos quanto aos
00:02:43
outros. E isso gera respeito, atenção, empatia
e desejo mútuo de nos entregarmos de coração.
00:02:50
Ou seja, nós vamos soltando aqueles escudos
que carregamos ao longo da vida e passamos
00:02:56
a mostrar nosso lado humano. E isso também
faz com que os outros soltem seus escudos,
00:03:01
pois eles não sentem que estão sendo
atacados. Pelo contrário, sentem que
00:03:05
estão sendo ouvidos e acolhidos, e tendem a
se abrir e nos tratar com respeito também.
00:03:10
Esse é o poder da compaixão.
E a Comunicação Não-Violenta
00:03:14
é uma forma compassiva de se comunicar.
00:03:18
A Comunicação Não-Violenta possui inúmeros
benefícios. Ela atua em três níveis:
00:03:23
o primeiro é o nível intrapessoal,
que é nossa relação com nós mesmos;
00:03:28
o segundo é o nível interpessoal,
que é nossa relação com os outros,
00:03:33
sejam relações pessoais ou profissionais; e ainda
temos o terceiro nível, o sistêmico, que é nossa
00:03:40
relação com os sistemas que fazem parte das
relações humanas e possuem acordos implícitos,
00:03:46
como um transporte público, uma sala de aula
ou um hospital, por exemplo. Mesmo que a gente
00:03:52
não tenha criado esses sistemas, o modo como nós
nos portamos diante deles tem muita influência.
00:03:58
A Comunicação Não-Violenta gera benefícios
em todos os níveis de comunicação e nas
00:04:04
diversas situações da vida, como nos
relacionamentos íntimos e familiares,
00:04:08
nas escolas e empresas, nas terapias
e aconselhamentos, e até mesmo nas
00:04:14
negociações diplomáticas e comerciais e
em disputas e conflitos de toda natureza.
00:04:20
Há inúmeras pessoas utilizando a comunicação
não-violenta em seu dia a dia e colhendo
00:04:25
diversos benefícios. Algumas utilizam para se
conectar mais com elas mesmas e entender suas
00:04:31
verdadeiras necessidades, enquanto outras utilizam
em seus relacionamentos pessoais ou profissionais.
00:04:37
Portanto, é uma ferramenta para sempre termos
à mão e utilizarmos em nosso cotidiano.
00:04:43
Vamos ver então como podemos utilizar a
Comunicação Não-Violenta no nosso dia a dia.
00:04:49
Um dos primeiros passos para começar a usar a
Comunicação Não-Violenta é reconhecer que somos
00:04:54
todos violentos em algum grau e precisamos efetuar
uma mudança qualitativa em nossas atitudes.
00:05:01
Há muitas formas de violência que vão além da
violência feita através da força física. Há o
00:05:07
que podemos chamar de violência passiva, que está
mais ligada ao sofrimento de natureza emocional.
00:05:13
O deboche, o menosprezo, a ironia,
o sarcasmo e até mesmo um olhar ou
00:05:19
fingir que o outro não existe são
formas de violência amplamente
00:05:23
realizadas no nosso dia a dia - por
nós e pelos outros. Não é verdade?
00:05:28
Mas, infelizmente, ficamos
esperando que os outros mudem,
00:05:32
e sequer olhamos para as nossas ações. Se
queremos um mundo mais pacífico e amoroso,
00:05:38
precisamos nós mesmos sermos
a expressão de paz e de amor.
00:05:41
Já dizia Mahatma Gandhi, “Sejamos a mudança que
queremos ver no mundo”. Goste você dele ou não,
00:05:48
essa é uma frase que faz muito sentido, concorda?
00:05:51
A Comunicação Não-Violenta
possui quatro componentes base:
00:05:56
a observação, o sentimento,
as necessidades e o pedido.
00:06:02
O primeiro passo é observarmos o
que está de fato acontecendo numa
00:06:07
situação. Você pode se fazer a seguinte pergunta:
00:06:10
“O que estou vendo o outro dizer ou fazer
que é enriquecedor ou não para minha vida?”
00:06:16
O truque aqui é ser capaz de realizar essa
observação sem fazer nenhum julgamento ou
00:06:22
avaliação — simplesmente dizendo
o que nos agrada ou não naquilo
00:06:27
que as pessoas estão fazendo, mas sem
tentar enquadrar entre certo ou errado.
00:06:33
Feito isso, devemos identificar como nos sentimos
ao observar aquela ação. Avalie se você ficou
00:06:40
magoado, assustado, alegre, divertido, irritado ou
qualquer outro sentimento que possa ter surgido.
00:06:47
Em terceiro lugar, reconhecemos quais de nossas
00:06:51
necessidades estão ligadas aos
sentimentos que identificamos.
00:06:54
E então, entramos com o quarto componente, que
é o pedido. Ele precisa ser bem específico,
00:07:01
e deve enfocar o que estamos querendo da
outra pessoa para enriquecer nossa vida.
00:07:06
Por exemplo: uma mãe que está tendo problemas com
o filho adolescente que vive jogando as roupas
00:07:11
sujas pela casa poderia dizer: “Roberto, quando
eu vejo suas roupas sujas jogadas no sofá e pratos
00:07:18
sujos espalhados pela casa, fico irritada, porque
preciso de mais ordem no espaço que usamos em
00:07:23
comum”. Ela imediatamente continuaria com o quarto
componente, fazendo um pedido bem específico:
00:07:29
“Você poderia sempre colocar suas roupas sujas
no cesto do banheiro e os pratos dentro pia?”
00:07:35
Vale dizer que muitas vezes é possível
se expressar com os quatro elementos da
00:07:40
Comunicação Não-Violenta sem sequer dizer
uma palavra. Pois a essência dessa forma de
00:07:45
comunicação está em nossa consciência daqueles
quatro elementos, não nas palavras trocadas.
00:07:51
Então, parte da Comunicação Não-Violenta é nos
expressarmos utilizando esses quatro elementos.
00:07:57
E a outra parte dessa forma de
comunicação consiste em receber
00:08:02
exatamente essas quatro informações dos
outros. Nós conseguimos nos ligar a eles
00:08:08
percebendo o que estão observando e
sentindo e do que estão precisando;
00:08:11
e depois, descobrindo o que poderia
enriquecer suas vidas, que é o pedido.
00:08:16
É importante termos em mente que
o outro, na maioria das vezes,
00:08:21
não saberá se expressar dessa forma, e é aí
que costumam surgir os conflitos, pois um não
00:08:27
sabe se expressar de forma compassiva e o outro
não sabe fazer a leitura do que está por trás
00:08:32
daquela forma expressada. Então, cabe a nós irmos
observando isso por trás do que é dito ou feito.
00:08:38
Ou seja, nós temos que ir além de
suas palavras ou ações. Temos que
00:08:44
nos ligar ao sentimento por trás daquelas
palavras ou ações. É aí que descobrimos a
00:08:49
verdadeira causa do porquê aquela pessoa estar
se expressando com violência daquela maneira.
00:08:55
Outro ponto importante para que a gente
consiga se comunicar de forma compassiva,
00:09:00
é nos livrarmos dos julgamentos moralizadores.
00:09:03
Frases como “O teu problema é ser egoísta
demais” ou “Ele é preguiçoso” são exemplos
00:09:09
clássicos de julgamentos. Culpa,
insulto, depreciação, rotulação,
00:09:15
crítica, comparação e diagnósticos
são todos formas de julgamento.
00:09:20
O psicólogo Marshall Rosenberg chama isso
de “comunicação alienante da vida”. Ela
00:09:26
é um grande problema, pois nos prende num
mundo de ideias sobre o certo e o errado,
00:09:30
o que faz gerar inúmeros julgamentos.
00:09:34
Quando usamos tal linguagem, pensamos e
nos comunicamos em termos do que há de
00:09:38
errado com os outros para se comportarem daquela
maneira — ou, ocasionalmente, o que há de errado
00:09:44
com nós mesmos para não compreendermos
ou reagirmos do modo que gostaríamos.
00:09:49
Então, nossa atenção se concentra em classificar,
analisar e determinar níveis de erro,
00:09:55
em vez de nos focarmos no que nós e os outros
necessitamos e não estamos obtendo. Ou seja,
00:10:02
deixamos de olhar para nosso interior
e observar nossas emoções ou as emoções
00:10:06
dos outros, e passamos a enquadrar
nós ou os outros em certos rótulos.
00:10:10
Mas aqui é importante saber diferenciar juízos
de valor de julgamentos moralizadores. Os
00:10:19
juízos de valor são o que acreditamos ser
melhor para a vida, como a honestidade,
00:10:23
a liberdade ou a paz, por exemplo.
Já os julgamentos moralizadores são
00:10:30
quando analisamos e rotulamos alguém
de acordo com nossos juízos de valor.
00:10:36
Por exemplo: Ao invés de dizermos “A
violência é ruim. Quem mata é uma pessoa má!”,
00:10:40
poderíamos dizer: “Tenho medo do uso
da violência para resolver conflitos;
00:10:44
valorizo a resolução de
conflitos por outros meios”.
00:10:48
Ou seja, dissemos que não
concordamos com a violência,
00:10:51
e mostramos nosso sentimento por trás do
que pensamos, mas não rotulamos ninguém.
00:10:57
Essa diferença é muito importante, pois quando
classificamos e julgamos alguém, a pessoa tende
00:11:02
a se fechar e ativar seus mecanismos de defesa,
o que a faz responder ou agir com agressividade.
00:11:09
Outro problema da comunicação alienante
da vida é que turva nossa consciência de
00:11:14
que cada um de nós é responsável por seus
próprios pensamentos, sentimentos e atos.
00:11:20
Expressões como “ter de” ou “fazer
alguém sentir-se” são exemplos comuns
00:11:27
de comunicação alienante que tira nossa
sensação de responsabilidade. Por exemplo,
00:11:33
quando dizemos “Há coisas que você tem de
fazer” ou “Você me faz sentir culpado”.
00:11:38
Para melhorar isso, podemos substituir
uma linguagem que implique falta
00:11:42
de escolha por outra que reconheça a
possibilidade de escolha. Por exemplo:
00:11:48
ao invés de dizer “Não concordo com isso,
mas tenho de fazer porque meu chefe mandou”,
00:11:53
é melhor dizer “Não concordo com isso, mas
opto por fazer pois quero manter meu emprego”.
00:12:00
Veja que no primeiro caso é quase como se você
não tivesse escolha. Já no segundo, você tem,
00:12:06
mas optou por escolher determinado caminho.
Essa simples mudança nos dá mais liberdade,
00:12:12
pois percebemos que não somos obrigados a
nada e temos outras possibilidades na vida.
00:12:17
Consegue notar como nossa linguagem é capaz de nos
00:12:21
libertar ou aprisionar? E também como
ela é capaz de abrir ou fechar corações?
00:12:26
É importante termos em mente que o mundo em que
vivemos é aquilo que fazemos dele. Se hoje é
00:12:33
impiedoso, foi porque nossas atitudes o tornaram
assim. Se mudarmos a nós mesmos, poderemos mudar
00:12:39
o mundo, e essa mudança deve começar por nossa
linguagem e nossos métodos de comunicação.
00:12:45
A Comunicação Não-Violenta possui
inúmeras ferramentas que podemos
00:12:50
utilizar em nossa vida. Essas são apenas algumas
00:12:53
delas. Mas recomendo que você se aprofunde
no assunto, pois vai te beneficiar muito.
00:12:58
Você pode fazer isso lendo o livro
do psicólogo Marshall Rosenberg,
00:13:02
chamado Comunicação Não-Violenta: Técnicas
Para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e
00:13:08
Profissionais. O link está na descrição do vídeo,
assim como outros conteúdos complementares.
00:13:13
E você, já tinha ouvido falar da Comunicação
Não-Violenta? Já tentou usar no seu dia a dia?
00:13:21
Compartilhe sua experiência aí embaixo! Por
hoje é só! Mas vem muito mais conteúdo bacana
00:13:27
pela frente. Se você gostou do vídeo, curte
pra eu saber que está ajudando de verdade. E
00:13:32
também deixe aquele comentário legal contando o
quanto esse vídeo te foi útil. Não esquece de se
00:13:36
inscrever no canal e marcar o sininho.
Assim você não perde nenhum conteúdo novo.
00:13:40
E, claro, COMPARTILHE com
todos aqueles que podem se
00:13:44
beneficiar com este vídeo. Um lindo
dia pra você e até o próximo vídeo!