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Qual é a sua posição quanto a ianas em
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pacientes terminais Ô Teodora eu acho
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que de princípio nós já temos que fazer
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uma diferença para para evitar alguma
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confusão a respeito há três conceitos
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que precisam ficar Claros aqui a
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eutanásia a distanásia e a ortotanásia
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vamos dizer a distanásia
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diz respeito a procedimentos
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terapêuticos que procuram prolongar Por
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meios desproporcionais a vida de um
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paciente eh em situação de
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terminalidade a ortotanásia
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são em regra os meios adotados para o
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cuidado deste paciente para uma morte
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mais tranquila com diminuição da dor são
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os chamados cuidados paliativos e a
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eutanásia ao contrário das duas outras
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diz respeito à interrupção e
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voluntária uma interferência um ato de
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interferência em alguma algum
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procedimento terapêutico
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os casos mais famosos da da
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jurisprudência dizem respeito a
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desligamento de de máquinas equipamentos
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por exemplo vamos tratar um pouquinho
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disso eh e feita esta esta distinção
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conceitual eu quero dizer que eu sou
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contrário à eutanásia e a distanásia é
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um procedimento em alguns países
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inclusive considerado eh criminal
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Ah e em todos eles a dist Ásia o
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prolongamento Por meios desproporcionais
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é condenado eh pela ética médica também
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a eutanásia é um procedimento com o qual
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eu não concordo e pretendo expor minhas
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razões e a ortotanasia é aquela que é
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eticamente permitida mas o senhor não
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acha que nessa situação o paciente ou as
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suas famílias não deveriam ter a última
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palavra quanto querer a continuidade da
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vida do paciente terminal no caso como
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fica a liberdade individual nas nessas
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espot nessas hipóteses cas bem falando
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de terminalidade da vida e
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especificamente a eutanásia quero dizer
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a interferência voluntária em uma
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determinada terapia ou a sua interrupção
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com o objetivo de provocar a morte do do
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paciente há duas situações aí que
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precisam também ser tiradas da da
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confusão se um paciente terminal está
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ligado a equipamentos e ele
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respira ou se alimenta com 100% de
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dependência desses
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equipamentos e não há atestado por uma
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junta médica nenhuma possibilidade de
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recuperação no atual estado da ciência o
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desligamento dos equipamentos não é
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eutanásia Esse é um procedimento de
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ortotanásia que é largamente admitido
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não só pela legislação como pelos
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códigos de ética médica inclusive em
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Portugal também no Brasil e em regra há
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Muita confusão sobre isso isto não é a
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eutanásia a eutanásia como o caso da da
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Terry fiser o caso famoso o caso célebre
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eh também na Itália esse respeito é a
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Terry
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Fisher não se alimentava sen não por
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alimentação enteral E parenteral então
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era introduzido o o o alimento para ela
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mas ela respirava e conseguia sobreviver
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sem ajuda dos equipamentos o caso dela
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foi eutanásia porque judicialmente se
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autorizou o
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desligamento da alimentação do
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equipamento de alimentação parenteral
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Claro ela está em coma a paciente ela
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não vai comer com as mãos ela não vai
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comer alimentos sólidos alimento como em
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qualquer terapia para paciente nessa
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situação tem que ser introduzido através
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eh e de procedimentos específicos
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diretamente lá pro estômago dela quando
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a justiça autoriza o desligamento do
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equipamento nós estamos diante de
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eutanásia porque ela morre não por
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consequência da doença ela morre de fome
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como qualquer um de nós morreria se não
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fosse alimentado estas hipóteses de
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eutanásia são aquelas hipóteses em que
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há um procedimento específico que
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interfere Na continuidade da vida
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daquele paciente ainda que ele seja
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considerado terminal o o problema
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aí eu colocaria da seguinte forma
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Ah nós precisamos ter clareza sobre a
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hierarquia de bens e A Hierarquia de
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valores que estão em
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jogo na tua pergunta me opões liberdade
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a um bem que nós precisamos considerar
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como um bem superior que é a
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vida até porque não há liberdade sem
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vida o primeiro argumento que eu utilizo
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em defesa da
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ilegitimidade e da anti eticidade da
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eutanásia é a confusão entre estes
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valores quando o valor liberdade é
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colocado acima do valor vida o segundo
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argumento é diretamente ligado ao
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primeiro o problema de nós considerarmos
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a liberdade superior à Vida é também que
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ela
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envolve a possibilidade Clara de nós
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começarmos a relativizar o valor da vida
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humana digo de outra forma a vida humana
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só vale nesta ou naquela condição a vida
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humana só vale quando nós somos úteis a
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vida humana só vale quando estamos
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ativos qu estamos andando a vida humana
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só vale quando nós temos
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eh sensibilidade e capacidade de prazer
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o problema quando nós relativizamos o
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valor da vida humana então quando ela
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não é mais um valor absoluto é que nós
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não temos mais critério algum para
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interromper essa
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relativização e o que eu quero chamar
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atenção é que todos os grandes regimes
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políticos do mal ou todas as vezes que
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nós nos defrontamos com os piores males
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e os piores horrores da história da
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humanidade nós estávamos diante de
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situações que numa escala maior também
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lidavam com a relativização do valor
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vida quero dizer a vida humana só vale
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mas para este grupo a vida humana só
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vale para aquelas pessoas que são
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bem-sucedidas ou a vida humana só vale
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para aquelas pessoas que T capacidade de
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produção a vida humana só vale para
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aqueles que são ativos e úteis à
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sociedade
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enfim quando nós relativizamos o valor
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da vida humana Nós perdemos a capacidade
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de encontrar limites a essa que passa a
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ser uma
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ladeira em relação a esse argumento
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H pedindo a a todos a que considerem uma
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possibilidade para que nós possamos
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engajar esse diálogo independente das
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suas posições pessoais que levem em
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consideração como se fosse um argumento
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possível Portanto o seguinte argumento
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quando falamos de eutanásia em regra nós
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nos referimos a situações que parecem
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até românticas
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ah de uma pessoa que é um homem ou uma
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mulher média com absoluta capacidade de
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decisão confrontada por uma situação de
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terminalidade da Vida em plenas Posses
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das suas faculdades mentais e que decide
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em nome da autonomia da vontade da sua
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liberdade que é plena a colocar fim à
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sua
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vida esta não é uma situação ainda que
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uma uma uma hipótese viável esta não é a
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situação real quando nós nos defrontamos
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com o debate sobre eutanásia em países
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que lidam com sistemas públicos de
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saúde em que a eutanásia muitas vezes
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importará na decisão de uma junta médica
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sobre a continuidade do tratamento ou
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não de um paciente numa unidade de
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terapia em
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intensiva A grande preocupação em
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relação às autorizações legais por parte
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do Estado de eutanásia é colocar a
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decisão sobre a vida humana não a nos
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ombros daquela pessoa com plena
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capacidade mental e plena posse das suas
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faculdades mentais para tomar uma
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decisão mas que a decisão seja tomada
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por influência de juntas médicas de
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técnicos
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sobre alguém com pouca capacidade de
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decidir eu não me refiro à pessoas que
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estão em coma eu me refo me refiro a
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pessoas ignorantes a pessoas pobres a
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pessoas que já chegam no Sistema Único
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de Saúde sem esperança e que tem uma
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marca de exclusão social e de
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vitimização extremamente grande não são
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as pessoas da classe média ou da alta
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classe média que são estudadas e que T
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curso superior a grande massa das
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pessoas atendidas pelos sistemas
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públicos de saúde não são estas pessoas
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com plena capacidade
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cognitiva plena consciência do que
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acontece mas pessoas que dependem
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exclusivamente da opinião de outros
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sobre o que elas devem ou não fazer
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quando nós transformamos a eutanásia
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numa autorização legal para que o estado
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possa fazer isso dentro dos sistemas
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públicos nós precisamos levar seriamente
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gravemente estas hipóteses como as
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hipóteses mais comuns mais cotidianas
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porque isso não é apenas um uma
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elucubração apenas um um elucubração sim
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é um uma ideia abstrata ou uma
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especulação meramente cerebrina Esta é
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uma situação real em diversos países que
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já experimentam a a eutanásia eh e nós
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precisamos levar ess
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Tá bom
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obrigada