00:00:00
[Música]
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k
00:00:30
[Música]
00:00:34
a psicologia jurídica é o campo da
00:00:36
Psicologia que trabalha na interface com
00:00:39
as áreas do direito e da Justiça o
00:00:42
psicólogo jurídico trabalha basicamente
00:00:44
nas varas da infância e juventude varas
00:00:48
da família e sucessões no sistema
00:00:50
penitenciário e como perito em ações
00:00:53
cíveis e criminais o campo da psicologia
00:00:56
jurídica Na verdade é um campo bastante
00:00:58
heterogêneo né a partir da intervenção
00:01:01
dos seus operadores né dos seus eh dos
00:01:04
seus profissionais né E também tem sobre
00:01:07
si um certo encargo eh de tentar
00:01:11
unificar um pouco essas formas de
00:01:13
entendimento de atuação para fazer
00:01:15
frente a outros profissionais com quem
00:01:19
efetivamente nós estamos encontrando na
00:01:21
nossa prática né ou seja o juiz o
00:01:23
advogado o assistente social né eles
00:01:26
também vão construindo a ideia de que
00:01:28
que um psicólogo Dent do campo jurídico
00:01:30
faz a partir do encontro né a cada caso
00:01:34
né a cada atendimento conosco geralmente
00:01:36
temos trabalhado com a definição que
00:01:38
psicologia jurídica ela Ela estuda os
00:01:41
comportamentos dos atores jurídicos
00:01:43
né E então ela não se limita à
00:01:48
instituição a uma organização jurídica
00:01:51
né a ação psicológica pode
00:01:55
estar fora de qualquer instituição Como
00:01:58
por exemplo o psicólogo clínica pode ser
00:02:00
chamado para ser perito ou fazer alguma
00:02:03
avaliação enfim e essa avaliação consta
00:02:06
do processo no poder judiciário a gente
00:02:08
ganha uma especificidade né porque
00:02:12
aquilo que nós discutimos avaliamos com
00:02:15
o sujeito se transforma num documento
00:02:18
que inserido no processo ganha força de
00:02:21
prova prova de uma verdade que a
00:02:25
formalidade do direito busca e que a
00:02:27
psicologia discute e que são questões
00:02:30
complicadas uma vez que por exemplo o o
00:02:32
construo de melhor pai melhor mãe não
00:02:35
existe ou pelo menos ele é bastante eh
00:02:38
eh não é um construto harmônico único né
00:02:42
dependendo da teoria dependendo do ponto
00:02:44
de vista do técnico e teórico Você pode
00:02:47
ter um entendimento completamente
00:02:48
diferente a psicologia jurídica além de
00:02:52
lançar eh os conceitos lançar mão dos
00:02:57
conceitos que nós já temos da a produção
00:03:00
científica da psicologia social da
00:03:02
Psicologia Clínica Ela deve também
00:03:05
produzir conhecimentos bem específicos o
00:03:09
psicólogo o terapeuta é aquele que
00:03:11
embora com um referencial teórico é
00:03:15
aquele profissional que tem por
00:03:16
obrigação entender o outro dentro da
00:03:18
subjetividade do outro e quem ajuda que
00:03:23
a psicologia é exatamente a quem ampara
00:03:25
quem dá esta
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condição a psicologia no estudo da
00:03:30
conduta criminosa do crime do cárcere
00:03:33
ela não necessariamente leva uma visão
00:03:35
reducionista ela tanto pode levar uma
00:03:38
visão reducionista dependendo da maneira
00:03:41
como você a trata como você a utiliza
00:03:44
como ela pode abrir a sua mente e levar
00:03:47
uma visão crítica e a psicologia
00:03:49
jurídica ela trabalha essencialmente com
00:03:51
problemas
00:03:52
sociais então Eh o psicólogo jurídico
00:03:56
ele não pode ficar alheio a essas
00:03:58
questões
00:04:00
no momento da intervenção
00:04:02
dele mesmo que seja muito singular quer
00:04:05
dizer sobre o indivídu ele não pode
00:04:06
estar alheio a a contextualização desse
00:04:09
indivíduo dentro dentro contexto mais
00:04:12
amplo e o que significa essas
00:04:14
determinações mais amplas sobre o
00:04:16
indivíduo e a possibilidade de
00:04:18
intervenção nós não podemos fazer
00:04:20
previsão de fatos absolutos não temos
00:04:24
diagnósticos que podem ser fechados são
00:04:26
diagnósticos situacionais de uma
00:04:28
situação geralmente de o sofrimento
00:04:30
psíquico uma situação de crise e que a
00:04:33
compreensão né desse contexto e do como
00:04:37
é que o próprio processo judicial faz
00:04:40
parte desse contexto é uma leitura
00:04:42
extremamente necessária e que foi também
00:04:45
nos levando a construção de uma
00:04:47
especialidade né nós começamos aos
00:04:50
poucos a ir acumulando um conhecimento
00:04:53
que vinha não só da nossa prática no
00:04:55
cotidiano mas de pesquisas que começaram
00:04:58
a ser feitas sobre essa prática para
00:05:01
constituir o reconhecimento da
00:05:04
especialidade feita pelo Conselho
00:05:06
Federal de Psicologia em
00:05:08
2001 historicamente a psicologia
00:05:11
jurídica tem uma trajetória que remonta
00:05:13
as primeiras décadas do século
00:05:16
passado no início do século XX a
00:05:19
psicologia como ciência estava
00:05:21
fortemente presente na área do direito
00:05:24
as faculdades de direito foram as
00:05:26
primeiras a incluir cadeiras específicas
00:05:29
de ensino de
00:05:32
psicologia em
00:05:34
1939 quando a psicologia estava se
00:05:36
afirmando e delimitando como ciência e
00:05:39
Campo de conhecimento foi realizado em
00:05:42
São Paulo o primeiro congresso Paulista
00:05:44
de Psicologia Neurologia psiquiatria
00:05:48
endocrinologia identificação medicina
00:05:50
legal e
00:05:52
criminologia neste evento os trabalhos
00:05:55
de psicologia jurídica foram incluídos
00:05:58
na sessão de crime
00:06:01
olia o serviço de biotipologia criminal
00:06:04
da penitenciária do Estado desenvolvia
00:06:07
desde os anos
00:06:09
1940 uma avaliação psicológica bastante
00:06:12
complexa atividade que será
00:06:14
posteriormente assumida por
00:06:16
profissionais específicos os psicólogos
00:06:19
o esquema de observação criminológica
00:06:22
incluí estudo do comportamento métodos
00:06:25
psicográficos teste psicológico de horak
00:06:28
questionário desenhos e exames
00:06:31
experimentais com
00:06:33
testes Instituto de biotipologia
00:06:35
criminal marcou uma época muito
00:06:37
importante né ele marcou a época daquilo
00:06:40
que eu chamaria de criminologia Clínica
00:06:44
tradicional o Instituto de biotipologia
00:06:46
criminal ele tinha uma prática
00:06:49
marcadamente médica e depois médico
00:06:54
psicológica a ênfase era na psiquiatria
00:06:58
eu diria que a hegemonia era dos
00:07:03
psiquiatras depois houve um agregado de
00:07:06
poder de valor que seria da psicologia e
00:07:09
posteriormente do serviço
00:07:12
social Isto é o seguinte quer dizer que
00:07:15
qualquer benefício que deveria ser
00:07:17
concedido ou que era pedido para os
00:07:20
presos do tipo por exemplo Livramento
00:07:23
condonal prisão alberg
00:07:27
domiciliar regime semiaberto
00:07:32
deveria ser instruído com parecer com
00:07:35
parecer do Instituto de biotipologia
00:07:38
criminal e mais na grande maioria dos
00:07:42
casos os presos recebiam a chamada
00:07:44
medida de segurança do juiz por parte do
00:07:49
juiz esta medida de segurança presumia
00:07:52
que se tratava de um preso perigoso no
00:07:55
sentido técnico de
00:07:58
periculosidade periculosidade no sentido
00:08:00
técnico significa uma condição imanente
00:08:03
própria do indivíduo psíquica interna
00:08:06
dele
00:08:08
intrínseca as suas condições orgânicas
00:08:12
as suas condições emocionais psíquicas
00:08:15
de
00:08:17
personalidade eh condição esta imanente
00:08:21
dele que o levava vamos dizer assim ao
00:08:25
Crime pelo que se inferia que ele seria
00:08:28
como que e predeterminado ao Crime daí o
00:08:32
famoso né pretermino ao Crime que já vem
00:08:37
desde a época de Lombroso portanto além
00:08:40
dele cumprir a pena privativa de
00:08:42
liberdade deveria cumprir uma medida de
00:08:44
segurança e tratamento daí que qualquer
00:08:46
benefício a lhe ser
00:08:48
concedido ficava sujeito à verificação
00:08:53
de cessação desta
00:08:56
periculosidade e esta era a atribuição
00:08:58
do Instituto de biotipologia criminal
00:09:00
que
00:09:01
portanto trabalhava
00:09:04
funcionava dentro daquilo que a gente eu
00:09:07
chamaria hoje de conceito tradicional de
00:09:10
criminologia clínica entre os testes
00:09:13
aplicados estava o pmk criado por Mira e
00:09:17
Lopes como técnica para determinação de
00:09:19
periculosidade atual e
00:09:22
potencial Mira e Lopes uma das maiores
00:09:25
autoridades em psicologia jurídica
00:09:27
defendia que a psicologia deveria atuar
00:09:30
na prevenção e no desenvolvimento de
00:09:32
instrumentos de previsão de possíveis
00:09:34
delitos promovendo programas
00:09:37
profiláticos de higiene mental que
00:09:39
visassem impedir que o indivíduo
00:09:41
entrasse em conflito com a
00:09:45
lei na década de
00:09:47
1940 a psicologia jurídica não se
00:09:50
limitava à psicopatologia e ao estudo
00:09:52
dos criminosos incluía a psicologia do
00:09:55
testemunho na qual aplicava os
00:09:57
conhecimentos obtidos pela psicologia
00:10:00
científica sobre a percepção As Ilusões
00:10:02
sensoriais a atenção a memória a
00:10:06
sugestão o interesse a emoção e os
00:10:09
complementos das lacunas
00:10:13
mêm em dezembro de 1940 em uma palestra
00:10:17
na sociedade de medicina legal e
00:10:19
criminologia a psicóloga bett
00:10:21
katzenstein do laboratório de psicologia
00:10:24
da USP que antes de migrar ao país
00:10:26
atuara como perita na Alemanha junto com
00:10:29
William stern em casos de testemunhos
00:10:32
infantis defendeu que a psicologia da
00:10:34
Testemunha é um campo da Psicologia
00:10:37
diferenciado da psiquiatria e
00:10:40
ressaltou se no estudo do réu se pode
00:10:42
objetar ainda que ele é um caso fora da
00:10:45
Norma a testemunha em geral é um ser
00:10:48
dentro da Norma pessoa com todos os seus
00:10:52
característicos psíquicos de sexo idade
00:10:55
experiências feitas Isto é Campo próprio
00:10:58
dos est estudos
00:10:59
psicológicos seus depoimentos são
00:11:02
expressão de percepções lembranças
00:11:04
afetos julgamentos ou em resumo são
00:11:08
manifestações no terreno próprio da
00:11:11
psicologia na década de
00:11:14
1950 a profissão de psicólogo ou
00:11:17
psicologista como se usava foi se
00:11:19
consolidando como campo de atuação e de
00:11:22
identidade a profissão foi regulamentada
00:11:25
em
00:11:26
1962 na área do direito os psicólogos
00:11:29
passaram a ocupar alguns espaços até
00:11:32
então desenvolvidos por outros
00:11:33
profissionais enquanto saberes e
00:11:36
práticas como a criminologia e a
00:11:38
psicologia do testemunho Foram
00:11:40
absorvidos pela área do direito
00:11:42
atualmente a psicologia tem uma
00:11:44
importante presença profissional
00:11:47
institucional intelectual e política em
00:11:50
todas as questões relacionadas à
00:11:52
infância a adolescência e a família Esta
00:11:56
área tem sido uma das mais importantes
00:11:58
de atuação do Conselho Regional de
00:12:01
Psicologia de São Paulo o psicólogo atua
00:12:04
participando inclusive do debate e da
00:12:07
formulação Nacional de políticas
00:12:09
campanhas educacionais e leis hoje a
00:12:12
presença do psicólogo nestas áreas é
00:12:15
considerada indispensável mas também
00:12:17
neste Campo a psicologia tem uma
00:12:20
história que remonta às primeiras
00:12:22
décadas do século passado Em
00:12:25
1927 foi outorgado o primeiro código de
00:12:28
menores de autoria de Melo Matos o
00:12:32
código virou por 52 anos até
00:12:36
1979 e preocupava-se especificamente com
00:12:39
os menores considerados abandonados e
00:12:42
delinquentes o juiz de menores aplicava
00:12:45
medidas de assistência proteção defesa
00:12:48
processo e julgamento Então nós vamos
00:12:51
buscar um pouco a história da Psicologia
00:12:55
chamada jurídica e que muitas vezes é
00:12:57
referida com psicologia forense e fomos
00:13:01
encontrar nela Um percurso na história
00:13:04
da Psicologia que a relaciona de uma
00:13:07
maneira muito Direta com um modelo
00:13:10
médico de atuação eh com um modelo muito
00:13:13
semelhante a introdução da psiquiatria
00:13:16
nos fóruns e também com um modelo
00:13:18
extremamente positivista de Psicologia
00:13:21
eh centrada no exame na investigação e
00:13:25
no enquadramento das pessoas nas décadas
00:13:27
de 1900 30 e 1940 o juiz de menores da
00:13:32
capital ou juízes do interior
00:13:34
encaminhavam os casos que recebiam para
00:13:37
o Instituto de Pesquisa do serviço
00:13:39
social de menores para estudo e
00:13:41
avaliação a subdiretoria
00:13:44
técnico-científica realizava os exames
00:13:47
biotipos e médico psicopedagógicos dos
00:13:50
menores emitia pareceres e indicava
00:13:53
medidas de educação ou tratamento
00:13:56
remetendo ao Juizado de Menores onde se
00:13:58
processava o julgamento do caso e seu
00:14:01
encaminhamento nesta época eram emitidos
00:14:04
pareceres sobre o estado mental com
00:14:06
avaliação de aspectos como inteligência
00:14:09
comportamento ou personalidade dos
00:14:11
menores e orientações para auxiliar o
00:14:14
julgamento do juiz na década de
00:14:17
1950 Esta função passaria a ser exercida
00:14:20
por um psicologista outro serviço ligado
00:14:23
ao Juizado de Menores era o serviço de
00:14:26
colocação familiar criado em
00:14:29
1949 para dar Amparo às famílias
00:14:31
carentes que possuíssem menores sob sua
00:14:34
guarda em
00:14:36
1953 o serviço prevê a criação de uma
00:14:39
clínica de orientação juvenil composta
00:14:42
de um médico e de um psicologista em
00:14:45
1956 o psicólogo foi também inserido
00:14:48
informalmente no tribunal de justiça
00:14:51
integrando as equipes interprofissionais
00:14:53
do recolhimento provisório de menores do
00:14:57
centro de observação feminina e da
00:14:59
clínica de estudo juvenil com trabalhos
00:15:02
de avaliação e diagnóstico ainda nos
00:15:05
anos
00:15:06
1950 os psicologistas passam a integrar
00:15:09
as equipes de alguns serviços ligados ao
00:15:12
Juizado de Menores como o serviço de
00:15:14
abrigo e triagem em
00:15:17
1954 em
00:15:19
1979 com a promulgação do novo código de
00:15:23
menores os psicólogos começaram a atuar
00:15:25
nas audiências interprofissionais junto
00:15:28
com os assistentes sociais inicialmente
00:15:31
na vara Central expandindo-se depois
00:15:33
para as varas
00:15:37
regionais considerando que o código de
00:15:41
1979 ele ainda é um código extremamente
00:15:44
Tutelar que que coloca o estado como
00:15:47
aquele que vai Tutelar os que fugiram da
00:15:50
regra como se eh estar numa condição de
00:15:55
vitimização seja por sexual eh eh física
00:16:00
psicológica Estar numa situação de eh
00:16:04
carência e de miséria fosse uma
00:16:07
responsabilidade individual pessoal de
00:16:09
cada um então assim uma demanda em que o
00:16:12
psicólogo fosse aquele que iria fazer a
00:16:15
investigação do subjetivo aquele que
00:16:17
estaria vendo lá dentro do sujeito as
00:16:21
suas motivações para aqueles
00:16:23
comportamentos que eram considerados
00:16:25
desviantes ou a situação familiar era
00:16:27
irregular e essa família precisaria ser
00:16:30
regularizada adaptada ao modelo de
00:16:33
família normal ou o adolescente que
00:16:36
estava praticando atos infracionais
00:16:38
deveria ter o seu comportamento
00:16:40
controlado vigiado pelo Estado os
00:16:43
psicólogos começaram a perceber a
00:16:46
necessidade de debaterem a sua questão
00:16:49
ética a sua questão técnica para se
00:16:52
fortalecer diante de um poder que os
00:16:55
colocava como um saber menor um saber
00:16:58
que vinha auxiliar sim a administração
00:17:00
da Justiça Mas da forma como a justiça
00:17:02
queria não com aquilo que a psicologia
00:17:05
efetivamente poderia oferecer mas com
00:17:07
aquilo que eles julgavam que a
00:17:09
psicologia deveria oferecer que que nós
00:17:12
decidimos enquanto grupo enquanto
00:17:14
construção coletiva de um saber que nós
00:17:17
deveríamos nos inserir nessas semanas de
00:17:19
estudos levando já um questionamento
00:17:23
sobre a inserção do psicólogo na
00:17:26
estrutura do tribunal de justiça e
00:17:28
discutindo o quanto esse conhecimento
00:17:30
poderia estar trazendo um novo olhar
00:17:32
para essas questões e não e que não
00:17:34
fosse uma prática adaptativa uma prática
00:17:37
de sujeição mas uma uma uma prática de
00:17:40
transformação dessa realidade
00:17:42
institucional esses propostas Elas
00:17:44
acabaram sendo ouvidas por um conjunto
00:17:47
de juízes e desembargadores que se
00:17:49
preocuparam efetivamente em discutir o
00:17:52
conceito de minoridade com os os
00:17:54
profissionais do serviço social e da
00:17:56
Psicologia então a gente ganha um um
00:17:58
papel de interlocutor da prática que
00:18:01
acontecia no judiciário e como
00:18:03
interlocutores dessa prática nós
00:18:05
conseguimos propor a efetivação desse
00:18:08
lugar através de um concurso público que
00:18:10
aconteceu em
00:18:12
1985 então nós tivemos eh a criação de
00:18:15
cargos através de um projeto de lei
00:18:17
criação de cargo de 64 cargos de
00:18:20
psicólogos para a capital eh isso eh foi
00:18:24
uma luta da categoria foi um primeiro
00:18:26
concurso em que nós conseguimos levar o
00:18:30
Conselho Regional de Psicologia como
00:18:33
fiscalizador do certame e como
00:18:36
elaborador do
00:18:37
concurso em 13 de julho de
00:18:41
1990 foi aprovado o Estatuto da Criança
00:18:44
e do Adolescente o eca uma lei Protetora
00:18:47
dos Direitos da Criança e do Adolescente
00:18:50
cabendo ao psicólogo judiciário
00:18:52
interferir quando estes direitos estão
00:18:55
ameaçados contribuindo para o resgate da
00:18:58
Cia da população
00:19:00
infantojuvenil o eca legitima A Equipe
00:19:03
técnica para o funcionamento da Vara da
00:19:06
Infância e Juventude antiga vara de
00:19:08
menores enquanto serviço auxiliar os
00:19:12
dispositivos do ECA definem que a
00:19:14
atuação do psicólogo judiciário não se
00:19:17
restringe à atividade
00:19:21
pericial os psicólogos que estavam eh
00:19:25
nessa época trabalhando no judiciário
00:19:28
foram também construtores do ECA do
00:19:31
Estatuto da Criança e do Adolescente nós
00:19:34
vivemos a passagem dos diversos códigos
00:19:37
né de 1979 de 1927 para 1979 código de
00:19:42
menores e do código de menores para o
00:19:44
Estatuto da Criança e do Adolescente mas
00:19:47
nós colaboramos com essa transformação e
00:19:50
colaboramos de que
00:19:52
forma a partir da crítica Que nós
00:19:54
tínhamos ao nosso próprio fazer eh
00:19:57
quando nós recebíamos essa essa
00:20:01
distorção de se colocar a
00:20:03
responsabilidade né das mazelas sociais
00:20:08
nos sujeitos pessoais individuais e a
00:20:12
lógica do processo jurídico que é único
00:20:16
né Com início meio e fim ela perpetuava
00:20:20
uma visão muito eh pouco abrangente da
00:20:24
realidade então o que que os psicólogos
00:20:26
e os assistentes sociais judiciário
00:20:28
começaram a fazer ao discutir essa
00:20:31
prática ao trazer essa prática vai ser
00:20:33
discutida no conselho eles começaram
00:20:35
também a discutir o quanto né a política
00:20:39
de atendimento aos direitos da infância
00:20:42
precisavam ser modificadas no país de
00:20:44
acordo com a própria constituição
00:20:46
brasileira de
00:20:48
1988 e esta participação foi muito
00:20:51
efetiva junto com os promotores da
00:20:53
infância que eram na época eh muito
00:20:56
críticos e muito organizados E aí o
00:20:58
assistente social e o psicólogo do
00:21:00
Judiciário Eles começam também a a dar
00:21:03
uma contribuição histórica não só para
00:21:06
uma prática inserida naquela instituição
00:21:09
mas para os efeitos dessa prática na
00:21:12
transformação da situação da criança no
00:21:14
país tínhamos uma comissão
00:21:16
representativa com assistentes sociais e
00:21:18
psicólogos de todas as varas organizando
00:21:21
esses encontros para discutir a nossa
00:21:23
trajetória profissional discutir os
00:21:25
efeitos da nossa prática e uma
00:21:29
preocupação muito grande com alguns
00:21:31
dilemas éticos que nós vivíamos no
00:21:33
início da nossa carreira e da construção
00:21:37
da nossa profissão no judiciário que
00:21:39
eram questões que falavam
00:21:42
eh até de um certo conflito entre aquilo
00:21:45
que nós aprendíamos na nossa
00:21:48
Constituição enquanto profissionais
00:21:50
psicólogos o nosso código de ética e
00:21:52
aquilo que nos era demandado pela
00:21:54
instituição Então como que nós iríamos
00:21:57
por por exemplo fazer um acerto entre
00:22:00
sigilo segredo de Justiça né e um laudo
00:22:04
que vai ser funcionar como uma prova no
00:22:07
processo para uma decisão que pode mudar
00:22:11
e determinar inclusive identidades a
00:22:14
influência maior foi
00:22:16
eh do método Clínico né da formação que
00:22:20
os psicólogos tiveram na qual o uso de
00:22:24
basicamente entrevistas testagens e
00:22:26
observações lúdicas acabam sendo o tripé
00:22:29
básico de instrumental para fazer a ess
00:22:32
esse tipo de diagnóstico de como é que a
00:22:34
família se
00:22:35
encontra e nesse sentido é muito fácil
00:22:39
Se confundir Digamos um enquadre clínico
00:22:41
uma vez que se usa esse mesmo
00:22:42
instrumental né e eh tentasse uma
00:22:46
transposição desse enquadre Clínico pro
00:22:48
enquadre Judiciário né Eh e ao meu ver
00:22:52
eh penso que existe uma especificidade
00:22:54
do trabalho do psicólogo dentro do
00:22:56
Tribunal de Justiça dentro de um
00:22:58
enquadre que não é um enquadre clínico
00:23:00
né Eh um enquadre que deve levar em
00:23:03
conta a questão institucional então por
00:23:06
exemplo Ah as pessoas que nós atendemos
00:23:09
em Vara de Família Elas não vão não
00:23:13
foram ao Tribunal de Justiça procurando
00:23:15
um psicólogo né eles foram ao Tribunal
00:23:18
de Justiça procurando uma sentença que
00:23:20
eles consideram a mais justa para para
00:23:22
pra demanda de direito deles e nós
00:23:24
começamos a perceber que a psicologia
00:23:27
tinha um conhecimento específico desse
00:23:29
sujeito na medida em que compreendia a
00:23:31
subjetividade como uma construção social
00:23:34
não apenas como um feixe de vazios mas
00:23:38
um feixe de possibilidades O que é
00:23:41
possível dentro da circunstância dessa
00:23:44
família dentro da circunstância de Vida
00:23:46
desta criança buscar enquanto solução né
00:23:50
não para só um caso isoladamente mas por
00:23:53
uma situação problemática do ponto de
00:23:56
vista social e daí a necessidade do
00:23:58
conhecimento ser interdisciplinar e da
00:24:01
da prática ser interdisciplinar porque a
00:24:03
psicologia sozinha não dá conta o
00:24:05
serviço social sozinho não dá conta nem
00:24:07
o direito sozinho dá conta e aí nós
00:24:09
fomos aprendendo a necessidade também do
00:24:12
psicólogo que trabalhava no judiciário
00:24:15
estar no Conselho Regional de
00:24:17
Psicologia criando um Centro de
00:24:19
Orientação um centro de escuta não só
00:24:22
das demandas que viam da própria
00:24:24
categoria como das demandas daqueles que
00:24:26
eram usuários do psicólogo no judiciário
00:24:29
Conselho Regional de Psicologia chamou
00:24:32
eh o psicólogo sistema pário psicólogos
00:24:37
também do Judiciário e a fim de
00:24:40
participar do congresso discutir essas
00:24:43
questões né porque tava tendo muitas
00:24:45
demandas aqui no Conselho Regional de
00:24:47
Psicologia e nós continuamos então nos
00:24:52
organizando nos articulando de alguma
00:24:55
forma nas décadas de de 1980 e
00:25:00
1990 a iniciativa de garantir espaços de
00:25:03
reflexão assim como de criar práticas e
00:25:06
parâmetros compartilhados levaram os
00:25:08
psicólogos jurídicos à organização
00:25:11
associativa e
00:25:12
política a primeira entidade fundada foi
00:25:15
a Associação dos assistentes sociais e
00:25:18
psicólogos do Tribunal de Justiça do
00:25:20
Estado de São Paulo registrada em
00:25:24
1992 na mesma época e com objetivo
00:25:27
semelhante os psicólogos do sistema
00:25:30
penitenciário começaram a se reunir na
00:25:32
sede do sindicato dos psicólogos de São
00:25:35
Paulo posteriormente em setembro de
00:25:38
1998 foi criada a Associação Brasileira
00:25:41
de psicologia jurídica que estabeleceu
00:25:43
parceria com a associação
00:25:45
iberoamericana de psicologia jurídica
00:25:48
para atividades
00:25:50
acadêmicas este processo coroou uma
00:25:53
trajetória de afirmação frente ao
00:25:55
desconhecimento da realidade e da
00:25:57
atuação do psicólogo jurídico por parte
00:26:00
significativa dos próprios psicólogos
00:26:03
além da participação em eventos
00:26:05
internacionais como o primeiro congresso
00:26:08
iberoamericano de psicologia jurídica
00:26:11
realizado em setembro de
00:26:13
1995 no Chile e o segundo realizado em
00:26:16
Cuba os psicólogos jurídicos promoveram
00:26:19
o primeiro encontro brasileiro de
00:26:21
psicologia jurídica em
00:26:24
1997 em São Paulo em 1900 99 as
00:26:28
associações brasileira e iberoamericana
00:26:31
de psicologia jurídica promoveram em
00:26:33
conjunto com a universidade maqu O
00:26:36
Terceiro Congresso iberoamericano de
00:26:38
psicologia
00:26:56
jurídica
00:27:06
quando nós voltamos do Chile e toda essa
00:27:09
coisa vamos usar muito o termo
00:27:11
psicologia jurídica exatamente como uma
00:27:14
um adjetivo mais abrangente o termo
00:27:17
jurídico né que poderia se referir às
00:27:20
ações tanto no na fase processual como
00:27:22
de execução de qualquer determinação
00:27:23
judicial e assim nasceu a Associação
00:27:25
Brasileira eh que
00:27:29
eh acabou realizando o congresso em
00:27:33
1999 né foi Terceiro Congresso Ben
00:27:36
americano de psicologia jurídica e que
00:27:39
teve a sua importância porque foi o
00:27:41
primeiro congresso realizado no Brasil a
00:27:45
respeito desse tema psicologia jurídica
00:27:47
n então ali nós estamos alcançando o um
00:27:52
dos dos nossos anseios já de anos de de
00:27:55
articulação de conversa que era
00:27:57
exatamente ao mesmo tempo eh permitir a
00:28:01
reunião dos de de pessoas que
00:28:03
trabalhavam na área da psicologia
00:28:06
jurídica
00:28:07
eh apresentação de de conhecimentos
00:28:11
científicos a a respeito e ao mesmo
00:28:15
tempo incentivar né a própria produção
00:28:19
científica a reflexão da prática
00:28:22
a a publicação sobre as práticas que
00:28:25
eram realizadas nos diversos setores na
00:28:27
psicologia
00:28:31
jurídica e além de trabalhar nas Vas da
00:28:34
infância o psicólogo começou primeiro
00:28:37
cumulativamente a trabalhar nas varas da
00:28:38
família e sucessões onde ele vai dar
00:28:41
lidar com situações
00:28:44
eh de disputas entre os aqueles que se
00:28:49
separam né Geralmente os pais que num
00:28:52
processo judicial de separação acabam
00:28:55
indo disputar ou a guarda dos filhos fos
00:28:57
ou a pensão desses filhos ou o regime de
00:29:00
visita que esses filhos vão ter e o
00:29:02
psicólogo ele acaba sendo chamado a
00:29:05
trabalhar nesses casos a partir de um
00:29:07
dispositivo do Código de Processo Civil
00:29:10
que prevê a peritagem como alguma coisa
00:29:13
necessária todas as vezes que o a
00:29:16
natureza do processo é técnica ou
00:29:19
precisa de um conhecimento diferente do
00:29:22
direito como complementar ao direito
00:29:25
como o perito perito vem do latim
00:29:27
superior que significa saber por
00:29:29
experiência né o psicólogo ele é um
00:29:32
especialista da sua área na qual com a
00:29:34
sua intervenção ele vai suprir uma
00:29:36
informação que o juiz não tem e a partir
00:29:39
dessa informação obviamente do campo
00:29:41
psicológico é que o juiz vai poder então
00:29:43
dar sentença mais justa para cada caso e
00:29:46
o que nós temos de lá para cá são
00:29:48
estudos né e pesquisas que nós vamos
00:29:50
desenvolvendo ao longo do caminho
00:29:52
demonstrando que se o psicólogo no
00:29:54
início era pensado para trabalhar apenas
00:29:57
com aquilo que era considerado irregular
00:29:59
e com adoções aos poucos ele se torna um
00:30:02
profissional necessário para todos os
00:30:05
casos atendidos nas varas da Infância e
00:30:08
cumulativamente com as varas da família
00:30:11
e sucessões com uma certa maturidade dos
00:30:14
psicólogos Judiciários nós vamos poder A
00:30:17
partir dessa entrada via perícia propor
00:30:20
novos tipos de trabalhos que não fiquem
00:30:23
apenas numa numa atuação avaliativa né e
00:30:27
muito persecutória obviamente para as
00:30:29
pessoas que estão lá então por exemplo
00:30:32
posso citar que
00:30:33
eh cada vez mais os psicólogos
00:30:36
Judiciários têm se envolvido por exemplo
00:30:38
com o acompanhamento das famílias após a
00:30:41
sentença como uma forma de ajuda à
00:30:43
implementação de uma sentença
00:30:45
entendendo-se que não é apenas a partir
00:30:48
da sentença dada pelo juiz que o
00:30:49
conflito termine nesse lugar enquanto
00:30:52
alguém que lida com a criança enquanto
00:30:56
prioridade absoluta o psicólogo é ele
00:30:59
faz não só o diagnóstico das situações
00:31:03
que essa criança está e envolvida seja
00:31:06
uma situação de abandono uma situação de
00:31:08
vitimização a colocação Numa família
00:31:10
substituta Numa família de apoio eh mas
00:31:14
também o acompanhamento desses casos
00:31:18
quando ele começa a apontar que não
00:31:20
adianta eu aplicar uma Medida de
00:31:22
proteção como por exemplo a colocação
00:31:24
Numa família substituta sem que essa
00:31:27
criança participe dessa decisão Nós não
00:31:29
somos só alguém que a escuta mas alguém
00:31:32
que possibilita a sua fala Esse é um
00:31:34
lugar que o psicólogo tá ocupando a vara
00:31:36
e que é importantíssimo que ele se dê
00:31:38
conta de que ele não vai fazer do
00:31:41
estatuto um discurso mas uma prática na
00:31:44
Vara da Infância ele além de fazer todo
00:31:47
o trabalho de acompanhamento e
00:31:50
orientação ele é o articulador junto com
00:31:53
o Conselho Tutelar de todas as políticas
00:31:55
que deverão ser inscritas no Conselho
00:31:57
Municipal de direitos da criança então
00:32:00
nos pequenos municípios o psicólogo
00:32:02
judiciário de uma maneira mais clara do
00:32:04
que na capital Ele é aquele que articula
00:32:07
de alguma forma a rede de atendimento e
00:32:10
que provoca a existência de eh programas
00:32:13
específicos para atendimento de
00:32:15
problemáticas que o judiciário Não
00:32:17
consegue resolver na medida em que ele
00:32:20
não é um poder que executa ações ele é
00:32:23
um poder que provoca ações e tem o poder
00:32:27
inclusive de determinar políticas
00:32:33
públicas extinto o Instituto de
00:32:36
biotipologia criminal foram criadas as
00:32:39
equipes de Perícias
00:32:42
criminológicas nessas equipes de
00:32:44
Perícias
00:32:45
criminológicas
00:32:47
então nós já tivemos a presença bem
00:32:50
marcante do do psiquiatra do psicólogo
00:32:53
do assistente social e aí então a equipe
00:32:57
médica a equipe técnica buscava uma
00:33:02
síntese a partir destes exames e quem se
00:33:06
encarregava desta síntese ainda era o
00:33:09
psiquiatra porém já se passou a se
00:33:11
valorizar muito mais o trabalho da
00:33:13
equipe ainda não numa
00:33:16
interdisciplinaridade poré numa
00:33:18
multidisciplinaridade mas psicólogos
00:33:20
ainda trabalham eh fazendo atividades
00:33:24
avaliações né que
00:33:27
são utilizad de uma maneira complementar
00:33:30
quando se refere a à perícia sobre
00:33:33
insanidade mental Até que em
00:33:37
1980 criou-se o o ict Instituto de
00:33:42
classificação ent triagem que depois
00:33:45
veio a se dominar
00:33:47
denominar centro de observação
00:33:51
criminológica e neste centro de
00:33:53
observação criminológica a partir de
00:33:55
198 começaram a ser feitos os exames
00:34:00
criminológicos e aí a gente sentiu de
00:34:03
fato
00:34:05
uma perda da hegemonia por parte do
00:34:08
corpo
00:34:09
médico e eu diria que nesse trabalho de
00:34:13
equipe dos exames criminológicos por
00:34:16
parte das equipes de Perícias
00:34:20
Médico psicólogo e assistente social e
00:34:23
jurista passaram a ter praticamente a
00:34:26
mesma importância ao compor o estudo
00:34:29
técnico o exame criminológico a atuação
00:34:33
psicológica tá no momento de transição
00:34:36
exatamente pela alteração da lei de
00:34:39
execução penal né a alteração da lei de
00:34:42
execução penal que retirou né a
00:34:47
obrigatoriedade de se ter o parecer da
00:34:50
comissão técnica de
00:34:52
classificação para esses processos para
00:34:55
essas solicitações de benefício no
00:34:57
conceito
00:34:58
tradicional se procurava responder esta
00:35:01
questão básica Porque que as pessoas
00:35:02
cometem crimes a partir de um
00:35:04
referencial psíquico de personalidade
00:35:07
referencial
00:35:09
orgânico no conceito moderno esta
00:35:12
pergunta persiste mas a resposta é outra
00:35:15
buscando-se agora não mais no corpo no
00:35:18
psíquico na alma na personalidade mas
00:35:21
buscando-se em todo o contexto social
00:35:24
algumas explicações
00:35:26
uma forma de compreensão da conduta
00:35:28
criminosa Isto é por que que as pessoas
00:35:32
cometem
00:35:33
crimes com o advento das teorias
00:35:38
críticas este pensamento sofre uma
00:35:40
grande
00:35:43
guinada não simplesmente pela busca de
00:35:46
novas
00:35:48
respostas mas a grande nada se tá pela
00:35:52
busca de uma de novas perguntas por que
00:35:56
que
00:35:57
manter alguém em cárcere
00:35:59
privado durante 48 horas ou
00:36:04
mais exigindo o pagamento de um
00:36:07
Resgate é crime
00:36:11
ediondo podendo apenas ser 15 anos ou
00:36:14
mais E por que que um fazendeiro manter
00:36:18
um ser humano em regime de trabalho
00:36:20
escravo durante 3 anos ou mais numa
00:36:22
fazenda não é ID e a pena é de 3 anos
00:36:26
podendo ser cumprida em casa se formos
00:36:29
pensar no que ele é grave ambos eu sei
00:36:31
que são graves agora o de sequestro
00:36:34
aparentemente é mais chocante só que o
00:36:36
outro nós temos um ser humano reduzido a
00:36:40
escravidão durante 3 anos ou mais e o
00:36:44
crime não é Idi
00:36:48
onto aí a crítica que tal se nós antes
00:36:52
de ficarmos nos preocupando em saber
00:36:54
porque que as pessoas cometem crimes nós
00:36:57
nos preocupemos em saber qual é o
00:36:59
critério do Direito Penal para definir o
00:37:01
que é crime o que não é crime eu acho
00:37:03
que tem que pensar na significações que
00:37:06
ocorrem nos processos não estô falando
00:37:09
processos judicial mas estou falando nos
00:37:11
processos de decisão judicial e até
00:37:14
mesmo da execução né tem que se pensar e
00:37:19
estudar o reflexo dessa ação jurídica
00:37:23
sobre a subjetividade do indivíduo né na
00:37:28
Constituição o quanto isso determina e
00:37:30
constitui subjetividades então a questão
00:37:33
não é mais só de ter uma compreensão
00:37:36
complexa do crime não é uma compreensão
00:37:39
complexa do Por que estas pessoas se
00:37:42
deixaram
00:37:45
criminalizar não seria mais a
00:37:47
compreensão da conduta criminosa Mas
00:37:49
seria a compreensão do processo de
00:37:54
criminalização na conduta criminosa o
00:37:56
autor é quem praticou o crime no
00:37:58
processo de criminalização o autor é o
00:38:00
sistema
00:38:02
punitivo e o que é que tá acontecendo
00:38:06
Então A grande questão da criminologia
00:38:08
Clínica seria entender este estado de
00:38:10
vulnerabilidade prévia a intervenção
00:38:13
penal e este estado de vulnerabilidade
00:38:16
que se seguiu como uma consequência a
00:38:19
intervenção penal então nós diríamos que
00:38:21
ao conceito tradicional corresponde o
00:38:24
termo tratamento no que diz respeito a
00:38:27
assim dita reinserção do preso
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tratamento ao conceito moderno is
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poderia corresponder
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ressocialização reabilitação e é o
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conceito crítico o termo Reintegração
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Social enquanto tratamento
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supõe uma abordagem de
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saúde abordagem de personalidade
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ressocialização supõe uma espécie de
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readequação
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éa de Conduta de acordo com os padrões
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sociais o termo reintegração que é
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proposto para Alessandro barata que é um
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crítico supõe uma relação de igual para
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igual entre
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pessoas não
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só o interno
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encarcerado vai se transformar como
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também a comunidade que está interagindo
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com ele também vai se transformar
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então a Reintegração Social diríamos
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assim ela supõe uma derrubada ainda que
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simbólica dos muros do
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cárcere e um
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reencontro entre estes dois segmentos
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Até então em conflito na medida que o
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psicólogo trabalho visando a
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Reintegração Social e encontra medidas
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ações
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alternativas com outra forma de mudando
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de enfoque né não preocupada em em
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estudar o comportamento criminoso mas
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preocupada em esse essa pessoa que está
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aqui vai ter que voltar paraa sociedade
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né e obviamente eh essa ação que se dá
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dentro do sistema Implica também que a
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sociedade esteja mais aberta para esse
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retorno né então
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Eh essa ação Claro que não É só o
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psicólogo jurídico que vai realizar isso
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ele é apenas um dos atores e ele Tem
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essa possibilidade atualmente de
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realizar isso então não se trata
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absolutamente de superar os traços
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criminógenos de uma personalidade mas de
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redirecionar esta personalidade das suas
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próprias
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características para uma conduta não é
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que seria mais aproveitável para eles
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mesmos e a partir de uma de um
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reconhecimento da própria sociedade
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os psicólogos jurídicos têm atuado na
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elaboração de Perícias cíveis e
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criminais em diversas instituições como
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o IML o Instituto de Psiquiatria e o
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Instituto de medicina social e
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criminológica são profissionais que
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atuam como peritos emitindo pareceres
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técnicos e muitas vezes complementando o
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parecer psiquiat
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em casos de avaliação de insanidade
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mental a perícia civil atua nos
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seguintes casos casos de interdição
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capacidade e testemunho nos processos
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civis perturbação mental seguro de vida
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capacidade de testar e doar questões
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matrimoniais acidentes de trabalho
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Infortúnio e curatela dos pródigos os
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psicólogos jurídicos podem atuar também
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em delegacias em programas de proteção à
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testemunha e junto a que atendem
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egressos das prisões também merecem ser
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citadas áreas ainda pouco exploradas no
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Brasil mas com potencial como avaliação
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mediante informação de terceiros
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conhecida como autópsia psicológica e a
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psicologia do testemunho pensando então
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no suicídio como ato de se matar
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intencionalmente e pensando na autopsia
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psicológica como um modo de avaliar após
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a morte o que está mente do indivíduo
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antes da morte podemos então
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conceitualizar a autópsia psicológica
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como um tipo de estratégia de avaliação
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retrospectiva que tem como
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finalidade reconstituir a biografia da
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pessoa
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falecida como fazer isto através de
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entrevistas com terceiros e através do
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anális de uma em
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Grand mediação que já tem papel
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importante na resolução de questões
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ligadas à família e que tem aumentado
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sua atuação na área
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[Música]
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civil uma das das dos Desafios acredito
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da psicologia jurídica é exatamente
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contribuir para algumas
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eh problemáticas sociais que para
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contribuir para o para maior
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visibilidade para ressignificações de
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sentido que se tem no âmbito social eh
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de problemática como uma questão racial
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no Brasil né Eh algo assim específico
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considero específico não os Estados
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Unidos tem essa questão é lida de uma
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maneira diferente no Brasil ainda dentro
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do âmbito jurídico da psicologia
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jurídica parece que esse tema não tem a
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visibilidade que precisa ter porque nós
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temos uma história no país racistas né
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As crianças que são as as crianças que
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são abandonar despidas de direitos Elas
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têm cor nessas primeiras crianças né As
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crianças que não são adotadas elas
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também têm cor
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né perten a um grupo étnico né então Eh
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percebo que há uma se relega essa
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discussão da psicologia jurídica
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acredito também por conta dessa falta de
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visão mais ampliada que o psicólogo
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jurídico precisa ter né né ou seja das
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determinações sociais que nós temos da
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do
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funcionamento funcionamento da nossa
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história né enquanto sociedade formação
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da sociedade os futuros psicólogos
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possam enxergar esse esse tipo de
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atuação numa instituição ligada à
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justiça como uma um campo pertinente de
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trabalho né e não ter que repisar eh
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refazer todo o caminho que foi feito a
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nível da né da eh da busca de métodos da
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busca de de de interlocução né penso que
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existe já um caminho trilhado não só no
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Brasil como fora da qual a gente poderia
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est se aproveitando
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para seguirmos daí para frente enquanto
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ele acaba por trabalhar a subjetividade
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humana a partir de um contexto social e
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se ver nesse contexto como um
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transformador histórico como um agente
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histórico eu acho que essa uma das
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grandes contribuições que o psicólogo do
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Judiciário trouxe para a Psicologia e
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trouxe para as políticas públicas no
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país relacionadas principalmente à
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infância e à
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família
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n