00:00:00
[Música]
00:00:05
pessoal eu quero agora fazer um
00:00:06
experimento com vocês Tá eu tava falando
00:00:08
do Sócrates a Matic enfim do do método
00:00:10
que ele tinha de parir ideias em outras
00:00:12
pessoas como é que funcionava esse
00:00:13
método ele e chegava numa pessoa
00:00:16
fingindo ignorância sobre um tema
00:00:18
começava a indagar essa pessoa a pessoa
00:00:20
entrava em contradição consigo mesmo e
00:00:22
aí enfim a gente tinha digamos assim ele
00:00:25
Paria uma ideia nova tá eu quero fazer
00:00:27
com vocês um experimento socrático tá
00:00:29
então agora eu quero que você fechem os
00:00:30
olhos vocês aí que pegaram o celular
00:00:31
para olhar um reels um tiktok por favor
00:00:33
voltem para a nossa aula eu quero fazer
00:00:35
um experimento tá Vejam o rosto deste
00:00:38
belo homem do Sócrates tá ele não era
00:00:39
uma pessoa muito amigável mas o que que
00:00:41
o Sócrates fazia né como que ele
00:00:43
abordava as pessoas na Grécia antiga
00:00:45
principalmente em Atenas nós estávamos
00:00:47
tendo o quê o apogeu da democracia
00:00:50
ateniense onde se dava esta democracia
00:00:52
em primeiro lugar a democracia era
00:00:54
direta então o pessoal ia na Ágora que
00:00:56
era a praça pública da Grécia antiga e
00:00:59
davam lá uma lei Ah quem é a favor
00:01:01
levantava a mão quem é contra levantava
00:01:02
a mão era assim que funcionava a
00:01:04
democracia ateniense tá E aí nós
00:01:06
tínhamos a Ágora e o Sócrates ficava lá
00:01:08
pela Ágora tá então agora eu quero que
00:01:09
vocês fechem os olhos e Imaginem o
00:01:11
seguinte vocês estão aí num dia normal
00:01:13
lá numa Ágora grega antiga e um senhor
00:01:17
com esta bela aparência aqui do Sócrates
00:01:19
vem e pergunta para vocês Meu jovem ou
00:01:22
minha jovem o que que é um cachorro
00:01:24
porque eu não sei dizer o que é um
00:01:25
cachorro aí tu vai pensar Nossa que que
00:01:27
que esse velho tá me perguntando sobre o
00:01:29
que que é um cachorro né Óbvio que eu
00:01:30
sei aí tudo Ah bom meu senhor é um
00:01:32
cachorro ele tem quatro patas ele tem um
00:01:34
focinho ele tem uma duas orelhas ele tem
00:01:37
um corpo ele tem uma caluda e ele tem
00:01:38
pelo é isso que define um cachorro aí eu
00:01:41
S Muito obrigado mas deixa eu te
00:01:43
perguntar e se esse cachorro não tivesse
00:01:44
essas quatro patas porque ele sofre um
00:01:46
acidente ainda é um cachorro Sim ainda é
00:01:48
um cachorro né Só que ainda é um
00:01:49
cachorro tá e se Digamos que ele teve
00:01:50
uma dermatite E aí ele também não tem
00:01:52
pelo ele não tem PAT em pelo ainda é um
00:01:54
cachorro é acho que ainda é um cachorro
00:01:57
né Beleza e digamos que ela teve um
00:01:59
câncer infelizmente na no focinho a
00:02:00
gente teve que tirar o focinho dele
00:02:01
agora ele só tem ele só tem o corpo as
00:02:04
orelhas e a cauda ainda é um cachorro tu
00:02:07
começa se perguntar mase o cachorro né
00:02:08
não deixa de ser um cachorro e digamos
00:02:10
que ele teve que passar por uma cirurgia
00:02:11
perdeu as duas orelhas e a cauda agora
00:02:13
nós temos só o tronco e um pedaço da
00:02:15
cabeça ainda é um cachorro perguntaria o
00:02:18
Sócrates para vocês na Ágora né não tem
00:02:21
como não responder que não porque ainda
00:02:22
é um cachorro aquilo ali só que a a
00:02:24
definição que nós demos de cachorro
00:02:25
envolvia cinco seis elementos todos eles
00:02:28
foram tirados do cachorro e ainda nós
00:02:30
temos um cachorro Então isso é só um
00:02:31
exemplo de como o Sócrates abordava as
00:02:33
pessoas ele chegava numa ignorância
00:02:35
falsa Ah eu não sei o que é um cachorro
00:02:37
tu pode não explicar Aí tu define
00:02:39
cachorro para ele e ele vai aos poucos
00:02:41
te contradizendo contradizendo
00:02:42
contradizendo quando tu vê tu se
00:02:43
contradiz completamente E aí ele vai te
00:02:45
enrolando a ponto de fazer isso isso tá
00:02:47
muito bem retratado em vários diálogos
00:02:50
do Platão tá o Platão é o segundo
00:02:52
filósofo né temos Sócrates depois nós
00:02:54
temos o Platão o Platão deixou apenas
00:02:56
diálogos escritos para nós em algum
00:02:59
deles você vocês encontram
00:03:00
principalmente o Sócrates né porque o
00:03:01
Sócrates foi o mestre do Platão então
00:03:03
nós encontramos esse diálogo com o
00:03:05
Sócrates com outros jovens né o Sócrates
00:03:08
inclusive foi condenado à morte pela
00:03:11
democracia ateniense por corromper os
00:03:13
jovens Então essa prática de ficar na na
00:03:16
Ágora na praça pública importunando as
00:03:18
pessoas não funcionou muito bem que pro
00:03:20
Sócrates então eu não indico para vocês
00:03:22
ir pra Praça fic enchendo no saco das
00:03:23
pessoas tá então nós temos agora o
00:03:26
Platão que é basicamente filósofo mais
00:03:28
importante de de de toda história da
00:03:30
filosofia e eu só quero trazer um único
00:03:32
ponto importante aqui sobre a filosofia
00:03:34
platônica que é a distinção entre o
00:03:37
mundo sensível e o mundo das ideias pra
00:03:39
gente terminar a nossa aula sobre
00:03:41
filosofia antiga sobre o início da
00:03:43
filosofia no caso né então nós tivemos
00:03:45
Sócrates que não deixou nada escrito Mas
00:03:46
deixou o seu legado e foi condenado à
00:03:48
morte por corromper os jovens e nós
00:03:50
temos Platão seu discípulo mais direto
00:03:52
que que o Platão falava né o Platão
00:03:55
falava que existia uma distinção entre
00:03:56
mundo sensível este mundo que nós vemos
00:03:58
que nós pegamos esse mundo material e o
00:04:00
mundo das ideias o mundo estão as coisas
00:04:02
ideais e perfeitas e este mundo aqui é
00:04:06
uma cópia imperfeita Deste Mundo Ideal
00:04:09
então por exemplo aqui na minha frente
00:04:10
eu tenho meu celular ou eu tenho a
00:04:12
câmera aqui na minha frente tá o celular
00:04:13
na da câmera esse celular é só uma cópia
00:04:17
imperfeita do celular perfeito do
00:04:19
celular ideal que está presente no mundo
00:04:21
das ideias tá ele vai fazer essa
00:04:23
dicotomia ele vai dividir o mundo em
00:04:25
dois e e vai afmar isso e onde isso se
00:04:29
expressa melhor na famosa alegoria da
00:04:32
caverna do Platão tá se vocês nunca
00:04:34
viram a caverna do Platão não sei como
00:04:36
porque né todo professor de Filosofia
00:04:38
fica meses nesse nesse negócio que que
00:04:40
era a caverna do Platão se vocês
00:04:41
quiserem digitar aí no Google vocês
00:04:42
acham infinitas imagens tá Tinha pessoas
00:04:45
Acorrentadas dentro de uma caverna
00:04:46
olhando para uma parede e nessa parede
00:04:49
do lado de trás deles tinha um fogo que
00:04:51
ficavam passando coisas e a única coisa
00:04:54
que eles viam que essas pessoas
00:04:55
Acorrentadas viam era a sombra das
00:04:57
coisas que passavam em frente ao fogo
00:04:58
então eles só conseguiam ver sombras e
00:05:00
isso é justamente a analogia tá nós
00:05:03
somos essas pessoas Acorrentadas que só
00:05:05
vemos sombras cópias imperfeitas daquilo
00:05:08
que existe idealmente no mundo das
00:05:10
ideias tá então tudo que tem aqui é só
00:05:12
uma mera cópia mal feita de uma coisa
00:05:15
ideal tudo que existe na realidade
00:05:17
existe um correspondente ideal que foi
00:05:18
copiado tá E aí a última coisa que eu
00:05:21
quero falar que é uma coisa curiosa o
00:05:23
Platão né na teoria estética dele sobre
00:05:25
as artes ele vai ver a arte como uma
00:05:27
coisa ruim por que ruim porque se mundo
00:05:30
que nós estamos aqui o mundo material já
00:05:31
é uma cópia do Mundo Ideal n no caso o
00:05:34
mundo sensível é uma cópia do Mundo
00:05:35
Ideal se a arte é uma cópia do mundo
00:05:38
sensível a arte não passa de uma cópia
00:05:40
da Cópia então é uma cópia imperfeita de
00:05:42
uma cópia imperfeita então é horrível né
00:05:44
pro Platão ele vai ver a arte como uma
00:05:46
coisa desprezível tá é uma coisa curiosa
00:05:49
porque geralmente né na Grécia a gente
00:05:50
tinha aquelas esculturas maravilhosas
00:05:52
aquela arquitetura linda e ele via a
00:05:54
arte como uma coisa não muito boa tá
00:05:57
gente era basicamente isso que eu tinha
00:05:58
para falar acredito que CONSEG dar uma
00:06:00
introdução satisfatória para vocês da
00:06:02
filosofia antiga espero que vocês tenham
00:06:04
entendido Porque que o mito surgiu né
00:06:06
Qual a diferença entre mito e o
00:06:08
pensamento racional científico
00:06:09
filosófico e a nossa aula que vem nós
00:06:11
falaremos mais um pouco sobre isso muito
00:06:13
obrigado
00:06:15
[Música]
00:06:15
[Aplausos]
