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bem Bom dia a todos
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eh é sempre complicado falar pro final
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né eu comecei a a fazer o o meu mestrado
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não estava praticamente no no meio da da
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do estudo da faculdade mas eu fiz um
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trabalho com pescadores E aí eu queria
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fazer meu mestrado um pouco depois e me
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disseram mas você tem um futuro
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brilhante pela frente Por que que você
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vai estudar populações que vão
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desaparecer daqui a 10 anos isso no 67
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ora não me
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consta que os Caiçaras tenham
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desaparecido apesar dos percalços que o
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dauro muito bem expressou que nem os
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quilombolas ao contrário eles estão
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aparecendo no cenário
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e nisso o tá tem toda a razão quer dizer
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é um fator extremamente positivo é só
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quem tem talvez essa vivência longa de
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ver como foi difícil foi difícil
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introduzir o conceito de populações
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tradicionais do
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inuk e eu me lembro que quando foi isso
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em 79 quando teve a primeira reunião
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para se debater o projeto snuk elaborado
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pela funatura que era extremamente
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preservacionista eu provável
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provavelmente era uma ave fora
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provavelmente não era totalmente uma ave
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fora do ninho não é porque el diziam O
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que que tem que ver um antropólogo
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naquele nãoé era um era uma sala enorme
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então o que que tem a ver um antropólogo
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com conservação pois eu dizia tem tudo a
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ver primeiro porque conservação
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contrário do que vocês pensam não é uma
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coisa da natureza A Conservação tem a
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ver com o ser humano como é que ele
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percebe a natureza como é que ele se
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relaciona com a natureza e o que vocês
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estão propondo aqui não quer dizer era a
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questão que vocês analisaram muito bem
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de parque sem população é totalmente
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incabível
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cientificamente incabível por naquele
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tempo a gente tinha poucos argumentos
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hoje a gente tem mais né Se vocês
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pegarem por exemplo o Vale do Ribeira
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que é sem dúvida a área de maior
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biodiversidade da Mata Atlântica hoje
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coincidentemente uma área de uma enorme
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diversidade cultural
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talvez do maior do sudeste por quê que
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tem cabulos lá para cima tem quilombolas
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tem Guarani em primeiro lugar na verdade
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eh tem Caiçaras eh e e assim vai então
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existe uma correlação que hoje em dia
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ficou muito claro sobretudo
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internacionalmente uma relação entre a
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biodiversidade a diversidade das
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espécies não é a diversidade dos animais
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e assim por diante e a diversidade
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cultural então uma questão muito simples
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para para mim muito lógica muito
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cartesiana né era a seguinte Por que que
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nós precisamos tocar para fora essa
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população não é que soube se relacionar
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com a natureza e e conservar a
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biodiversidade até hoje a resposta é
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nada é que nós vamos fazer assim hiss
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vamos continuar isso por parte de grupos
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preservacionistas radicais e de parte do
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governo vamos continuar fazendo e eu me
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perguntava por que isso é tão irracional
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aí vem uma questão muito mais Ampla que
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é uma questão até internacional quer
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dizer existe uma engrenagem que faz com
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que essa visão de que conservação se faz
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sem população local é uma visão
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evidentemente que vem de fora todo mundo
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sabe disso hoje vem nos Estados Unidos
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vem parcialmente também da Europa e tá
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se expandindo até hoje pelo mundo
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inteiro e por que será é porque de um
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lado não é existe um uma uma uma cadeia
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desse anismo que são as grandes ONGs
00:04:01
internacionais e aquelas que aparecem
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tão bonitinhas são as piores o pandinha
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da wwf né que todo mundo quase chora v o
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pandinho não sabe o que tá por trás da
00:04:11
wf da
00:04:13
tnc são não da C da conserv
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International e todos aqueles que eles
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pagam no
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Brasil então não é alguma coisa simples
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é modelo que tá sendo muito difícil de
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ser repensado por quê Porque virou um
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pouquinho de religião e religião é
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difícil a gente mudar não é quer dizer é
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difícil alguns se convertem Mas enfim e
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Então essas coisas é preciso que a gente
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saiba que essas ONGs internacionais
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estão no Brasil tem um enorme influência
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sobre o governo federal treinam
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funcionários do Ibama não é e treinam
00:04:51
numa linha que é exatamente uma linha
00:04:53
não socioambiental Isto é uma linha de
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fazer grandes áreas sem população e eu
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fico pensando para quê Só pode ser para
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turismo né dos gringos que que quando
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não tiver mais ninguém aliás né o
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pessoal não gosta de pobre mesmo né E
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quem vive nessas áreas não são
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populações culturalmente pobres são
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populações culturalmente ricas mas são
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pobres nãoé isso é a primeira coisa e a
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segunda coisa que fico pensando se não é
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mais fácil o estado ter essas áreas
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florestadas e Livres sem população
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porque a hora que ele começar a ter
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crédito de carbono a vender essas coisas
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não precisa repartir com ninguém fica
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para eles nãoé e o inclusive o fruto do
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Turismo dificilmente vai ficar com a
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população local aliás é interessante E
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aí rapidamente quer dizer essas grandes
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jergas estão propondo o turismo como a
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única saída para essa população é um
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perigo porque o que tá por trás da
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Estratégia deles é muito simples é
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retirar essa população do seu meio de
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vida tradicional e eu seu meio de vida
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tradicional né o André já falou o dauro
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é usar a natureza de uma forma que hoje
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nós denominamos sustentável acho esse
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termo horrível mas no fundo é tanto é
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que essa essa Floresta Continua em pé no
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Vale do Ribeira depois de 300 anos de
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presença da população nativa
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quilombola Caiçara indígena e assim por
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diante então o turismo fica sendo né Eh
00:06:25
eh a a a última mensagem que é se
00:06:29
conserva a natureza retirando no fundo
00:06:31
da população O que é
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criminoso porque retirar os meios de
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vida dessa população é retirar forma de
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fazer farinha e todo mundo sabe que que
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nem Caiçara nem quilombola nem Caboco
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pode viver sem farinha sem casa de
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farinha Porque tem uma função social tem
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uma função Não é e eh culinária eu mesmo
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andei escrevendo os livro sobre
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culinária porque eu acho importante o
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pessoal saber né que essas populações
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tem uma culinária rica não é então Eh
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fazer com que eles não produzam sua
00:07:02
farinha obrigá-los a comprar farinha
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industrializada que vend em Santa
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Catarina que lá é um negócio horrível né
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então e também por exemplo proibir o uso
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da da madeira para canoa é um outro
00:07:13
crime porque todo mundo sabe que a
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cultura Caiçara mas também a quilombola
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quando usa o rio a canoa é fundamental é
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um símbolo da
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cultura não é vocês Imaginem quando se
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destruíram as torres gêmeas nos Estados
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Unidos Unos o que que se queria na
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verdade é destruir símbolos não era
00:07:34
destruir o prédio o prédio na verdade ou
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matar 3.000 pessoas e e e nisso nãoé os
00:07:40
radicais foram muito felizes eles
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destruíram um símbolo do
00:07:43
Poder no fundo se faz de uma forma Claro
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diferente com não é a o o o impedimento
00:07:50
de se fazer Canoa ou fazer Canoa de
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madeira caída que a gente não sabe nem
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quanto tempo tá lá três décadas cheio de
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cupim que que C Sara o que quilombola
00:08:00
vai fazer uma canua com madeira que ele
00:08:02
sabe que não vai prestar mais não é
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então eles acham que a gente no fundo é
00:08:07
burro né que que que eles podem tratar
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como tá aquilo que o que que o tato diz
00:08:11
né aquele é meia dúa de de radicais eh
00:08:14
eh eh preservacionistas que vivem ali na
00:08:18
Vila Madalena Pinheiros que acham que a
00:08:20
natureza tem que ser usufruto deles e
00:08:24
que ferre-se quem vive
00:08:26
lá não é então colocar até o termo
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populações tradicionais ou comunidades
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tradicionais na nos documentos do
00:08:35
Governo foi uma luta a primeira vez que
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eu falei em populações tradicionais
00:08:39
nessa reunião depois eles me cercaram
00:08:42
queria me bater fisicamente né eu bom
00:08:46
Claro quando eu vi que era era um grupo
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muito grande des conversei fui embora
00:08:50
falei vamos ter que lutar de uma outra
00:08:52
forma não vai ser como esse bando de
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fanáticos que que que é isso
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mesmo então
00:08:59
e daí quando o Fernando Henrique Cardoso
00:09:01
né na sua alta sabedoria acadêmica né
00:09:04
vetou o termo de população tradicional
00:09:07
eu fiquei contente porque eu falei
00:09:08
alguma coisa importante tem esse termo e
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o termo o que que fez o termo o termo
00:09:14
fez reunir
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populações tradicionais não é regionais
00:09:19
num todo nacional e isso é importante
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quer dizer dá uma visibilidade nacional
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é tradicional o quilombola é tradicional
00:09:28
o indígena e a tradição não tem nada a
00:09:31
ver com aquela bagagem né que a gente
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sempre nas histórias vê que as filhas
00:09:36
casadoiras né recebem da mãe um enxoval
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que põe no baú né e a filha vai levando
00:09:43
né pra sua casa aí quando a filha dessa
00:09:46
filha casa o baú vai passando e não muda
00:09:49
nada a tradição não é isso a tradição
00:09:53
tem muito a ver evidentemente com a
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oralidade essas populações elas se
00:09:59
manifestam pela palavra e não pela
00:10:01
escrita não é e nem por isso são menos
00:10:05
inteligentes talvez por causa disso elas
00:10:07
são inteligentes né que elas tem que na
00:10:09
verdade eh eh eh acreditar na sua
00:10:13
memória na sua inteligência prática essa
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é a primeira coisa a segunda coisa tem a
00:10:18
ver com mudança e a gente que trabalha
00:10:21
com essas populações há muito anos
00:10:23
muitos anos eu fico às vezes embasbacado
00:10:25
com a capacidade de introduzir mudanças
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dessa população
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quando a gente começou com a reserva
00:10:31
ativista do mandira e foi a universidade
00:10:33
que começou e graças a Deus E como o ngs
00:10:37
depois os mandira de canan que naquele
00:10:40
tempo eles se consideravam só Caiçaras
00:10:42
né hoje el também eles são quilombolas e
00:10:45
ótimo que são e são mesmo mas eles
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fizeram inovações no projeto que eu
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mesmo fiquei muito surpreso né de de de
00:10:54
de usar métodos novos eh na na na no
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manejo criação de ostra que mostra a
00:11:01
capacidade dessa população de Inovar não
00:11:04
é verdade de fazer as coisas novas ao
00:11:06
mesmo tempo de manter a tradição Então
00:11:09
essa era a primeira o primeiro ponto que
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eu queria falar quando faz faltar 5
00:11:14
minutos e me
00:11:15
avisa o segundo Caiu Meu papel né então
00:11:18
eu vou ter que ir de memória mesmo né aí
00:11:21
a a segunda coisa é
00:11:25
a a questão das populações trad e sua
00:11:31
organização
00:11:33
né hoje nós temos um avanço com a
00:11:36
comissão nacional de populações
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tradicionais mas também temos um
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pepino essa comissão é Totalmente
00:11:43
Dependente do
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governo se o dauro quiser ir não é o
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dauro tá aqui se ele quiser ir
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participar de uma reunião em em em
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Brasília ele vai ter que depender da da
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passagem não é do Ministério do meio
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ambiente de diárias não sei mais o que
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pá pá pá se muda esse
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governo qual vai ser o futuro dessa
00:12:04
comissão ninguém sabe e foi um grande
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avanço não é a gente tem que pensar e
00:12:11
que também olha as limitações naquela
00:12:14
reunião que você tava em Luisiana dauro
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e que que todas as populações um ponto
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básico era o seguinte não se criam
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unidades de conservação de usos de uso
00:12:24
eh de produção integral em cima de
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territórios Caiçaras n exa em
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territórios
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tradicionais eu falei ótimo né porque
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esse é um tema que atinge todas as
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comunidades seja ela quirão bolas
00:12:37
Caiçaras assim por diante e isso tá se
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estendendo no Brasil apesar dos avanços
00:12:42
da reserva ativista e assim por diante E
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aí eu falei com a assessora M da da
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ex-ministra não dá para falar porque nós
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temos um horário eleitoral né o período
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eleitoral a pode falar em em em em nomes
00:12:58
presidenciais
00:13:01
todo mundo sabe eu falei Será que a
00:13:03
ministra ela vai bater o martelo em cima
00:13:07
dessa dessa exigência das populações
00:13:10
tradicionais de não se construir
00:13:11
unidades de proteção integral em cima de
00:13:14
territórios C ela olhou para mim assim
00:13:17
como dizendo mas olha como você é
00:13:20
confiante né claro que ela não
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vai eu falei P mas se ela não tem força
00:13:29
para fazer funcionar uma exigência que
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talvez não seja mais radical por parte
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das populações tradicionais quem é que
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vai pôr essa política em em em andamento
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e de fato quando eu vi o documento final
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não sei se o se dauro e os outros que
00:13:45
tiveram acesso ao documento e repararam
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que aquela declaração muito radical né E
00:13:50
que eu acho que deve ser assim mesmo não
00:13:52
se cria Unidade de Proteção Integral em
00:13:54
cima de territórios tradicionais tinha
00:13:57
passado para uma para um texto muito
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estranho que é mais ou menos o seguinte
00:14:02
desde que
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possível não se criem espaços de uso né
00:14:08
Eh de não uso ou de produção integral a
00:14:11
não serem casos quer dizer foi umas três
00:14:14
frases que totalmente esvaziaram essa
00:14:17
proposta das populações
00:14:19
tradicionais aí eu comecei a ver Olha a
00:14:22
gente vai ter não é e isso me levou a
00:14:25
pensar a a a segunda coisa que eu acho
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importante é É verdade que durante quase
00:14:30
30 anos nós ajudamos a ligar a questão
00:14:35
das populações tradicionais A
00:14:36
Conservação da natureza por quê Porque
00:14:39
nós éramos tão frágeis e fracos a não
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ser com Chico Mendes nãoé que que tinha
00:14:44
a coragem de enfrentar máquinas e assim
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por diante que a gente achava que se a
00:14:48
gente não aliasse o modo de vida e
00:14:51
Conservação das populações tradicionais
00:14:53
a questão ambiental a gente não teria
00:14:55
sucesso
00:14:57
nenhum e de fato por um Largo período
00:15:00
isso
00:15:01
funcionou hoje nós temos muito mais eh
00:15:05
áreas de reserva servista na Amazônia
00:15:07
mas em outras e regiões também temos
00:15:11
mais
00:15:12
rdss mas eh na verdade eh uma uma
00:15:17
oposição ainda existe e muito radical em
00:15:21
relação à expansão das RDS e resex na
00:15:24
Mata Atlântica né os ambientalistas
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fundamentalistas dizem que aqui
00:15:30
não e parece que parece não que eles têm
00:15:33
uma um um poder muito grande é uma banda
00:15:36
de cinco ou seis que foram mencionadas
00:15:38
aqui alguns até São candidatos ao
00:15:40
governo de São Paulo esse é o pior mas
00:15:42
para quem não sabe quem é esse candidato
00:15:45
acaba não fica sabendo eu falo mesmo é
00:15:47
senhor Fábio Feldman não é e eu fico
00:15:50
besta de de ver como é que se escolhe
00:15:53
uma pessoa desse pouco calibre o calibre
00:15:57
errado para ser Governador de um estado
00:15:59
como esse não é o único a verdade é essa
00:16:02
não é mas
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eh o poder político dessa dessa desse
00:16:08
pequeno grupo aliado a esses interesses
00:16:10
de ONGs que por sua vez são são são
00:16:13
Aliados a grandes interesses
00:16:15
multinacionais é alguma coisa
00:16:18
importantíssima para vocês terem uma
00:16:20
ideia nos últimos 10 anos só na África
00:16:23
que também a mesma política eh eh é
00:16:25
seguida foram expulsos algo entre se e
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10 milhões de pessoas 6 e 10 milhões de
00:16:33
pessoas bantus pigmeus pá e eu mesmo em
00:16:37
Roma Fiquei conhecendo alguma dessas
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lideranças as coisas continuam eu me
00:16:41
pergunto Meu Deus será que apesar desses
00:16:44
anos todos a gente perceber que esse
00:16:45
modelo nunca vai funcionar só vai dar
00:16:48
pepino não é eu acho que eles estão
00:16:50
acreditando numa coisa quanto mais tempo
00:16:53
essa população tiver restrições ao seu
00:16:56
modo de vida melhor para ele e
00:16:59
infelizmente Eles Têm razão Quanto mais
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tempo as nossas populações tradicionais
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não puderam fazer a sua roça não puderem
00:17:07
pescar e assim por diante Mas eles estão
00:17:11
pressionados para migrar é o que o dauro
00:17:13
falou eles estão migrando
00:17:15
mesmo e para finalizar porque eu acho
00:17:18
que depois do discurso dos dos dois eh
00:17:22
eu não gostaria de falar de falar muito
00:17:24
é mas os os temas são esses né Eu acho
00:17:29
seguinte nós fizemos grandes avanços no
00:17:30
Vale do Ribeiro em termos do
00:17:33
reconhecimento da importância dessas
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populações tradicionais e nativas só que
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com raras exceções e esse momento é uma
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delas em que as pessoas se encontram
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representando essas várias
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comunidades quase sempre a gente fica
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trabalhando de forma isolada né quem
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trabalha né com os quilombola para lá
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Caiçara para lá índio para cá eu acho
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que tá na hora e e para aproveitar até o
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sangue novo dessa juventude que
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organizou esse encontro né que eu acho
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uma das coisas fundamentais né quer
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dizer se aumentar o número de de ONGs
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com uma perspectiva socioambiental no
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Vale de Ribeira eu acho queia estaria na
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hora da gente criar na verdade um fórum
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não é de populações tradicionais ou
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comunidades tradicionais do Vale do
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Ribeira e litoral para quê primeiro
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lugar para para que essas lutas que tem
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muitas coisas parecidas pelo que euv do
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André né A questão dos parques dos
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grandes projetos e assim por diante isso
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vai atingir e já está atingindo as
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várias os vários tipos de comunidades
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Então eu acho que é necessário um
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mecanismo que seja ágil mas que permita
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né primeiro que que que essa esse fórum
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tem uma assessoria
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jurídica para defender os direitos
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básicos da população acho que isso é
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fundamental que coloque representantes
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dessas populações juntos como num evento
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como esse e também que coloque não é
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número maior de de de de membros de
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comunidades tradicionais juntos nós
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chegamos nos anos 2000 na Ilha Comprida
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organizamos um encontro chamado eh povos
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do Vale do Ribeira tinha mais de 1000
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pessoas em alguns momentos tinha 2.000
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pessoas na Ilha Cumprida discutindo esse
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tema não é e tinha debates conferências
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mas também tinha oficina a cozinha a
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dança era um happening não é era uma
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espécie de uma daqueles happening dos
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dos rips dos anos eh 70 80 mas foi
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extremamente rico por quê Porque um
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acabou conhecendo o outro pela Internet
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é complicado você manda uma foto porque
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não é bem Aquele caraá e as comunidades
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gostam de se ver como dizem os
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maranhenses né venha aqui que eu quero
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te olhar venha me visitar que eu quero
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te olhar é assim que funciona as
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comunidades tradicionais por mais que
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possam usar a internet a gente gosta de
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se ver de se falar de ver como vai a
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pessoa né se na comunidade dele tá tudo
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bem Ou você tem problemas que podem ser
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eh solucionados ou não de poder
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conversar e para isso que serve os
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encontros não é então fica lançada aqui
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uma ideia que talvez a gente possa
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pensar em vez de cada um trabalhar
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isolado a gente pensar um fórum né que
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entre as as as todas essas comunidades
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os representantes as ONGs que hoje são
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em número maior não é t o Isa tá t o
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carité nós vamos ajudar mas aí a
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transparência vai ser maior a
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visibilidade vai ser maior né Talvez
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isso seja um aspecto importante o outro
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e aí o André
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mencionou é que se as condições
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econômicas dessas populações não
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melhorar e elas não vão tender a
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melhorar se essas restrições continuarem
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não vai ficar um representante um
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morador de Aldeia povoado seja o que for
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Onde está hoje pessoal vai pra cidade
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por pior que seja a cidade alguns acabam
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voltando eu conheço vários do litoral e
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do do do do Rio de Janeiro que acabam
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voltando porque a vida na cidade na
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verdade também é um mito mito no sentido
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pior da palavra né então eu acho que que
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eu acho que tá na hora da gente começar
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a brigar juntos não é de apresentar
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plataforma juntos não é e de poder
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resolver juntos os problemas que afligem
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as comunidades tradicionais do Vale de
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Ribeira que são muitos E aí não dá para
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deixar não é de entrar dança o nosso
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fandango e incentivar o mutirão desde
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que possível tanto paraa retirada da
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madeira da canua quanto paraa roça Isto
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é pensar que essas comunidades elas
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foram fortes e são fortes porque a
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economia o modo de vida se associa à
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Dança né se associa à música tá
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associada à religião eles TM uma
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percepção da natureza muito diferente e
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da própria vida social muito diferente
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da nossa vida individualista né das
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nossas cidades e nesse sentido Eles são
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um exemplo não só o exemplo P que se
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falou né do conhecimento de onde planta
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o arroz de onde tira o cipó e assim por
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diante e que e que na verdade nesse
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conhecimento é que começou a valorização
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das Comunidades tradicionais a gente
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pegou este
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pontozero dos anos 80 e falou bom se o
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conhecimento dessa população é tão
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importante a população também é as
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comunidades também são os ambientalistas
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não gostaram dessa dessa ligação mas foi
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foi por aí que as coisas entraram e no
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debate que chegaram até hoje então
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parabéns a Gé pelo que vocês fizeram
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espero que nós continuemos trabalhando
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junto a universidade pelo menos o meu
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núcleo tá disposto a continuar nós
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estamos formando três ou quatro
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advogados que são alunos do meu de
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Mestrado Nessas questões dos direitos
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sociais das populações tradicionais
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retirando um pouco dessa jaula que a
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gente mesmo ajudou a criar que é colocar
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essas popul AES tradicionais a mercê do
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estado e a mercê de uma política
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conservacionista que tá melhorando É
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verdade mas que até agora só trouxe
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miséria e d sabores as nossas
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comunidades Muito obrigado