LIVE 7 - Balada de amor ao vento (1990) – Paulina Chiziane

00:58:03
https://www.youtube.com/watch?v=s3o8xXPRg1U

Résumé

TLDRThe live session is the seventh in a series aimed at warming up participants for a literary marathon focused on works from Fuveste and Unicamp. The host discusses "Balada de Amor ao Vento" by Paulina Chiziane, highlighting its importance as the first novel by a woman in independent Mozambique. The session critiques the book's style and themes, including love and cultural traditions, while preparing students for upcoming exams. The host encourages engagement in future events and emphasizes the significance of understanding the cultural context of the literature.

A retenir

  • 📚 This is the seventh live session of the literary marathon.
  • 🎉 The book discussed is significant as the first novel by a woman in independent Mozambique.
  • 💔 The host finds the book's style boring but acknowledges its importance.
  • 🌍 Themes include love, polygamy, and cultural traditions.
  • 🗓️ The minicourse starts next Monday after the live sessions.
  • 🎁 Prizes will be awarded for participation in the marathon events.
  • 📖 Understanding cultural context is crucial for studying literature.
  • 👩‍🏫 The Bisturi method helps students efficiently grasp literary works.

Chronologie

  • 00:00:00 - 00:05:00

    The live session begins with a warm welcome to participants, discussing the importance of the literary marathon and the upcoming events, including a special live on Machado de Assis, coinciding with the host's birthday.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    The focus of today's discussion is on 'Balada de Amor ao Vento' by Paulina Chiziane, a book the host finds tedious but acknowledges its significance as the first novel published by a woman in independent Mozambique.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    The host emphasizes the importance of understanding the historical context of Mozambique, particularly its colonial past and the significance of Chiziane's work in the post-colonial literary landscape.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    The narrative style of the book is highlighted, particularly the use of first-person monologue and the themes of oral tradition, customs, and ancestral African culture.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    The host discusses the themes present in the book, including polygamy, disillusionment in love, and the clash between traditional beliefs and colonial influences, drawing parallels with other literary works.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    The discussion touches on the portrayal of women in the book, particularly regarding issues of love, fidelity, and societal expectations, as well as the impact of colonialism on gender roles.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    The host shares personal opinions on the writing style of Chiziane, expressing a dislike for the overly romanticized language while recognizing its appeal to others.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    The session includes a reading of the first chapter, where the protagonist reflects on her past and the nature of love, setting the stage for the story to unfold.

  • 00:40:00 - 00:45:00

    The narrative introduces the protagonist's first love experience during a traditional circumcision ceremony, highlighting cultural rituals and the excitement of youth.

  • 00:45:00 - 00:50:00

    The host encourages engagement from the audience, asking for their thoughts on the book and its themes, while also promoting the upcoming minicourse and the importance of participation in the marathon events.

  • 00:50:00 - 00:58:03

    The session concludes with reminders about the next live events and the significance of the literary marathon in preparing for the vestibular exams.

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Vidéo Q&R

  • What is the main focus of the live session?

    The live session focuses on discussing the book "Balada de Amor ao Vento" by Paulina Chiziane.

  • Why is the book significant?

    It is significant as the first novel published by a woman in independent Mozambique.

  • What themes are explored in the book?

    Themes include polygamy, love, cultural traditions, and the impact of colonialism.

  • What is the host's opinion on the book?

    The host finds the book boring and critiques its style, but acknowledges its importance.

  • How can participants access previous live sessions?

    Participants can access previous live sessions through the content library available in the WhatsApp group.

  • What is the purpose of the literary marathon?

    The marathon aims to prepare students for vestibular exams by discussing key literary works.

  • What is the Bisturi method mentioned?

    The Bisturi method is a teaching strategy designed to help students efficiently understand literary works.

  • When does the minicourse start?

    The minicourse starts on the following Monday after the live sessions.

  • What is the host's birthday significance in the context of the marathon?

    The host's birthday coincides with a live session discussing a significant literary work.

  • What kind of prizes are mentioned for participation?

    Prizes will be awarded for participation in the live sessions and minicourse.

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    Boa noite. Boa noite, gente. Boa. Vocês
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    estão aí para mais uma live de
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    aquecimento da maratona
  • 00:01:27
    literário. Live número, se eu não perdi
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    as contas, número sete. É isso, é isso.
  • 00:01:35
    Live número sete. Boa noite, Sabrini da
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    Nicole, Jasmim. Sejam todos muito
  • 00:01:42
    bem-vindos a essa que é mais uma live
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    então da nossa maratona Absturi
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    Literário. Oi,
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    Jana. São nossas
  • 00:01:51
    eh nossas lives de aquecimento, né? Eh,
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    falando de obras aí. Em cada live a
  • 00:01:58
    gente tá falando de uma obra da Fuveste
  • 00:01:59
    ou da
  • 00:02:01
    Unicamp. Hoje, boa noite Letícia, hoje a
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    gente vai falar de uma obra da Fuveste.
  • 00:02:07
    Amanhã é um dia muito importante. Boa
  • 00:02:10
    noite, Paulo. Amanhã é um dia muito
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    importante. Nós vamos falar da última
  • 00:02:13
    obra da Unicamp, que é Machado de Assis.
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    É importante por vários motivos. É
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    importante porque é Machado de Assis. É
  • 00:02:20
    importante porque é a última obra da
  • 00:02:22
    Unicamp que a gente vai falar nessas
  • 00:02:25
    nessas lives de aquecimento, porque as
  • 00:02:26
    outras duas vão ser fest e é importante
  • 00:02:28
    porque é meu aniversário. Então já fica
  • 00:02:29
    a dica. Você por favor não me abandone
  • 00:02:32
    amanhã, venha me dar parabéns. Boa noite
  • 00:02:34
    Luía e Mari, porque amanhã é meu
  • 00:02:37
    aniversário, não pode dar parabéns
  • 00:02:39
    antes. Então vocês venham amanhã me dar
  • 00:02:40
    parabéns e aproveitar e assistir a live
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    de Machado de Assis, tá? Casa Velha. Mas
  • 00:02:45
    hoje o papo é outro. Hoje a gente vai
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    falar de balada de amor ao vento da dona
  • 00:02:49
    Paulina Xiane, um livro que eu não
  • 00:02:51
    gosto, um livro que eu eu não vou dizer
  • 00:02:54
    que eu odeio, porque não é um livro
  • 00:02:56
    difícil, eu só acho chato, né? Oh, que
  • 00:02:59
    livro
  • 00:03:00
    chato, porque é o estilo que não me
  • 00:03:02
    agrada. Mas enfim, como eu disse na
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    chamada para essa live, né? A gente não
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    tem que gostar ou não, não importa se a
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    gente gosta ou não, o que importa a
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    gente tem que entender, né, esta aula,
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    essa essa obra. E aí, eh, lembrando que
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    isso para que para os desavisados, isso
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    aqui não é uma live sobre esse livro só
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    que eu tô fazendo aqui. Isso é parte de
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    toda uma estratégia que é a maratona
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    abstr literário, que tem essas 10 lives
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    de aquecimento. Semana que vem tem o
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    minicurso. Então, se você não viu alguma
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    live ainda, você perdeu alguma, elas
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    estão todas disponíveis na biblioteca de
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    conteúdos. Para acessar essa biblioteca,
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    você tem que estar inscrito na maratona
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    Mistério Literário, participar do grupo
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    do WhatsApp, você vai ter acesso lá à
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    biblioteca de conteúdos para você ver
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    alguma live que você tenha perdido. Se
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    você quiser ver lives anteriores que eu
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    fiz lá quando a gente abriu turmas de
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    março, você pode ver todas até domingo,
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    porque segunda-feira, dia 12, começa o
  • 00:04:00
    nosso minicurso com as três obras. Eu
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    vou te ensinar nesse minicurso como que
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    a literatura pode ser sua arma secreta
  • 00:04:07
    pro vestibular. Vou te mostrar como que
  • 00:04:10
    o método Buri funciona, por que ele
  • 00:04:13
    funciona, por que é o método mais
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    eficiente, inteligente, divertido e
  • 00:04:18
    prático para você dominar as obras
  • 00:04:20
    literárias da Fuveste, da Unicamp e
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    conquistar aqueles pontinhos que podem
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    ser essenciais em medicina ou outras
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    carreiras concorridas, né? E a gente vai
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    pegar na unha os três livros mais
  • 00:04:30
    difíceis da Fuvest usando o método
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    bsturi. Boa noite, Ramon. Boa noite,
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    Débora. E boa noite, Pedro. Então, eh, o
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    minicurso que começa semana que vem e
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    depois a gente vai ter na live de
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    encerramento da maratona, que é no outro
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    domingo, né? Boa noite, Lari. A gente
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    vai ter sorteio, tá? Tá? Então é
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    importante para participar do sorteio
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    que você esteja assistindo essas lives,
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    que você assista as aulas do minicurso,
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    faça as tarefinhas que eu vou te dizer
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    lá nas aulas do minicurso para você
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    concorrer a esses prêmios que eu não vou
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    dizer quais são, mas fica a dica que são
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    prêmios muito bons que podem te ajudar
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    bastante, tá? Então é isso. E aí toda
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    essa maratona, né, todas as as lives de
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    aquecimento, mais o minicurso, enfim,
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    são para eh são essa estratégia que a
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    gente faz e que culmina na abertura de
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    turmas promocionais com bônus especiais
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    que duram muito pouco tempo. Então é
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    importante estar inscrito, é importante
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    participar de tudo, tá? Porque o método
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    bsturi é o jeito mais fácil, mais
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    inteligente, mais eficiente, que
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    economiza tempo, né, eh, da sua vida,
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    tá? Eh, para você dominar as obras do
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    dos vestibulares da Unicamp e da Fuveste
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    ou da Unicamp e da Fuveste, né? Eh,
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    principalmente você vai, ai, mas eu não
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    gosto de ler como eu sempre digo, é
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    justamente por essa razão que você tem
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    que vir pro bisturi, porque como eu
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    sempre digo, para quem gosta de ler o
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    bisturi é uma delícia, é quase diversão.
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    Para quem não gosta é que aí que você
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    precisa mais ainda de mim. Ou: "Ah, eu
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    leio, mas eu tenho dificuldade de
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    entender." É para isso que o bistur está
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    aqui. Ou ai, mas é que eu não tenho
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    tempo. O bisturista aqui para valorizar
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    o seu tempo, que sozinho você perde
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    muito mais tempo para ler um bagulho que
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    você não gosta muito. Depois de estudar,
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    a gente já corta esse tempo, já faz tudo
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    junto aqui, tá?
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    Então, fique atento, participe de todos
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    os eventos. Se por acaso não tá
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    inscrito, inscreva-se, manda pros amigos
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    e bora trabalhar.
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    Bom, eu tenho que falar, né? Não tem
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    muito, não tenho escapatória. Balada de
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    amor ao vento da dona Paulina Xiane. E
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    para meu desespero, eu vou ter que lidar
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    com esse livro por 3 anos. Ele tá nos
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    vestibulares da Fuvest para 26, 27 e 28,
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    né?
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    Balada de amor ao vento pouca é bobagem,
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    hein? Para Fuveste. Bom, tirando aí o
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    meu ranço, que eu já vou explicar
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    porquê, esse é um livro publicado em
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    1990 e ele é importante porque ele é o
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    primeiro livro publicado por uma mulher
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    em Moçambique, né? Na Moçambique eh,
  • 00:07:07
    independente. Moçambique tem uma
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    história e esse e pra gente entender
  • 00:07:11
    esse livro dentro, entender mais do que
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    uma leitura ingênua, né? É o que eu
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    sempre falo aqui. Se você busca só o que
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    acontece no enredo, o que acontece na
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    historinha do
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    livro, você tá estudando de um jeito
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    muito atrasado, porque faz muito tempo
  • 00:07:26
    que os vestibulares não cobram só isso
  • 00:07:27
    ou cobram muito menos isso, né? Então a
  • 00:07:30
    gente, pra gente ter uma noção dessa
  • 00:07:32
    obra, é importante entender um pouco a
  • 00:07:34
    história de Moçambique, que vai ficar
  • 00:07:36
    como colônia de Portugal até
  • 00:07:38
    1975. Moçambique é um país independente
  • 00:07:41
    somente a partir de 1975.
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    E na Moçambique Independente, então a
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    partir de 75, é só em 90 que a gente tem
  • 00:07:49
    uma primeira mulher publicando um
  • 00:07:50
    romance lá. E é justamente esse o
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    romance. Eh, eu também não gosto,
  • 00:07:55
    Ramon. Mas enfim, ela tem a sua
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    importância, né? Porque é a primeira
  • 00:07:59
    mulher a publicar um livro em
  • 00:08:00
    Moçambique. O livro é justamente esse,
  • 00:08:02
    tá? Eh, como eu sempre digo, né? Quando
  • 00:08:05
    a a Unicamp colocou o Nicket, que é
  • 00:08:07
    outra obra da dona Paulina, tava na
  • 00:08:09
    lista, eu não gostei e eu fiquei
  • 00:08:11
    pensando, será que é a obra ou será que
  • 00:08:13
    é autora? Daí vem a Fluvest, me bota
  • 00:08:15
    esse aqui e aí para eu confirmar que
  • 00:08:17
    realmente o que não me agrada é o estilo
  • 00:08:19
    de escrita da dona Paulina. Mas apesar
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    do estilo de escrita não me agradar
  • 00:08:24
    enquanto leitora, eu não posso enquanto
  • 00:08:26
    professora deixar de reconhecer a
  • 00:08:27
    importância da primeira mulher a
  • 00:08:29
    publicar, né, o primeiro romance
  • 00:08:31
    publicado, a primeira mulher a publicar
  • 00:08:33
    um romance, enfim, né? é um romance que
  • 00:08:35
    se caracteriza pelo monólogo interior. A
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    maior parte dele é narrada em primeira
  • 00:08:39
    pessoa por essa personagem chamada
  • 00:08:41
    Sarnal, que é a nossa narradora, né? E
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    que conta eh a sua história, entre
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    aspas, eu pus, de amor com o Moando,
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    porque o Mondo, faz, eu já vou dar um
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    spoiler, ele faz tantas poucas e boas
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    com ela que a gente fica se questionando
  • 00:08:58
    se isso é amor mesmo, né? Mas enfim,
  • 00:09:00
    isso é uma discussão para o momento
  • 00:09:02
    posterior, tá? Uma das coisas, eu vou
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    antes da gente partir, né, para paraa
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    nossa leitura guiada aqui, um um
  • 00:09:10
    gostinho da nossa leitura guiada,
  • 00:09:12
    algumas coisas sobre o livro, né, de
  • 00:09:15
    novo, tirando o meu ranço, eh, essa
  • 00:09:17
    valorização da literatura oral, né, e a
  • 00:09:20
    própria ideia de eu ter uma um narrador
  • 00:09:22
    em primeira pessoa é como se ele tivesse
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    contando a sua história. A gente parece
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    que se aproxima mais de um de um de um
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    narrador em primeira pessoa do que
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    alguém contando história de outras
  • 00:09:30
    pessoas, né? e também pelo jeito, pela
  • 00:09:34
    estrutura narrativa aqui. Então, existe
  • 00:09:36
    um pouco dessa valorização, não só na
  • 00:09:39
    figura da nossa narradora, mas pelos
  • 00:09:42
    temas e e elementos que a gente percebe
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    aqui nesse livro, que vão falar de
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    costumes, de lendas, de superstições,
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    rituais, numa perspectiva da tradição
  • 00:09:52
    ancestral africana, do povo que estava
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    lá antes do colonizador chegar, né? tem
  • 00:09:58
    uma espécie de resgate desses temas e
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    culturas em que a oralidade é o veículo
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    principal de compartilhamento de
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    conhecimentos, né? Não tá num livro eh
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    não sei aqui de todo mundo que me
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    assiste, tanto você que tá me vendo eh
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    ao vivo quanto você que tá vendo essa
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    live depois, a sua religião, enfim, né?
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    Mas nas religiões de matriz africana que
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    a gente tem no Brasil, por exemplo,
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    candomblé, o mesmo Umbanda, que é uma
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    religião brasileira que junta elementos
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    do Espiritismo, do catolicismo e do
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    candomblé, mas é uma religião brasileira
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    considerada de matriz africana, não tem
  • 00:10:33
    um livro, tem uma Bíblia. Qual é a
  • 00:10:36
    Bíblia da Umbanda? Não tem. Qual é a
  • 00:10:37
    Bíblia do candomblé? Não existe, né?
  • 00:10:39
    Qual é o livro sagrado, né? Não tem um
  • 00:10:42
    Torá, não tem um uma eh uma Bíblia,
  • 00:10:46
    enfim. Por quê? Porque é uma tradução
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    oral. Isso faz com que inclusive aqui no
  • 00:10:50
    Brasil cada terreiro seja de um jeito.
  • 00:10:52
    Você vai num terreiro, o terreiro acende
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    para algum acende vela azul, o outro
  • 00:10:56
    acende de vela vermelha, porque eles vem
  • 00:10:57
    de traduções diferentes. E essas
  • 00:10:59
    traduções são orais, não tem uma Bíblia
  • 00:11:01
    que tá dizendo lá, né, que nem você tem
  • 00:11:03
    na Bíblia, você tem uma liturgia, por
  • 00:11:05
    exemplo, na Igreja Católica, que eu
  • 00:11:07
    posso falar porque eu conheço, né? Boa
  • 00:11:09
    noite, Gigi. Eh, ai, o tempo do advento
  • 00:11:12
    tem flor, não tem flor. O padre usa
  • 00:11:14
    aquele bagulho que parece um cachicol
  • 00:11:15
    roxo nesse nesse período do ano, nesse
  • 00:11:18
    calendário, né? Tá ali, todo mundo
  • 00:11:20
    segue. Se for na mesma várias igrejas no
  • 00:11:23
    mesmo dia, você vai ver essa mesma
  • 00:11:24
    configuração, né? O evangelho que tá
  • 00:11:26
    sendo lido naquele dia, tá sendo lido em
  • 00:11:28
    todas as igrejas. Vem lá naquele
  • 00:11:29
    folhetinho. Nas religiões de matriz
  • 00:11:31
    africana você não tem isso. Porque, de
  • 00:11:33
    novo, não existe um livro. a transmissão
  • 00:11:36
    dos conhecimentos é feita de maneira
  • 00:11:37
    oral, tá? Então essa é uma questão que a
  • 00:11:40
    gente vê também aparecer aqui, como eu
  • 00:11:42
    disse, com com as lendas, as tradições,
  • 00:11:44
    os ritos, as superstições, né? Enfim. E
  • 00:11:48
    estamos falando da literatura
  • 00:11:49
    pós-colonial em Moçambique. Como eu
  • 00:11:51
    disse para você, eh se Moçambique fica
  • 00:11:53
    livre a fica livre, né? Fica
  • 00:11:55
    independente a partir de 75, né? a gente
  • 00:11:58
    tem ainda em 90, ou seja, 15 anos
  • 00:12:01
    depois, um estado social e cultural
  • 00:12:04
    híbrido, né? O os caras acabaram de ser,
  • 00:12:07
    eram colônia até muito pouco tempo.
  • 00:12:09
    Então é meio parecido, como eu sempre
  • 00:12:11
    digo, com o nosso romantismo, né? Porque
  • 00:12:12
    quando o Brasil se torna independente de
  • 00:12:14
    Portugal, isso é século XIX, é começo,
  • 00:12:17
    1822.
  • 00:12:19
    E aí é justamente o romantismo que
  • 00:12:21
    começa em 1836 no
  • 00:12:23
    Brasil, que é esse período em que a
  • 00:12:25
    gente ainda tá entendendo o que que é
  • 00:12:26
    ser brasileiro, o que que é ser um país
  • 00:12:28
    independente, não mais uma colônia de
  • 00:12:29
    Portugal, né? O que que são as nossas
  • 00:12:32
    questões. Por isso, a valorização da
  • 00:12:34
    pátria, o indianismo, o patriotismo que
  • 00:12:37
    a gente encontra na primeira geração do
  • 00:12:39
    do romantismo, principalmente aqui, um
  • 00:12:41
    século e meio depois, praticamente
  • 00:12:43
    Moçambique tá passando por isso, né?
  • 00:12:45
    estão ainda se identificando enquanto
  • 00:12:48
    nação. Então, eu tenho uma influência
  • 00:12:50
    muito grande das tendências europeias
  • 00:12:52
    trazidas pelo colonizador, mas também
  • 00:12:55
    uma tentativa de valorizar o que é
  • 00:12:57
    moçambicano, né, as as essas estéticas
  • 00:13:01
    ancestrais africanas. Mais ou menos como
  • 00:13:03
    no Brasil, se a gente para para pensar,
  • 00:13:05
    como eu acabei de falar, uma
  • 00:13:06
    característica da primeira geração do
  • 00:13:08
    romantismo é o indianismo. Por quê?
  • 00:13:10
    Porque isso é nosso, é o que nos
  • 00:13:12
    diferencia de Portugal. A gente não é
  • 00:13:13
    mais colônia. Agora a gente é Brasil,
  • 00:13:16
    então a gente vai escolher nossos
  • 00:13:17
    símbolos de brasilidade. No nosso caso,
  • 00:13:19
    vão ser aí a natureza exuberante e o o
  • 00:13:22
    elemento indígena, né? Para Moçambique,
  • 00:13:24
    eles vão ter também esses seus elementos
  • 00:13:26
    da cultura ancestral. Então a gente tem
  • 00:13:28
    essa essa mescla, né? Eu ainda tenho as
  • 00:13:30
    tradições europeias trazidas pelo
  • 00:13:32
    colonizador, mas eu tenho uma tentativa
  • 00:13:34
    de resgate e manutenção das estéticas
  • 00:13:37
    ancestrais. O próprio gênero romance. O
  • 00:13:41
    romance é um gênero que vem da Europa,
  • 00:13:44
    né? Surge na Europa. Não é ancestral
  • 00:13:48
    africano, como não é ancestral indígena
  • 00:13:50
    no Brasil. É uma forma romance, de novo.
  • 00:13:54
    É uma é uma é uma cultura muito mais
  • 00:13:56
    oral. Então, eu tenho o próprio gênero
  • 00:13:59
    romance é uma estrutura europeia, um
  • 00:14:02
    elemento europeu, mas eu tenho eh essas
  • 00:14:05
    essa inserção de elementos de oralidade,
  • 00:14:08
    como eu disse, com com lendas. Ah, vai
  • 00:14:11
    contar uma história. Ah, porque teve uma
  • 00:14:12
    vez uma mulher que fez isso, fez aquilo
  • 00:14:14
    ou a a menção a rituais, né? Ou a
  • 00:14:19
    superstições. Ai, porque quando passa o
  • 00:14:20
    pássaro talpeando, ah, quer dizer que
  • 00:14:22
    alguém vai morrer e tudo mais, né? Não
  • 00:14:25
    são as vanguardas não, Pedro. que eu tô
  • 00:14:26
    falando mais antigamente, o próprio
  • 00:14:28
    gênero romance, que é bem anterior, é lá
  • 00:14:31
    atraisão, né? Eh, na, tô falando aí
  • 00:14:36
    século XVI virada pro XIX, né? O
  • 00:14:38
    surgimento do romance como gênero, na
  • 00:14:40
    verdade substituindo as epopeias que a
  • 00:14:43
    gente tinha, principalmente no século X,
  • 00:14:45
    15, X, classicismo aí, né? Aí vem
  • 00:14:48
    Barroco, depois Iluminismo. Aí mais na
  • 00:14:52
    passagem aí do arcadismo pro pro eh
  • 00:14:56
    romantismo, a gente tem o gênero
  • 00:14:58
    romance, tá? Então fazer romance,
  • 00:15:01
    escrever romance. E romance não é
  • 00:15:03
    romance de amor, romance como gênero
  • 00:15:05
    literário, uma narrativa longa que tem
  • 00:15:08
    um foco, personagens principais, outros
  • 00:15:11
    elementos, outros focos, né? O gênero
  • 00:15:13
    romance é europeu. Isso não é ancestral
  • 00:15:17
    africano. Assim como não é ancestral eh
  • 00:15:19
    da América Latina aqui, né? Os nossos
  • 00:15:22
    indígenas não escreviam romance. Isso é
  • 00:15:24
    uma coisa que vem do colonizador. Mas
  • 00:15:26
    dentro do gênero romance eu vou ter
  • 00:15:28
    esses elementos ancestrais da cultura
  • 00:15:31
    moçambicana antes do colonizador. Então
  • 00:15:32
    é esse estado híbrido. Isso é uma
  • 00:15:34
    questão bastante importante, tá
  • 00:15:37
    bom? E aí temas de que vai falar este
  • 00:15:40
    livro são vários, tá? Coloquei aí para
  • 00:15:43
    vocês alguns que aparecem com maior ou
  • 00:15:45
    menor importância, mas a questão da
  • 00:15:47
    poligamia, eu não sei se alguém aqui é
  • 00:15:50
    da época de Nickete, se alguém chegou a
  • 00:15:52
    ler Nickete para vestibular da Unicamp
  • 00:15:54
    ou porque escola mandou. Se alguém leu
  • 00:15:56
    Nickete, conta aqui para mim, eu li.
  • 00:15:58
    Bota aqui no chat, eu li, né? Pra gente
  • 00:16:00
    dar a mão e chorar
  • 00:16:02
    junto. Eu acho esse menos chato que
  • 00:16:04
    Niet, porque ele é mais curto. Niet tem
  • 00:16:06
    300 páginas. que pariu, ninguém
  • 00:16:07
    merece, né? Esse aqui é mais
  • 00:16:09
    tranquilinho nesse sentido. Mas para mim
  • 00:16:11
    é chato igual.
  • 00:16:12
    Eh, em que tem esse tema da poligamia
  • 00:16:15
    bastante trabalhado, né, bastante
  • 00:16:17
    presente. Eh, a Sabrine leu, me
  • 00:16:19
    compadeço, tá? Débora também, gente, eu
  • 00:16:22
    sei que tem muita gente que adora, tá?
  • 00:16:25
    Eh, tem muita gente que acha muito
  • 00:16:28
    legal. Eu realmente não gosto, mas aí é
  • 00:16:30
    uma lá a Jana. Eu realmente não gosto,
  • 00:16:34
    mas é uma questão, como eu disse, eu
  • 00:16:35
    como leitora, eu acho muito melado, eu
  • 00:16:38
    acho meio brega, né? É, mas enfim, tem
  • 00:16:41
    gente que ama e tem um vídeo de uma moça
  • 00:16:43
    no no YouTube, uma moça amicana falando:
  • 00:16:47
    "Obrigada, Paulina Xiane, esse livro é
  • 00:16:49
    lindo, é a história da minha vida. Ai,
  • 00:16:51
    cada página tem um monte de frases
  • 00:16:53
    belíssimas que a gente quer anotar e
  • 00:16:55
    botar no Instagram, né, de novo." É,
  • 00:16:58
    tem, tem gente que gosta, tem gente que
  • 00:16:59
    não gosta. Eu adoro Saramago, tem gente
  • 00:17:02
    que não gosta, tem gente que não gosta
  • 00:17:03
    de Saramago porque não entende, né? Mas
  • 00:17:06
    tem gente que entende, ainda assim não
  • 00:17:07
    gosta, né? E tem gente que gosta de
  • 00:17:09
    Paulina Xiane e tem eu que não gosto.
  • 00:17:12
    Mas de novo a Fuvest não ligou aqui,
  • 00:17:13
    falou: "Ju Palermo, tudo bem?" Então a
  • 00:17:16
    gente tá querendo botar Paulina
  • 00:17:17
    Cissiane, que você acha, né? Ninguém me
  • 00:17:18
    perguntou, então o que eu penso,
  • 00:17:20
    tá? Estava falando que a questão da
  • 00:17:22
    poligamia é uma questão bastante
  • 00:17:25
    tratada, porque ela vem dessa cultura
  • 00:17:27
    ancestral, né? Eh, antes do colonizador
  • 00:17:30
    chegar, isso era comum. O homem pode
  • 00:17:32
    casar-se mais de uma vez, pode casar
  • 00:17:34
    quantas vezes ele quiser ou conseguir,
  • 00:17:36
    desde que ele consiga manter o mesmo
  • 00:17:39
    nível para todas as mulheres e todos os
  • 00:17:41
    filhos que ele vier a ter, né? Então ele
  • 00:17:44
    pode ele pode ter várias esposas, todas
  • 00:17:47
    oficializadas. A mulher não, a mulher só
  • 00:17:49
    pode casar com cara, mas o homem pode
  • 00:17:50
    casar com várias mulheres, né? E aí
  • 00:17:53
    quando vem o colonizador europeu
  • 00:17:55
    cristão, católico, que vai dizer: "Não,
  • 00:17:57
    não, não, não, isso não pode. Família é
  • 00:17:58
    uma só, papai, mamãe e filhinho". O que
  • 00:18:01
    acontece é que as pessoas continuam, os
  • 00:18:03
    homens continuam tendo outras famílias.
  • 00:18:05
    Eles vão ter amantes, vão ter outras
  • 00:18:07
    famílias. Isso também é o que acontece
  • 00:18:09
    no Brasil, né? Mas aí por debaixo do
  • 00:18:12
    pano e aí é melhor ou é pior? Enfim,
  • 00:18:15
    porque essas mulheres, as amantes, as
  • 00:18:17
    segundas esposas, às vezes terceiras,
  • 00:18:19
    essas outras famílias, não têm os mesmos
  • 00:18:21
    direitos que a mulher oficial tem, né? A
  • 00:18:24
    gente vai falar de Canção para Nin
  • 00:18:26
    Menino Grande, se eu não me engano na
  • 00:18:27
    live de quinta-feira, live, que a gente
  • 00:18:30
    vai falar disso, é o
  • 00:18:31
    oficial e esse e esse é um ponto de
  • 00:18:33
    contato entre essas duas obras. Já fica
  • 00:18:35
    a dica, né? A oficial e as outras, né?
  • 00:18:39
    Então, a poligamia é um tema tratado, a
  • 00:18:41
    perda da virgindade é tratado
  • 00:18:43
    brevemente, mas é tratado, né? A
  • 00:18:45
    desilusão amorosa em vários momentos
  • 00:18:48
    desse livro, a ideia do casamento, no
  • 00:18:51
    caso é o casamento polígamo, né? Porque
  • 00:18:52
    ela vai casar com o cara que vai ter,
  • 00:18:55
    ela vai ser a primeira esposa, mas ele
  • 00:18:57
    vai ter outras. A violência contra a
  • 00:18:59
    mulher, como eu digo em algumas
  • 00:19:01
    situações bem gráficas aqui que dão
  • 00:19:04
    raiva na gente, né? O adultério,
  • 00:19:07
    inclusive o adultério cometido pela
  • 00:19:09
    mulher, porque pro homem não é
  • 00:19:11
    adultério, porque ele pode ter outras
  • 00:19:12
    mulheres, né? Ele se casa inclusive com
  • 00:19:15
    elas. Agora, a mulher não, a mulher não
  • 00:19:17
    pode ter vários maridos, a mulher é só
  • 00:19:18
    daquele cara. E se essa mulher trai? E
  • 00:19:21
    aqui tem um ponto de contato com outra
  • 00:19:23
    obra que é caminho de pedras. Anote
  • 00:19:25
    isso, né? No caminho de pedras, a gente
  • 00:19:28
    também tem como um dos temas principais
  • 00:19:29
    o adultério da mulher, que é a
  • 00:19:31
    personagem Noemi. Então, caminho de
  • 00:19:33
    pedras e balada de amor ao vento. A
  • 00:19:35
    gente poderia ter uma questão envolvendo
  • 00:19:37
    o adultério nessas duas obras.
  • 00:19:40
    prostituição, também esse livro fala,
  • 00:19:42
    fome, pobreza, miséria. E essa ideia do
  • 00:19:46
    choque entre as crenças tradicionais,
  • 00:19:48
    né, eh, ancestrais africanas, com o
  • 00:19:51
    catolicismo que é trazido pelo
  • 00:19:53
    colonizador. Não, não é um movimento
  • 00:19:55
    tranquilinho, né? Essas duas tendências
  • 00:19:57
    culturais, religiosas convivendo, é a
  • 00:20:00
    mesma. É, Zana, pois é, mas não só, tem
  • 00:20:03
    essas outras questões também aqui
  • 00:20:05
    trabalhadas, tá? Para quem leu enquete,
  • 00:20:08
    é um niquete mais curto
  • 00:20:11
    e parece que mais antigo, né? Eh, o
  • 00:20:15
    Nicket é um pouco mais atual. Fiquei com
  • 00:20:18
    raiva em Nickete. Você ficou com raiva
  • 00:20:20
    porque você não gostou, Larissa? Ou você
  • 00:20:22
    ficou com raiva do tema? Porque é isso,
  • 00:20:24
    por exemplo, aqui violência contra a
  • 00:20:25
    mulher, a gente fica com raiva pelo
  • 00:20:27
    jeito. E é é a intenção da autora deixar
  • 00:20:29
    a gente com raiva justamente para que a
  • 00:20:31
    gente pense sobre isso, né? É que aí eu
  • 00:20:33
    tenho raiva também, porque eu acho tudo
  • 00:20:35
    muito melado e não gosto. Mas tem
  • 00:20:37
    algumas coisas que ela faz aqui que são
  • 00:20:39
    propositais. Eu não sei, né, o fim desse
  • 00:20:42
    livro aqui. Eu não vou dar spoiler
  • 00:20:44
    agora, obviamente, mas eu falo: "Ah,
  • 00:20:46
    mano, que pariu, sério, sérião, né?
  • 00:20:50
    Isso é uma coisa que me dá raiva." Mas
  • 00:20:53
    como eu disse, não vou dar spoiler disso
  • 00:20:54
    agora e peço para que para quem leu
  • 00:20:56
    também não dê spoiler para os colegas,
  • 00:20:59
    beleza? OK. E aí o que nos
  • 00:21:02
    resta é partir paraa leitura segurando
  • 00:21:06
    na mão de Deus, segurando na minha mão,
  • 00:21:09
    na verdade segura aqui na mão da tia,
  • 00:21:11
    tá? Que a gente vai ler junto. Eh, deixa
  • 00:21:15
    eu ver se eu consigo aumentar, mas eu
  • 00:21:17
    não queria aumentar tanto a ponto de
  • 00:21:20
    prejudicar. Vamos ver se assim fica bom.
  • 00:21:23
    Deixa eu ver como é que tá aqui. Como eu
  • 00:21:25
    digo, a apesar
  • 00:21:28
    do eh apesar de o livro ele não tá em
  • 00:21:32
    domínio público, né? Então não posso dar
  • 00:21:34
    PDF para ninguém, mas uma amostra é
  • 00:21:36
    permitido que a gente use. Então esse
  • 00:21:39
    primeiro capítulo a gente vai ler juntos
  • 00:21:40
    aqui, tá? Ficamos com raiva porque a
  • 00:21:42
    gente espera uma vingança ou uma
  • 00:21:43
    traição. Af. Não acontece nada,
  • 00:21:49
    cara. Também tive a mesma reação de você
  • 00:21:51
    no final. Ah, não, Letícia, sério?
  • 00:21:53
    Falei: "Ah, mano, eu queria jogar. Eu
  • 00:21:54
    não posso jogar o livro pela janela
  • 00:21:56
    porque eu preciso dar aula dele por três
  • 00:21:57
    anos ainda." Mas tipo, ah, sérião e
  • 00:22:00
    tratado como se é isso não é possível,
  • 00:22:03
    cara. Qual que é dessa mulher, né? Ela
  • 00:22:05
    quer fazer um final feliz pra gente
  • 00:22:07
    falar, a que lindo, que nem tem a mina
  • 00:22:08
    do YouTube que acha lindo. Mina não, uma
  • 00:22:10
    mulher já. Ou é justamente para trazer
  • 00:22:13
    esse incômodo? Não, sério que ela vai
  • 00:22:15
    fazer isso? Para que a gente não faça na
  • 00:22:17
    nossa vida? Enfim, como eu disse, não
  • 00:22:19
    quero dar spoiler. E aí começa para mim,
  • 00:22:22
    o que me
  • 00:22:25
    incomoda a breguice, que você não vai
  • 00:22:27
    escrever breguice, você vai anotar
  • 00:22:30
    linguagem poética e
  • 00:22:33
    romantizada na própria epígrafe que a
  • 00:22:36
    dona Paulina escolhe para abrir o livro,
  • 00:22:39
    que é amor, é o tear em que fabrico a
  • 00:22:44
    vida. Brega, né? Tem gente que fala que
  • 00:22:46
    lindo eu falo: "Meu Deus, que brega, nem
  • 00:22:49
    começou o livro ainda, já tô com raiva."
  • 00:22:51
    Mas de novo, como vestibulandos, o que
  • 00:22:53
    nos importa? Essa visão da autora que
  • 00:22:56
    valoriza o amor como um sentimento acima
  • 00:22:59
    de todos, né? Eh, o amor é o tear em que
  • 00:23:03
    se fabrica a vida, né? Eh, a vida só é
  • 00:23:06
    possível com amor. A vida, mais do que
  • 00:23:08
    isso, ela ela é feita com base no amor,
  • 00:23:12
    né? Se o amor fosse um tecido, se se a
  • 00:23:15
    vida fosse um tecido, o amor é o tear, é
  • 00:23:18
    a máquina que faz com que a vida
  • 00:23:21
    exista. Mas enfim, é isso, tá? Eu só
  • 00:23:24
    quis começar pela epígrafe justamente
  • 00:23:27
    para te mostrar que vai ser assim. E aí
  • 00:23:30
    ela começa no capítulo um, pelo menos é
  • 00:23:32
    isso. Os capítulos são numerados aqui,
  • 00:23:34
    tá? Para nós eh já é uma ajuda, né? que
  • 00:23:37
    é o o canção para nenino grande, por
  • 00:23:40
    exemplo, que a gente vai falar
  • 00:23:41
    quinta-feira, não tem capítulo numerado.
  • 00:23:43
    As obras que não tem capítulo numerado,
  • 00:23:45
    gente, no bisturi vou eu numerando, eu
  • 00:23:47
    vou dando os números dos capítulos, é
  • 00:23:49
    assim que eu coloco lá no módulo pro
  • 00:23:50
    aluno, tá?
  • 00:23:52
    Lembrando que se você quer ser aluno
  • 00:23:55
    bsturi, essa sequência de eventos que a
  • 00:23:58
    gente tá fazendo aqui, o
  • 00:24:00
    minicurso eh as 10 lives de aquecimento
  • 00:24:04
    mais o minicurso com a live de
  • 00:24:05
    encerramento, são os eventos que
  • 00:24:07
    antecedem abertura de turmas com
  • 00:24:09
    matrícula promocional, com valor
  • 00:24:11
    especial, condições de pagamento
  • 00:24:13
    especial, bônus especiais, tá? É isso, o
  • 00:24:16
    vestibular tá chegando e a maneira mais
  • 00:24:18
    eficiente de você dominar de fato essas
  • 00:24:20
    obras da Fluvest, da Unicamp, né? Eh,
  • 00:24:23
    sem perder tempo, que a gente já vai
  • 00:24:25
    como como estou te mostrando que vou te
  • 00:24:27
    mostrar agora, a gente vai lendo junto e
  • 00:24:28
    já vou explicando e já vou discutindo. A
  • 00:24:31
    hora que acabar o módulo ali acabou, né?
  • 00:24:33
    Então fiquem atentos, não percam o
  • 00:24:36
    minicurso que começa na segunda-feira,
  • 00:24:38
    tá bom? Então vamos lá. Tenho saudades
  • 00:24:41
    do meu SAV. Deixa eu ver se eu consigo
  • 00:24:44
    pôr de um jeito melhor
  • 00:24:45
    aqui. Tenho saudades do meu SV, das
  • 00:24:49
    águas azules esverdeadas do seu rio.
  • 00:24:52
    Tenho saudades do verde carnavial
  • 00:24:55
    balançando ao vento, dos campos de mil
  • 00:24:57
    cores em harmonia, das mangueiras, dos
  • 00:25:00
    cajoeiros e palmares sem fim. Quem me
  • 00:25:02
    dera voltar aos matagais da minha
  • 00:25:04
    infância, galgar as árvores centenárias
  • 00:25:07
    como os galas galas e comer frutas
  • 00:25:09
    silvestres na frescura e liberdade da
  • 00:25:11
    planície verde. Então, já chama bastante
  • 00:25:14
    a nossa atenção, deveria ter chamado a
  • 00:25:16
    sua, essa valorização da natureza. Isso
  • 00:25:19
    vai ser bastante frequente no livro
  • 00:25:21
    todo, tá? Referências a pássaros, ao
  • 00:25:24
    rio, à árvores, a outros animais, né?
  • 00:25:29
    Tem essa presença muito forte da
  • 00:25:30
    natureza. E esse save que é o rio, né?
  • 00:25:33
    Esse rio que ela diz que tem
  • 00:25:36
    saudades. Já falei, mas tenho saudades.
  • 00:25:39
    Eu tenho saudades. Narração em primeira
  • 00:25:42
    pessoa. Eh, deixa eu descer um pouquinho
  • 00:25:45
    aqui. Ai, mas não muito. Aqui estou
  • 00:25:49
    envelhecida e sinto que a aproximação do
  • 00:25:52
    fim da minha jornada E sinto a
  • 00:25:54
    aproximação do fim da minha jornada. Mas
  • 00:25:56
    cada dia que passa o peito queima como
  • 00:25:58
    vela acesa no mês de Maria. O passado
  • 00:26:01
    desfila como um rosário de recordações,
  • 00:26:03
    que já nem são recordações, mas sim
  • 00:26:05
    vivências que se repetem no momento em
  • 00:26:07
    que fecho os olhos, transpondo a
  • 00:26:09
    barreira do tempo. Eh, estou envelhecida
  • 00:26:12
    e sinto aproximação do fim da minha
  • 00:26:14
    jornada. Então, isso aqui é uma uma
  • 00:26:16
    estratégia bastante comum para iniciar
  • 00:26:18
    uma obra literária, como também obras do
  • 00:26:21
    audiovisual, filme, série, né, que é o
  • 00:26:23
    narrador ou a narradora, que no caso no
  • 00:26:26
    fim da vida ou achando que tá no fim da
  • 00:26:28
    vida mais velha. Lembrando, então ela
  • 00:26:31
    vai contar essa história. A gente vai, a
  • 00:26:33
    gente vai daqui a pouco ter um flashback
  • 00:26:35
    em que ela vai voltar para contar a sua
  • 00:26:37
    história, tá? E observe também as
  • 00:26:40
    referências a ao catolicismo, né? O
  • 00:26:44
    peito queima como vela acesa no mês de
  • 00:26:47
    Maria. By the way, o mês de Maria é
  • 00:26:49
    maio. Este mês que estamos, né? Mês da É
  • 00:26:53
    por isso que é o mês das mães e o dia
  • 00:26:55
    das mães em maio, né? Porque Maria, mãe
  • 00:26:58
    de Cristo, para os cristãos, para os
  • 00:27:00
    católicos, né? Eh, acho que todos os
  • 00:27:03
    cristãos, na verdade, não tenho certeza,
  • 00:27:05
    mas enfim. Comemora-se, portanto, o mês
  • 00:27:08
    de Maria em maio, né? Eh, então é uma
  • 00:27:11
    referência super católica, vela acesa no
  • 00:27:14
    mês de Maria, depois é o passado desfila
  • 00:27:17
    como um rosário de recordações. Que que
  • 00:27:19
    é um rosário? Rosário é o o instrumento
  • 00:27:22
    de reza, né? O terço é 1/3 do rosário. O
  • 00:27:26
    rosário é três vezes aquilo, né? Eh, a
  • 00:27:31
    minha mãe saberia explicar muito melhor
  • 00:27:32
    isso para vocês, que minha mãe é a
  • 00:27:34
    pessoa que reza o terço, né? Eh, que é
  • 00:27:37
    de novo 1/3 do rosário. Meu avô tinha o
  • 00:27:39
    rosário enorme com umas bolona assim que
  • 00:27:42
    ficava pendurado assim na cama. E quando
  • 00:27:45
    a gente tava muito agitado, que chegava
  • 00:27:47
    fazendo bagunça na casa dele, falava:
  • 00:27:48
    "Vem cá, tá muito agitada, vamos passar
  • 00:27:50
    três vezes no rosário". Ele passava,
  • 00:27:51
    fazia a gente passar por dentro do
  • 00:27:53
    rosário três vezes, que era para dar uma
  • 00:27:55
    acalmada. Não adiantava muito. Eu sempre
  • 00:27:57
    tive muito fogo no cu. Daquelas que
  • 00:27:59
    ficava
  • 00:28:00
    tac pela casa. Então o rosário, né? É
  • 00:28:04
    como eu disse, é três vezes o terço. E
  • 00:28:06
    aí é cada bolinha é uma oração, né?
  • 00:28:09
    Então essa ideia, o passado desfila como
  • 00:28:12
    um rosário de recordações, como se cada
  • 00:28:15
    bolinha fosse uma lembrança, tá? Mas o
  • 00:28:18
    que interessa aqui paraa gente é a ideia
  • 00:28:20
    da vela, o mês de Maria, Rosário. Então
  • 00:28:22
    a gente tem essas referências, como eu
  • 00:28:24
    disse,
  • 00:28:25
    católicas. Eh, enfim, foi em Mambone,
  • 00:28:29
    saudosa terra residente nas margens do
  • 00:28:32
    rio SV. Então, o rio é o SV, Mambone é a
  • 00:28:35
    terra, digamos, o povo ou a aldeia, tá?
  • 00:28:39
    Que aprendi a amar a vida e os homens.
  • 00:28:42
    Foi por esse amor que me perdi para
  • 00:28:45
    encontrar-me aqui nesta máfalala de
  • 00:28:47
    casas tristes, paraíso de miséria, onde
  • 00:28:50
    as pessoas defecam em baldes mesmo à
  • 00:28:52
    vista de toda a gente, e as moscas vivem
  • 00:28:54
    em falusto na felicidade da terra da
  • 00:28:56
    promissão. Então, a gente tem aqui eh
  • 00:29:00
    essa autora, essa narradora que viveu
  • 00:29:03
    nessa cidade de nesse povoado de Mambou
  • 00:29:06
    à margens do rio Sáv, mas que hoje está
  • 00:29:09
    nessa mafalala suja que as pessoas fazem
  • 00:29:13
    xixi na rua, né? Tem mosca, então é
  • 00:29:17
    diferente. Veja que ela lembra com
  • 00:29:18
    saudade desse lugar agradável, mais
  • 00:29:22
    voltado com a natureza, quase uma coisa
  • 00:29:24
    meio arca do campo em oposição a esse
  • 00:29:27
    lugar. que ela tá essa mafalala de casas
  • 00:29:29
    tristes, sujas,
  • 00:29:31
    tá? Eh, terei eu amado algum dia? É
  • 00:29:36
    verdade que o amor existe? Nada sei
  • 00:29:38
    sobre a verdade do amor, mas há uma
  • 00:29:40
    coisa que me aconteceu, digo-vos. Aquilo
  • 00:29:43
    foi uma espécie de feitiço, mistério,
  • 00:29:45
    loucura. Isso é que foi. Então, ela vai
  • 00:29:48
    contar a história de amor que aconteceu
  • 00:29:50
    com ela, que eu não sei se foi bem amor.
  • 00:29:52
    Ela disse, foi uma espécie de feitiço,
  • 00:29:53
    de mistério, de loucura. É, eu concordo
  • 00:29:55
    com a parte da loucura.
  • 00:29:58
    Emete, para mim só há um capítulo
  • 00:30:00
    interessante, diz o Ramon, no qual há
  • 00:30:02
    uma descrição ou divisão da Moçambique
  • 00:30:03
    do Norte do Sul. No resto acho triste. É
  • 00:30:05
    triste é. Esse aqui também vai ser, né?
  • 00:30:08
    Mas eu gosto de mais capítulos de
  • 00:30:10
    Nicket. Tem um em que ela dá, a
  • 00:30:13
    personagem tá na rua e ela vê passar as
  • 00:30:15
    mulheres e é como se ela tivesse ouvindo
  • 00:30:18
    as vaginas falando com ela, né? Cada uma
  • 00:30:21
    conta uma história. Uma conta uma
  • 00:30:22
    história de desejo, uma conta uma
  • 00:30:23
    história de violência, outra conta uma
  • 00:30:25
    história de saudade. Esse capítulo, se
  • 00:30:28
    eu não me engano, é 24, alguma coisa
  • 00:30:29
    assim. Que Nikete tem 200.000 capítulos
  • 00:30:31
    porque tem 300 páginas, né? Mas esse que
  • 00:30:34
    você falou também é interessante. Mas eh
  • 00:30:36
    esse outro tem alguns, tem uma que ela
  • 00:30:38
    que ela faz a oração do Pai Nosso do
  • 00:30:41
    ponto de vista feminino, que também é
  • 00:30:42
    interessante. Mas enfim, deixando o
  • 00:30:44
    Niquete de lado e voltando aqui para a
  • 00:30:47
    nossa balada de amor ao vento, tem uma
  • 00:30:50
    filha crescida que ainda estuda, embora
  • 00:30:53
    já tenha estudado muito, isso é muito
  • 00:30:54
    bom, essa visão, né? Ela ainda estuda,
  • 00:30:57
    já estudou muito, ela ainda tá
  • 00:30:58
    estudando, né?
  • 00:31:00
    Um dia disse-me que a terra é redonda,
  • 00:31:02
    por fora é toda verde e lá no fundo tem
  • 00:31:04
    um centro vermelho como melão. Que melão
  • 00:31:08
    é esse, gente? Aí é questão de
  • 00:31:10
    Moçambique. Não sei que fruta que eles
  • 00:31:11
    falam aí, se é melancia, né?
  • 00:31:14
    Enfim, que a Terra é a mãe da natureza e
  • 00:31:18
    tudo suporta para parir a vida como a
  • 00:31:20
    mulher. Os golpes da vida a mulher
  • 00:31:23
    suporta no silêncio da terra. na
  • 00:31:26
    amargura suave, segrega um líquido
  • 00:31:28
    triste e viscoso como melão. Veja que de
  • 00:31:31
    novo, usar um elemento da natureza aqui
  • 00:31:34
    que é uma fruta para fazer essa
  • 00:31:35
    comparação, para fazer essa metáfora,
  • 00:31:37
    né? E essa ideia de que a natureza é a
  • 00:31:41
    mãe, né? A terra é a mãe da natureza e
  • 00:31:44
    tudo suporta para parir a vida. Essa
  • 00:31:46
    ideia como a mulher, a mulher suporta
  • 00:31:49
    tudo para parir a vida. Então, já vai
  • 00:31:51
    ficando clara pra gente aqui uma visão
  • 00:31:53
    da mulher como sofredora, né? E aí elas
  • 00:31:58
    continua: "Eh, quem já viajou ao mundo
  • 00:32:00
    da mulher, quem ainda não foi, que vá.
  • 00:32:03
    Basta dar um golpe profundo, profundo,
  • 00:32:05
    que do centro vermelho explodirá um fogo
  • 00:32:08
    mesmo igual a erupção de um
  • 00:32:11
    vulcão." É essas partes que eu acho bem
  • 00:32:13
    brega, mas enfim. Mas que ideias tristes
  • 00:32:16
    me assolam hoje. Estou apenas em
  • 00:32:18
    delírio. Não me levem a mal. Estou
  • 00:32:20
    simplesmente recordando, recordando.
  • 00:32:23
    Estou dispersa. Uma parte de mim ficou
  • 00:32:25
    no sav. Outra está aqui nesta mafalala
  • 00:32:28
    suja e triste. Outra para no ar,
  • 00:32:30
    aguardando surpresas que a vida me
  • 00:32:33
    reserva. Para que recordar o passado se
  • 00:32:35
    o presente está presente e o futuro é
  • 00:32:37
    uma esperança? Espero que me acreditem,
  • 00:32:40
    mas o passado é o que faz o presente e o
  • 00:32:43
    presente o futuro. Tá meio óbvio, né? É
  • 00:32:46
    óbvio, o passado é que faz o presente. A
  • 00:32:47
    gente é o que é no presente por causa do
  • 00:32:49
    que aconteceu no passado. E o que a
  • 00:32:50
    gente eh faz hoje no presente é que vai
  • 00:32:52
    definir o nosso futuro, sabe? Não sei.
  • 00:32:54
    Acho que as pessoas se encantam, né? Ai
  • 00:32:56
    que lindo. O passado é o que faz o
  • 00:32:59
    presente e o presente o futuro. Mas não
  • 00:33:01
    é óbvio. Só, né? Não é nenhuma grande
  • 00:33:05
    novidade assim. Sei. Não consigo eh
  • 00:33:08
    compartilhar desse sentimento de ai que
  • 00:33:11
    lindo. Eu penso assim, claro, que mais?
  • 00:33:13
    Mas enfim.
  • 00:33:15
    para nós, o que interessa, tentando
  • 00:33:17
    controlar o meu ranço é a narradora,
  • 00:33:22
    eh, se recordando, né? Ah, é que eu tô
  • 00:33:25
    triste hoje, é porque eu tô lembrando.
  • 00:33:27
    Então, de fato, a gente ainda tá aqui no
  • 00:33:29
    presente da narradora, né, dizendo
  • 00:33:31
    justamente que é isso, que ela tá
  • 00:33:33
    lembrando de coisas antigas. E aí ela
  • 00:33:35
    segue: "O passado persegue-nos e vive
  • 00:33:38
    conosco cada presente." Eu tenho um
  • 00:33:40
    passado. Esta história que quero contar.
  • 00:33:43
    Será uma história interessante? Ten as
  • 00:33:45
    minhas dúvidas, pois afinal não é nada
  • 00:33:46
    de novo. É, eu tenho também. Não,
  • 00:33:48
    desculpa. Eh, será uma história
  • 00:33:50
    interessante? Tenho as minhas
  • 00:33:52
    dúvidas. Pois afinal não é nada de novo.
  • 00:33:55
    Há muitas mulheres que vivem assim.
  • 00:33:57
    Delírio. A vida revolveu o centro do meu
  • 00:34:00
    mundo. Meu rosto choroso é viscoso como
  • 00:34:03
    melão. Estou em explosão furiosa, tão
  • 00:34:06
    igual a erupção de um vulcão. Que ela
  • 00:34:08
    retoma aqui a ideia do melão, da erupção
  • 00:34:10
    do vulcão, né? Eh, e aqui é isso, é como
  • 00:34:14
    se fosse uma introdução. Agora eu vou
  • 00:34:15
    contar, eu tenho uma história, eu vou
  • 00:34:17
    contar para vocês essa história que eu
  • 00:34:19
    quero contar, né? Vai ser interessante.
  • 00:34:21
    Não sei, não é? E aqui, claro, eu tenho
  • 00:34:23
    eu tenho a minha reação, né? Quando ela
  • 00:34:25
    fala, será uma história interessante? Eu
  • 00:34:27
    tenho as dúvidas, eu penso, eu também
  • 00:34:29
    porque eu não gosto. Mas é, é quando ela
  • 00:34:31
    fala, não tem nada de novo. Tem muitas
  • 00:34:33
    mulheres que vivem assim. Essa história
  • 00:34:34
    que eu vou contar não é uma grande
  • 00:34:36
    novidade. É a história de muitas
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    mulheres. Muitas mulheres vão se
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    reconhecer nessa história. Talvez não
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    mulheres brasileiras, porque essa eh
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    essa história de poligamia na nossa
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    cultura, poligamia oficial, em que o
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    homem pode casar-se, mas de uma vez, não
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    é uma realidade nossa. Mas com certeza
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    em Moçambique é realidade, né? E vai
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    fazer com que muitas pessoas se
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    identifiquem, como talvez a mulher lá do
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    YouTube que adorou esse livro, tá? E
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    agora sim a gente vai para o flashback,
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    que ela vai começar a contar a história
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    dela do do período em que ela escolhe
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    começar a contar. Vocês estão aí, gente?
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    Vocês gostam? Vocês não gostam? Vocês
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    estão entendendo? É chato, não é? Fala
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    comigo que a gente vai entrar no
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    flashback. Vai me contando aí, daqui a
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    pouco eu leio. Tudo começa no dia mais
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    bonito do mundo. Beleza característica
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    do dia da descoberta do primeiro amor.
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    Todos os animais trajavam-se de fartura.
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    A terra era demasiado generosa. Na
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    aldeia realizava-se a festa de
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    circuncisão dos meninos já tornados
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    homens. Então, é um dia de festa e aqui
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    já entra um primeiro elemento de um
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    ritual importante para essa cultura, que
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    é o ritual de circuncisão dos meninos já
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    tornados homens. O que que faz com que o
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    menino deixe de ser menino e passe a ser
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    homem para essa cultura? Não, tão firme,
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    Nicole, é isso. Importa é estar firme, é
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    não desistir, né? É isso. Segura aqui na
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    mão da Ti. Vamos junto. Não sei, né? Tem
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    algumas culturas, cada um tem uma coisa,
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    tem um tem tipo um teste, enfim, alguma
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    pela idade, né? Mas aqui, beleza, menino
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    agora é homem, vai ser circuncisado. E
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    de novo, isso aqui não é uma uma coisa
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    da cultura europeia, né? É a cultura
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    ancestral. E aí tem essa festa. E aí
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    vocês sabem, em povoados festas são um
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    motivo para as pessoas se encontrarem,
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    inclusive os jovens, arrumar paquerinha,
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    enfim, né?
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    Jovens dos lugares mais remotos estavam
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    presentes, pois não há nada melhor que
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    uma festa para diversão, exibição e
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    pesca de namoricos. Eu estava bonita com
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    a minha blusinha cor de limão, capulana
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    mesma com dizer, enfeitadinha com
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    colares de marfim e miçangas.
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    Capulana é tipo esse pano que é muito
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    característico nos países africanos, nas
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    culturas africanas. Parece uma canga,
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    né? É um pano que elas amarram de vários
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    jeitos diferentes. Às vezes é só saia,
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    às vezes é tipo vestido. Capulana é o
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    nome desse pano que é como se fosse uma
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    canga que vai amarrando, né? Então ela
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    tá dizendo que ela tava toda bonitinha,
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    né? Coloquei-me na rede para ser pescada
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    e por que não? Já era mulherzinha e
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    tinha cumprido com todos os rituais.
  • 00:37:20
    Aqui ela não vai detalhar quais são
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    esses rituais, mas de novo são rituais
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    pertencentes à cultura ancestral
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    africana moçambicana, né? Que é muito
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    diferente do Brasil. Se você lê Niet,
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    inclusive Nikquete, o nome é uma dança
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    sensual que as meninas aprendem a fazer
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    para os maridos, para os homens, né?
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    Então existem uma série de rituais para
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    os homens, para as mulheres. Nesse livro
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    ela não vai detalhar isso. Então não
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    importa. Eu só tô te dando o contexto de
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    que esses rituais de que ela tá falando
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    são rituais ancestrais. Veja como a
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    gente vai mesclando aqui elementos que a
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    gente viu ali no primeira página da
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    cultura católica com elementos de
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    rituais aqui da cultura ancestral, né?
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    Então ela tá ali toda com fogo na
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    perereca, né? Porque me
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    pus. Tô aqui festinha, vários moços, por
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    que não? Já sou mulherzinha, já compre
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    meus rituais, quero mais é arrumar um
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    boy para namorar. Beleza. Tá lá pequena
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    sarnal com fogo no cu. Muito bem,
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    sigamos. As mulheres atarefadas giravam
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    para cá e para lá no preparo do grande
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    banquete. O aroma das carnes excitava o
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    olfato, fazendo crescer rios de saliva
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    em todas as bocas, desafiando os
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    estômagos. E até as gindivas desdentadas
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    já imaginavam um naco de carne,
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    gordinho, tem rinho e sem ossos,
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    empurrado com toda arte por uma golada
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    de aguardente. Os homens davam a mão
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    aqui e ali, enquanto os outros
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    preparavam eslanadas nas sombras dos
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    cajoiros. O que a gente tem aqui é um
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    pouco da
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    descrição desses eh desse ritual, né?
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    Eh, dessa festa. Enfim. Os tambores
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    rufaram ao som. Desculpa. Os tambores
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    rufaram ao sinal do velho moalo,
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    erguendo-se cânticos e aclamações. A
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    porta da Palhota abriu-se, deixando sair
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    cerca de 20 rapazes com aspecto pálido
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    doentil provocado pelas duras provas dos
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    ritos de iniciação. A gente não sabe
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    quais são, mas essas provas são
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    difíceis, né? São duras provas. Os
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    meninos saem meio pálidos,
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    enfim, perdão, tem a própria
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    circuncisão, né? Então, enfim, os
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    meninos estão saindo ali quase que para
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    ser eh apresentados, digamos assim, né?
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    E as menininhas estão alivorosas e comes
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    e bebes e festas. Os rapazes, já
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    tornados homens passavam entre alas como
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    heróis. As velhotas aclamavam espalhando
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    flores, dinheiro e grãos de milho que as
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    galinhas se apressavam a debicar. Eu
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    assisti ao espetáculo Maravilhada quando
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    descobri entre os rapazes um novo rosto.
  • 00:39:52
    Hum. Quem será? Rindal, conheces aquele
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    ali? É o filho do Rungo, o que vive no
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    colégio dos padres. Ah, então Rindal,
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    uma amiga da Sarnal, que até agora não
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    apareceu o nome da nossa narradora, vai
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    aparecer daqui a pouco, né? Mas Rindau é
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    amiga. E ela fala: "Quem que é aquele
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    moço ali, né? Um um novo rosto, um cara
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    que ela não conhecia. É o filho do
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    Rungo, que vive no colégio dos padres.
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    Observe o colégio dos padres,
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    provavelmente um seminário. Então, olha
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    aqui os padres mesclados aos elementos
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    da
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    culturaçambicana, né? Dissiparam minhas
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    dúvidas. Era mesmo daquele rapaz que os
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    velhotes falavam ontem à noite e eu,
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    curiosa, ouvi tudo. Se eles descobrirem
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    que escutei, vão castigar minha larga,
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    pois em coisas de homens as mulheres não
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    se podem meter. Disseram que ele foi
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    distinto e comportou-se lindamente,
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    mesmo nas provas mais difíceis. Então,
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    ela ouviu a conversa dos velhos, da dos
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    velhos, né? Eh, como se fossem os, como
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    é que tem esse n? tem os anciãos, né,
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    ali da da comunidade, né, que tavam
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    conversando sobre os meninos e falaram
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    desse menino, né, o filho do R do Rungo,
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    que apesar de morar no colégio de
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    padres, ou seja, ele não é, né, não tem
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    a essa, ele não segue os elementos
  • 00:41:15
    rituais dessa religião, enfim, mas ele
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    foi bem nas provas e a Cernal só que de
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    ouvido.
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    Inclusive, eh, ela fala, né? Se eles
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    descobrissem que eu tava ouvindo, eu
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    tava perdida, porque em coisas de homens
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    as mulheres não se podem meter. Já vem o
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    machismo começando a aparecer aqui pra
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    gente,
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    né? Aquela imagem maravilhou-me. Mesmo à
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    primeira vista, o meu coração virgem
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    estremeceu. É, foi, é o coração que
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    estremeceu, né? Quando ela vê o moço que
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    ela acha bonito. Fiquei hipnotizada com
  • 00:41:46
    os olhos perseguindo os passos daquele
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    desconhecido. Uma voz quebrou-me
  • 00:41:50
    encanto. Sarnal, Rindal, que fazem aí
  • 00:41:53
    sentadas suas velhas? Veja, se Rindau é
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    a amiga que a gente viu que ela falou, é
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    aqui que a gente descobre o nome da
  • 00:41:58
    nossa narradora, Sarnal, né? E aí ela tá
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    ali encantada, só não consegue tirar o
  • 00:42:05
    olho do moço, né? E alguém vem e sarnal,
  • 00:42:09
    rindal, o que fazem aí sentadas suas
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    velhas? retribuir a um olhar aborrecido
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    respondendo de maus modos. É proibido
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    ficar sentada? Então essa ni é uma
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    mulher, né? Uma uma menina provavelmente
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    da idade delas que vem. Que vocês estão
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    fazendo aí, né? É sarnal, bocudinha. É
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    proibido ficar
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    sentada? Ué, sarnal. Chocar ovos é pra
  • 00:42:28
    galinha chocadeira. Tira o rabo daí.
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    Tenho um segredo para ti. Não me
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    levanto. Estou a chucar ovos de pata.
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    Vomita lá esse segredo e desaparece. Já
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    sabia do que se tratava. Não sei quem
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    convenceu o Kelu de que ele é um grande
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    macho, mas ele quer moriscar, mas ele
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    quer namoriscar toda a gente. Eni
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    ajoelhou-se, segurou o meu pescoço com
  • 00:42:49
    as duas mãos, encostou os lábios aos
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    meus ouvidos e segredou. Gritei bem alto
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    para que ela desaparecesse dali. Eni
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    levantou o voo e pude finalmente
  • 00:42:58
    contemplar o meu encanto, mas só por
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    pouco tempo. Logo a seguir, um bando de
  • 00:43:03
    raparigas fez-me saltar do chão,
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    arrastando-me até as traseiras da casa.
  • 00:43:07
    Então veja que não fica muito claro, eu
  • 00:43:11
    acho mal escrito, inclusive, né? O que
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    que a Ceni fala no ouvido dela parece
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    ter algo a ver com esse queelu, né, que
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    é um menino que se acha, que quer
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    namorar todo mundo. Eh, e quando ela ela
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    fala e ah, eu já sei do que que é o
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    Kelu, quer namorar todo mundo,
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    provavelmente é isso. Talvez a En veio
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    falar para ela que esse Kelu queria
  • 00:43:30
    ficar com a Cnal, queria pegar a CNAL.
  • 00:43:32
    Essa nana está interessada, até porque
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    ela só tem olhos para aquele menino que
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    estuda no colégio dos padres, né? E aí
  • 00:43:40
    vem então eh outras meninas, né? E levam
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    ela até atrás da casa. Sarnal, hoje é o
  • 00:43:46
    dia de arranjar namorados. Em vez de
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    estar aí a chocalhar, ponha-te à vista,
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    ginga, rebola pr as moscas perseguirem
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    as tuas curvas, menina. Olha, eu já
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    arranjei um namorado. E que janota,
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    amiga. Os meus parabéns. Então, e tu que
  • 00:44:00
    esperas? Hum. Aposto que estavas a olhar
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    para esse ranhinhoso filho do rungo,
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    como se chama? Ah, é um moando. Pois
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    digo-te, menino, estás a perder tempo.
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    Aqui ele está a estudar para padre.
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    Então aqui a gente tem o nome deste
  • 00:44:13
    menino que está fazendo a sarnal ficar
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    de como é que é? Coração estremecido,
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    para não dizer outra coisa que é moando,
  • 00:44:22
    né? Eu falo moando, tá gente? Não tenho
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    certeza como se pronuncia. Falo mo no
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    bsture todo. Tô falando moando aqui
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    também, né?
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    Eh, e veja, ele tá dá para ser padre, tá
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    perdendo tempo, porque esse aí não vai
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    rolar, né? Fiquei furiosa. Aí fora ao
  • 00:44:38
    encontro dos meus pensamentos e ferrair
  • 00:44:40
    a minha forma como se referira à aquele
  • 00:44:42
    jovem tão distinto. Coloquei as mãos nas
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    ancas e vomitei todo um palavreado
  • 00:44:47
    provocador na intenção de aborrecer
  • 00:44:49
    minha adversária, enquanto esta, de
  • 00:44:51
    olhar trocista, limitava-se apenas a
  • 00:44:53
    murmurar: "Ué, sarnal, não vale a pena
  • 00:44:55
    tanta fanfarra. Hoje é dia de festa e
  • 00:44:58
    não estou para guerrinhas. Tem um
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    vestido novo que não me apetece
  • 00:45:01
    machucar. Veja que elas estão meio
  • 00:45:04
    [Música]
  • 00:45:05
    eh meio discutindo ali, né? Cnal bota a
  • 00:45:09
    mão nas aquela coisa bem de tá tá tá tá
  • 00:45:11
    tá ai não quero discutir, não quero
  • 00:45:12
    brigar. A malta incitava-nos pra luta
  • 00:45:15
    que é tipo a galera briga, briga, briga,
  • 00:45:18
    briga. Ixe, eu não deixava. Oh, o povo
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    fica ali, né, querendo que elas briguem.
  • 00:45:23
    Mas ao ver que o espetáculo estava
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    perdido, pois a não se desfazia. Todos
  • 00:45:26
    se viraram contra mim. Todo bando me
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    rodeou e troçou. Mas vocês ainda não
  • 00:45:31
    viram a sarnal é pau de carapau. Nem
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    curva no peito, nem curva no rabo. É
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    estaca de eucalipto. Mulher é que não.
  • 00:45:38
    Uau uau, uau.
  • 00:45:39
    Sei lá que interjeição é essa aqui, né?
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    A gente tem essa provocação com o corpo
  • 00:45:44
    da Cnal. Ela é reta, né? É vara de
  • 00:45:47
    eucalipta. Não tem bunda, não tem não
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    tem, não tem curva no peito, não tem
  • 00:45:51
    curva no rabo, não tem peito, não tem
  • 00:45:52
    bunda, né? menina adolescente,
  • 00:45:55
    provavelmente magrinha, então vai sofrer
  • 00:45:57
    aí esse bullying, né, das das meninas.
  • 00:46:00
    Fiquei zangada das meninas e pelo visto
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    dos meninos, porque vem, fiquei zangada.
  • 00:46:05
    Finalmente os marotos deixaram-me em paz
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    e pudde a vontade de contemplar o meu
  • 00:46:11
    ídolo e preparar planos de abordagem,
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    poder ficar olhando pro tal do mo que
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    ela vai fazer para se aproximar. Aquele
  • 00:46:19
    moando interessava-me. Sim, senhor.
  • 00:46:21
    Aproximei-me dele, falei com doçura e
  • 00:46:24
    com muita indiferença respondi as minhas
  • 00:46:26
    perguntas. Frustradas as minhas
  • 00:46:27
    tentativas, regressei a casa
  • 00:46:29
    entristecida. Então, ela finalmente
  • 00:46:31
    consegue eh conversar com Moando, mas
  • 00:46:34
    ele não dá muita bola para ela. Ele
  • 00:46:35
    responde meio diferente e ela acaba
  • 00:46:37
    voltando para casa. Não conseguiu nada
  • 00:46:39
    na festinha que tanto prometia, né? Pela
  • 00:46:42
    primeira vez o somme a vir. Minha mente
  • 00:46:45
    deliciava-se com a imagem que acabava de
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    descobrir. Aquele olhar distante,
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    penetrante, aquela voz serena e rosto
  • 00:46:52
    cisudo. Bonito não era comparado com
  • 00:46:55
    Kelu, esses aragateiro, namoradeiro,
  • 00:46:58
    sempre pronto a provocar qualquer
  • 00:46:59
    escaram e esmorrar toda a gente. O mundo
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    é um rapaz diferente, fala bem, conversa
  • 00:47:05
    bem e tem calmas maneiras. Estaria eu
  • 00:47:08
    apaixonada? Ri-me e revirei-me na
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    esteira. Achava graça aquilo tudo, pois
  • 00:47:13
    nunca antes me tinha acontecido.
  • 00:47:15
    Adormeci sorrindo. Sim, ela está
  • 00:47:17
    apaixonada e, pelo visto é a primeira
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    vez, né? Ela não consegue parar de
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    pensar no menino. Tem o tal do que Lu,
  • 00:47:24
    que é brigão, né? Machão, valentão. Mas
  • 00:47:27
    o Manda é diferente. Ele é um rapaz,
  • 00:47:29
    estuda no colégio de padres, né? Do
  • 00:47:31
    colonizador. Ele é educado, ele fala
  • 00:47:34
    bem. Ah, ach bonito, não era? É
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    mulherada para gostar de homem feio, né,
  • 00:47:38
    gente? que eu não entendo isso, que eu
  • 00:47:39
    não gosto de homem feio, mas enfim.
  • 00:47:41
    Bonito não era, mas ele é diferente.
  • 00:47:43
    Enfim, ela tá ali completamente
  • 00:47:45
    apaixonadinha, já riou os quatro pneu.
  • 00:47:48
    Nos dias seguintes, procurei o emboscava
  • 00:47:51
    todas as ruas por onde pudesse passar.
  • 00:47:54
    Veja que ela já virou stalker, né? Ela
  • 00:47:56
    está de fato perseguindo para ver por
  • 00:47:58
    onde ele vai passar para ela, para eles
  • 00:48:00
    se cruzarem. Eu comecei a ir pra igreja
  • 00:48:03
    só para
  • 00:48:04
    vê-lo. Quem nunca, né?
  • 00:48:10
    Não estou falando de mim, mas não posso
  • 00:48:12
    contar de quem eu tô falando, senão a
  • 00:48:13
    pessoa vai ficar brava. Então, comecei
  • 00:48:16
    pra igreja só para ver o que igreja,
  • 00:48:17
    porque um ano frequenta a igreja dos
  • 00:48:20
    padres. Ele estuda em colégio de padre,
  • 00:48:21
    ele tem uma educação, uma formação
  • 00:48:23
    católica. As poucas vezes que eu
  • 00:48:25
    consegui encontrar, falou comigo sempre
  • 00:48:27
    com a mesma indiferença. Preparei outro
  • 00:48:30
    plano mais perfeito que pus logo em
  • 00:48:32
    prática. Então o Mondo não tá muito
  • 00:48:33
    interessado, ele não dá muita bola pra
  • 00:48:35
    Sarnal, ele vai tá estudando para
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    cepada, ele não tá fim de menina, mas a
  • 00:48:39
    Sarnal vai lá, ó, bem tipo a serpente
  • 00:48:41
    Adão e Eva tentação, né? É a mulher que
  • 00:48:44
    vai fazer a vai trazer a perdição, né?
  • 00:48:46
    Que ela quer ficar acumando, ela vai
  • 00:48:49
    cutucar. Mulher quando quer a
  • 00:48:52
    coisa, faz até conseguir, né?
  • 00:48:55
    Num belo domingo, vesti-me com todo
  • 00:48:57
    esmero, enfeitei-me bem e parti pro
  • 00:48:59
    ataque. Entrei na igreja com toda
  • 00:49:02
    solenidade, sentei-me à frente para que
  • 00:49:04
    ele me visse bem, pois estava bonitinha
  • 00:49:06
    só para ele. O padre disse tanta coisa
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    que não entendia. Ela não entende, ela
  • 00:49:10
    não tá acostumada. Ela não é católica,
  • 00:49:11
    ela não tá acostumada com missa, com
  • 00:49:13
    esse linguajar católico, né? O couro
  • 00:49:16
    apresentou uma canção bonita e de todas
  • 00:49:18
    as vozes só ouvia um. Depois o padre
  • 00:49:21
    disse: "Amém, levantei-me pronta pro
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    combate. Ou hoje nunca dizia de mim para
  • 00:49:26
    mim. Ela vai em cima do mo depois da
  • 00:49:29
    missa, né, filha da Arrastei o
  • 00:49:32
    moando num passeio até as margens do rio
  • 00:49:34
    Sav. Falamos de muitas coisinhas. Ele
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    falava dos seus planos do futuro, pois
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    queria ser padre, pregar o evangelho,
  • 00:49:41
    batizar,
  • 00:49:43
    cristianizar. Adeus meus planos, meu
  • 00:49:45
    tempo perdido. Ai de mim! O rapaz não
  • 00:49:48
    quer nada comigo. Só penso em ser padre.
  • 00:49:50
    As águas corriam tranquilas, os
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    peixinhos banhavam-se, os canaviais
  • 00:49:54
    assubiavam, embalando a minha tristeza.
  • 00:49:57
    De novo, referência da natureza, né? As
  • 00:49:59
    águas do rio, os peixinhos banhavam-se,
  • 00:50:02
    os canaviais assoviavam embalando a
  • 00:50:05
    minha tristeza. Porque tristeza? Porque
  • 00:50:07
    eu o menino não dá bola para ela, só
  • 00:50:09
    quer saber de ser padre, né? Senti a
  • 00:50:11
    cabeça transtornada e fiquei algum tempo
  • 00:50:13
    sem conseguir falar. Sentese,
  • 00:50:16
    sentiste-te mal, Cnal? Sim. um pouco mal
  • 00:50:20
    disposta. Deixei que ele me acarinhasse
  • 00:50:23
    e pouco a pouco aproximei-me dele,
  • 00:50:25
    encostando a cabeça no seu ombro, sem
  • 00:50:27
    que ele se apercebesse da manobra. Olha
  • 00:50:29
    que cobrinha, né? Ela é, não, não tô
  • 00:50:32
    muito bem. Ela vai se aproximando
  • 00:50:34
    devagarinho, põe a cabeça no ombro dele.
  • 00:50:36
    Ele tá preocupado com ela, né? Ele nem
  • 00:50:39
    percebe. E tu, Sarnal, quais são os teus
  • 00:50:41
    planos? Meus planos?
  • 00:50:44
    Nenhuns. Estou apaixonada por um rapaz
  • 00:50:46
    que não me
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    quer. Não é possível. Mas qual é o homem
  • 00:50:51
    capaz de desprezar uma rapariga tão bela
  • 00:50:53
    e tão
  • 00:50:54
    boa? E tu eras capaz de gostar de mim um
  • 00:50:57
    ano. És maravilhosa. És a única pessoa
  • 00:51:00
    na aldeia que me trata com respeito.
  • 00:51:02
    Todas as moças desprezam-me por viver no
  • 00:51:04
    colégio. Eu gosto de ti, Cnal. E por que
  • 00:51:07
    não me dizias? Tenho medo. O padre pode
  • 00:51:11
    censurar-me. Medo de quê? O padre nada
  • 00:51:13
    tem a ver com isso. De resto, já fomos
  • 00:51:16
    todos iniciados e os velhos não se vão
  • 00:51:18
    aborrecer. Então, veja que ela é
  • 00:51:22
    cutucada, né? Ai, eu tô triste porque ai
  • 00:51:25
    porque eu gosto de uma pessoa que não
  • 00:51:26
    gosta de mim. Nossa, mas quem faria
  • 00:51:28
    isso? Você faria? Ele não. Você é
  • 00:51:31
    maravilhosa. Você gosta de mim? Ah,
  • 00:51:33
    então porque você não falou? Ele fala:
  • 00:51:34
    "Porque eu fiquei com medo do padre, eu
  • 00:51:36
    quero ser padre", né? Ela fala: "Padre
  • 00:51:38
    não tem nada a ver com isso". E outra,
  • 00:51:40
    nós somos iniciados. Os mais velhos vão
  • 00:51:42
    se aborrecer. Ou seja, para a religião
  • 00:51:43
    dela, para os costumes dela, da cultura
  • 00:51:46
    dela, não é um problema eles ficarem
  • 00:51:47
    juntos, né? O problema é para a religião
  • 00:51:49
    católica. Por quê? Porque primeiro que
  • 00:51:52
    eles teriam que namorar direitinho, ser
  • 00:51:55
    casados e tudo mais, e segundo que não
  • 00:51:57
    com ele, porque ele tá estudando para
  • 00:51:58
    ser
  • 00:52:00
    padre. Eh, tu não sabe, sarnal, mas o
  • 00:52:04
    padre descansa que ele não saberá de
  • 00:52:07
    nada. Olha lá, sarnal sedutora.
  • 00:52:10
    Emudecemos de repente, as mãos
  • 00:52:13
    encontraram-se, veio o abraço tímido,
  • 00:52:16
    trocamos odores, uh, trocamos calores.
  • 00:52:19
    Dentro de nós floresceram os prados, os
  • 00:52:22
    pássaros cantaram para nós. Os caniços
  • 00:52:25
    dançaram para nós. O céu e a terra
  • 00:52:28
    uniram-se ao nosso abraço. E
  • 00:52:30
    empreendemos a primeira viagem celestial
  • 00:52:32
    nas asas das
  • 00:52:35
    borboletas. Essa parte que eu falo, ai
  • 00:52:38
    que brega. E aí tem gente que fala: "Ai,
  • 00:52:40
    que lindo! E aí tudo bem você gostar ou
  • 00:52:42
    não gostar? Você só precisa entender que
  • 00:52:45
    a dona Paulina Xiziane faz uso de uma
  • 00:52:47
    linguagem
  • 00:52:48
    extremamente adocicada, poetizada,
  • 00:52:52
    romantizada, né? Os pássaros cantaram
  • 00:52:55
    para nós, os caníços dançaram para nós,
  • 00:52:58
    o céu e a terra uniram-se o nosso
  • 00:53:01
    abraço. Eu acho breguíssima. Tem gente
  • 00:53:03
    que acha maravilhoso e até aí
  • 00:53:06
    né? Empreendemos a primeira viagem
  • 00:53:09
    celestial nas asas das borboletas. É uma
  • 00:53:12
    é uma é uma linguagem super metafórica,
  • 00:53:14
    né? A primeira vez em que eles ficam
  • 00:53:16
    juntos é como se eles estivessem
  • 00:53:18
    viajando nas asas de uma borboleta para
  • 00:53:22
    o céu. E você pode pensar, falar:
  • 00:53:23
    "Gente, mas é assim mesmo, né? Quando a
  • 00:53:25
    gente tá apaixonado, que delícia." É,
  • 00:53:27
    mas eu acho brega descrever desse jeito.
  • 00:53:29
    Aí é gosto. Tem quem gosta, tem quem não
  • 00:53:32
    gosta. Mas o que interessa para nós
  • 00:53:34
    vestibulandos é a ideia de que a CNAL
  • 00:53:36
    seduz o moando, esse menino que tá
  • 00:53:38
    estudando para ser padre e ela vai lá
  • 00:53:41
    com jeitinho, com sedução, com técnica
  • 00:53:44
    assim, assim assado, né? E faz que faz
  • 00:53:47
    que faz que vai fazer ele ficar com ela.
  • 00:53:49
    E isso é só o início de uma longa
  • 00:53:54
    história que vai envolver muitos outros
  • 00:53:57
    personagens deste livro. Percebe? É
  • 00:54:00
    difícil. Difícil não é.
  • 00:54:03
    Tá, não gosto muito. Se você falou: "Ah,
  • 00:54:08
    cara, eu achei legal, maravilha", porque
  • 00:54:09
    você vai tirar de letra, né? Se você
  • 00:54:13
    pensou como eu, tipo, ai meu Deus, que
  • 00:54:16
    meio
  • 00:54:17
    chato, já sabe que dá para seguir, né?
  • 00:54:21
    Lendo comigo no Buri, que no Buri a
  • 00:54:23
    gente faz isso aqui que eu tô fazendo,
  • 00:54:25
    só que com todas as obras, né? Como
  • 00:54:27
    vocês já devem saber, essa altura do
  • 00:54:28
    campeonato da nossa maratona, todas da
  • 00:54:30
    Fuveste, todas da Unicamp, lê comigo. Se
  • 00:54:32
    você não gosta, você vai se divertir
  • 00:54:34
    porque eu vou ficar aqui reclamando o
  • 00:54:35
    tempo inteiro. Eu te explico, mas eu
  • 00:54:37
    reclamo, né? E se você gosta, talvez
  • 00:54:39
    você dê risada, né? Mas o que importa é
  • 00:54:43
    que não é só a história. Ai, o que
  • 00:54:44
    acontece? a Sarnal vai lá e não olha aos
  • 00:54:47
    poucos as referências à natureza, a
  • 00:54:50
    linguagem metafórica, as questões
  • 00:54:52
    rituais associadas e imbricadas,
  • 00:54:55
    misturadas com as questões eh católicas,
  • 00:54:58
    que é a presença do colonizador junto
  • 00:55:00
    com a presença do ancestral, né? Então
  • 00:55:02
    são coisas a que a gente deve prestar
  • 00:55:04
    atenção. Este é o primeiro capítulo
  • 00:55:06
    dessa obra. São, acho que 17 capítulos
  • 00:55:10
    ou são 20 capítulos. Capítulos não são
  • 00:55:12
    longos. Uns são maiores, outros são
  • 00:55:13
    menores. É exatamente isso que eu faço
  • 00:55:16
    no Bisturi, Jose. Eu leio o livro todo
  • 00:55:17
    enquanto já vou explicando. Então, cada
  • 00:55:20
    módulo do bistui a gente tem
  • 00:55:23
    abertura. Se é livro assim, né?
  • 00:55:26
    Narrativa, leio inteira. Se é poesia,
  • 00:55:29
    leio e explico, interpreto todas as
  • 00:55:31
    poesias. Depois tem encerramento,
  • 00:55:34
    material final, materiais extras, tá? É
  • 00:55:36
    exatamente o que a gente faz no Bisturi,
  • 00:55:39
    que abrirá turmas com matrícula
  • 00:55:41
    promocional e bônus no fim aqui da nossa
  • 00:55:44
    maratona. Então, a gente tem mais live
  • 00:55:46
    amanhã. Lembra que é meu aniversário,
  • 00:55:48
    não me abandonem, não me deixem sozinha
  • 00:55:50
    no dia, porque eu vou trabalhar no dia
  • 00:55:51
    do meu aniversário. Trabalhar sozinho
  • 00:55:52
    vai ser Então vem. Ai, não presta
  • 00:55:54
    Unicamp, Vem pra live amanhã.
  • 00:55:56
    Não quero saber, tá? Amanhã a gente tem
  • 00:55:59
    live, quinta tem live, sexta tem live,
  • 00:56:02
    depois na segunda-feira começa o
  • 00:56:04
    minicurso e no fim dele a gente abre as
  • 00:56:06
    matrículas, a gente tem sorteio no
  • 00:56:09
    minicurso. Inclusive, Jose, eu explico
  • 00:56:11
    melhor os pilares do bisturi, por que
  • 00:56:13
    ele funciona, como que ele pode te
  • 00:56:15
    ajudar, além de dominar as obras do
  • 00:56:17
    vestibular com outras questões do
  • 00:56:19
    vestibular, falamos das obras mais
  • 00:56:21
    difíceis da Fuvest no minicurso. Então,
  • 00:56:23
    assim, tudo mais paraa frente, Jose.
  • 00:56:26
    Primeiro é importante que você entender
  • 00:56:27
    como ele funciona, por ele funciona e
  • 00:56:30
    mais pra frente a gente fala de valores.
  • 00:56:33
    Por favor, Letícia, por favor, galera,
  • 00:56:35
    não me abandonem, mas agora eu vou, tá
  • 00:56:37
    bom? Então, amanhã tô de volta. Eu,
  • 00:56:40
    Machado de Assis, vem, vai ter bolo?
  • 00:56:43
    Mentira, não vai, mas enfim, vem e a
  • 00:56:46
    gente se vê. Que bom, Ramon, que você tá
  • 00:56:47
    curtindo. Valeu, Gigi. Que bom que vocês
  • 00:56:50
    gostaram.
  • 00:56:52
    É isso. Desse aqui eu reclamo um
  • 00:56:53
    pouquinho porque eu não gosto, mas
  • 00:56:54
    quando eu gosto também eu elogio
  • 00:56:56
    bastante. Beleza? Volta aí amanhã, Jose.
  • 00:56:59
    Volta amanhã, volta quinta, volta sexta.
  • 00:57:01
    Estaremos aqui cada dia com obra. Depois
  • 00:57:03
    segunda, a partir de segundo minicurso
  • 00:57:05
    com três aulas. Valeu, Pedro. Minicurso
  • 00:57:08
    Carol. Isso, tá? Eh, eu posso falar
  • 00:57:11
    melhor dele, mas o minicurso tem aula na
  • 00:57:12
    uma aula liberada na segunda, uma na
  • 00:57:14
    quarta e uma na quinta, tá? A gente tem
  • 00:57:17
    lives de tira dúvidas sobre as os
  • 00:57:19
    conteúdos da aula. Eh, depois tem a live
  • 00:57:22
    de encerramento, que é quando tem o
  • 00:57:23
    sorteio,
  • 00:57:24
    tá? Por mais que a linguagem do livro
  • 00:57:26
    seja chato, ela foi incrível. Que bom,
  • 00:57:28
    Ieda, valeu. Eu me me inscrevi, mas já
  • 00:57:31
    tinha tido umas lives. Onde posso ver as
  • 00:57:33
    que perdi, gata, no grupo do WhatsApp,
  • 00:57:35
    se você tá no grupo do WhatsApp, você
  • 00:57:37
    procura biblioteca de conteúdos e aí lá
  • 00:57:40
    você encontra todas as lives que você
  • 00:57:42
    pode ter perdido dessas que eu tô
  • 00:57:44
    fazendo dessa vez. E tem as anteriores
  • 00:57:46
    que eu fiz também lá nas turmas de
  • 00:57:48
    Márcio, tá? Biblioteca de conteúdos. O
  • 00:57:51
    link você encontra pelo grupo do
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    WhatsApp. Beijo, até amanhã. Falou,
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    valeu, muito obrigada. É nós. Até
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