A DIREITA É IDENTITÁRIA

00:45:07
https://www.youtube.com/watch?v=IgKr-1kiMgA

Résumé

TLDRO vídeo analisa a recente aprovação do PL 416 de 2025 em São Paulo, que reajusta os salários dos servidores públicos em 2,6%, contrastando com o aumento de 40% dos salários dos vereadores. A apresentadora critica a disparidade entre os aumentos e destaca a luta de classes, enfatizando a insatisfação dos servidores. Ela também aborda a fala de uma vereadora do Partido Novo, que se autodenomina "branca, bonita e rica", e discute as implicações do identitarismo na política. O vídeo conclui com uma reflexão sobre a importância de entender as identidades dentro de um contexto histórico e material, e a necessidade de uma luta emancipatória que vá além da inclusão superficial.

A retenir

  • 📊 Aumento de 40% para vereadores em contraste com 2,6% para servidores.
  • 💰 Salário dos vereadores agora é de R$ 26.000, enquanto professores ganham R$ 2.680.
  • 📉 A inflação acumulada de 2017 a 2024 foi de 47,34%.
  • ✊ A luta dos servidores é por um reajuste que reflita o poder de compra.
  • 🗳️ A bancada do PT e PSOL votou contra o aumento proposto.
  • 👩‍⚖️ A fala da vereadora do Partido Novo destaca a desconexão com a realidade dos trabalhadores.
  • 🔍 Identitarismo é analisado como uma forma de desviar a atenção das lutas sociais.
  • 📚 Referências teóricas sobre identitarismo são citadas no vídeo.
  • ⚖️ A importância de entender as identidades no contexto histórico e material é enfatizada.
  • 🚫 Inclusão em um sistema apodrecido não resulta em transformação real.

Chronologie

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A apresentadora inicia o vídeo explicando que, apesar do título 'Rit em 5 minutos', o conteúdo será mais extenso. Ela discute um novo projeto de lei em São Paulo que reajusta os salários dos servidores municipais, contrastando com o aumento de 40% dos salários dos vereadores, que agora ganham R$ 26.000, enquanto o aumento para os servidores foi de apenas 2,6%.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    A apresentadora destaca a insatisfação dos servidores públicos, que reivindicavam um aumento de 44% devido à inflação acumulada de 47,34% entre 2017 e 2024. Ela menciona que o aumento proposto não cobre nem mesmo a inflação, resultando em uma deterioração do poder de compra e da qualidade de vida dos trabalhadores.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    O vídeo aborda a luta de classes em São Paulo, onde os servidores públicos enfrentam um cenário de sucateamento dos serviços públicos, com salários baixos e insatisfação crescente. A apresentadora critica a estratégia de privatização que se baseia na insatisfação dos trabalhadores com seus salários.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    A apresentadora menciona uma declaração de uma vereadora do partido Novo, que afirma que sua condição de mulher branca, bonita e rica a torna alvo de críticas. Ela analisa essa fala, questionando a lógica por trás da defesa de sua identidade em vez de abordar as questões estruturais que afetam os trabalhadores.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    O vídeo discute a votação na Câmara dos Vereadores, onde a maioria dos votos a favor do aumento de 2,6% veio de partidos de direita, enquanto partidos de esquerda se opuseram. A apresentadora critica a falta de solidariedade da direita em relação aos servidores públicos e destaca a importância da luta coletiva.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    A apresentadora introduz o conceito de identitarismo, explicando como a vereadora do partido Novo tenta desviar a atenção das questões sociais ao focar em sua identidade. Ela argumenta que a luta por direitos não deve ser reduzida a questões identitárias, mas sim abordada em um contexto mais amplo de luta de classes.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    Referências teóricas são apresentadas, incluindo obras de Charles Taylor e Assad Heider, que discutem a construção da identidade e a armadilha do identitarismo. A apresentadora critica a forma como as identidades são utilizadas no neoliberalismo para desviar a atenção das questões estruturais.

  • 00:35:00 - 00:40:00

    A apresentadora argumenta que a luta por direitos deve ser radical e não apenas uma busca por inclusão em um sistema opressor. Ela critica a ideia de que a inclusão de indivíduos de grupos marginalizados em posições de poder é suficiente para promover mudanças significativas.

  • 00:40:00 - 00:45:07

    O vídeo conclui com uma reflexão sobre a importância de entender a luta de classes e as identidades em um contexto histórico e material. A apresentadora enfatiza que a luta deve ser por transformação radical e não apenas por inclusão em um sistema que perpetua desigualdades.

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Vidéo Q&R

  • Qual é o tema principal do vídeo?

    O vídeo discute a aprovação do PL 416 de 2025 em São Paulo e a disparidade salarial entre vereadores e servidores públicos.

  • O que o PL 416 de 2025 propõe?

    O PL propõe um reajuste salarial de 2,6% para os servidores públicos, enquanto os vereadores tiveram um aumento de 40%.

  • Quem votou a favor do aumento salarial dos servidores?

    A bancada do PT, PSOL, PSB e Rede votou contra o aumento proposto.

  • Qual é a crítica feita à fala da vereadora do Partido Novo?

    A crítica é que ela se coloca como uma mulher branca, bonita e rica, ignorando as lutas e realidades dos servidores públicos.

  • O que é identitarismo, segundo o vídeo?

    Identitarismo é a forma como as identidades são utilizadas politicamente, muitas vezes desviando a atenção das lutas sociais e econômicas.

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    Dona Rita, hoje eu esqueci o microfone
  • 00:00:02
    Lapela. É, sabe por você esqueceu o
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    microfone, Isa? Porque te incomoda ouvir
  • 00:00:08
    uma mulher branca, bonita e rica.
  • 00:00:17
    Oi, Zinho. Esse é um Rit em 5 minutos,
  • 00:00:20
    um quadro aqui do canal que a gente
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    tenta fazer um debate um pouco mais
  • 00:00:25
    curto que os vídeos longos de costume,
  • 00:00:27
    mas só de olhar o roteiro e as
  • 00:00:30
    referências bibliográficas, você já sabe
  • 00:00:32
    que eu não vou conseguir em 5 minutos.
  • 00:00:34
    Mas o bom do quadro chamar em 5 minutos
  • 00:00:36
    é que pode ser 5 ao quadrado, que dá 25
  • 00:00:39
    minutos, que a gente quase nunca
  • 00:00:44
    estoura. A gente vai começar o vídeo de
  • 00:00:46
    hoje fazendo uma prévia do assunto.
  • 00:00:49
    Então, esse é o primeiro movimento, a
  • 00:00:50
    prévia. A gente está em São Paulo, eh,
  • 00:00:54
    recém aprovados e aprovadas um novo
  • 00:00:58
    projeto de lei absurda, que é o
  • 00:01:02
    PL416 de 2025. ele faz um reajuste dos
  • 00:01:07
    salários dos servidores e servidoras
  • 00:01:10
    municipais de São Paulo. Vale contar
  • 00:01:12
    também eh que outros servidores, a gente
  • 00:01:17
    tá falando da classe política, os
  • 00:01:18
    vereadores, vereadoras e o prefeito,
  • 00:01:22
    recentemente aumentaram seu salário.
  • 00:01:24
    Então, a gente tem um cenário que é mais
  • 00:01:26
    ou menos o seguinte: a classe de
  • 00:01:28
    vereadores de São Paulo aumentou em
  • 00:01:30
    quase
  • 00:01:31
    40% seus próprios salários. Eles passam
  • 00:01:34
    a receber agora R$
  • 00:01:37
    26.000 com
  • 00:01:40
    R,98 por mês nesta cidade. Antes o
  • 00:01:45
    salário deles era de quase R$ 19.000, um
  • 00:01:48
    aumento de 40%. E essa mesma câmara de
  • 00:01:51
    vereadores e vereadoras eh decidiu eh o
  • 00:01:55
    número de reajuste do serviço público do
  • 00:01:59
    município, enfermeiras, médicos, eh
  • 00:02:04
    segurança, a Guarda
  • 00:02:06
    Municipal, professoras, merendeiras,
  • 00:02:10
    etc. Um reajuste salarial de 2.6%.
  • 00:02:17
    Só para você ter uma ideia, quando a
  • 00:02:18
    gente fala da categoria um de
  • 00:02:21
    professores do município, a gente tá
  • 00:02:23
    falando de um aumento salarial que vai
  • 00:02:25
    levar o salário de quem dá aula paraa
  • 00:02:28
    criança no município para R$
  • 00:02:33
    2.680, comparados com os 26.000 1 dos
  • 00:02:38
    vereadores. A reivindicação da classe de
  • 00:02:41
    servidores e servidoras do município de
  • 00:02:43
    São Paulo era de um reajuste de
  • 00:02:47
    44%. Eh, veja se você me entende por que
  • 00:02:51
    o o reivindicado era tão alto. A gente
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    teve um acúmulo inflacionário de 2017 a
  • 00:03:00
    2024 de 47.34%
  • 00:03:04
    34% dos valores. Ou seja, é como se
  • 00:03:08
    nesse intervalo de 7 anos tudo tivesse
  • 00:03:12
    ficado quase 50% mais caro. Nosso poder
  • 00:03:15
    de compra foi reduzido em 50%. eh o
  • 00:03:19
    funcionalismo municipal público eh
  • 00:03:22
    almejava ainda abaixo do índice da
  • 00:03:25
    inflação, um reajuste salarial que
  • 00:03:27
    equiparasse o poder de compra do
  • 00:03:30
    funcionalismo com o que ele um dia foi.
  • 00:03:32
    os servidores e as servidoras entraram
  • 00:03:34
    em breve eh com uma expressividade muito
  • 00:03:38
    forte da do setor da educação pública e
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    eles tinham uma série de reivindicações
  • 00:03:43
    em específico na educação, eh, os abonos
  • 00:03:46
    salariais, os confiscos previdenciários
  • 00:03:50
    e a redução da alíquota que fica eh eh
  • 00:03:54
    de coletado paraa previdência. Bom, vale
  • 00:03:57
    contar para vocês que o que o nosso
  • 00:04:00
    prefeito nosso, né, o o escambal, o
  • 00:04:03
    Ricardo Nunes, reeleito, sabe se lá
  • 00:04:06
    demens como, mas enfim, né, São Paulo,
  • 00:04:09
    ela não cansa de surpreender. Eh, ele
  • 00:04:12
    fez um reajuste no próprio salário. Em
  • 00:04:15
    2022, o reajuste foi de quase
  • 00:04:19
    46% do próprio salário. Agora, ele
  • 00:04:21
    recebe alguma coisa como
  • 00:04:24
    35.500
  • 00:04:26
    R por mês. Agora eu encerro o vídeo. Foi
  • 00:04:32
    embora. O IPC CIP, né, que é o índice de
  • 00:04:36
    preços ao consumidor de São Paulo, eh
  • 00:04:39
    fez uma estimativa que na virada de 2024
  • 00:04:43
    para 2025, a gente teve um aumento nos
  • 00:04:46
    preços eh do custo de vida da cidade de
  • 00:04:52
    5.16%. Você lembra que o reajuste
  • 00:04:56
    proposto votado, aprovado em segundo
  • 00:04:59
    turno na votação da Câmara dos
  • 00:05:00
    Vereadores para o funcionalismo público
  • 00:05:03
    foi de
  • 00:05:05
    2.6 e o custo de vida em São Paulo, os
  • 00:05:09
    os índices de preços aumentou mais de 5%
  • 00:05:12
    em 1 ano. Então a gente tá vendo uma
  • 00:05:15
    cena muito clara eh da luta de classes,
  • 00:05:18
    né? uma classe trabalhadora sendo
  • 00:05:21
    sucateada, sendo feita com que seu poder
  • 00:05:24
    de compra eh não se equipare com o que
  • 00:05:27
    foi, uma piora da, portanto, né, da
  • 00:05:29
    qualidade de vida dessa classe. E você
  • 00:05:32
    tem esse projeto do sucateamento de tudo
  • 00:05:35
    que é público para que possa ser
  • 00:05:37
    privatizado. É, uma das estratégias de
  • 00:05:40
    sucateamento é reduzir a remuneração dos
  • 00:05:44
    profissionais que estão na área. Quanto
  • 00:05:46
    mais mal pagos, mais insatisfeito, pior
  • 00:05:50
    trabalharão. E aí mais é é possibilidade
  • 00:05:54
    de manobrar o discurso de que o serviço
  • 00:05:56
    é ruim, então ele pode ser privatizado
  • 00:05:58
    para melhorar. Aí eu te convido a pensar
  • 00:06:01
    a Enel, se depois que privatizou
  • 00:06:04
    melhorou, te convido a pensar a Sabesc
  • 00:06:07
    agora, né, que o Tarcis vendeu se o
  • 00:06:09
    serviço tá bem melhor do que tava
  • 00:06:12
    tudo que é para melhorar, tá? A gente tá
  • 00:06:14
    aí agregando sempre. A gente começou, eu
  • 00:06:16
    comecei há um tempo atrás, era de outro
  • 00:06:18
    jeito. Então sempre quando tá, sempre
  • 00:06:21
    quando passa mais coisa, eu falo mais e
  • 00:06:23
    tô sempre aberta. Então a gente se move
  • 00:06:25
    pro ponto dois do nosso vídeo. Se o
  • 00:06:27
    ponto um era um preambo, então você tá
  • 00:06:30
    precisa saber o que que tá acontecendo
  • 00:06:31
    na nossa cidade, que é um retrato da
  • 00:06:33
    luta de classes. O nosso ponto dois é o
  • 00:06:36
    acontecido. No início do vídeo eu faço
  • 00:06:39
    uma piadinha com a Isa que a gente não
  • 00:06:41
    vai usar lapela aqui porque um discurso
  • 00:06:44
    de uma mulher branca, bonita e rica
  • 00:06:47
    incomoda muito. Quem dera fosse uma
  • 00:06:50
    piada, né? quem dera fosse de alguma
  • 00:06:53
    forma um esgarçamento do tecido do
  • 00:06:56
    ridículo para conseguir mostrar alguma
  • 00:06:58
    coisa. Mas não é um recurso pedagógico,
  • 00:07:01
    não é um recurso humorístico, é trecho
  • 00:07:04
    de uma fala feita por uma vereadora na
  • 00:07:09
    tribuna dentro da Câmara de Vereadores
  • 00:07:11
    em São Paulo. Então aqui em São Paulo
  • 00:07:13
    foi votado aquele projeto de lei que eu
  • 00:07:15
    comentei com vocês e e aprovado em
  • 00:07:18
    definitivo já em segundo turno. A
  • 00:07:20
    aprovação contou com 34 votos favoráveis
  • 00:07:25
    para dar esse ridículo aumento ao
  • 00:07:27
    funcionalismo público do do município.
  • 00:07:30
    É. E 17 contrários. Vamos lá. Veja se
  • 00:07:34
    você adivinha quem votou a favor do
  • 00:07:37
    servidor público e quem votou pelo
  • 00:07:39
    sucateamento do servidor público. Tenta
  • 00:07:42
    adivinhar. Direita ou esquerda? Vamos
  • 00:07:45
    lá. Quem votou contrário? A bancada
  • 00:07:48
    inteira do PT. oito votos. A bancada
  • 00:07:51
    inteira do PSOL, seis votos. A bancada
  • 00:07:54
    inteira do PSB, dois votos. A bancada
  • 00:07:58
    inteira do rede, um vote. Então,
  • 00:08:00
    totalizando 17. Agora, veja quem votou
  • 00:08:03
    pela aprovação de um aumento de
  • 00:08:06
    2% pro salário dos funcionários
  • 00:08:09
    públicos. A bancada quase inteira do
  • 00:08:12
    União Brasil, seis dos sete vereadores.
  • 00:08:15
    A bancada inteira do Podemos com seis
  • 00:08:19
    vereadores. A bancada inteira dos
  • 00:08:21
    republicanos com dois
  • 00:08:23
    vereadores. A bancada inteira do PP com
  • 00:08:27
    quatro vereadores. A bancada inteira do
  • 00:08:30
    PSD com dois vereadores. Quase a bancada
  • 00:08:34
    inteira do MDB, foram 5/7 que votaram
  • 00:08:38
    por esse e e aumento de 2%. A bancada
  • 00:08:42
    quase inteira do PL, seis dos sete
  • 00:08:46
    vereadores, e a bancada inteira do
  • 00:08:48
    Partido Verde, né? um vereador como
  • 00:08:51
    reiting. Agora tem um outro partido que
  • 00:08:54
    é o que gerou a fala que a gente vai
  • 00:08:57
    tentar trabalhar nesse vídeo, que é a
  • 00:08:59
    bancada inteira do partido novo, que é
  • 00:09:02
    composta apenas de uma pessoa, a Cris
  • 00:09:06
    Monteiro, que no dia 29 de abril, na
  • 00:09:09
    terça-feira agora, deu a seguinte
  • 00:09:11
    declaração. Então, abre o aspas, por
  • 00:09:14
    favor, Luana. Ela tá falando eh eh com a
  • 00:09:17
    Luana Alves, a vereadora do PSOL, que a
  • 00:09:19
    gente lutou para eleger aqui em São
  • 00:09:21
    Paulo. Participei da campanha e tudo. Um
  • 00:09:23
    beijo, Luana. Por favor, Luana calada,
  • 00:09:26
    pode me devolver meu tempo? Tô falando
  • 00:09:28
    com o presidente. Eu escutei vocês, ela
  • 00:09:31
    tá se dirigindo e eh aos servidores e
  • 00:09:34
    servidoras que estavam lá se
  • 00:09:35
    manifestando na casa do povo. Ela é a
  • 00:09:38
    casa é para isso. Câmara dos vereadores.
  • 00:09:40
    Eu escutei todos vocês. Enquanto vocês
  • 00:09:42
    falaram ninguém se manifestou. Agora,
  • 00:09:45
    quando vem uma mulher branca aqui falar
  • 00:09:48
    a verdade para vocês, vocês ficam todos
  • 00:09:51
    nervosos. Por quê? Porque uma mulher
  • 00:09:54
    branca, bonita e rica incomoda muito
  • 00:09:58
    vocês. Ah, tadinha. Tadinha, que bar.
  • 00:10:02
    Mas eu estou aqui representando uma
  • 00:10:05
    parte importante da população que me
  • 00:10:07
    elegeu. Você, por favor, por favor,
  • 00:10:10
    Luana. Calada, calada. temp me devolver
  • 00:10:14
    o tempode me devolver o tempo. Eu
  • 00:10:17
    escutei todos vocês calados enquanto
  • 00:10:20
    vocês falaram ali, ninguém se
  • 00:10:22
    manifestou. Agora, quando veio uma
  • 00:10:24
    mulher branca aqui falar a verdade para
  • 00:10:26
    vocês, vocês ficam todos nervosos. Por
  • 00:10:30
    quê? Porque uma mulher branca, bonita e
  • 00:10:34
    rica incomoda muito vocês. Mas eu tô
  • 00:10:38
    aqui representando uma parte importante
  • 00:10:41
    da população que me elegeu, porque eu
  • 00:10:45
    faço o que é certo. Eu não vou defender
  • 00:10:49
    essas. Bom, então vamos lá de análise,
  • 00:10:51
    né? Eh, eu vou tentar começar e a
  • 00:10:54
    discussão do vídeo de hoje. Você já viu
  • 00:10:56
    que o vídeo chama identitarismo, né? com
  • 00:10:58
    esse estranho fenômeno que é o seguinte,
  • 00:11:01
    uma vereadora do do partido mais
  • 00:11:04
    neoliberal da história do Brasil,
  • 00:11:07
    partido novo, eh um partido, portanto,
  • 00:11:09
    compromissado e comprometido com
  • 00:11:13
    destruir, delapidar eh o patrimônio do
  • 00:11:16
    Estado brasileiro, privatizar tudo que
  • 00:11:18
    puder, destruir tudo que for público e e
  • 00:11:20
    entregar paraa iniciativa privada. dá
  • 00:11:22
    uma declaração de que ela estaria
  • 00:11:25
    sofrendo um rechaço democrático, né, eh,
  • 00:11:30
    durante a fala dela, eh, não porque ela
  • 00:11:33
    é uma secla da direita, não porque o
  • 00:11:37
    mandato dela que que fez a sua vida em
  • 00:11:40
    bancos de investimento, não está a
  • 00:11:43
    serviço da classe trabalhadora, mais dos
  • 00:11:46
    interesses das elites que lucram com a
  • 00:11:48
    privatização. Não, ela está sendo
  • 00:11:51
    rechaçada porque ela é uma mulher e é
  • 00:11:54
    branca, bonita e rica. O que é lofobia?
  • 00:11:58
    Assim, aqui eu não vou entrar no mérito,
  • 00:12:01
    né, de que a Cris Monteiro não é branca.
  • 00:12:13
    Eh, a Cris Monteiro não é uma
  • 00:12:15
    analfabeta, uma estúpida, uma ignorante.
  • 00:12:18
    Ela passou a vida inteira trabalhando em
  • 00:12:20
    bancos internacionais de investimento e
  • 00:12:22
    ela sabe que se ela sair do Brasil para
  • 00:12:26
    tentar abrir uma conta nos Estados
  • 00:12:28
    Unidos e ela preencher nos documentos do
  • 00:12:31
    banco, que ela é branca, a conta não
  • 00:12:34
    será aberta porque existe uma falsidade
  • 00:12:36
    ideológica em qualquer lugar do mundo. A
  • 00:12:40
    Cris Monteiro é latina, né? Entre ela e
  • 00:12:44
    a Jennifer Lopes e não tem diferença,
  • 00:12:47
    né? racial ou as outras, claro, des só
  • 00:12:50
    não ser cego para ver entre ela e uma
  • 00:12:53
    mexicana, uma colombiana, é tudo ticano
  • 00:12:56
    nos Estados Unidos, na Europa, por
  • 00:12:58
    exemplo. Eu não vou entrar no mérito se
  • 00:13:00
    ela é ou não bonita, porque eu acho que
  • 00:13:02
    isso não tem contribuição nenhuma pro
  • 00:13:04
    debate democrático, né? Se ela se acha
  • 00:13:06
    bonita, parabéns para ela e o rum. E não
  • 00:13:08
    vou entrar no mérito se ela é ou não
  • 00:13:10
    rica, eh, porque ela passou a vida
  • 00:13:13
    inteira trabalhando, porque ela diz no
  • 00:13:16
    site dela que ela nasceu numa periferia.
  • 00:13:24
    Sabe aquela pergunta que você escuta da
  • 00:13:26
    família, dos amigos, né, e se tornou um
  • 00:13:29
    grande caso de sucesso, né, de uma
  • 00:13:32
    gestora de
  • 00:13:34
    de fortunas e etc. Eh, até onde eu sei,
  • 00:13:39
    o nome disso é classe trabalhadora Pobl
  • 00:13:41
    Premium, né? Então, ao longo da sua
  • 00:13:44
    vida, ela precisou vender a força de
  • 00:13:47
    trabalho para comer, morar e
  • 00:13:50
    vestir. El, ela não é rica, né, meus
  • 00:13:52
    amores?
  • 00:13:55
    Aqui é o chaque de revelação de classe
  • 00:13:56
    social. Todas essas identidades, no
  • 00:13:59
    entanto, tentam mascarar o que ela de
  • 00:14:02
    fato é. é uma serviçal aos interesses da
  • 00:14:07
    classe dominante, né? Alguém que tem o
  • 00:14:10
    seu mandato alugado pros grandes
  • 00:14:13
    interesses do capital, uma inimiga do
  • 00:14:15
    povo trabalhador da nossa cidade, dos
  • 00:14:18
    servidores e servidoras municipais. para
  • 00:14:21
    falar sobre alguma coisa que eu já disse
  • 00:14:24
    algumas vezes aqui, é de que os
  • 00:14:26
    primeiros identitários, né, sempre foram
  • 00:14:29
    os brancos colonizadores europeus, a
  • 00:14:32
    gente vai usar algumas referências.
  • 00:14:35
    Parte três do vídeo, referências
  • 00:14:37
    teóricas. Cronologicamente,
  • 00:14:40
    eu arrumei errado, Brira, mas a Rochelle
  • 00:14:42
    me põe em preto e branco naquela e aí
  • 00:14:44
    vocês fingem que não estão vendo B9.
  • 00:14:46
    Cronologicamente falando, eles são
  • 00:14:48
    assim. Lá em
  • 00:14:50
    1989 você tem o Charles Taylor, que é um
  • 00:14:54
    grande antropólogo, escrevendo as
  • 00:14:57
    fronteiras do self, né? É um preâmbulo
  • 00:15:01
    para a compreensão da modernidade, a
  • 00:15:04
    construção da identidade moderna. Eh, e
  • 00:15:07
    um livro no qual uma obra na qual você
  • 00:15:09
    tá vendo é um catatal, o Charles vai
  • 00:15:11
    tentar pensar da onde vem essa noção de
  • 00:15:15
    identidade e como ela foi histórica e
  • 00:15:18
    materialmente sendo produzida, como ela
  • 00:15:21
    apareceu na filosofia, na ética, no
  • 00:15:24
    direito e etc. Em 2018 você tem o
  • 00:15:28
    Armadilha da Identidade do Assad Heider,
  • 00:15:32
    né, um historiador intelectual
  • 00:15:35
    marxista, eh, que faz o primeiro
  • 00:15:39
    trabalho que se consolida como uma
  • 00:15:41
    referência de esquerda radical para
  • 00:15:44
    pensar identidade e o jogo que o
  • 00:15:47
    neoliberalismo faz com as identidades,
  • 00:15:50
    né, como as políticas
  • 00:15:54
    identitárias resultam em alguma coisa
  • 00:15:56
    como se fosse um cachorro correndo atrás
  • 00:15:58
    do próprio rabo. Vou explicar isso em
  • 00:16:00
    mais detalhe. Então, tivemos 89
  • 00:16:03
    antropologia, 2018 história e agora em
  • 00:16:07
    2024, na viradinha pro 2025, é a boi
  • 00:16:11
    tempo lança o que é o identitarismo.
  • 00:16:14
    Trabalho de um amigo querido, filósofo
  • 00:16:17
    marxista que é o Douglas Barros. E eu
  • 00:16:20
    escrevi o prefácio desse livro,
  • 00:16:22
    inclusive ele saiu separado no outras
  • 00:16:24
    palavras. Vou deixar o link aqui para
  • 00:16:26
    vocês lerem o prefácio, que é alguma
  • 00:16:29
    coisa como um estado da arte para que a
  • 00:16:32
    gente possa fazer esse debate eh com
  • 00:16:35
    esse acúmulo de algumas décadas desde
  • 00:16:37
    que a gente tá vendo eh eh o
  • 00:16:40
    neoliberalismo, né? eh esse essa virada
  • 00:16:44
    do capital, a financeiriação da vida, eh
  • 00:16:48
    a expropriação de tudo, a privatização
  • 00:16:51
    de tudo dos anos 70 para cá, como as
  • 00:16:55
    identidades elas vão gradativamente,
  • 00:16:58
    deixando de ser o que elas eram, que era
  • 00:17:01
    uma bandeira para congregar eh o povo em
  • 00:17:06
    luta por interesses comuns. E elas
  • 00:17:09
    passam a ser uma espécie de de ticket,
  • 00:17:12
    né, de etiqueta distintiva do ser humano
  • 00:17:17
    como uma forma mercadoria. Não leve para
  • 00:17:20
    casa apenas uma roteirista. Leve para
  • 00:17:23
    casa uma roteirista negra PCD lésbica. E
  • 00:17:27
    no mercado das identidades, as marcas
  • 00:17:31
    sociais de
  • 00:17:32
    subalternidade seriam o suficiente para
  • 00:17:35
    que esses sujeitos se tornassem eh
  • 00:17:38
    melhores, mais aptos, mais críticos do
  • 00:17:41
    que os demais. Assim, meu Angel e eh
  • 00:17:44
    você não você não é um ignor você não
  • 00:17:47
    come merda de colher, você não assiste
  • 00:17:49
    Brasil paralelo. Então você sabe que que
  • 00:17:53
    isso aí é um absurdo pensar isso, né? E
  • 00:17:57
    rapidamente, uma coisa que eu faço
  • 00:17:58
    também no prefácio é dizer assim: "Olha,
  • 00:18:01
    se as identidades fossem suficientes eh
  • 00:18:04
    como indicativo de diretriz política, a
  • 00:18:07
    gente nunca teria tido a Margaret Tcher,
  • 00:18:10
    né? uma mulher que destruiu políticas
  • 00:18:13
    para as mulheres no Reino Unido. A gente
  • 00:18:15
    não teria tido a Damaris Alves, uma
  • 00:18:17
    mulher que luta contra o feminismo. A
  • 00:18:20
    gente não teria o Eduardo Leite, né, uma
  • 00:18:24
    LGBT que serve à direita no Brasil, uma
  • 00:18:28
    LGBT que tá pouco se lixando para as
  • 00:18:30
    políticas públicas, para pessoas LGBT. A
  • 00:18:33
    gente não teria o Sérgio Camarco, né? eh
  • 00:18:36
    um homem negro bolsonarista que dentro
  • 00:18:40
    da Fundação Palmares lutou para destruir
  • 00:18:43
    política de cotas no Brasil. Então, uma
  • 00:18:47
    identidade eh se ela tiver apartada do
  • 00:18:51
    processo histórico material que a
  • 00:18:53
    produz, ela não serve para nada e ela
  • 00:18:56
    não diz nada. E ela pode aparecer na
  • 00:18:59
    boca de uma vereadora neoliberal de
  • 00:19:02
    direita, eh, dizendo que o ela ela está
  • 00:19:06
    sendo rechaçada pelos servidores e
  • 00:19:09
    servidoras públicas, porque ela é uma
  • 00:19:12
    mulher branca, bonita e rica e isso
  • 00:19:15
    incomoda muit Não, o que incomoda não é
  • 00:19:17
    o reajuste de 2%. O que incomoda não é a
  • 00:19:20
    delapidação e a destruição do serviço
  • 00:19:22
    público e das carreiras de servidores e
  • 00:19:24
    servidoras. o que incomoda é a
  • 00:19:26
    identidade dela. Então, eu já falei
  • 00:19:28
    brevemente sobre isso em outros vídeos,
  • 00:19:30
    que é o seguinte: eh o que produz a
  • 00:19:33
    identidade mulher é um tipo de opressão,
  • 00:19:38
    um tipo de construção social no
  • 00:19:41
    determinado momento histórico. O que
  • 00:19:43
    produz a identidade negro não é a cor da
  • 00:19:46
    pele, né? O que produz a mulher não é a
  • 00:19:48
    genitária, mas é um tipo de opressão
  • 00:19:51
    produzida sobre alguns corpos. O que
  • 00:19:54
    produz a LGBT idade não é a prática
  • 00:19:59
    sexual, mas é a objeção que esse grupo
  • 00:20:03
    sofre dentro de uma sociedade. Se você
  • 00:20:06
    pensa uma identidade descolada do
  • 00:20:09
    processo histórico e material, eh você
  • 00:20:12
    nunca será capaz eh de entender o
  • 00:20:16
    potencial de luta e emancipação política
  • 00:20:19
    desta identidade, né? O que que é então
  • 00:20:23
    eh a luta de mulheres? É uma que seja
  • 00:20:26
    capaz de abalar, desmontar e destruir o
  • 00:20:29
    sistema patriarcal. Que que é a luta de
  • 00:20:32
    pessoas racializadas?
  • 00:20:35
    o que seja capaz de superar o conceito
  • 00:20:37
    de raça, das mulheres, superar o
  • 00:20:39
    conceito de sexo, de gênero, é de
  • 00:20:42
    pessoas LGBT superar o conceito que
  • 00:20:45
    produz a minorização. Todos esses grupos
  • 00:20:48
    que são minorizados socialmente, a gente
  • 00:20:51
    poderia pensar pessoas com deficiência,
  • 00:20:54
    qual é a luta dessas pessoas? É por
  • 00:20:58
    inclusão no Não, é para implos.
  • 00:21:04
    Se um grupo minorizado luta apenas para
  • 00:21:06
    ser incluído na coisa e não para que a
  • 00:21:09
    coisa seja
  • 00:21:11
    transformada, esse grupo minorizado vai,
  • 00:21:13
    ao final do dia produzir a política de
  • 00:21:16
    cada um por si o melhor entre nós que
  • 00:21:18
    vença. E que todo mundo fique muito
  • 00:21:21
    feliz quando uma PCD estiver sentada na
  • 00:21:25
    mesa dos poderosos, quando uma PCD
  • 00:21:28
    estiver no carbo de, quando uma pessoa
  • 00:21:31
    negra, quando uma pessoa LGBT, quando
  • 00:21:33
    uma mulher e e aí eu tô falando para
  • 00:21:36
    vocês do Eduardo Leite, do José Camarco
  • 00:21:38
    e da Margaret Tater, da Maris Alves, da
  • 00:21:41
    para mostrar e que essas identidades
  • 00:21:44
    elas não significam nada se as pessoas
  • 00:21:49
    que possuem essas identidades não tem um
  • 00:21:51
    compromisso político, histórico e
  • 00:21:55
    material contrário ao sistema de
  • 00:21:59
    opressões que produziu cada uma dessas
  • 00:22:02
    identidades. E essa é a armadilha
  • 00:22:05
    identitária que o Assad Heider fala no
  • 00:22:07
    livro dele. É desse cachorro que vai
  • 00:22:09
    correr atrás do próprio rabo. É um
  • 00:22:12
    movimento negro eh que seja liberal, né?
  • 00:22:16
    Que acredite no indivíduo, né? Eh, o
  • 00:22:19
    movimento negro que não entenda o
  • 00:22:21
    racismo como estrutural e estruturante
  • 00:22:24
    do Brasil, que a cada 10 anos de país
  • 00:22:27
    sete foram de escravização, é incapaz de
  • 00:22:31
    de fazer uma luta realmente
  • 00:22:33
    emancipatória e ele vai focar na
  • 00:22:36
    afirmação de uma identidade. Ou seja,
  • 00:22:39
    que possamos ter um cabelo, que sintamos
  • 00:22:42
    orgulho de uma cor, que possamos eh
  • 00:22:46
    lidar na
  • 00:22:48
    democracia com a representação de
  • 00:22:51
    religiões, de matriz e e embora todos
  • 00:22:55
    esses fatos sejam importantes e
  • 00:22:57
    necessários de luta, eu vou tentar
  • 00:22:59
    terminar o vídeo falando sobre isso.
  • 00:23:01
    Nenhum desses fatos transforma uma
  • 00:23:04
    sociedade.
  • 00:23:06
    Inclusão num sistema
  • 00:23:09
    apodrecido nunca resulta na superação do
  • 00:23:13
    sistema apodrecido. Esses corpos que vão
  • 00:23:16
    se tornando marginais e
  • 00:23:18
    marginalizados tem, vou repetir, a
  • 00:23:21
    potencialidade de através da sua
  • 00:23:25
    colocação à margem fazer a crítica do
  • 00:23:28
    centro, ou seja, é o conceito de
  • 00:23:31
    deficiência como uma produção sistêmica.
  • 00:23:34
    Já falei isso em outros vídeos também.
  • 00:23:36
    Eh, por que que a gente considera o
  • 00:23:38
    corpo deficiente e não o espaço? Esse
  • 00:23:40
    espaço só tem escadas. Por que que não é
  • 00:23:44
    esse espaço que é deficiente de rampa?
  • 00:23:46
    Por que que não é esse espaço que é Por
  • 00:23:48
    que que é o corpo? Porque a ideia que tá
  • 00:23:50
    posta aqui é é essa é uma questão do
  • 00:23:53
    indivíduo e aí um grupo de indivíduos
  • 00:23:55
    vai formalizar uma demanda de política
  • 00:23:59
    pública para o Estado. Porque o que tá
  • 00:24:01
    sendo imaginado como o sujeito ideal,
  • 00:24:03
    né, o que tá sendo imaginado como o
  • 00:24:05
    indivíduo, o que tá sendo imaginado como
  • 00:24:08
    eh a menor instância para produção de
  • 00:24:11
    política é uma pessoa sem deficiência. E
  • 00:24:14
    aí as pessoas com deficiência estão
  • 00:24:17
    marginalizadas e terão de se organizar
  • 00:24:20
    em demanda, ou para que elas sejam
  • 00:24:22
    incluídas nesse sistema, ou para que o
  • 00:24:25
    sistema seja transformado e radicalmente
  • 00:24:28
    alterado. Aqui está uma diferença entre
  • 00:24:30
    movimentos liberais. Então, pensam eh o
  • 00:24:34
    indivíduo, acreditam na forma do direito
  • 00:24:37
    como resolvedora de conflitos, né? Ai,
  • 00:24:41
    com melhores leis, ah, com melhores
  • 00:24:44
    votantes, ai com melhores
  • 00:24:46
    representantes,
  • 00:24:48
    sendo que melhores leis votantes e
  • 00:24:50
    representantes não alteram a estrutura
  • 00:24:53
    de poder de uma sociedade. E por isso um
  • 00:24:56
    grupo vai continuar produzindo, julgando
  • 00:24:59
    e escolhendo para que ele seja
  • 00:25:02
    beneficiado. termo, né, de políticas
  • 00:25:05
    identitárias. Ele ele vai aparecer ali
  • 00:25:08
    no meado do século passado do
  • 00:25:11
    1900 através de um coletivo
  • 00:25:15
    feminista negro e lésbico dos Estados
  • 00:25:18
    Unidos, que era o Kombahi River. Eh, e
  • 00:25:21
    ele aparece pela primeira vez eh numa
  • 00:25:25
    declaração do feminismo negro deste
  • 00:25:28
    movimento, que convoca a esquerda a
  • 00:25:32
    examinar o quão racistas eram as suas
  • 00:25:36
    políticas, o quão misógenas eram suas
  • 00:25:38
    políticas, o quão lesbofóbicas eram suas
  • 00:25:41
    políticas, seus discursos, suas
  • 00:25:43
    práticas. E de que se a gente tem um
  • 00:25:46
    setor de esquerda que imagina que a
  • 00:25:49
    classe trabalhadora é uma abstração sem
  • 00:25:52
    corpo, né? é que a classe trabalhadora
  • 00:25:56
    não tem cor de pele, não tem
  • 00:25:57
    sexualidade, não tem gênero, não tem
  • 00:26:00
    sexo, não tem necessidades adivindas
  • 00:26:04
    dessa realidade, eh não enfrenta uma
  • 00:26:07
    série de coisas adivindas dessa
  • 00:26:09
    realidade. Eh, a gente produz um
  • 00:26:13
    movimento que se preocupa com uma classe
  • 00:26:16
    trabalhadora abstrata e que, por isso,
  • 00:26:18
    produzirá políticas do abstrato para o
  • 00:26:21
    abstrato, né? Eh, quando o Marx nos
  • 00:26:24
    convoca a elevar o material pro nível de
  • 00:26:29
    abstração, né? Ou seja, a partir da
  • 00:26:32
    observação da realidade material, do que
  • 00:26:34
    acontece de fato, materialmente falando,
  • 00:26:38
    é como a gente pode abstrair esse
  • 00:26:41
    movimento e lutar paraa transformação
  • 00:26:44
    radical dele. Isso é engraçado porque o
  • 00:26:48
    antiidentitário, né, se a gente pensa,
  • 00:26:50
    bom, então existe um uma gestão
  • 00:26:53
    neoliberal das identidades que vai
  • 00:26:57
    abafar a revolta social dizendo assim:
  • 00:27:00
    "Não se revoltem, temos uma mulher negra
  • 00:27:03
    sentada na cadeira, né? Imagina,
  • 00:27:06
    elegemos a Câmala Harris nos Estados
  • 00:27:09
    Unidos, temos uma mulher negra
  • 00:27:11
    presidenta dos OK e os Estados Unidos
  • 00:27:14
    vai continuar bombardeando países de
  • 00:27:17
    mulheres negras. Então, as todas as
  • 00:27:20
    mulheres negras ao redor do mundo,
  • 00:27:22
    quando uma mulher negra senta na cadeira
  • 00:27:25
    da presidência dos Estados Unidos, estão
  • 00:27:28
    sendo beneficiados, meu anjo, né? para
  • 00:27:31
    de comer cocô e assiste Brasil
  • 00:27:33
    paralelo. Essa noção é a gestão
  • 00:27:36
    neoliberal das identidades. É abafar o
  • 00:27:39
    potencial de revolta de um grupo
  • 00:27:41
    oprimido, elegendo entre eles um
  • 00:27:44
    síndico, elegendo entre eles um
  • 00:27:47
    representante que dialogará com o poder,
  • 00:27:50
    mas mantendo eles bem apartados do
  • 00:27:54
    exercício radical do poder. aqui no
  • 00:27:56
    Brasil, eh, o Hélio Santos, eh, que ele
  • 00:28:00
    faz parte da Oxfan, né, aquele, eh,
  • 00:28:03
    órgão, eh, de pesquisa e observação da
  • 00:28:06
    desigualdade mundial. E ele também é
  • 00:28:09
    presidente do CEDRA, o Centro de eh
  • 00:28:12
    estudos da desigualdade racial no
  • 00:28:15
    Brasil, é que faz publicações sempre,
  • 00:28:18
    né, a partir dos dados oficiais do
  • 00:28:21
    Estado brasileiro, o IBGE, eh eh o
  • 00:28:24
    IPEIA, né, o índice de pesquisa
  • 00:28:26
    econômica aplicada, o PENAD, né, etc. Os
  • 00:28:30
    dados oficiais que o que o Estado
  • 00:28:32
    brasileiro produz. E o Cedra produziu um
  • 00:28:35
    relatório contando pra gente que o
  • 00:28:37
    racismo no nosso país ele custa alguma
  • 00:28:41
    coisa como 103 bilhões ao Brasil por
  • 00:28:46
    mês. O país deixa de produzir,
  • 00:28:51
    arrecadar, investir, circular 103
  • 00:28:56
    bilhões de reais mês por causa do
  • 00:28:59
    racismo. Isso, se você for eh eh um um
  • 00:29:02
    uma pessoa preocupada com funcionamento
  • 00:29:04
    do sistema capitalista, já devia ser
  • 00:29:07
    argumento suficiente, né, para
  • 00:29:09
    convocá-lo uma luta eh por melhorias das
  • 00:29:12
    condições raciais do país. Agora, a
  • 00:29:16
    noção negro, né, eh como um grupo
  • 00:29:20
    formado por eh pessoas racializadas no
  • 00:29:24
    Brasil, sejam elas pardas, sejam elas
  • 00:29:26
    pretas, sejam elas descendentes de povos
  • 00:29:29
    indígenas, né? O Brasil tem tanto horror
  • 00:29:32
    ao debate racial que o Brasil produziu o
  • 00:29:35
    termo sertanejo, que é um termo que
  • 00:29:38
    designa uma missigenação racial múltipla
  • 00:29:42
    do Brasil, o sertanejo produziu o termo
  • 00:29:45
    nordestino para designar uma
  • 00:29:47
    missigenação racial do do país. Mas
  • 00:29:50
    volta, o o Hélio mostra é tem um podcast
  • 00:29:54
    maravilhoso dele no café da manhã, vou
  • 00:29:56
    deixar aqui, chamado Acord do seu
  • 00:29:58
    salário, algo assim, vou deixar aqui na
  • 00:30:00
    descrição. Eh, e que o Hé vai dizer:
  • 00:30:02
    "Olha, classe trabalhador pobre não é
  • 00:30:04
    tudo igual. Quando você examina
  • 00:30:07
    estatisticamente com os dados oficiais
  • 00:30:09
    do do governo brasileiro, é, as
  • 00:30:12
    periferias são muito distintas quando
  • 00:30:14
    elas têm e regiões negras e regiões
  • 00:30:17
    brancas. Eh, nas periferias, quando você
  • 00:30:21
    pensa assim, coleta de lixo, lares
  • 00:30:24
    chefeados por pessoas negras, partes
  • 00:30:27
    negras das periferias, tem menos acesso
  • 00:30:29
    à coleta de lixo. Eh, evasão escolar é
  • 00:30:32
    maior entre pessoas negras, na renda
  • 00:30:35
    mais baixa. Quando a gente pensa divisão
  • 00:30:37
    de de mão de obra, a gente ainda tem no
  • 00:30:40
    Brasil os trabalhos braçais de pedreira,
  • 00:30:43
    de marcenaria, trabalhos domésticos
  • 00:30:46
    sendo realizados em mais de 60% das
  • 00:30:49
    vezes por pessoas negras, enquanto
  • 00:30:51
    trabalhos como dentista, médico,
  • 00:30:53
    economista, arquiteto e são realizados
  • 00:30:57
    majoritariamente por pessoas brancas. Eu
  • 00:30:59
    peguei um dado que talvez seja o mais
  • 00:31:01
    absurdo, né, dessa comparação e para
  • 00:31:04
    ajudar as pessoas a entenderem que
  • 00:31:06
    classe trabalhadora não é uma abstração.
  • 00:31:08
    E e que as questões históricas e
  • 00:31:10
    materiais que produzem as minorias, elas
  • 00:31:13
    se manifestam em todos os lugares para
  • 00:31:16
    quem assim desejar ver olhar. Uma
  • 00:31:18
    empregada doméstica negra no Brasil
  • 00:31:21
    recebe
  • 00:31:23
    86% do que uma empregada doméstica
  • 00:31:26
    branca recebe neste país. Talvez o mais
  • 00:31:29
    chocante seja o aumento da renda de
  • 00:31:33
    pessoas negras neste país nos últimos 11
  • 00:31:37
    anos. Então, as pessoas pretas há 11
  • 00:31:39
    anos recebiam 57.8%
  • 00:31:42
    8% de pessoas brancas e agora elas
  • 00:31:45
    recebem
  • 00:31:47
    59% do salário de pessoas brancas. É um
  • 00:31:51
    aumento de
  • 00:31:52
    1.2% em mais de uma década. Se a gente
  • 00:31:56
    continuar assim, pessoas brancas e
  • 00:31:59
    pessoas negras ganhariam a mesma coisa
  • 00:32:02
    em
  • 00:32:04
    2365, daqui a 340 anos. Tô dizendo isso
  • 00:32:09
    por você escuta reiteradamente dentro de
  • 00:32:13
    de setores que se intitulam tradicionais
  • 00:32:17
    de esquerda preocupados com classe, é
  • 00:32:20
    que a classe
  • 00:32:22
    trabalhadora, e aí você tá vendo, é uma
  • 00:32:24
    abstração. A classe trabalhadora, ela
  • 00:32:26
    tem sexualidade, ela tem raça, ela tem
  • 00:32:29
    gênero. que a nossa capacidade de
  • 00:32:32
    pensar, de gerir, de gerar política
  • 00:32:36
    pública, se não olha para isso, ela sai
  • 00:32:39
    do abstrato e vai pro abstrato. Ela não
  • 00:32:41
    atende aos interesses reais e materiais
  • 00:32:44
    da classe trabalhadora do país. é
  • 00:32:46
    através da compreensão de quem é a
  • 00:32:48
    classe dominante brasileira, de há
  • 00:32:50
    quanto tempo é a classe dominante
  • 00:32:52
    brasileira, de quais são os casamentos
  • 00:32:55
    da classe dominante brasile, de de quais
  • 00:32:57
    são as passagens de herança, de quais
  • 00:32:59
    são a tributação e a taxação, de quem
  • 00:33:01
    ocupou as capitanias heretárias, de quem
  • 00:33:04
    sentou a bundinha no Supremo Tribunal
  • 00:33:06
    Federal, eh de quem ocupou as cadeiras
  • 00:33:10
    de gestão, de decisão, de que a gente
  • 00:33:13
    começa a entender o aspecto
  • 00:33:16
    é estrutural e estruturante que minoriza
  • 00:33:20
    grupos, que faz com que grupos se tornem
  • 00:33:22
    minorias. Então, um STF composto apenas
  • 00:33:27
    de mulheres negras alteraria
  • 00:33:30
    radicalmente a realidade brasileira?
  • 00:33:34
    Talvez não. Esse é o ponto central pra
  • 00:33:36
    gente compreender, porque a ação do
  • 00:33:40
    Supremo Tribunal Federal tem um limite
  • 00:33:43
    de agência e esse limite de agência se
  • 00:33:46
    daria eh a partir eh de luta, de
  • 00:33:50
    confronto, de conflito com outros
  • 00:33:53
    poderes e com uma sociedade. Ter um
  • 00:33:57
    grupo sentado em uma mesa possibilita
  • 00:34:00
    que a discussão da mesa seja diferente,
  • 00:34:04
    mas não o fato de que existe a mesa e o
  • 00:34:07
    fora da mesa. Eu vou tentar concluir,
  • 00:34:10
    eh, voltando naquela ideia que eu disse
  • 00:34:12
    que voltaria em algum momento, que é
  • 00:34:14
    sobre a importância de ter a identidade
  • 00:34:18
    na cabeça quando estamos pensando a luta
  • 00:34:22
    sistêmica e a alteração da realidade.
  • 00:34:25
    Nos Estados Unidos você tem o o
  • 00:34:28
    movimento por direitos civis, né? a luta
  • 00:34:32
    por direitos civis configurada como uma
  • 00:34:35
    espécie da maior revolta que o país teve
  • 00:34:38
    no século passado. E um dos grupos
  • 00:34:41
    fundamentais para pensar é o movimento
  • 00:34:43
    dos direitos civis nos Estados Unidos
  • 00:34:45
    foi o movimento negro radical
  • 00:34:48
    estadunidense, então os Pantera Negra,
  • 00:34:51
    por exemplo, eh que pensavam o movimento
  • 00:34:54
    por direitos civis não como uma inclusão
  • 00:34:57
    no sistema estadunidense, mas como uma
  • 00:35:00
    luta anticapitalista de alteração
  • 00:35:02
    radical do sistema estadunidense. Então,
  • 00:35:05
    nomes como o Malcol, o Hwi P Newton, a
  • 00:35:10
    Kathlyn Cleaver e que não são nomes
  • 00:35:13
    reformistas, dando movimento de luta
  • 00:35:16
    negro por pequenas reformas no sistema,
  • 00:35:19
    mas pela alteração do sistema. Eles
  • 00:35:22
    foram nomes que estavam conscientes da
  • 00:35:25
    importância, por exemplo, do movimento
  • 00:35:27
    black power, do poder negro, que visava
  • 00:35:32
    eh alçar ao estatuto de ser humano. As
  • 00:35:36
    pessoas negras nos Estados Unidos que
  • 00:35:38
    por séculos tiveram seu estatuto de
  • 00:35:41
    humanidade questionado. Não sei se você
  • 00:35:43
    já pensou sobre isso, né? Mas no Brasil
  • 00:35:46
    a gente eh celebra, né, comemora o mês
  • 00:35:50
    da consciência negra. Por que
  • 00:35:53
    consciência? Por que não orgulho? Porque
  • 00:35:55
    não luta? Porque não porque consciência
  • 00:35:58
    é o termo na filosofia é que era usado
  • 00:36:01
    para designar seres humanos, né? Lembra
  • 00:36:04
    do filha da do Renê Decart? Cogito
  • 00:36:07
    ergosum, né? Eu cogito, eu penso, eu
  • 00:36:11
    fabulo, eu confabulo, logo, eu existo.
  • 00:36:14
    Você tem desde o
  • 00:36:16
    racionalismo essa perspectiva de que
  • 00:36:20
    consciência é o diferencial humano. Só
  • 00:36:23
    que você teve a Europa escravizando a
  • 00:36:26
    África e criando uma noção de que essas
  • 00:36:30
    pessoas não eram humanas, elas eram
  • 00:36:33
    outra coisa, eram ferramentas falantes,
  • 00:36:35
    eram e aí você vai eh eh setor a setor e
  • 00:36:39
    instituição a instituição descobrir o
  • 00:36:41
    que o que era dito. E aí o mês da
  • 00:36:44
    consciência é porque a luta desse povo
  • 00:36:47
    durante muito tempo se consolidou eh eh
  • 00:36:51
    pela validação do seu estatuto de seres
  • 00:36:54
    humanos. E esse movimento nos Estados
  • 00:36:56
    Unidos que tá lutando é pelo poder deste
  • 00:37:00
    grupo, ele vai fazer uma série de lutas
  • 00:37:03
    que são simbólicas, né? Eh, pensa na
  • 00:37:07
    Nina Simon, pensa no que que a Nina
  • 00:37:10
    Simone cantava. Ela que tem uma
  • 00:37:12
    aproximação eh eh muito explícita com os
  • 00:37:16
    Pantera Negra. Que que que é a música da
  • 00:37:19
    Nina Simon? Young gifted black, né?
  • 00:37:24
    Jovem brilhante, né? Com dons de
  • 00:37:28
    brilhantismo e preto. Existe uma luta
  • 00:37:32
    simbólica que tá acontecendo nesse
  • 00:37:34
    momento, né? no movimento do Levante, do
  • 00:37:36
    Black Power, que visava dar a esse grupo
  • 00:37:41
    historicamente tão subalterizado que a
  • 00:37:43
    sua condição humana era questionada, o
  • 00:37:47
    orgulho de ser quem se era, para que
  • 00:37:50
    esse povo eh não precisasse alisar o
  • 00:37:53
    cabelo para e ele pudesse usar um afro,
  • 00:37:57
    pudesse usar o penteado black power, é
  • 00:38:01
    para que esse povo não precisasse mudar
  • 00:38:03
    a forma que comia, a forma que dançava,
  • 00:38:06
    a forma que se vestia, a forma para
  • 00:38:09
    alcançar um estatuto de eu também
  • 00:38:13
    importo, a minha vida também vale, a
  • 00:38:16
    minha luta também é válida, eu também
  • 00:38:18
    tenho contribuições para a democracia.
  • 00:38:21
    Eu, o que eu, o que eu dibo também pode
  • 00:38:23
    alterar o rumo da história. Eu sou um
  • 00:38:26
    sujeito que pode tomar as rédias da mão
  • 00:38:29
    e alterar o curso do planeta. Ninguém
  • 00:38:32
    luta destruído, ninguém luta
  • 00:38:36
    subalternizado, ninguém luta se
  • 00:38:39
    acreditando incapaz de se se
  • 00:38:43
    menosprezando. Por isso que a fala da
  • 00:38:46
    Cris Monteiro é tão virulenta, é tão
  • 00:38:49
    perniciosa, quando ela se autointitula
  • 00:38:52
    branca, bonita e rica, é porque existe
  • 00:38:57
    um espectro oposto. Inclusive, ela tá em
  • 00:38:59
    diálogo com a Guana Alves. E se ela é
  • 00:39:01
    branca, tem os não brancos. Se ela é
  • 00:39:05
    bonita, tem os não bonitos. E se ela é
  • 00:39:07
    rica, tem os não ricos. Só que nenhuma
  • 00:39:10
    dessas identidades cai do céu. Todas
  • 00:39:14
    elas são o resultado de um processo
  • 00:39:17
    histórico que vai produzindo a vida
  • 00:39:20
    vivível nas nos termos do achilenden e a
  • 00:39:23
    vida matável, né, que vai produzindo
  • 00:39:27
    aquele capaz de se destacar, aquele
  • 00:39:29
    capaz de aparecer, aquele capaz de
  • 00:39:31
    sentir orgulho de ser quem é. E aquele
  • 00:39:34
    que vai viver na vergonha, aquele que
  • 00:39:36
    vai viver encolhido, aquele que nunca
  • 00:39:38
    vai estufar o peito para lutar e assim
  • 00:39:40
    sucessivamente. Imaginar, portanto, é
  • 00:39:43
    que seria possível congregar o povo e
  • 00:39:46
    uma luta sem levar em consideração a sua
  • 00:39:51
    identidade. É ignorar toda a luta de
  • 00:39:54
    revolta, revolução, organização popular
  • 00:39:57
    da Ásia, da África e da América Latina.
  • 00:40:00
    A fala da Cris Monteiro, ela é um
  • 00:40:03
    suprauno do identitarismo de direita.
  • 00:40:07
    Esse que a gente tá vendo agora com a
  • 00:40:09
    ascensão nazifascista ao redor do mundo
  • 00:40:11
    gritando Portugal pros portugueses, a
  • 00:40:14
    Alemanha pros alemães, eh políticas de
  • 00:40:18
    reimigração, a França pros franceses, eh
  • 00:40:21
    é o orgulho de ser branco, o orgulho de
  • 00:40:24
    ser uma esposa tradicional, o orgulho de
  • 00:40:27
    E essas categorias elas não precisam
  • 00:40:28
    lutar por orgulho, porque a elas nunca
  • 00:40:31
    foi impelida a techagonha. Eu vou tentar
  • 00:40:34
    encerrar com uma última coisa da
  • 00:40:37
    cultura, né? Como eu tô falando da
  • 00:40:38
    música negra, como eu tô falando da Nina
  • 00:40:41
    Simone, mas eu poderia estar falando da
  • 00:40:42
    Elsa Soares, eu poderia estar falando da
  • 00:40:44
    Sandra de Sá, é, é pensar o seguinte, a
  • 00:40:48
    gente acabou de ter o Mat Gala, né, em
  • 00:40:50
    Nova York, então o evento mais
  • 00:40:54
    importante da moda no epicentro da
  • 00:40:57
    hegemonia capitalista do mundo. E as
  • 00:41:00
    pessoas que vão lá, elas estão usando,
  • 00:41:02
    né, looks e que custaram é dezenas de
  • 00:41:07
    milhões de dólares, dezena, centenas de
  • 00:41:10
    milhares de dólares. Elas estão usando
  • 00:41:13
    joias e peças e acessórios a partir de
  • 00:41:16
    um tema e eh que mostram essa opulência
  • 00:41:20
    de um estilo de vida. O tema desse
  • 00:41:23
    último eh pile, né, do do Mat Gala era
  • 00:41:27
    sobre a alfaiataria. negra, a excelência
  • 00:41:31
    da alfaiataria negra, a Lilian Ferish,
  • 00:41:34
    eu não sei se é assim que pronuncia o
  • 00:41:35
    sobrenome dela, que é uma uma amiga, uma
  • 00:41:38
    pessoa querida das redes sociais, que tá
  • 00:41:40
    pensando moda cultura e sociedade e fez
  • 00:41:43
    um videozinho, vou deixar também aqui na
  • 00:41:44
    descrição, é falando algumas coisas que
  • 00:41:47
    eu vou trazer aqui para para ajudar a
  • 00:41:50
    gente a encerrar, que é o seguinte, ela
  • 00:41:51
    abre o vídeo dizendo que esse mat gala
  • 00:41:54
    ele explicita que, apesar de todos os
  • 00:41:57
    aparentes avanços, ai o Billy Porter, a
  • 00:42:00
    Laurin R, a Rihanna, no Mat Gala, as
  • 00:42:03
    pessoas pretas nos Estados Unidos ainda
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    ocupam um lugar subalterno quando a
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    gente pensa o consumo e os signos da
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    Moder. Tem uma pesquisa que foi feita
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    pela Universidade da Pennsylvania, é,
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    que mostra e e a Lilian traz isso no
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    vídeo dela, como pessoas pretas e
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    latinas de mesma classe social de
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    pessoas brancas gastam 30% a mais com
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    itens ã que são visíveis, né? É bolsa,
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    carro, joia, sapato, casaco, marca, para
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    tentar pleitear uma posição de ser
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    humano que esses grupos nascem e crescem
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    e sabem e sentem que não tem. Aqui fica
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    muito claro o que que é uma política
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    identitária radical e uma neoliberal. A
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    neoliberal é essa que vai lutar para que
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    a gente tenha mais pretos usando
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    Lacost. É uma que vai lutar para que a
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    gente tenha mais mulheres trans fazendo
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    campanha pra Vitória Secret, para
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    Burbery, para E aí vai. E um radical é
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    um que lute pela
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    emancipação das características dos
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    grupos
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    minorizados, eh, da balança de julgo dos
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    grupos dominadores. Ou seja, que eu não
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    precise correr atrás de um tratamento
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    pro meu cabelo para ser reconhecida como
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    que eu não precise alisar, pintar,
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    platinar, depilar para ser reconhecida
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    como que aquilo que eu sou e que choca
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    os outros naquilo que sou, imagine o
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    penteado black power possa aparecer como
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    um símbolo de orgulho, resistência, e
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    luta. E que a gente não tente entrar no
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    matchgala, mas implodi-lo para que ele
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    deixe de existir. Eu vou encerrar por
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    aqui todas as referências, descrições,
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    vídeos, textos, tarará, tudo na
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    descrição. Mas é isso, é uma entrada num
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    debate, tá cheio de referência para você
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    dar sequência e e para que a gente seja
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    menos capturado, é por aquilo que pode
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    ser o despertar de uma luta
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    emancipatória e se transforma apenas
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    numa etiqueta de melhor colocação de uma
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    mercadoria numa prateleira. A gente se
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    vê semana que vem. Um beijinho. Tchau.
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    เฮ Ah.
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