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[Música]
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e para falar sobre isso com a gente a
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gente vai receber o professor Gabriel
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Medina ele é graduado em psicologia pela
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Universidade de São Marcos Desde 2005
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trabalha com a temática de juventude
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tanto no contexto Nacional contra
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Internacional a mais de 17 anos eu tenho
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17 anos então um cara é um cara que tem
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experiência um cara que sabe do que tá
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falando né ele já foi secretário
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Nacional da Juventude e atualmente é
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gestor de implementação do Instituto
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Unibanco
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e ver aqui dessa aula super inspiradora
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para gente sobre como a gente pode usar
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para transformar o mundo do trabalho
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então cola aqui Professor Gabriel Medina
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muito bem-vindo boa aula
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Olá bom dia eu sou Gabriel Medina
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sou um homem branco cabelo curto de
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barba tô usando uma camiseta
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quase Branca um pouco Rosada atrás de
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mim tem uma estante com livros de
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plantas e uma parede branca com um
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quadro com uma menina com livros
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eu sou psicólogo gestor de implementação
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do Instituto Unibanco e tem uma
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trajetória longa no tema da Juventude e
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vem falar um pouco para vocês justamente
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dessa discussão né Juventude no Brasil
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desafios e possibilidades
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Então queria começar a nossa conversa
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trazendo um pouco Quem são a juventude
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contemporâneas né
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os jovens atualmente são mais
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escolarizados que outras gerações quando
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a gente pega os nossos pais né os avós
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enfim são gerações mais escolarizadas
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mas que também trazem novas demandas do
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ponto de vista do desenvolvimento de
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políticas públicas Então são jovens que
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demandam mais acesso à cultura lazer ou
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Esporte que estão pedindo outros
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direitos para além do direito à educação
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de um outro lado é uma geração marcada
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pelas inovações tecnológicas e pela
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internet a internet não é mais
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ferramenta né A internet é território as
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pessoas se relacionam pela internet
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namoram pela internet conhecem fazem
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amigos se informam e as redes sociais
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estão cada vez mais presentes na vida
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dos jovens especialmente agora que nós
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vivemos ainda uma pandemia em todo mundo
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né então internet tem cada vez mais
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importância uma forma uma forma também
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do jovens aprenderem conhecerem e se
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desenvolverem a partir das redes sociais
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e essa questão também da internet trouxe
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um maior choque entre as gerações né
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porque antes sem internet o jovem Ficava
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muito suscetível a informação vinda dos
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Pais da escola do mundo adulto e hoje
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com essa possibilidade de se informar a
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um choque maior entre as gerações e o
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jovem demanda mais horizontalidade mais
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diálogo mais participação
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um outro elemento importante é que nós
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vivemos mudanças profundas do mundo do
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trabalho O Mundo do Trabalho cada vez
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mais especializado que demanda uma
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formação maior dos jovens com novas
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competências novas habilidades e cada
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vez mais escasso cada vez menos emprego
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e oportunidades tem no mundo e uma
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geração toda hoje vive o desemprego ou a
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precariedade
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um outro tema que eu queria destacar que
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faz parte um pouco dessa experiência
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geracional tem a ver com o tema da
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violência especialmente a violência
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urbana é o que a gente chama no Brasil
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do extermínio da Juventude negra jovens
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são vítimas né de homicídios causados
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pela polícia também
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mortes entre os próprios jovens né
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ligados ao tráfico de drogas ou crime
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organizado enfim a violência urbana não
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é só uma experiência
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jovens de Periferia é também dos jovens
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de classe média que tem medo enfim de se
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assaltado de um série de problemas então
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a questão da presença da morte na vida
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dos jovens é uma questão muito desta
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geração né já que quando a gente fala de
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juventude a gente está falando de vida
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de plenitude da vida e a violência veio
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para mudar um pouco essa perspectiva e
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um outro tema importante quando a gente
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fala do jovem de hoje tem a ver com a
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questão da crise climática e com a falta
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de perspectiva de futuro né quando a
00:04:55
gente fala de falta de perspectiva de
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futuro parece que tá longe os problemas
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sociais enfim ambientais causados pela
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crise climática Mas não é verdade eles
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estão acontecendo agora enchentes no
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mundo todo ondas de calor que mataram
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mais de 600 pessoas no Canadá Estados
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Unidos no Brasil a gente também viveu
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enchentes no Amazonas nunca se tinha
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visto 100 anos sem ter uma enchente como
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aconteceu
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queimadas florestais enfim um conjunto
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de processos que tem mostrado que a
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humanidade está em risco e a gente
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precisa fazer alguma coisa agora Não
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amanhã porque a situação é muito grave
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para as atuais e futuras gerações com
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esses são aspectos que tem muito a ver
00:05:40
com a contemporaneidade E aí eu queria
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passando um slide
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falar um pouco sobre a dimensão pode
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passar mais um eu na verdade já falei
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sobre esses slide
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E aí queria passa mais um por favor
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falar um pouco sobre as novas formas de
00:06:00
ser e se expressar no mundo né que os
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jovens hoje trazem Então são jovens que
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tem sido enfim influenciados por
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diferentes formas de religiosidade a
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gente quando a gente olha para o Brasil
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alguns anos atrás as famílias eram
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extremamente católicas né E hoje a gente
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tem novos arranjos familiares com
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famílias evangélicas com pai evangélico
00:06:25
mãe católica ou famílias de religião de
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matriz africana
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espíritas e tem novas formas de buscar
00:06:33
religiosidade tem jovens religiosos sem
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uma religião específica tem um
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crescimento expressivo da região
00:06:41
evangélica Especialmente nos jovens das
00:06:43
camadas mais populares então tem uma
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mudança significativa nessa questão da
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religião que obviamente forma valores
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condutas comportamentos um outro tema
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importante tem a ver com a Sexualidade e
00:06:59
com os corpos né são novas formas de
00:07:01
expressão da sexualidade o que a gente
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fala dos lgbtqi mais
00:07:06
são
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identidades sexuais e orientações sexual
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que se combinam né
00:07:14
desculpe identidade de gênero orientação
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sexual que bastante plurais e isso é uma
00:07:21
coisa muito diferente do que a gente
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vivia a tempos atrás né a presença da
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transexualidade muito forte inclusive no
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ambiente escolar causando um impacto
00:07:31
grande
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nas gerações anteriores nas gerações
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mais conservadoras mas os jovens têm
00:07:37
expressado novas formas de se colocar no
00:07:40
mundo com seus corpos com as suas
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identidades e esse é um tema bastante
00:07:44
importante e bastante
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significativo e um outro elemento que é
00:07:50
a questão da trajetórias não lineares
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entradas e saídas no mundo do trabalho e
00:07:55
na educação então Jovem às vezes sai da
00:07:57
escola é para trabalhar aí ver que no
00:08:00
mundo do trabalho precisa estudar mais
00:08:03
para poder melhorar falta para escola
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então as trajetórias não são tão
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lineares quanto em outros tempos Acho
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que são marcas importantes pode passar
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mais um slide por favor
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mas quando a gente fala de uma geração
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se é possível dizer que existe uma
00:08:20
geração de jovens no Brasil a gente pode
00:08:23
dizer porque partilham e compartilham de
00:08:27
algumas experiências comuns né seja o
00:08:30
processo de escolarização seja essa
00:08:31
transição da infância para vida adulta
00:08:34
Desafios que são compartilhados por
00:08:36
todos os jovens mas é preciso dizer que
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também há diferenças muito substantivas
00:08:41
na forma de experimentar a juventude
00:08:44
se é verdade que a gente vive no mesmo
00:08:47
país as situações são muito distintas em
00:08:50
relação a essa experimentação
00:08:52
jovens das camadas mais ricas das
00:08:56
classes médias tem uma série de
00:08:58
oportunidades e possibilidades de
00:09:00
vivência que os jovens das camadas mais
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pobres não tem né seja da escola
00:09:05
particular poder viajar poder fazer
00:09:07
inglês enfim tem um clube acesso à
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cultura Esporte Já os jovens mais pobres
00:09:14
não tem essas oportunidade novidades né
00:09:16
vivenciam situações bastante distintas e
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acabam sendo pressionados a não viver a
00:09:24
juventude até que assumir a vida adulta
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muito cedo né os jovens das classes
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populares acabam tendo filho mais cedo
00:09:31
acabam tendo que assumir as
00:09:33
responsabilidades de trabalho mais cedo
00:09:36
as atividades domésticas especialmente
00:09:39
as meninas Enfim então eles são
00:09:41
pressionados a assumir responsabilidades
00:09:43
e acabam não tendo essa possibilidade de
00:09:46
viver
00:09:47
esse tempo que a gente chama de
00:09:49
moratória social que é um tempo que você
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fica sem a pressão do trabalho para
00:09:55
poder se preparar se formar inclusive
00:09:58
cada vez mais demandado pelo mundo do
00:10:00
trabalho uma formação mais tensa né
00:10:02
então esses jovens das classes populares
00:10:05
não tem essas mesmas condições essas
00:10:06
mesmas oportunidades então quando a
00:10:09
gente fala de juventude a gente tem que
00:10:10
falar em juventudes no plural justamente
00:10:14
por essas várias
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possibilidades experimentar esse momento
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da vida pode passar mais um favor
00:10:20
E aí quando a gente fala das
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desigualdades diferentes a gente fala
00:10:24
também das interseccionalidades né a
00:10:27
gente tá falando
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de desigualdade de renda desigualdade
00:10:31
escolaridades regionais né quando a
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gente fala do Norte totalmente diferente
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do Sul a gente está falando de campo e
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cidade jovens rurais não tem as mesmas
00:10:41
oportunidades dos jovens urbanos
00:10:43
muito difícil ser jovem Rural seja pelo
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acesso à educação acesso à cultura o
00:10:50
esporte ou lazer a internet né viver uma
00:10:52
pandemia onde as escolas fizeram
00:10:55
educação remota muito ficaram sem
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conectividade não só os jovens da área
00:11:00
rural também jovens urbanos das
00:11:02
periferias Mas é possível é importante a
00:11:05
gente reconhecer essas diferenças e as
00:11:07
diferenças de gênero orientação sexual
00:11:09
raça etnia deficiências físicas
00:11:11
emocionais e cognitivas as próprias
00:11:14
diferenças de religião
00:11:16
e quando a gente fala de
00:11:18
interseccionalidade a gente está falando
00:11:20
de quando as desigualdades e diferenças
00:11:22
se combinam numa mesma pessoa então
00:11:25
quando eu falo de uma mulher negra e
00:11:28
lésbica a gente está falando de aspectos
00:11:30
que causa de preconceitos e de falta de
00:11:33
oportunidades que se somam que se
00:11:36
sobrepõe por isso a gente fala de
00:11:37
interseccionalidade quando se
00:11:39
intersecciona gênero e Raça por exemplo
00:11:42
a gente tá falando de uma intersecção e
00:11:45
demais exclusão e demais preconceito e
00:11:47
aí importante a gente falar um pouco
00:11:50
sobre as concepções que orientam essa
00:11:52
discussão da Juventude né porque
00:11:56
a juventude historicamente ela foi vista
00:11:59
muito como um problema social
00:12:01
marcadas por comportamento de risco por
00:12:05
inadequações então em geral quando a
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gente pensar em Juventude e quando o
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estado pensava Juventude pensava
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políticas de repressão e controle não
00:12:16
pensa porque ainda pensa em alguma
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medida essa concepção disputa o
00:12:21
Imaginário social e disputas críticas
00:12:23
públicas né Essa visão de um jovem como
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um problema de um certo estereótipo de
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jovem né não é porque não é todo jovem
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Especialmente quando tem uma estética
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mais periférica uso do boné quando é
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negro enfim tem essa questão e uma
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ausência de reconhecimento
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enfim de um preconceito com essa com os
00:12:46
mais novos e uma outra concepção muito
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presente é a ideia do jovem no futuro o
00:12:51
jovem ainda não é nada ele vai ser um
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dia quando ele for adulto né então uma
00:12:55
ideia de um vir a ser e essa concepção é
00:12:59
constituiu especialmente as políticas de
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educação e formação para o trabalho né
00:13:03
Nós precisamos preparar um jovem para
00:13:06
ser um trabalhador para ser um adulto
00:13:08
responsável Mas a frente
00:13:11
Mas elas marcam uma ideia de não
00:13:14
reconhecimento do hoje do presente né do
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jovem poder colaborar com as políticas
00:13:20
públicas de participar da escola de
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poder ser ouvido na família enfim na
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sociedade então a concepção muito
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presente e uma terceira concepção que a
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concepção que eu gostaria que já afirmar
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e de trazer como a estruturante como
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importante é uma concepção mais
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contemporânea mais nova que vem do final
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dos anos 90 e que tem se afirmado no
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Brasil que é uma ideia do jovem como
00:13:46
sujeito de direito né o jovem que
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precisa ser respeitado olhado agora no
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presente e que precisa ter políticas
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intercetoriais e quando eu falo
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intercessoriais é em vários Campos e
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várias dimensões da vida né na cultura
00:14:01
na educação no transporte namoradia
00:14:04
enfim
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na segurança pública para que ele possa
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ter uma vida digna então
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conhecimento dessa geração da urgência
00:14:13
dessa geração em C obviamente atendida
00:14:17
com políticas que promovam igualdade e
00:14:20
combatam as desigualdades que eu tava
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dizendo agora como estruturantes da
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sociedade brasileira pode passar mais
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uma por favor E aí por isso a gente fala
00:14:31
da importância do Estatuto da Juventude
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nem todo mundo conhece é uma parte de
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que tá aqui nos assistindo não deve nem
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saber da sua existência ele foi aprovado
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em 2013 é um estatuto portanto muito
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recente na história brasileira ele prevê
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um conjunto de direitos
00:14:48
como eu tava dizendo em várias dimensões
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da vida mas ele traz essa ideia de que a
00:14:55
experiência da Juventude se alargou
00:14:57
etariamente no último período justamente
00:15:00
por conta de uma demanda de mais
00:15:03
especialização do Mundo do Trabalho
00:15:05
portanto aquelas gerações que os jovens
00:15:08
que tem mais condições conseguiram ficar
00:15:10
na casa por mais tempo né podemos formar
00:15:13
podendo fazer pós-graduação e os jovens
00:15:16
das classes populares não né então
00:15:19
quando a gente fala de um estatuto que
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alarga o período de direitos né porque o
00:15:24
eca o Estatuto da Criança e do
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Adolescente protegiu jovens até eles
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completarem 18 anos
00:15:29
o estatuto da Juventude vem atender uma
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faixa etária dos 15 aos 29 anos fazendo
00:15:36
esse alargamento da proteção social para
00:15:39
que a gente possa disputar políticas
00:15:41
públicas que
00:15:42
ajudem os jovens das classes populares
00:15:45
até essas oportunidades que os mais
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ricos têm né de um outro lado a ideia de
00:15:50
trazer novos direitos que não estavam
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previstos ainda no eca e que vem compor
00:15:55
o conjunto de direito do estatuto então
00:15:57
o direito a mobilidade o direito à
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diversidade a primeira legislação no
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Brasil a falada a diversidade sexual
00:16:03
como um direito o direito ao território
00:16:06
o reconhecimento do lugar do espaço onde
00:16:10
o jovem como espaço produtor também de
00:16:14
possibilidades ou também de Barreiras né
00:16:16
a gente fala que por exemplo o jovem que
00:16:19
vai procurar emprego
00:16:20
quando ele fala que ele é de um bairro
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periférico de uma periferia tem um
00:16:24
preconceito com seu lugar Um lugar onde
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ele mora muitas vezes ele tem que
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esconder esse lugar ou às vezes por ser
00:16:31
um lugar de ocupação ainda não tá
00:16:33
regularizado nem endereço ainda tá
00:16:35
estruturado correio não chega né então
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tem um problema muito sério nessa
00:16:41
construção também do território e é
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muito importante a gente reafirmar essa
00:16:45
ideia do bairro né da centralidade do
00:16:48
território como lugar de promoção de
00:16:49
direitos direitos articulados e tal para
00:16:53
garantir uma vida saudável uma vida
00:16:55
digna né e uma outra questão é para
00:16:58
enfrentar justamente os graves problemas
00:17:00
sociais que a gente tem vivido que
00:17:03
estruturam hoje a vida da Juventude uma
00:17:05
vida que tem causado desalento que tem
00:17:07
causado dificuldades de pensar o seu
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futuro né Tem muita crise hoje colocada
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entre os jovens não é à toa que as
00:17:18
questões sócio emocionais têm pegado
00:17:19
tanto né a gente tem olhado para as
00:17:21
escolas enfim para um conjunto de
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lugares e o jovem tem tem que ser
00:17:25
ampliado muito os jovens têm sofrido de
00:17:28
depressões de ansiedade de uma série de
00:17:31
adoecimentos ligados à dimensão da Saúde
00:17:34
Mental é tão presentes hoje que tem
00:17:37
muita relação com essa ausência de
00:17:39
perspectiva né de falta de futuro de
00:17:42
falta de direitos enfim a gente não pode
00:17:45
dissociar isso e entender como uma coisa
00:17:47
pessoal né tem toda uma questão social
00:17:49
que estrutura essa dimensão pode passar
00:17:54
E aí a gente entra aqui num tema central
00:17:57
que é a questão do mundo do trabalho
00:17:59
quando a gente faz pesquisa e conversa
00:18:01
com jovens o trabalho aparece como das
00:18:04
grandes prioridades da Juventude né o
00:18:06
jovem quer trabalhar quer trabalhar
00:18:08
porque eu trabalho garante uma série de
00:18:10
condições para ele poder acessar o
00:18:12
consumo poder Enfim fazer coisas que ele
00:18:16
não consegue porque muitas vezes o pai
00:18:18
não pode ajudar então ele quer sair ele
00:18:20
quer curtir Enfim então o trabalho
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garante um conjunto de questões
00:18:24
fundamentais né que é muito importante
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mas na verdade é que hoje é um tema
00:18:30
muito difícil porque os jovens são os
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que mais sofrem com desemprego e com a
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precariedade do mundo do trabalho com a
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informalidade rotatividade
00:18:40
30% dos jovens hoje tão sofrendo
00:18:43
desemprego é uma das maiores taxas
00:18:46
assim dos últimos pelo menos 30 anos né
00:18:50
os jovens são o dobro de mais emprega do
00:18:54
que o restante da população mais do que
00:18:56
o dobro
00:18:57
Enfim então é uma questão fundamental
00:19:00
uma coisa importante para dizer aqui
00:19:02
apesar da gente ter vivido maior
00:19:05
inclusão de negros e mulheres na
00:19:08
educação isso não necessariamente
00:19:10
refletiu numa melhora das inserções no
00:19:14
mundo do trabalho
00:19:15
ainda mulheres e negros com o mesmo com
00:19:19
a mesma formação com as mesmas
00:19:21
possibilidades de inserção ganham menos
00:19:24
tem mais dificuldade de acessar o mundo
00:19:27
do trabalho não tem as mesmas
00:19:29
oportunidades e esse é um problema
00:19:31
Seríssimo que a gente vive no país dizer
00:19:34
não adianta a gente ter políticas
00:19:36
públicas de melhoria na educação de mais
00:19:39
inserção se a gente depois os jovens né
00:19:42
barram Na hora de entrar no mundo do
00:19:44
trabalho a gente precisa pensar medidas
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que de fato garantam exceção dessa
00:19:50
Juventude especialmente da Juventude
00:19:52
negra da juvent das mulheres enfim dessa
00:19:56
desigualdade Que estrutura Hoje essas
00:19:59
possibilidades de viver a juventude
00:20:01
precisam ser combatidas especialmente no
00:20:04
mundo do trabalho
00:20:05
um outro tema central que aconteceu
00:20:07
quando a gente olha a questão do
00:20:09
trabalho foi que a pandemia
00:20:12
quando a gente olha a pandemia os que
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mais sofreram e foram expostos à
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pandemia foram jovens uns entregadores
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de aplicativo os trabalhos ligados à
00:20:23
internet o telemarketing né quando a
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gente vê também o supermercado a
00:20:28
farmácia Quem são os atendentes em geral
00:20:31
jovens os jovens ficaram mais expostos
00:20:34
ao transporte público lotado a exposição
00:20:37
do vírus enfim a juventude foi muito
00:20:40
marcada por esse processo da pandemia
00:20:42
especialmente esses que ficaram aí na
00:20:44
linha de frente dos serviços essenciais
00:20:47
né e acho que é importante a gente falar
00:20:50
que apesar dessas dimensões difíceis a
00:20:53
gente
00:20:54
um elemento que seria fundamental que a
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inclusão da diversidade que é potência
00:20:59
né a gente incluir os jovens periféricos
00:21:02
os negros as mulheres a gente traz
00:21:04
outros olhares outras formas de ser no
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mundo outras culturas que permitem uma
00:21:10
maior riqueza
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da inserção produtiva do ambiente de
00:21:14
trabalho outras possibilidades de
00:21:17
geração enfim de criatividade de
00:21:20
inovação Especialmente quando a gente
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olha hoje tem muita potência na
00:21:24
periferia muitos coletivos culturais
00:21:26
muitos jovens criando novas
00:21:29
possibilidades de sobrevivência sarais
00:21:31
sarau a possibilidade de viver os islãs
00:21:36
enfim tanta coisa legal que o jovem
00:21:39
estão criando na periferia que a gente
00:21:43
poderia aproveitar dessa criatividade
00:21:44
dessa capacidade de Inovar para gerar
00:21:47
uma força no mundo do trabalho e a gente
00:21:50
poder desenvolver o país ou seja um país
00:21:53
que não olha para sua Juventude para
00:21:55
adversidade da sua Juventude como
00:21:57
potência tá perdendo uma grande
00:21:59
oportunidade de se desenvolver
00:22:02
se desenvolver com justiça com igualdade
00:22:04
com inclusão pode passar
00:22:08
E aí quando a gente fala dessa questão
00:22:10
do mundo do trabalho é muito importante
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a gente perceber que a gente precisa
00:22:15
construir
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uma agenda de trabalho decente para os
00:22:20
jovens nessa agenda começou a ser
00:22:21
produzido em 2011 Ela acabou não sendo
00:22:24
efetivada é uma agenda que foi produzida
00:22:27
com a ET com a secretaria nacional de
00:22:29
juventude a secretaria nacional da
00:22:31
presidência várias organizações do mundo
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sindical participaram organizações
00:22:38
patronais é infelizmente ela não foi
00:22:41
regulamentada mas eu queria trazer essa
00:22:43
discussão da agenda nacional de trabalho
00:22:44
decente para as Juventude porque ela é
00:22:47
ela é estruturante Ela foi uma
00:22:49
proposição que eu acho que precisa ser
00:22:50
recuperada nesse momento que a gente
00:22:52
vive do país especialmente para
00:22:54
enfrentar essa grave crise econômica que
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a gente vive a crise de emprego e que
00:23:00
precisa considerar que os jovens
00:23:02
precisam de políticas públicas
00:23:04
específicas para o seu desenvolvimento
00:23:06
essa agenda ela Quatro Pilares
00:23:09
a primeira tem a ver com essa dimensão
00:23:12
de melhorar o acesso à educação em todos
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os níveis né então a gente ainda tem
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desafios gigantescos para conseguir
00:23:21
universalizar o ensino médio para o
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acesso à Universidade ao ensino técnico
00:23:25
né
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Ainda tem muito jovem fora da escola
00:23:30
ainda no ensino médio e na universidade
00:23:32
nem se fala é uma porcentagem ainda não
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chegou nem aos 20% dos jovens
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brasileiros que acessam Universidade nós
00:23:40
temos uma camada gigantesca de jovens
00:23:41
que não tem oportunidade de universidade
00:23:43
e que tão pouco também tem acesso ao
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ensino técnico que seria uma alternativa
00:23:48
relevante para os jovens a gente olha
00:23:51
outros países do mundo o ensino técnico
00:23:53
é uma possibilidade O problema é que no
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Brasil o desnível entre o trabalhador de
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ensino técnico e Universitário é muito
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alto então a gente também precisa
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equilibrar as remunerações nas
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oportunidades porque senão a gente
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ninguém vai acreditar no ensino técnico
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como uma possibilidade né então acho que
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esse é um recado né melhorar as
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oportunidades educacionais para todos em
00:24:17
todos os níveis uma segunda dimensão tem
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a ver com a possibilidade de conciliar a
00:24:23
experiência do trabalho com os estudos e
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a vida familiar é muitos jovens têm que
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trabalhar muito cedo ainda no ensino
00:24:30
médio mas não tem a possibilidade de ter
00:24:33
uma jornada menor de ter incentivos e
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tem que se deslocar por grandes enfim
00:24:39
quando mora na cidade um deslocamento
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grande da sua casa para o trabalho para
00:24:45
depois voltar para escola também um
00:24:46
outro deslocamento e depois não tem
00:24:49
tempo para viver em família enfim a
00:24:51
gente precisa pensar em agendas que
00:24:53
protejam esse momento da vida como é a
00:24:56
lei da aprendizagem que tá tentando ser
00:24:58
desmontada recentemente no país e que
00:25:01
justamente traz esses elementos né uma
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preocupação com menor tempo de inserção
00:25:06
com uma combinação com uma formação para
00:25:09
o trabalho enfim não um trabalho que
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seja degradante um trabalho que o jovem
00:25:13
não Aprenda que seja repetitivo Então
00:25:16
esse é um tema essencial um outro eixo
00:25:18
que a gente tem que perseguir assim como
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tem na lei da aprendizagem aperfeiçoar
00:25:22
criar novos mecanismos e tentar fazer
00:25:25
com que o jovem que concilia hoje com a
00:25:27
educação não tem a jornada de 8 horas
00:25:29
não seja precarizada etc um terceiro
00:25:33
tema que é fundamental que essa ideia de
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criação de mais melhores empregos com
00:25:39
igualdade de tratamento combate as
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causas de rotatividade enfim e inclusão
00:25:46
da diversidade né Acho que esse é um
00:25:48
tema fundamental como eu já disse os
00:25:50
jovens estão nos piores postos de
00:25:51
trabalho são muito rotativos não criam
00:25:55
vínculo não são não tem carteira
00:25:59
assinada enfim é claro que tem todo uma
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discussão sobre isso hoje porque nós
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vamos fazer uma discussão sobre um novo
00:26:06
modelo de inserção produtiva não
00:26:09
necessariamente
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o jovem hoje demanda esse vínculo da CLT
00:26:15
tem uma discussão de uma mudança do
00:26:17
mundo do trabalho que precisa ser
00:26:18
encarada o jovem quer ser mais autor do
00:26:21
seu trabalho quer ser mais criativo quer
00:26:23
ser mais inovador mas as possibilidades
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hoje do trabalho autônomo são muito
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precarizadas quer dizer a solução não é
00:26:30
então agora os jovens vão para para o
00:26:34
Uber né quer dizer nós temos que pensar
00:26:36
a possibilidades e mudanças no mundo do
00:26:39
trabalho que possam dialogar com essa
00:26:42
necessidade do jovem de não ser só um
00:26:46
trabalhador precarizado enfim não
00:26:49
criativo
00:26:51
mais que também possa dar conta de uma
00:26:55
proteção de uma condição digna para o
00:26:58
jovem poder ter uma vida decente
00:27:00
e uma outra perspectiva justamente
00:27:03
ampliar a participação social do jovem
00:27:07
em todas as dimensões né podendo
00:27:10
dialogar melhor sobre as políticas
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públicas de trabalho emprego isso é
00:27:15
fundamental diálogo social participação
00:27:17
social a juventude precisa ser convocada
00:27:20
a pensar as políticas voltadas a si
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próprio e a sociedade né em geral mas
00:27:26
esse é um quarto eixo importante aí da
00:27:29
agenda nacional de trabalho decente da
00:27:31
juventude que eu queria destacar aqui
00:27:33
como uma agenda que precisa ser
00:27:35
recuperada estruturada para pensar novos
00:27:37
caminhos da inserção produtiva dos
00:27:39
jovens no Brasil
00:27:40
pode passar mais um e para fechar eu
00:27:45
fecho com esse slide é fundamental a
00:27:48
gente pensar um novo modelo de
00:27:49
desenvolvimento
00:27:50
porque esse modelo ele não tá de acordo
00:27:56
com uma perspectiva da gente pensar um
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mundo diferente o mundo mais justo o
00:28:01
mundo mais sustentável né Nós temos um
00:28:03
modelo que não é é pouco industrializado
00:28:06
Inclusive a gente viveu um país que se
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desindustrializou e o trabalho
00:28:11
Industrial é um trabalho mais valorizado
00:28:14
um trabalho que exige mais formação né a
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gente tem um modelo de desenvolvimento
00:28:20
muito centrado na exploração da natureza
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né então é O agronegócio é a mineração
00:28:26
enfim é um modelo de venda de
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commodities que inclusive caiu o valor
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né por isso Inclusive a gente tá numa
00:28:32
situação de mais difícil mas esse modelo
00:28:35
é um modelo muito predatório é o modelo
00:28:38
que não se preocupa com a natureza com
00:28:40
desenvolvimento sustentável do país e
00:28:43
que a gente precisa combater o modelo
00:28:45
que é dizer aumenta o número de
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agrotóxicos promove queimadas Ilegais
00:28:51
destrói as florestas e os biomas
00:28:53
brasileiros não só amazônio Cerrado
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enfim a gente viu as queimadas do
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Pantanal é um modelo que está inclusive
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em desacordo com os países desenvolvidos
00:29:04
que demandam por exemplo o consumo de
00:29:06
alimentos né de uma forma mais
00:29:10
sustentável eles querem um outro tipo de
00:29:13
produção de alimentos né com menos
00:29:15
agrotóxico com outro padrão de relação
00:29:19
com o meio ambiente então eu vejo que
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tem aí um desafio fundamental do Brasil
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que é investir em ciência em tecnologia
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que é conseguir de fato investir mais em
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educação a gente tem tirado o dinheiro
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da Ciência da tecnologia tirado o
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dinheiro das Universidades a gente
00:29:35
deveria caminhar no sentido oposto quer
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dizer a gente precisa criar empregos
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onde o jovem ainda mais capacitação seja
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mais formado seja mais um jovem mais
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desenvolvido do ponto de vista da
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ciência né e de um outro lado que traga
00:29:51
essa dimensão da economia da cultura e
00:29:54
da economia da sustentabilidade porque
00:29:56
eu falo da economia da cultura porque o
00:29:58
Brasil tem um potencial incrível na
00:30:00
Cultura né veja o que é
00:30:02
por exemplo a Coreia do Sul né do ponto
00:30:06
de vista como ela investiu em cultura e
00:30:08
a cultura da Coreia do Sul hoje pau dos
00:30:10
Jovens no mundo todo né a gente teria
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potencial com a música um teatro um
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cinema com tantas expressões importantes
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da cultura brasileira para aproveitar a
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cultura como um motor de desenvolvimento
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assim como a questão da economia verde
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né a gente tem um potencial incrível com
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a sustentabilidade com olhar para
00:30:30
Amazônia como potência para olhar para
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os povos e comunidades tradicionais com
00:30:34
seus conhecimentos com a sua relação com
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a natureza né uma visão completamente
00:30:39
diferente pensando uma cultura para o
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Bem Viver uma cultura de mais igualdade
00:30:45
de inclusão esse novo modelo de
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desenvolvimento é o que os jovens estão
00:30:51
clamando né a juventude elas estão cada
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vez mais conscientes do ponto de vista
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ambiental tão cada vez mais preocupadas
00:30:58
por exemplo com a questão animal né e
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não é à toa que a relação do ser humano
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com animal tem tudo a ver com a pandemia
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né então nós estamos demandando outra
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proposta é para o país e eu acredito que
00:31:11
a gente precisa aproveitar dessa geração
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a gente precisa aproveitar da inclusão
00:31:16
dessa nova geração para conseguir
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promover essa transformação que o Brasil
00:31:20
tanto precisa Então acho que é um pouco
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isso espero muito que tenha colaborado
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um pouco com a reflexão aqui e espero
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que a gente possa construir um país de
00:31:30
mais oportunidades um país de mais
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justiça social e um país onde seja
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equilibrado ambientalmente muito
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obrigado e é isso aí gente