Entremundos: Dia 03 - Vídeo 04 - Antônio Carlos Diegues - Conflitos Sócioambientais

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https://www.youtube.com/watch?v=feATxG-bjfs

Ringkasan

TLDRNesta charla, explórase o papel das comunidades tradicionais na conservación do medio ambiente e como estas poboacións están a ser ameazadas polas políticas conservacionistas que as exclúen. O orador refírese á importancia da diversidade cultural e biodiversidade no Vale do Ribeira, subliñando que a conservación non debe ser feita sen a participación das comunidades locais. Critica as ONGs internacionais que promoven restriccións e desafía a idea de que a conservación pode existir sen comunidades. Propón a creación de foros para permitir a colaboración entre as distintas comunidades para impulsar a súa posición na conservación e mellorar as súas condicións de vida.

Takeaways

  • 🌱 A conservación ambiental debe incluir ás comunidades locais.
  • 🤝 As ONGs internacionais poden ter un impacto negativo nas comunidades tradicionais.
  • 🏞️ A biodiversidade é maior en áreas culturalmente diversas como o Vale do Ribeira.
  • ⛏️ As políticas que exclúen ás poboacións tradicionais son insostibles a longo prazo.
  • 🗣️ O diálogo entre comunidades pode fortalecer as súas loitas por dereitos.

Garis waktu

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    No primeiro segmento, o palestrante compartilha sua experiência ao iniciar um mestrado focado em populações tradicionais, como os Caiçaras e quilombolas, que têm resistido ao longo do tempo apesar das previsões pessimistas de extinção. Ele destaca a correlação entre a biodiversidade e a diversidade cultural, argumentando que a conservação da natureza deve incluir essas comunidades que mantêm práticas sustentáveis. O palestrante critica a visão conservacionista que exclui populações locais, chamando-a de irracional e influenciada por ONGs internacionais que priorizam a preservação sobre as necessidades de vida dessas populações.

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    No segundo segmento, ele discute os desafios que as populações tradicionais enfrentam devido à pressão de ONGs e políticas governamentais que promovem a exclusão dessas comunidades de seus habitats tradicionais. O palestrante menciona que a retirada dessas populações pode ser vista como uma estratégia para maximizar lucros de turismo e créditos de carbono, desconsiderando a riqueza cultural e os meios de subsistência que essas comunidades oferecem, como a produção de farinha, que é vital para sua cultura e culinária locais.

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    No terceiro segmento, o palestrante faz uma reflexão sobre a importância de fomentar a união entre as diversas comunidades tradicionais no Vale do Ribeira. Ele sugere a criação de um fórum para facilitar a cooperação e a troca de experiências entre quilombolas, Caiçaras e indígenas, de modo a fortalecer suas vozes e direitos perante as políticas públicas. Ele enfatiza que, embora tenham havido progressos, ainda existe um longo caminho à frente para garantir que as demandas e tradições dessas populações sejam respeitadas e incluídas nos planos de conservação.

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    No quarto segmento, o palestrante conclui ressaltando a importância de acompanhar a evolução das políticas que afetam as populações tradicionais e o meio ambiente. Ele destaca a necessidade de maior visibilidade e organização entre essas comunidades para defender seus direitos e modos de vida, especialmente em um contexto onde a pressão externa e interna continua a aumentar. O palestrante finaliza reafirmando seu compromisso em colaborar com essas comunidades e com a formação de novos advogados capacitados a lutar pelos direitos das populações tradicionais.

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Peta Pikiran

Video Tanya Jawab

  • Que rol xogan as comunidades tradicionais na conservación ambiental?

    As comunidades tradicionais manteñen a biodiversidade e as prácticas sustentables que se relacionan directamente co seu modo de vida.

  • Por que se critica a intervención das ONGs internacionais?

    Critícase que moitas ONGs internacionais promoven políticas que exclúen as comunidades locais, priorizando accións que non consideran as súas necesidades e práticas.

  • Que cambios sociais se observan nas comunidades tradicionais?

    As comunidades están migrando debido a restriccións ao seu modo de vida, e moitas veces buscan oportunidades nas cidades.

  • Como se suxire impulsar a colaboración entre comunidades?

    Proponse a creación de foros para unir as distintas comunidades e compartir experiencias e recursos.

  • Que desafíos enfrontan as comunidades, segundo o orador?

    Están sometidas a políticas que non respectan os seus territorios e modos de vida, o cal afecta a súa economía e cultura.

  • Que relación existe entre a biodiversidade e a diversidade cultural?

    A diversidade cultural das comunidades tradicionais está directamente ligada á conservación da biodiversidade na súa área.

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Gulir Otomatis:
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    bem Bom dia a todos
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    eh é sempre complicado falar pro final
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    né eu comecei a a fazer o o meu mestrado
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    não estava praticamente no no meio da da
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    do estudo da faculdade mas eu fiz um
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    trabalho com pescadores E aí eu queria
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    fazer meu mestrado um pouco depois e me
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    disseram mas você tem um futuro
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    brilhante pela frente Por que que você
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    vai estudar populações que vão
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    desaparecer daqui a 10 anos isso no 67
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    ora não me
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    consta que os Caiçaras tenham
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    desaparecido apesar dos percalços que o
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    dauro muito bem expressou que nem os
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    quilombolas ao contrário eles estão
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    aparecendo no cenário
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    e nisso o tá tem toda a razão quer dizer
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    é um fator extremamente positivo é só
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    quem tem talvez essa vivência longa de
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    ver como foi difícil foi difícil
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    introduzir o conceito de populações
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    tradicionais do
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    inuk e eu me lembro que quando foi isso
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    em 79 quando teve a primeira reunião
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    para se debater o projeto snuk elaborado
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    pela funatura que era extremamente
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    preservacionista eu provável
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    provavelmente era uma ave fora
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    provavelmente não era totalmente uma ave
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    fora do ninho não é porque el diziam O
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    que que tem que ver um antropólogo
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    naquele nãoé era um era uma sala enorme
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    então o que que tem a ver um antropólogo
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    com conservação pois eu dizia tem tudo a
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    ver primeiro porque conservação
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    contrário do que vocês pensam não é uma
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    coisa da natureza A Conservação tem a
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    ver com o ser humano como é que ele
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    percebe a natureza como é que ele se
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    relaciona com a natureza e o que vocês
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    estão propondo aqui não quer dizer era a
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    questão que vocês analisaram muito bem
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    de parque sem população é totalmente
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    incabível
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    cientificamente incabível por naquele
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    tempo a gente tinha poucos argumentos
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    hoje a gente tem mais né Se vocês
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    pegarem por exemplo o Vale do Ribeira
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    que é sem dúvida a área de maior
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    biodiversidade da Mata Atlântica hoje
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    coincidentemente uma área de uma enorme
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    diversidade cultural
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    talvez do maior do sudeste por quê que
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    tem cabulos lá para cima tem quilombolas
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    tem Guarani em primeiro lugar na verdade
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    eh tem Caiçaras eh e e assim vai então
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    existe uma correlação que hoje em dia
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    ficou muito claro sobretudo
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    internacionalmente uma relação entre a
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    biodiversidade a diversidade das
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    espécies não é a diversidade dos animais
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    e assim por diante e a diversidade
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    cultural então uma questão muito simples
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    para para mim muito lógica muito
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    cartesiana né era a seguinte Por que que
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    nós precisamos tocar para fora essa
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    população não é que soube se relacionar
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    com a natureza e e conservar a
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    biodiversidade até hoje a resposta é
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    nada é que nós vamos fazer assim hiss
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    vamos continuar isso por parte de grupos
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    preservacionistas radicais e de parte do
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    governo vamos continuar fazendo e eu me
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    perguntava por que isso é tão irracional
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    aí vem uma questão muito mais Ampla que
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    é uma questão até internacional quer
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    dizer existe uma engrenagem que faz com
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    que essa visão de que conservação se faz
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    sem população local é uma visão
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    evidentemente que vem de fora todo mundo
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    sabe disso hoje vem nos Estados Unidos
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    vem parcialmente também da Europa e tá
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    se expandindo até hoje pelo mundo
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    inteiro e por que será é porque de um
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    lado não é existe um uma uma uma cadeia
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    desse anismo que são as grandes ONGs
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    internacionais e aquelas que aparecem
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    tão bonitinhas são as piores o pandinha
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    da wwf né que todo mundo quase chora v o
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    pandinho não sabe o que tá por trás da
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    wf da
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    tnc são não da C da conserv
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    International e todos aqueles que eles
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    pagam no
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    Brasil então não é alguma coisa simples
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    é modelo que tá sendo muito difícil de
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    ser repensado por quê Porque virou um
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    pouquinho de religião e religião é
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    difícil a gente mudar não é quer dizer é
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    difícil alguns se convertem Mas enfim e
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    Então essas coisas é preciso que a gente
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    saiba que essas ONGs internacionais
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    estão no Brasil tem um enorme influência
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    sobre o governo federal treinam
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    funcionários do Ibama não é e treinam
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    numa linha que é exatamente uma linha
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    não socioambiental Isto é uma linha de
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    fazer grandes áreas sem população e eu
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    fico pensando para quê Só pode ser para
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    turismo né dos gringos que que quando
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    não tiver mais ninguém aliás né o
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    pessoal não gosta de pobre mesmo né E
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    quem vive nessas áreas não são
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    populações culturalmente pobres são
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    populações culturalmente ricas mas são
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    pobres nãoé isso é a primeira coisa e a
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    segunda coisa que fico pensando se não é
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    mais fácil o estado ter essas áreas
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    florestadas e Livres sem população
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    porque a hora que ele começar a ter
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    crédito de carbono a vender essas coisas
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    não precisa repartir com ninguém fica
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    para eles nãoé e o inclusive o fruto do
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    Turismo dificilmente vai ficar com a
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    população local aliás é interessante E
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    aí rapidamente quer dizer essas grandes
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    jergas estão propondo o turismo como a
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    única saída para essa população é um
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    perigo porque o que tá por trás da
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    Estratégia deles é muito simples é
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    retirar essa população do seu meio de
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    vida tradicional e eu seu meio de vida
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    tradicional né o André já falou o dauro
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    é usar a natureza de uma forma que hoje
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    nós denominamos sustentável acho esse
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    termo horrível mas no fundo é tanto é
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    que essa essa Floresta Continua em pé no
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    Vale do Ribeira depois de 300 anos de
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    presença da população nativa
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    quilombola Caiçara indígena e assim por
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    diante então o turismo fica sendo né Eh
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    eh a a a última mensagem que é se
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    conserva a natureza retirando no fundo
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    da população O que é
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    criminoso porque retirar os meios de
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    vida dessa população é retirar forma de
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    fazer farinha e todo mundo sabe que que
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    nem Caiçara nem quilombola nem Caboco
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    pode viver sem farinha sem casa de
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    farinha Porque tem uma função social tem
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    uma função Não é e eh culinária eu mesmo
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    andei escrevendo os livro sobre
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    culinária porque eu acho importante o
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    pessoal saber né que essas populações
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    tem uma culinária rica não é então Eh
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    fazer com que eles não produzam sua
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    farinha obrigá-los a comprar farinha
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    industrializada que vend em Santa
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    Catarina que lá é um negócio horrível né
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    então e também por exemplo proibir o uso
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    da da madeira para canoa é um outro
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    crime porque todo mundo sabe que a
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    cultura Caiçara mas também a quilombola
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    quando usa o rio a canoa é fundamental é
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    um símbolo da
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    cultura não é vocês Imaginem quando se
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    destruíram as torres gêmeas nos Estados
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    Unidos Unos o que que se queria na
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    verdade é destruir símbolos não era
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    destruir o prédio o prédio na verdade ou
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    matar 3.000 pessoas e e e nisso nãoé os
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    radicais foram muito felizes eles
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    destruíram um símbolo do
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    Poder no fundo se faz de uma forma Claro
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    diferente com não é a o o o impedimento
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    de se fazer Canoa ou fazer Canoa de
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    madeira caída que a gente não sabe nem
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    quanto tempo tá lá três décadas cheio de
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    cupim que que C Sara o que quilombola
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    vai fazer uma canua com madeira que ele
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    sabe que não vai prestar mais não é
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    então eles acham que a gente no fundo é
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    burro né que que que eles podem tratar
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    como tá aquilo que o que que o tato diz
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    né aquele é meia dúa de de radicais eh
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    eh eh preservacionistas que vivem ali na
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    Vila Madalena Pinheiros que acham que a
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    natureza tem que ser usufruto deles e
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    que ferre-se quem vive
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    lá não é então colocar até o termo
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    populações tradicionais ou comunidades
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    tradicionais na nos documentos do
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    Governo foi uma luta a primeira vez que
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    eu falei em populações tradicionais
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    nessa reunião depois eles me cercaram
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    queria me bater fisicamente né eu bom
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    Claro quando eu vi que era era um grupo
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    muito grande des conversei fui embora
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    falei vamos ter que lutar de uma outra
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    forma não vai ser como esse bando de
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    fanáticos que que que é isso
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    mesmo então
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    e daí quando o Fernando Henrique Cardoso
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    né na sua alta sabedoria acadêmica né
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    vetou o termo de população tradicional
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    eu fiquei contente porque eu falei
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    alguma coisa importante tem esse termo e
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    o termo o que que fez o termo o termo
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    fez reunir
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    populações tradicionais não é regionais
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    num todo nacional e isso é importante
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    quer dizer dá uma visibilidade nacional
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    é tradicional o quilombola é tradicional
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    o indígena e a tradição não tem nada a
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    ver com aquela bagagem né que a gente
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    sempre nas histórias vê que as filhas
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    casadoiras né recebem da mãe um enxoval
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    que põe no baú né e a filha vai levando
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    né pra sua casa aí quando a filha dessa
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    filha casa o baú vai passando e não muda
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    nada a tradição não é isso a tradição
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    tem muito a ver evidentemente com a
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    oralidade essas populações elas se
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    manifestam pela palavra e não pela
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    escrita não é e nem por isso são menos
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    inteligentes talvez por causa disso elas
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    são inteligentes né que elas tem que na
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    verdade eh eh eh acreditar na sua
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    memória na sua inteligência prática essa
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    é a primeira coisa a segunda coisa tem a
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    ver com mudança e a gente que trabalha
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    com essas populações há muito anos
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    muitos anos eu fico às vezes embasbacado
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    com a capacidade de introduzir mudanças
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    dessa população
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    quando a gente começou com a reserva
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    ativista do mandira e foi a universidade
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    que começou e graças a Deus E como o ngs
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    depois os mandira de canan que naquele
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    tempo eles se consideravam só Caiçaras
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    né hoje el também eles são quilombolas e
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    ótimo que são e são mesmo mas eles
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    fizeram inovações no projeto que eu
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    mesmo fiquei muito surpreso né de de de
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    de usar métodos novos eh na na na no
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    manejo criação de ostra que mostra a
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    capacidade dessa população de Inovar não
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    é verdade de fazer as coisas novas ao
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    mesmo tempo de manter a tradição Então
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    essa era a primeira o primeiro ponto que
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    eu queria falar quando faz faltar 5
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    minutos e me
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    avisa o segundo Caiu Meu papel né então
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    eu vou ter que ir de memória mesmo né aí
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    a a segunda coisa é
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    a a questão das populações trad e sua
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    organização
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    né hoje nós temos um avanço com a
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    comissão nacional de populações
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    tradicionais mas também temos um
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    pepino essa comissão é Totalmente
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    Dependente do
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    governo se o dauro quiser ir não é o
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    dauro tá aqui se ele quiser ir
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    participar de uma reunião em em em
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    Brasília ele vai ter que depender da da
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    passagem não é do Ministério do meio
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    ambiente de diárias não sei mais o que
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    pá pá pá se muda esse
  • 00:12:02
    governo qual vai ser o futuro dessa
  • 00:12:04
    comissão ninguém sabe e foi um grande
  • 00:12:07
    avanço não é a gente tem que pensar e
  • 00:12:11
    que também olha as limitações naquela
  • 00:12:14
    reunião que você tava em Luisiana dauro
  • 00:12:16
    e que que todas as populações um ponto
  • 00:12:19
    básico era o seguinte não se criam
  • 00:12:22
    unidades de conservação de usos de uso
  • 00:12:24
    eh de produção integral em cima de
  • 00:12:27
    territórios Caiçaras n exa em
  • 00:12:29
    territórios
  • 00:12:31
    tradicionais eu falei ótimo né porque
  • 00:12:33
    esse é um tema que atinge todas as
  • 00:12:35
    comunidades seja ela quirão bolas
  • 00:12:37
    Caiçaras assim por diante e isso tá se
  • 00:12:40
    estendendo no Brasil apesar dos avanços
  • 00:12:42
    da reserva ativista e assim por diante E
  • 00:12:45
    aí eu falei com a assessora M da da
  • 00:12:49
    ex-ministra não dá para falar porque nós
  • 00:12:51
    temos um horário eleitoral né o período
  • 00:12:54
    eleitoral a pode falar em em em em nomes
  • 00:12:58
    presidenciais
  • 00:13:01
    todo mundo sabe eu falei Será que a
  • 00:13:03
    ministra ela vai bater o martelo em cima
  • 00:13:07
    dessa dessa exigência das populações
  • 00:13:10
    tradicionais de não se construir
  • 00:13:11
    unidades de proteção integral em cima de
  • 00:13:14
    territórios C ela olhou para mim assim
  • 00:13:17
    como dizendo mas olha como você é
  • 00:13:20
    confiante né claro que ela não
  • 00:13:23
    vai eu falei P mas se ela não tem força
  • 00:13:29
    para fazer funcionar uma exigência que
  • 00:13:32
    talvez não seja mais radical por parte
  • 00:13:35
    das populações tradicionais quem é que
  • 00:13:37
    vai pôr essa política em em em andamento
  • 00:13:40
    e de fato quando eu vi o documento final
  • 00:13:42
    não sei se o se dauro e os outros que
  • 00:13:45
    tiveram acesso ao documento e repararam
  • 00:13:47
    que aquela declaração muito radical né E
  • 00:13:50
    que eu acho que deve ser assim mesmo não
  • 00:13:52
    se cria Unidade de Proteção Integral em
  • 00:13:54
    cima de territórios tradicionais tinha
  • 00:13:57
    passado para uma para um texto muito
  • 00:14:00
    estranho que é mais ou menos o seguinte
  • 00:14:02
    desde que
  • 00:14:03
    possível não se criem espaços de uso né
  • 00:14:08
    Eh de não uso ou de produção integral a
  • 00:14:11
    não serem casos quer dizer foi umas três
  • 00:14:14
    frases que totalmente esvaziaram essa
  • 00:14:17
    proposta das populações
  • 00:14:19
    tradicionais aí eu comecei a ver Olha a
  • 00:14:22
    gente vai ter não é e isso me levou a
  • 00:14:25
    pensar a a a segunda coisa que eu acho
  • 00:14:28
    importante é É verdade que durante quase
  • 00:14:30
    30 anos nós ajudamos a ligar a questão
  • 00:14:35
    das populações tradicionais A
  • 00:14:36
    Conservação da natureza por quê Porque
  • 00:14:39
    nós éramos tão frágeis e fracos a não
  • 00:14:42
    ser com Chico Mendes nãoé que que tinha
  • 00:14:44
    a coragem de enfrentar máquinas e assim
  • 00:14:46
    por diante que a gente achava que se a
  • 00:14:48
    gente não aliasse o modo de vida e
  • 00:14:51
    Conservação das populações tradicionais
  • 00:14:53
    a questão ambiental a gente não teria
  • 00:14:55
    sucesso
  • 00:14:57
    nenhum e de fato por um Largo período
  • 00:15:00
    isso
  • 00:15:01
    funcionou hoje nós temos muito mais eh
  • 00:15:05
    áreas de reserva servista na Amazônia
  • 00:15:07
    mas em outras e regiões também temos
  • 00:15:11
    mais
  • 00:15:12
    rdss mas eh na verdade eh uma uma
  • 00:15:17
    oposição ainda existe e muito radical em
  • 00:15:21
    relação à expansão das RDS e resex na
  • 00:15:24
    Mata Atlântica né os ambientalistas
  • 00:15:27
    fundamentalistas dizem que aqui
  • 00:15:30
    não e parece que parece não que eles têm
  • 00:15:33
    uma um um poder muito grande é uma banda
  • 00:15:36
    de cinco ou seis que foram mencionadas
  • 00:15:38
    aqui alguns até São candidatos ao
  • 00:15:40
    governo de São Paulo esse é o pior mas
  • 00:15:42
    para quem não sabe quem é esse candidato
  • 00:15:45
    acaba não fica sabendo eu falo mesmo é
  • 00:15:47
    senhor Fábio Feldman não é e eu fico
  • 00:15:50
    besta de de ver como é que se escolhe
  • 00:15:53
    uma pessoa desse pouco calibre o calibre
  • 00:15:57
    errado para ser Governador de um estado
  • 00:15:59
    como esse não é o único a verdade é essa
  • 00:16:02
    não é mas
  • 00:16:05
    eh o poder político dessa dessa desse
  • 00:16:08
    pequeno grupo aliado a esses interesses
  • 00:16:10
    de ONGs que por sua vez são são são
  • 00:16:13
    Aliados a grandes interesses
  • 00:16:15
    multinacionais é alguma coisa
  • 00:16:18
    importantíssima para vocês terem uma
  • 00:16:20
    ideia nos últimos 10 anos só na África
  • 00:16:23
    que também a mesma política eh eh é
  • 00:16:25
    seguida foram expulsos algo entre se e
  • 00:16:28
    10 milhões de pessoas 6 e 10 milhões de
  • 00:16:33
    pessoas bantus pigmeus pá e eu mesmo em
  • 00:16:37
    Roma Fiquei conhecendo alguma dessas
  • 00:16:39
    lideranças as coisas continuam eu me
  • 00:16:41
    pergunto Meu Deus será que apesar desses
  • 00:16:44
    anos todos a gente perceber que esse
  • 00:16:45
    modelo nunca vai funcionar só vai dar
  • 00:16:48
    pepino não é eu acho que eles estão
  • 00:16:50
    acreditando numa coisa quanto mais tempo
  • 00:16:53
    essa população tiver restrições ao seu
  • 00:16:56
    modo de vida melhor para ele e
  • 00:16:59
    infelizmente Eles Têm razão Quanto mais
  • 00:17:03
    tempo as nossas populações tradicionais
  • 00:17:05
    não puderam fazer a sua roça não puderem
  • 00:17:07
    pescar e assim por diante Mas eles estão
  • 00:17:11
    pressionados para migrar é o que o dauro
  • 00:17:13
    falou eles estão migrando
  • 00:17:15
    mesmo e para finalizar porque eu acho
  • 00:17:18
    que depois do discurso dos dos dois eh
  • 00:17:22
    eu não gostaria de falar de falar muito
  • 00:17:24
    é mas os os temas são esses né Eu acho
  • 00:17:29
    seguinte nós fizemos grandes avanços no
  • 00:17:30
    Vale do Ribeiro em termos do
  • 00:17:33
    reconhecimento da importância dessas
  • 00:17:35
    populações tradicionais e nativas só que
  • 00:17:39
    com raras exceções e esse momento é uma
  • 00:17:42
    delas em que as pessoas se encontram
  • 00:17:45
    representando essas várias
  • 00:17:47
    comunidades quase sempre a gente fica
  • 00:17:49
    trabalhando de forma isolada né quem
  • 00:17:51
    trabalha né com os quilombola para lá
  • 00:17:53
    Caiçara para lá índio para cá eu acho
  • 00:17:57
    que tá na hora e e para aproveitar até o
  • 00:18:00
    sangue novo dessa juventude que
  • 00:18:02
    organizou esse encontro né que eu acho
  • 00:18:04
    uma das coisas fundamentais né quer
  • 00:18:06
    dizer se aumentar o número de de ONGs
  • 00:18:09
    com uma perspectiva socioambiental no
  • 00:18:12
    Vale de Ribeira eu acho queia estaria na
  • 00:18:14
    hora da gente criar na verdade um fórum
  • 00:18:16
    não é de populações tradicionais ou
  • 00:18:19
    comunidades tradicionais do Vale do
  • 00:18:21
    Ribeira e litoral para quê primeiro
  • 00:18:24
    lugar para para que essas lutas que tem
  • 00:18:27
    muitas coisas parecidas pelo que euv do
  • 00:18:29
    André né A questão dos parques dos
  • 00:18:31
    grandes projetos e assim por diante isso
  • 00:18:33
    vai atingir e já está atingindo as
  • 00:18:36
    várias os vários tipos de comunidades
  • 00:18:38
    Então eu acho que é necessário um
  • 00:18:40
    mecanismo que seja ágil mas que permita
  • 00:18:43
    né primeiro que que que essa esse fórum
  • 00:18:46
    tem uma assessoria
  • 00:18:48
    jurídica para defender os direitos
  • 00:18:51
    básicos da população acho que isso é
  • 00:18:53
    fundamental que coloque representantes
  • 00:18:56
    dessas populações juntos como num evento
  • 00:18:58
    como esse e também que coloque não é
  • 00:19:02
    número maior de de de de membros de
  • 00:19:05
    comunidades tradicionais juntos nós
  • 00:19:07
    chegamos nos anos 2000 na Ilha Comprida
  • 00:19:11
    organizamos um encontro chamado eh povos
  • 00:19:15
    do Vale do Ribeira tinha mais de 1000
  • 00:19:18
    pessoas em alguns momentos tinha 2.000
  • 00:19:21
    pessoas na Ilha Cumprida discutindo esse
  • 00:19:24
    tema não é e tinha debates conferências
  • 00:19:28
    mas também tinha oficina a cozinha a
  • 00:19:30
    dança era um happening não é era uma
  • 00:19:34
    espécie de uma daqueles happening dos
  • 00:19:36
    dos rips dos anos eh 70 80 mas foi
  • 00:19:40
    extremamente rico por quê Porque um
  • 00:19:42
    acabou conhecendo o outro pela Internet
  • 00:19:44
    é complicado você manda uma foto porque
  • 00:19:47
    não é bem Aquele caraá e as comunidades
  • 00:19:50
    gostam de se ver como dizem os
  • 00:19:52
    maranhenses né venha aqui que eu quero
  • 00:19:54
    te olhar venha me visitar que eu quero
  • 00:19:56
    te olhar é assim que funciona as
  • 00:19:58
    comunidades tradicionais por mais que
  • 00:20:01
    possam usar a internet a gente gosta de
  • 00:20:03
    se ver de se falar de ver como vai a
  • 00:20:06
    pessoa né se na comunidade dele tá tudo
  • 00:20:09
    bem Ou você tem problemas que podem ser
  • 00:20:11
    eh solucionados ou não de poder
  • 00:20:14
    conversar e para isso que serve os
  • 00:20:16
    encontros não é então fica lançada aqui
  • 00:20:20
    uma ideia que talvez a gente possa
  • 00:20:21
    pensar em vez de cada um trabalhar
  • 00:20:24
    isolado a gente pensar um fórum né que
  • 00:20:27
    entre as as as todas essas comunidades
  • 00:20:31
    os representantes as ONGs que hoje são
  • 00:20:33
    em número maior não é t o Isa tá t o
  • 00:20:38
    carité nós vamos ajudar mas aí a
  • 00:20:41
    transparência vai ser maior a
  • 00:20:43
    visibilidade vai ser maior né Talvez
  • 00:20:48
    isso seja um aspecto importante o outro
  • 00:20:51
    e aí o André
  • 00:20:53
    mencionou é que se as condições
  • 00:20:56
    econômicas dessas populações não
  • 00:20:58
    melhorar e elas não vão tender a
  • 00:21:00
    melhorar se essas restrições continuarem
  • 00:21:02
    não vai ficar um representante um
  • 00:21:05
    morador de Aldeia povoado seja o que for
  • 00:21:08
    Onde está hoje pessoal vai pra cidade
  • 00:21:11
    por pior que seja a cidade alguns acabam
  • 00:21:14
    voltando eu conheço vários do litoral e
  • 00:21:18
    do do do do Rio de Janeiro que acabam
  • 00:21:20
    voltando porque a vida na cidade na
  • 00:21:22
    verdade também é um mito mito no sentido
  • 00:21:25
    pior da palavra né então eu acho que que
  • 00:21:28
    eu acho que tá na hora da gente começar
  • 00:21:31
    a brigar juntos não é de apresentar
  • 00:21:35
    plataforma juntos não é e de poder
  • 00:21:39
    resolver juntos os problemas que afligem
  • 00:21:42
    as comunidades tradicionais do Vale de
  • 00:21:44
    Ribeira que são muitos E aí não dá para
  • 00:21:47
    deixar não é de entrar dança o nosso
  • 00:21:49
    fandango e incentivar o mutirão desde
  • 00:21:53
    que possível tanto paraa retirada da
  • 00:21:56
    madeira da canua quanto paraa roça Isto
  • 00:21:58
    é pensar que essas comunidades elas
  • 00:22:01
    foram fortes e são fortes porque a
  • 00:22:05
    economia o modo de vida se associa à
  • 00:22:07
    Dança né se associa à música tá
  • 00:22:10
    associada à religião eles TM uma
  • 00:22:12
    percepção da natureza muito diferente e
  • 00:22:14
    da própria vida social muito diferente
  • 00:22:16
    da nossa vida individualista né das
  • 00:22:20
    nossas cidades e nesse sentido Eles são
  • 00:22:22
    um exemplo não só o exemplo P que se
  • 00:22:25
    falou né do conhecimento de onde planta
  • 00:22:27
    o arroz de onde tira o cipó e assim por
  • 00:22:29
    diante e que e que na verdade nesse
  • 00:22:33
    conhecimento é que começou a valorização
  • 00:22:35
    das Comunidades tradicionais a gente
  • 00:22:38
    pegou este
  • 00:22:43
    pontozero dos anos 80 e falou bom se o
  • 00:22:47
    conhecimento dessa população é tão
  • 00:22:49
    importante a população também é as
  • 00:22:51
    comunidades também são os ambientalistas
  • 00:22:54
    não gostaram dessa dessa ligação mas foi
  • 00:22:57
    foi por aí que as coisas entraram e no
  • 00:22:59
    debate que chegaram até hoje então
  • 00:23:02
    parabéns a Gé pelo que vocês fizeram
  • 00:23:04
    espero que nós continuemos trabalhando
  • 00:23:06
    junto a universidade pelo menos o meu
  • 00:23:09
    núcleo tá disposto a continuar nós
  • 00:23:12
    estamos formando três ou quatro
  • 00:23:14
    advogados que são alunos do meu de
  • 00:23:15
    Mestrado Nessas questões dos direitos
  • 00:23:18
    sociais das populações tradicionais
  • 00:23:21
    retirando um pouco dessa jaula que a
  • 00:23:25
    gente mesmo ajudou a criar que é colocar
  • 00:23:27
    essas popul AES tradicionais a mercê do
  • 00:23:31
    estado e a mercê de uma política
  • 00:23:33
    conservacionista que tá melhorando É
  • 00:23:35
    verdade mas que até agora só trouxe
  • 00:23:38
    miséria e d sabores as nossas
  • 00:23:40
    comunidades Muito obrigado
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