SABERES UEG | Educação Bilíngue de Surdos

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https://www.youtube.com/watch?v=0PUEPbMv9xk

Ringkasan

TLDRO episódio do Saberes UEG aborda a educação bilíngue para surdos, destacando a importância da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e o português como segunda. A diretora do Centro Educacional Bilíngue de Surdos de Goiânia, Alessandra Matos Terra, compartilha sua trajetória e os desafios enfrentados na inclusão de alunos surdos. A educação bilíngue é essencial para garantir que esses alunos tenham acesso a uma formação de qualidade, respeitando sua identidade e cultura. O programa enfatiza a necessidade de sensibilização da sociedade sobre a importância da acessibilidade e inclusão, além de discutir as diferenças entre escolas bilíngues e comuns, os desafios enfrentados e os avanços na legislação e na prática educacional.

Takeaways

  • 📚 A educação bilíngue é fundamental para surdos.
  • 🗣️ Libras é a primeira língua dos surdos.
  • 🏫 Existem 64 escolas bilíngues para surdos no Brasil.
  • 👨‍🏫 Professores devem ser fluentes em Libras.
  • 👪 A família deve aprender Libras para se comunicar.
  • 🎭 A inclusão cultural é promovida na escola.
  • 🚀 A alfabetização de surdos ocorre em Libras.
  • 🌍 A sociedade deve apoiar a inclusão de surdos.
  • 📈 Avanços na acessibilidade são necessários.
  • 🤝 A sensibilização é crucial para a inclusão.

Garis waktu

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    O episódio do Saberes UEG discute a educação bilíngue para surdos, destacando a importância da Libras como primeira língua e do português como segunda. A diretora Alessandra Matos Terra é convidada para compartilhar sua experiência e os desafios enfrentados na educação de surdos em Goiás.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    Alessandra compartilha sua trajetória na educação bilíngue, começando como professora de dança e aprendendo Libras com seus alunos. Ela destaca a luta da comunidade surda por reconhecimento e acesso à educação na sua língua materna, Libras.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A educação bilíngue é apresentada como uma resposta às práticas excludentes do passado, onde a língua de sinais era negada. Alessandra enfatiza a importância de permitir que os surdos aprendam em sua primeira língua desde o início da educação.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    A realidade dos alunos surdos é discutida, incluindo a defasagem de comunicação e acesso a conteúdos. Alessandra explica que muitos alunos vêm de famílias ouvintes que não utilizam Libras, o que limita seu aprendizado e desenvolvimento.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    O trabalho pedagógico na escola bilíngue é descrito, com professores fluentes em Libras e metodologias adaptadas para atender às necessidades dos alunos surdos. A alfabetização é feita em Libras, com o português sendo ensinado paralelamente.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    Alessandra fala sobre a importância da inclusão de professores surdos na escola, que trazem uma perspectiva cultural e identitária essencial para os alunos. Ela também menciona os desafios enfrentados para garantir uma educação acessível a todos os surdos.

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    O impacto da Lei 14.191 de 2021 na educação bilíngue é discutido, destacando a necessidade de profissionais capacitados em Libras. Alessandra menciona a importância da interação da escola com a comunidade e a necessidade de mais políticas públicas para garantir o acesso à educação bilíngue.

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Video Tanya Jawab

  • Qual é a importância da educação bilíngue para surdos?

    A educação bilíngue é fundamental para garantir que surdos tenham acesso à sua língua materna, a Libras, e ao português, promovendo uma formação de qualidade e respeitando sua identidade.

  • Quantas escolas bilíngues para surdos existem no Brasil?

    Existem 64 escolas bilíngues para surdos no Brasil, atendendo cerca de 63.000 estudantes.

  • Como a educação bilíngue foi incorporada na legislação brasileira?

    Desde 2021, a educação bilíngue de surdos está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, definindo Libras como primeira língua.

  • Quais são os desafios enfrentados na educação de surdos?

    Os desafios incluem a falta de aceitação da Libras por algumas famílias, a defasagem de comunicação dos alunos e a necessidade de formação adequada dos professores.

  • Como a escola bilíngue se diferencia das escolas comuns?

    Na escola bilíngue, todos os professores são fluentes em Libras, permitindo um ensino direto e sem a necessidade de intérpretes.

  • Qual é o papel da família na educação de alunos surdos?

    A família deve aprender Libras para se comunicar com o filho surdo, e a escola oferece cursos para ajudar nesse aprendizado.

  • Como a inclusão cultural é promovida na escola bilíngue?

    A escola oferece atividades culturais e esportivas, além de projetos que desenvolvem as habilidades dos alunos em diversas áreas.

  • Quais são as estratégias de ensino utilizadas na alfabetização de alunos surdos?

    Os alunos são alfabetizados em Libras, aprendendo os sinais e significados das palavras, enquanto o português é ensinado paralelamente.

  • Como a sociedade pode apoiar a educação de surdos?

    A sociedade pode apoiar promovendo a inclusão, sensibilizando sobre a importância da acessibilidade e participando de eventos que valorizem a cultura surda.

  • Quais são os avanços na acessibilidade para surdos nos últimos anos?

    Houve melhorias na acessibilidade em espaços culturais e educacionais, mas ainda há muito a ser feito para garantir uma inclusão efetiva.

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    Olá, é um prazer estar com vocês em mais
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    um episódio do Saberes UEG, que é uma
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    produção em parceria com a Pró-Reitoria
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    de Graduação como parte integrante do
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    programa de formação continuada para
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    professores e professoras aqui da UEG e
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    também faz parte do programa
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    institucional de bolsa de iniciação
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    científica docência PIBID em parceria
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    com a CAPS.
  • 00:00:24
    Inscreva-se no nosso canal do YouTube e
  • 00:00:26
    acompanhe as nossas redes sociais para
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    não perder nenhum dos nossos conteúdos.
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    Ao final do programa de hoje, nós vamos
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    compartilhar um link paraa certificação.
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    Fique atento, caso você queira receber o
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    certificado de hoje. Bom, segundo o
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    IBGE, mais de 10 milhões de brasileiros
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    são surdos com variados graus de perdas
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    auditivas. Uma parcela significativa
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    dessa população utiliza a língua
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    brasileira de sinais, Libras, como
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    principal forma de
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    comunicação. Desde 2021, a educação
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    bilíngue de surdos está na Lei de
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    Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
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    definindo Libras como primeira língua e
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    o português escrito como segunda língua.
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    De acordo com o INEP, existem 64 escolas
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    bilíngues para surdos, atendendo cerca
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    de 63.000 estudantes surdos em todo o
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    Brasil. Em Goiás, temos o Centro
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    Educacional Bilíngue de Surdos de
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    Goiânia. E esse é o tema de hoje do
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    saberes e você está convidado para
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    seguir com a
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    [Música]
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    gente. E é um orgulho receber aqui na
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    UEGTV a atual diretora Alessandra Matos
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    Terra para conversarmos sobre os
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    caminhos, conquistas e desafios para a
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    educação de surdos em Goiás. Olá,
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    professora Alessandra, seja muito
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    bem-vinda aos Saberes. Obrigado,
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    Marcelo.
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    Olha só, a Alessandra, ela é artista, é
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    professora e apaixonada pelo trabalho de
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    promover a inclusão e acessibilidade.
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    Ela é casada, mãe de três filhos, também
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    é mestre em educação física pela
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    Universidade de Brasília e atualmente
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    ocupa o cargo de diretora do Centro
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    Educacional Bilíngue de Goiânia. Eh,
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    professora Alessandra, antes de
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    entrarmos diretamente no assunto da
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    educação bilíngue, eh, a gente gostaria
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    de saber um pouco sobre como você chegou
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    até a esse lugar que você está, que é,
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    enfim, a educação bilíngu para surdos. É
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    um prazer estar aqui. E pra gente
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    começar é importante que vocês conheçam
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    como eu sou conhecida na comunidade
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    surda, que é esse aqui o meu sinal, né?
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    Então, Alessandra é assim e essa
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    história para mim é muito significativa,
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    né? Eu estou na instituição já quase 15
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    anos, né, que eu estou trabalhando lá.
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    Eu iniciei em 2010 como professora de
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    dança na instituição e antes eu não
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    tinha nenhum contato com a comunidade
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    surda, né? Então o meu início foi
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    realmente nesse processo de ensino
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    aprendizagem, onde eu até brincava com
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    eles, falei assim, ó: "Ó vocês, eu vou
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    ensinar dança para vocês, vocês me
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    ensinam Libras". E aí assim começou a
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    minha trajetória, né, de lutas também e
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    de aprendizado junto dessa comunidade.
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    Professora Alessandra, ao longo da
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    história, a educação de pessoas surdas
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    passou por diferentes abordagens, muitas
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    vezes marcadas por práticas excludentes
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    e até eh violências. como a imposição da
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    oralização e a negação da língua de
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    sinais eh esteve presente nessa nesse
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    processo histórico de formação das
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    crianças, né, e jovens com algum com
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    algum nível de de surdez. E e como a
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    educação bilíngue ela ela surge, né,
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    para eh, enfim, equalizar essa situação
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    na na formação, sobretudo na educação
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    básica para para estudantes surdos.
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    Então, primeiramente, é importante a
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    gente entender que, né, esse passado aí
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    ele existiu, né, e, infelizmente em
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    alguns espaços ainda existe, onde é
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    negado ao surdo o direito de aprender,
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    né, eh, pela sua primeira língua, que é
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    a Libras. Então, a realidade ela não é,
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    né, genérica, mas ela ainda existe, né?
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    Então, muitas famílias ainda não aceita,
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    né, que o seu filho surdo, né, que a
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    pessoa surda, ela se comunique na sua
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    primeira língua. Então tem todo um
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    trabalho de, né, de resistência, né, e
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    de não permitir com que ele tenha acesso
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    a esse direito de comunicação, né, onde
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    a gente, desde que a gente nasce, a
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    gente tá ali aprendendo, né, eh,
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    comunicando. E os surdos, eh,
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    infelizmente eles precisam de uma outra
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    língua, né, para, eh, diferente da que a
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    gente tá acostumada, né, da da audição,
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    que é a língua de sinais. Então, como
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    que isso interfere na nossa realidade
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    enquanto escola bilíngue, né? A nossa
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    escola, ela se tornou uma escola
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    bilíngue enquanto modalidade, enquanto
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    nome em 2022, mas ela tem toda uma
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    história aí de luta, né, e de existência
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    aqui na nossa cidade, que a escola ela
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    já tem mais de 30 anos de existência. E
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    desde, né, essa toda essa trajetória, a
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    luta da comunidade surda de uma educação
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    e de educação com a Libras, né, pela
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    Libras, de respeito da sua língua, ela
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    já existia. Então esse processo aí a
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    gente, né, vem avançando já há bastante
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    tempo, mas as histórias são reais, né? E
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    a gente entende o quê? Muitos desses
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    surdos, né, desses sujeitos surdos estão
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    inseridas em uma família que é ouvinte e
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    que não tem essa comunicação, né, como
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    língua, seja como segunda, né, enquanto
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    ouvintes. Então eles acabam sendo
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    prejudicados e vão ter acesso a essa
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    língua só lá no período escolar, né?
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    Então, a gente recebe alunos eh com essa
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    defasagem de comunicação da sua língua
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    materna.
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    Sor Alessandre, essa defasagem de
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    comunicação, ela inclui também o acesso
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    a, por exemplo,
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    conteúdos, eh, narrativas, histórias
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    infantis, enfim, coisas que no geral
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    qualquer criança, até a a chegada da
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    idade escolar tem um acesso eh livre e
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    restrito na família, nos ambientes que
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    convive socialmente. a criança surda por
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    conta disso, às vezes ela fica eh
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    limitada a a um a um a um volume de
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    acesso, né, de enfim, das coisas que
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    todas as crianças eh que são ouvintes
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    acabam acessando os conhecimentos que
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    vão sendo adquiridos, as experiências
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    por conta da facilidade, né, pros pros
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    pras crianças que são ouvintes. E essa
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    limitação, ela acontece com as crianças
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    surdas, ela é real essa comunicação, até
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    hoje ela ainda é real. eh, por conta
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    desse desse histórico e dessa realidade
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    que eu falo para vocês, que a maioria
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    dos alunos, né, surdos, eles vêm de
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    famílias ouvintes e famílias ouvintes
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    que não se apropriaram e nem estão se
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    apropriando da língua. Então, existe
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    realmente essa entrave. E eu falo que os
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    alunos eles chegam lá com uma defasagem
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    de saberes cotidianos, né, de de saberes
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    do do trato que a gente ensina para
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    criança, né, o jeito de se portar, da
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    questão de princípios, de educações, né,
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    básicas que vão para além dos conteúdos,
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    né, eh, né, dos conteúdos das
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    disciplinas. Por quê? Porque é isso,
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    eles não têm o acesso a essa
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    comunicação, né? Como que você vai
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    ensinar às vezes, né, que o pro seu
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    filho sentar à mesa para ensinar para
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    ele que aquilo ali é a história do
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    Chapeuzinho Vermelho. Ah, para ensinar
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    ele que na rua tem que ter cuidado, baú
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    atravessar tem é na comunicação, é na
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    conversa, né? Então ele precisa de
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    acessar e o surdo consegue sim,
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    totalmente, mas com a, como diz, com a
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    linguagem correta, né? Então, eh, muitas
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    vezes as crianças estão inseridas em
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    algum ambiente e seja educações boas ou
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    ruins, elas estão ali absorvendo, mas o
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    surdos muitas vezes elas não conseguem
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    estar inseridos naquele ambiente, né?
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    Então, eh, ele aprende, sim, aprende,
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    né? Mas são coisas, eh, muitas vezes
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    reduzidas, limitadas. Por quê? Porque
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    não tem comunicação. Então, é falta essa
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    comunicação deles nesse primeiro
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    ambiente de formação, que é a família,
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    que é a casa. Então, eles realmente
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    chegam lá, né, com uma defasagem. E eu e
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    eu brinco, né, e já até falei de algumas
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    histórias, que alguns alunos a única
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    deficiência deles é a surdez, mas às
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    vezes eles chegam lá, né, com alguns
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    diagnósticos ou às vezes até com alguns
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    tratamentos de outros tipos de
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    deficiência, né, às vezes de
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    hiperatividade ou outras eh de uma
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    agitação, de uma inquietação que, né,
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    acham que não é comum. Mas por que que
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    isso muitas vezes acontece e depois que
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    ele tá inserido naquele processo muda?
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    porque ele não tá entendendo o que tá
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    acontecendo. Então, muitas vezes faz
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    parte de uma falta de comunicação até
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    outras limitações dele em relação a a
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    estar no meio social.
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    E como funciona, professora, o trabalho
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    pedagógico dos professores, das
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    professoras que atuam na Escola Bilíngua
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    de Goiânia? conta pra gente um pouco,
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    né? Eu, então, eu estive, né, eu estou
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    lá já quase 15 anos, estive como
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    professora de dança há nove e tem seis
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    que eu estou aí contribuindo nesse outro
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    espaço que é a gestão, né, que é a
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    gestão escolar. E esse trabalho ele vem
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    avançando cada vez mais. A primeira
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    coisa, né, que que a gente tem no espaço
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    da escola bilíngue são os professores
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    sabem Libras, seja eles surdos ou
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    ouvintes, né? E as estratégias
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    metodológicas é voltado para esse aluno
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    específico. Então lá todos os nossos
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    alunos são surdos. Alguns além da surdez
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    t outras eficiências, porque é uma
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    escola inclusiva, assim, todo o ambiente
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    que você chega, né, às vezes tem alunos
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    com outras eficiências. Então lá eh ele
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    a gente também, né, tem essa diversidade
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    nesse espaço. Então a estratégia
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    metodológica vai eh direcionado para que
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    esses alunos realmente consigam
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    aprender, porque o aluno surdo ele é
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    muito ele é visual, ele é sinestésico,
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    todos nós somos, né, mas a gente tem
  • 00:10:01
    outras formas de aprendizagem, né, por
  • 00:10:03
    exemplo, no processo de alfabetização,
  • 00:10:04
    né, muito pela pela escuta, pela fala
  • 00:10:06
    oral e o aluno surdo, não, são outras
  • 00:10:09
    estratégias que são utilizadas, né, onde
  • 00:10:11
    o corpo inteiro dele vai aprendendo esse
  • 00:10:13
    processo. Então os nossos professores
  • 00:10:15
    todos eles sabem Libras, então a aula
  • 00:10:18
    ela é direta, ela não tem uma mediação.
  • 00:10:20
    Então por exemplo, a nossa entrevista
  • 00:10:21
    aqui para um sur acessar, ele vai
  • 00:10:23
    precisar de um auxílio de um intérprete,
  • 00:10:25
    né? Porque a gente não tá fazendo a
  • 00:10:26
    entrevista em língua de sinais. E isso
  • 00:10:27
    acontece nas escolas inclusiva. Precisa
  • 00:10:29
    de um mediador pra informação chegar. Na
  • 00:10:32
    escola bilíngue. Não. O professor ele é
  • 00:10:35
    falante da primeira língua do seu aluno.
  • 00:10:37
    Então a a o ensino é direto, né? Então,
  • 00:10:40
    toda a estratégia conduzida e a
  • 00:10:42
    informação chega direto para aquele
  • 00:10:44
    aluno. Então, tem todo, um, né, o espaço
  • 00:10:46
    da nossa sala não é muito grande, né,
  • 00:10:48
    são salas mais reduzidas, é uma é um uma
  • 00:10:51
    educação muito especializada, né, e
  • 00:10:53
    muito nesse lugar da individualidade de
  • 00:10:55
    cada sujeito, né, que para além dele ser
  • 00:10:58
    surdo, ele é um sujeito, né, que tá ali,
  • 00:11:00
    né, precisando de ter eh vários suportes
  • 00:11:04
    para esse processo de aprendizagem.
  • 00:11:06
    uma criança ouvinte, quando ela começa a
  • 00:11:08
    ser alfabetizada, eh, a oralidade, né,
  • 00:11:11
    da da professora é fundamental para que
  • 00:11:14
    ela compreenda, por exemplo, que para
  • 00:11:17
    escrever vaca, ela vai usar aquelas
  • 00:11:20
    vogais e aquelas consoantes. por
  • 00:11:22
    exemplo, como é que funciona na
  • 00:11:24
    alfabetização de um aluno surdo, eh,
  • 00:11:27
    para que ele chegue, né, ao aprendizado
  • 00:11:30
    de que aquele sinal ele corresponde à
  • 00:11:33
    aquela expressão ou, enfim, aquela ou
  • 00:11:35
    aquela palavra específica. Como se dá,
  • 00:11:39
    professor Alessandro? Então, primeiro a
  • 00:11:40
    gente precisa entender que a gente eh a
  • 00:11:42
    primeira coisa que o aluno precisa é ter
  • 00:11:45
    domínio da sua língua. E qual que é a
  • 00:11:47
    sua língua do surdo? A Libras. Ah, então
  • 00:11:49
    quer dizer que ele vai primeiro entrar
  • 00:11:50
    na escola, ele só vai aprender Libras,
  • 00:11:52
    ele não vai aprender nenhum outro
  • 00:11:53
    conteúdo, não vai aprender português,
  • 00:11:54
    não. Isso acontece paralelamente, né?
  • 00:11:56
    Por isso que a educação bilíngue ela tem
  • 00:11:59
    como língua de instrução, primeira
  • 00:12:00
    língua, a Libras, que tudo é ensinado,
  • 00:12:02
    tudo é falado em Libras. Não tem como
  • 00:12:03
    falar assim: "Ah, ele não vai aprender
  • 00:12:05
    Libras, não vai". O tempo inteiro ele tá
  • 00:12:06
    tendo contato com a Libras. Então, é a
  • 00:12:08
    língua de instrução e o português no
  • 00:12:10
    trabalho escrito. Então, desde que ele
  • 00:12:13
    entra lá, ele é alfabetizado com essa
  • 00:12:15
    associação. Então, ele vai aprender os
  • 00:12:17
    sinais e os significados e o conceito
  • 00:12:20
    das coisas pelo sinal, não pela fala,
  • 00:12:23
    né? Então, se eu quero ensinar pra
  • 00:12:24
    criança, ah, isso aqui é água, água, né?
  • 00:12:27
    Então, o que que eu vou fazer pro surdo?
  • 00:12:29
    Eu não vou falar água, eu vou água. Esse
  • 00:12:32
    é o sinal de água. Então, o que, né?
  • 00:12:34
    Então tem essa e e esse aprendizado, ele
  • 00:12:36
    não vai ser, né, às vezes, ah, vai
  • 00:12:38
    primeiro as letras, depois as vog, não,
  • 00:12:40
    ele vai aprender, né, pelo sinais, pelo
  • 00:12:43
    sentido e significado das coisas, é
  • 00:12:45
    inserido nesse contexto. Então, é assim
  • 00:12:47
    que ele vai realmente aprender. Então,
  • 00:12:49
    ele aprende a Libras junto com o
  • 00:12:51
    português escrito. Então, a
  • 00:12:52
    alfabetização ela vai acontecendo nesse
  • 00:12:54
    formato. Muito bom. Bom, a gente vai
  • 00:12:56
    para um intervalo. Eh, você que está
  • 00:12:59
    conosco, continue. Daqui a pouco a gente
  • 00:13:01
    volta com mais Saberes do EG falando
  • 00:13:04
    sobre eh formação bilíngue para surdos
  • 00:13:07
    em Goiânia.
  • 00:13:09
    [Música]
  • 00:13:24
    Muitas foram as mãos que construíram a
  • 00:13:26
    Universidade Estadual de Goiás. Muitas
  • 00:13:29
    são as memórias de homens e mulheres que
  • 00:13:31
    contribuíram para que essa fosse uma
  • 00:13:32
    grande
  • 00:13:33
    universidade. Agora, a EGTV quer ouvir
  • 00:13:36
    as suas memórias, conhecer o seu ponto
  • 00:13:38
    de vista dessa grande história. Mais do
  • 00:13:41
    que aquilo que a mente pode lembrar,
  • 00:13:42
    queremos ouvir as memórias que ficaram
  • 00:13:44
    guardadas no coração. Faça a inscrição
  • 00:13:47
    de sua entrevista pelo www.tv.br.
  • 00:13:51
    br
  • 00:14:14
    [Música]
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    [Música]
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    [Música]
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    [Música]
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    [Música]
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    [Música]
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    [Música]
  • 00:16:07
    Então, a gente tá de volta com Saberos
  • 00:16:09
    EG. Hoje falando sobre o cuidado com a
  • 00:16:12
    educação bilíngue para surdos. E nós
  • 00:16:15
    recebemos então a professora Alessandra
  • 00:16:16
    Matos Terra aqui no nosso estúdio hoje.
  • 00:16:20
    Professora Alessandra, quais as
  • 00:16:22
    diferenças entre o ensino em escolas
  • 00:16:24
    bilíngues e o atendimento educacional
  • 00:16:27
    especializado oferecido em salas de aula
  • 00:16:30
    eh comuns e eh enfim nas outras escolas
  • 00:16:33
    que não são bilíngues? Então, a primeira
  • 00:16:36
    coisa é que na escola bilíngua os
  • 00:16:38
    professores eles são fluentes da língua
  • 00:16:40
    de sinais, né? Então, a o ensino ele
  • 00:16:43
    acontece direto, então, entre o aluno,
  • 00:16:45
    né, os alunos e o professor. Então, não
  • 00:16:48
    existe uma mediação, né, do de um outro
  • 00:16:50
    profissional que existe nas outras
  • 00:16:52
    escolas, que é o intérprete. Então, os
  • 00:16:54
    professores, seja ele da educação básica
  • 00:16:56
    ao ensino médio ou superior, os
  • 00:16:58
    professores normalmente não têm, né, não
  • 00:17:00
    sabem língua de sinais, então eles
  • 00:17:02
    precisam do intérprete para realizar.
  • 00:17:03
    Então eles falam para toda a turma e o
  • 00:17:05
    interér faz esse papel para chegar até o
  • 00:17:07
    aluno, a informação na escola bilíngue.
  • 00:17:10
    Não, essa informação ela é direta. O
  • 00:17:11
    professor ele tem afluência, ele sabe
  • 00:17:13
    Libras, então ele vai ensinar os seus
  • 00:17:15
    conteúdos, seja ele professor de
  • 00:17:16
    português, de educação física, de
  • 00:17:18
    química, né, o que seja, é direto na
  • 00:17:21
    língua de sinais. Então essa é uma das
  • 00:17:23
    primeiras diferenças. E uma outra
  • 00:17:25
    diferença que a gente tem significativa
  • 00:17:27
    é a presença do professor surdo na nossa
  • 00:17:29
    escola. Você vai em outras escolas, você
  • 00:17:31
    não tem a presença, né? ser, mesmo tendo
  • 00:17:33
    aluno surdo, a presença de um professor
  • 00:17:35
    surdo. E por que que isso é tão
  • 00:17:36
    importante? Porque ele eh né, eu sei
  • 00:17:39
    Libras, eu me comunico, né, de poderia
  • 00:17:41
    estar aqui conversando em Libras, mas eu
  • 00:17:43
    não sou surdo, então não trago toda essa
  • 00:17:44
    cultura e essa identidade que o próprio
  • 00:17:46
    surdo adulto traz como referência para
  • 00:17:48
    esses outros sujeitos. Por quê? A
  • 00:17:51
    referência dele está em outros eh
  • 00:17:53
    sujeitos surdos, eh principalmente nesse
  • 00:17:55
    ambiente escolar, porque eles, como eu
  • 00:17:57
    tinha comentado em outra pergunta, eles
  • 00:17:59
    vêm de uma família que é de ouvinte.
  • 00:18:00
    Então ele não tem essa referência. da
  • 00:18:02
    sua comunicação, né, da sua identidade.
  • 00:18:04
    E quando ele chega no ambiente escolar,
  • 00:18:06
    que toda a escola comunica na sua
  • 00:18:08
    língua, né, que nós que tem alunos,
  • 00:18:10
    estudantes, eh, mais velhos surdos,
  • 00:18:12
    temos professores surdos, essa educação
  • 00:18:15
    ela acontece de uma forma muito mais
  • 00:18:17
    fluida e potente. E quais são os
  • 00:18:19
    desafios, professora Alessandra, que a
  • 00:18:22
    implantação de um modelo de educação,
  • 00:18:24
    como o que vocês têm na na escola eh
  • 00:18:29
    hoje eh são enfrentados pra gente pensar
  • 00:18:32
    um uma educação que pudesse ser mais
  • 00:18:36
    acessível, não só pros estudantes da
  • 00:18:39
    escola que você dirige, mas, enfim, para
  • 00:18:42
    toda a comunidade surda que, por
  • 00:18:44
    exemplo, está em fase eh de formação
  • 00:18:48
    escolar. da educação fundamental ou
  • 00:18:50
    ensino médio, por exemplo. Então,
  • 00:18:52
    primeiro é importante, né, e eu não
  • 00:18:53
    tinha trago isso anteriormente, a gente
  • 00:18:55
    entender que escola é essa, de onde a
  • 00:18:56
    gente tá falando, né, pra gente entender
  • 00:18:59
    quais são os desafios também que a gente
  • 00:19:01
    enfrenta e que a gente pode avançar.
  • 00:19:03
    Hoje a o Centro Educacional Bilínguo de
  • 00:19:05
    Surdos, ele ele está, né, dentro da
  • 00:19:07
    Associação dos Surdos de Goiânia. Então,
  • 00:19:09
    a mantenedora dessa escola é a
  • 00:19:11
    Associação dos de Súrios em convênio com
  • 00:19:14
    a Secretaria Estadual de Educação.
  • 00:19:16
    Então, a nossa escola é uma escola
  • 00:19:17
    conveniada que oferece um ensino
  • 00:19:19
    gratuito para todo mundo, para todos os
  • 00:19:21
    estudantes e que a gente até pede para
  • 00:19:23
    vocês divulgarem, né, se conhece alguma,
  • 00:19:25
    algum aluno surdo, eh, alguma família
  • 00:19:27
    que tem aluno surdo, que muitas vezes
  • 00:19:29
    não sabem da existência dessa escola,
  • 00:19:31
    né, e muito menos de qual a diferença,
  • 00:19:32
    né, de uma escola eh especializada e de
  • 00:19:35
    uma escola eh que é uma escola comum,
  • 00:19:37
    né, inclusiva. Então é dessa parceria,
  • 00:19:41
    né, a gente consegue conseguiu avançar
  • 00:19:43
    muito, né, para conquistar essa essa
  • 00:19:45
    educação bilíngue, mas com certeza
  • 00:19:47
    depois de 2021, né, com a com a
  • 00:19:50
    modalidade na LDB, isso foi um avanço,
  • 00:19:52
    porque esse percurso de luta pra escola
  • 00:19:54
    se tornar uma educação bilíngue não
  • 00:19:55
    começou comigo, não começou agora, né,
  • 00:19:57
    com a mudança da da da lei, ela já vem
  • 00:20:00
    há muito tempo. a associação, né, desde
  • 00:20:03
    o seu surgimento da escola, surgimento
  • 00:20:05
    da escola, depois o movimento para
  • 00:20:06
    realmente ela se tornar uma educação
  • 00:20:08
    bilingue, já tem há há muitos anos, mas
  • 00:20:10
    com essa parceria a gente conseguiu o
  • 00:20:11
    quê? Efetivar. Então, eh, com a mudança
  • 00:20:14
    na LDB, com a parceria com a Secretaria
  • 00:20:17
    de Educação, a gente conseguiu tornar a
  • 00:20:19
    escola, então, uma escola realmente de
  • 00:20:21
    educação bilínguo, né, onde todos os
  • 00:20:23
    profissionais eh sabem Libras, onde que
  • 00:20:25
    a gente possa garantir. Mas quais são
  • 00:20:27
    dos principais e impedimentos para esses
  • 00:20:30
    estudantes chegarem até lá? é o espaço,
  • 00:20:33
    a localidade, vamos se dizer, porque
  • 00:20:35
    hoje todo mundo tem acesso à educação do
  • 00:20:38
    lado da sua casa, né? Tem escolas aí
  • 00:20:39
    para todos os lugares e a família
  • 00:20:42
    procura o quê? Algo que seja mais perto,
  • 00:20:44
    né, da sua casa. E infelizmente a gente
  • 00:20:46
    só tem uma escola bilíngua, que é a
  • 00:20:48
    nossa do estado, né? Nós somos a
  • 00:20:50
    primeira escola biling de surdos do
  • 00:20:51
    estado. Então a dificuldade muitas vezes
  • 00:20:53
    do aluno chegar até lá é o dificultador.
  • 00:20:56
    É um das principais dificuldades. Então
  • 00:20:58
    por isso que a gente, né, os surdos
  • 00:21:00
    também briga e fala muito da gente ter
  • 00:21:01
    uma política pública, né, de auxílio a
  • 00:21:04
    esse transporte para que eles consigam
  • 00:21:05
    chegar lá, né, com segurança, com
  • 00:21:07
    tranquilidade. Para você ter ideia, a
  • 00:21:09
    gente já nós estamos localizado ali
  • 00:21:10
    perto da Praça da Bíblia. A gente já
  • 00:21:12
    teve alunos de Guapó, de Trindade, de
  • 00:21:15
    várias regiões que iam todos os dias
  • 00:21:17
    paraa escola, né, para realmente porque
  • 00:21:18
    a família entende da importância dessa
  • 00:21:22
    educação pro seu aluno, pro seu filho,
  • 00:21:24
    né, e querendo que ele realmente tenha
  • 00:21:26
    uma educação de qualidade. E como é a
  • 00:21:28
    relação da escola com as famílias?
  • 00:21:31
    Então, as famílias eh a gente sempre
  • 00:21:33
    tenta trazer muitas famílias para dentro
  • 00:21:35
    da escola e uma das coisas que a gente
  • 00:21:36
    fala que precisa é o quê? O ensino se dá
  • 00:21:39
    em todos os espaços pela comunicação,
  • 00:21:41
    como a gente tá fazendo aqui hoje.
  • 00:21:42
    Então, quando a família chega na escola,
  • 00:21:44
    das primeiras coisas que a gente faz é
  • 00:21:46
    incentivar e dar estrutura para que ela
  • 00:21:49
    aprenda a língua. Então, a associação de
  • 00:21:51
    surdos, né, junto com a parceria da da
  • 00:21:54
    nossa escola, ela oferece para as
  • 00:21:56
    famílias e pra comunidade em geral curso
  • 00:21:58
    de Libras para que a família aprenda a
  • 00:22:00
    comunicar com o seu filho, né? Então,
  • 00:22:02
    muitas vezes o aluno chega lá sem saber
  • 00:22:04
    e a família também, a língua de sinais.
  • 00:22:06
    Então a gente promove para que os dois
  • 00:22:08
    consigam aí aprender e realmente se
  • 00:22:10
    desenvolver, tá? você falou pra gente
  • 00:22:14
    numa numa numa das respostas agora
  • 00:22:16
    anteriores, eh, sobre eh como a escola
  • 00:22:20
    acaba promovendo esse ambiente de
  • 00:22:21
    acolhimento, esse ambiente de eh
  • 00:22:24
    inserção e de inclusão cultural eh dos
  • 00:22:28
    estudantes em vários em vários
  • 00:22:30
    conteúdos, como o chapeuzinho vermelho,
  • 00:22:32
    por exemplo, como você mesmo disse, que
  • 00:22:33
    é uma coisa eh enfim, um conteúdo que
  • 00:22:36
    parece ser tão banal, né, assim, tão
  • 00:22:37
    corriqueiro, mas que às vezes para uma
  • 00:22:40
    criança surda
  • 00:22:42
    Eh, não é, né? Sim. Eh, qual a
  • 00:22:44
    importância então desse ambiente pro
  • 00:22:47
    desenvolvimento da criança surda
  • 00:22:48
    enquanto um sujeito pleno, né? Pensando
  • 00:22:50
    nesse ambiente, a escola. Então, a
  • 00:22:53
    pensando nisso, a gente tem uma proposta
  • 00:22:56
    e de educação lá que ela funciona quase
  • 00:22:58
    como escola integral, né? Porque na
  • 00:23:00
    verdade ela é uma escola de apenas eh
  • 00:23:02
    ela acontece no turno matutino as suas
  • 00:23:04
    disciplinas curriculares, mas por ser um
  • 00:23:07
    aluno com deficiência ele tem direito,
  • 00:23:08
    né, ao ae que a gente chama, que é o
  • 00:23:10
    atendimento educacional especializado,
  • 00:23:12
    que é onde o aluno vai ter uma um
  • 00:23:14
    atendimento em pequenos grupos ou muitas
  • 00:23:16
    vezes individualizado para ele que ele
  • 00:23:18
    consiga avançar em algumas coisas que
  • 00:23:19
    ele traz aí de lacuna nesse processo de
  • 00:23:22
    formação enquanto uma pessoa com
  • 00:23:23
    deficiência. Então, na escola a gente
  • 00:23:25
    tem de manhã as, né, a grade curricular,
  • 00:23:27
    o ensino regular e à tarde a gente tem
  • 00:23:30
    esse atendimento e alguns outros
  • 00:23:31
    projetos, entre eles culturais,
  • 00:23:34
    esportivos, né? Para quê? Para tentar
  • 00:23:37
    desenvolver esse sujeito de forma plena.
  • 00:23:40
    Por exemplo, você como uma pessoa
  • 00:23:41
    ouvinte, se você quer aprender eh eh um
  • 00:23:45
    um teatro, fazer uma pintura, um curso
  • 00:23:47
    de fotografia, ir pra academia, uma aula
  • 00:23:50
    de vedmo, você tem vários espaços que
  • 00:23:51
    você pode escolher. E o sujeito surdo,
  • 00:23:54
    aonde que ele vai? Aonde que ele vai
  • 00:23:56
    encontrar? Como que ele vai ter essa
  • 00:23:57
    formação? Ah, ele quer aprender sobre
  • 00:23:59
    literatura. Aonde que ele vai? Aonde vai
  • 00:24:01
    ter uma pessoa que consegue receber ele
  • 00:24:03
    e dar instruções para que ele consiga
  • 00:24:05
    aprender aquilo que ele deseja? Então,
  • 00:24:07
    muitas vezes não tem. Infelizmente, a
  • 00:24:08
    gente avançou muito, mas ainda falta. E
  • 00:24:10
    é o que que a gente procura lá na
  • 00:24:12
    escola? Promover todo esse ambiente.
  • 00:24:14
    Então a gente faz parcerias, leva
  • 00:24:16
    oficinas, já tivemos aula de circo, já
  • 00:24:18
    tivemos aula de capoeira, já tivemos
  • 00:24:20
    aula, temos projetos lá atualmente de
  • 00:24:22
    vôlei, de badminton. Para quê? para que
  • 00:24:24
    a gente possa levar um maior, né,
  • 00:24:26
    possibilidades de conhecimento e de
  • 00:24:28
    experiências, né, eh, culturais,
  • 00:24:31
    educacionais para aquele sujeito. A
  • 00:24:33
    gente tem um projeto, por exemplo, já há
  • 00:24:34
    mais de 10 anos, que chama projeto mãos,
  • 00:24:36
    onde a gente desenvolve um espetáculo de
  • 00:24:38
    dança com os nossos alunos para a
  • 00:24:41
    comunidade surda, né, e para as pessoas
  • 00:24:42
    em geral. E aonde que ele vai ter essa
  • 00:24:44
    experiência em outro lugar? Um, né, um
  • 00:24:46
    dançarino surdo, ir para um palco de
  • 00:24:48
    teatro, aonde? Então a gente procura,
  • 00:24:51
    né, isso eu tô citando uma das das
  • 00:24:53
    questões, mas existem várias outras, né,
  • 00:24:54
    nós temos um laboratório de química, nós
  • 00:24:56
    temos, né, às vezes aulas de informátic,
  • 00:24:58
    então tem vários conteúdos que a gente
  • 00:24:59
    procura levar para dentro da escola para
  • 00:25:01
    que esse sujeito seja realmente
  • 00:25:03
    desenvolvido nas suas potencialidades
  • 00:25:05
    máximas que ele puder e que ele quiser.
  • 00:25:07
    Bom, você é artista, é
  • 00:25:09
    dançarina. Eh, conta pra gente um pouco
  • 00:25:13
    como é esse desafio de tornar pessoas
  • 00:25:17
    surdas eh dançarinas, montar um
  • 00:25:20
    espetáculo eh de dança, já que pra dança
  • 00:25:23
    parece ser a música, né, a sonoridade
  • 00:25:26
    tão fundamental para pra execução dos
  • 00:25:28
    dos movimentos.
  • 00:25:30
    Eh, eu realmente é uma parte que eu
  • 00:25:32
    gosto bastante. Eh, e uma das coisas que
  • 00:25:34
    a gente também foi construindo, né, eh,
  • 00:25:36
    dentro daquela, dentro do espaço também
  • 00:25:37
    da escola, foi um espaço mais adequado
  • 00:25:40
    para que esse essa educação, né, e esse
  • 00:25:43
    ensino aí também de arte aconteça.
  • 00:25:44
    Então, hoje nós temos uma sala lá que é
  • 00:25:46
    uma sala com tablado, com iluminação,
  • 00:25:49
    com televisão. Ah, mas como assim? Para
  • 00:25:51
    que isso? É quase uma discoteca, mais ou
  • 00:25:53
    menos. Mas o tablado, por exemplo,
  • 00:25:55
    permite com que os alunos eles tenham
  • 00:25:57
    essa percepção, né, rítmica e do som
  • 00:26:00
    através de outro eh condutor que não
  • 00:26:03
    ouvido, né? Então, a gente tem essa
  • 00:26:04
    possibilidade. Nós temos as luzes lá que
  • 00:26:07
    os combinados paraas aulas, paraas
  • 00:26:09
    apresentações, acontecem de forma
  • 00:26:10
    visual. Então, quando a gente faz um
  • 00:26:12
    trabalho, né, de uma aula de dança, que
  • 00:26:13
    você quer que o que a pessoa o dançarino
  • 00:26:16
    é movimenta ou para, você às vezes fala
  • 00:26:18
    enquanto professor, ah, vamos agora, né,
  • 00:26:20
    agora a gente para, agora movimenta e
  • 00:26:22
    com surdas. Isso a gente faz através da
  • 00:26:24
    luz. Então, por exemplo, ah, quando a
  • 00:26:25
    luz tiver vermelha, vocês vão
  • 00:26:26
    movimentar, quando a luz tiver azul,
  • 00:26:27
    você vai parar. Então isso é uma das
  • 00:26:29
    estratégias que a gente vai construindo
  • 00:26:31
    para que eles possam desenvolver então,
  • 00:26:33
    é, né, essas habilidades da dança e
  • 00:26:36
    construindo, como diz, um espetáculo.
  • 00:26:39
    Muito bom. Nosso papo tá ótimo,
  • 00:26:41
    Alessandra. Nós vamos agora para mais um
  • 00:26:43
    intervalo, vai ser rapidinho. Eh, daqui
  • 00:26:46
    a pouco a gente tá de volta com mais
  • 00:26:48
    conversa com a professora Alessandra
  • 00:26:50
    Terra.
  • 00:26:51
    [Música]
  • 00:27:05
    O que é criar? Criar é imaginar,
  • 00:27:08
    inventar, produzir, fomentar. E é isso
  • 00:27:11
    que o Crialab, o Laboratório de
  • 00:27:13
    Pesquisas Criativas e Inovação e
  • 00:27:14
    audiovisual da Universidade Estadual de
  • 00:27:17
    Goiás, está sempre buscando. Com a
  • 00:27:19
    participação de pesquisadores,
  • 00:27:21
    estudantes e realizadores, nosso maior
  • 00:27:23
    objetivo é pensar em um audiovisual cada
  • 00:27:25
    vez mais criativo e inovador. Na
  • 00:27:28
    telinha, na telona, vertical,
  • 00:27:29
    horizontal, para ver e para ouvir. Um
  • 00:27:32
    novo jeito de olhar é o que buscamos por
  • 00:27:34
    aqui. Venha ser criativo com a gente.
  • 00:27:36
    Venha para o Crialab.
  • 00:27:40
    Entrevistas, videocasts, programas e
  • 00:27:42
    muito conteúdo educativo. Tudo isso você
  • 00:27:45
    acompanha no canal da UEGTV. Clique para
  • 00:27:48
    inscrever-se e ative o sininho para
  • 00:27:50
    ficar por dentro de tudo que acontece
  • 00:27:52
    por aqui.
  • 00:27:53
    [Música]
  • 00:28:25
    Voltamos com Saberes UEG. Hoje nós
  • 00:28:27
    refletimos sobre a educação bilíngue
  • 00:28:29
    para suos. Está com a gente para falar
  • 00:28:32
    sobre esse assunto a professora
  • 00:28:34
    Alessandra Matos Terra, diretora do
  • 00:28:36
    Centro Educacional Bilíngue de Surdos de
  • 00:28:38
    Goiânia. Professora Alessandra, a Lei
  • 00:28:41
    14.191 de 2021 inclui a educação
  • 00:28:45
    bilíngue de surdos na LDB. Quais foram
  • 00:28:48
    os impactos já percebidos dessa mudança?
  • 00:28:51
    na inclusão educacional das pessoas
  • 00:28:54
    surdas. Então, a primeira a primeira
  • 00:28:57
    delas foi que já tinha muitos anos, né,
  • 00:29:00
    que a comunidade surda lutava para
  • 00:29:02
    tornar a escola a escola, uma escola
  • 00:29:04
    bilíngue de surdos, né, e não só uma
  • 00:29:07
    escola eh especial, como ela era
  • 00:29:09
    chamada. Então, a partir disso, a gente
  • 00:29:11
    conseguiu fazer essa essa mudança. E
  • 00:29:14
    essa mudança impacta em várias coisas,
  • 00:29:16
    como por exemplo, para estar naquele
  • 00:29:18
    espaço da escola, o profissional que vai
  • 00:29:20
    para dentro da escola, ele precisa
  • 00:29:22
    chegar lá já sabendo língua de sinais,
  • 00:29:25
    né? O que muitas vezes, né, não era o
  • 00:29:27
    que acontecia. Então o professor, mesmo
  • 00:29:29
    sendo uma escola especializada em
  • 00:29:30
    surdos, ele não sabia, tinha um
  • 00:29:32
    intérprete, né, que auxiliava ele nesse
  • 00:29:35
    processo e agora não, né, todos os
  • 00:29:37
    profissionais que estão inseridos lá
  • 00:29:38
    dentro, ele sabe eh se comunicar na
  • 00:29:41
    primeira língua, que é a Libras, e isso
  • 00:29:44
    permite com que a educação, né, se
  • 00:29:47
    qualifique ainda mais.
  • 00:29:50
    E como tem sido a recepção da sociedade,
  • 00:29:53
    assim, a interação da comunidade com a
  • 00:29:55
    escola? eh é uma escola que, enfim,
  • 00:29:59
    consegue acessar os espaços, como por
  • 00:30:03
    exemplo, no bloco anterior, você falou
  • 00:30:04
    sobre eh um espetáculo de dança, né? a
  • 00:30:09
    os espaços públicos de cultura, por
  • 00:30:11
    exemplo, eles são eh receptivos a
  • 00:30:14
    receber as apresentações da escola, eh a
  • 00:30:17
    comunidade ali do bairro onde a escola
  • 00:30:20
    tá está inserida. Eh, existe uma uma
  • 00:30:24
    percepção da comunidade de que aquele
  • 00:30:26
    espaço educacional ele é importante, ele
  • 00:30:28
    é relevante, eh como é que a escola tem
  • 00:30:32
    eh lidado com as relações institucionais
  • 00:30:34
    e humanas eh com a comunidade externa?
  • 00:30:38
    Então, eh são dois movimentos, né? Um
  • 00:30:41
    para que o que que acontece? as leis
  • 00:30:44
    também da cultura, de alguns espaços,
  • 00:30:45
    vem mudando e vem exigindo aí, né, esses
  • 00:30:49
    esses eh essas ampliações da
  • 00:30:51
    acessibilidade. Então, a gente tem até
  • 00:30:52
    recebido bastante convites, né, para
  • 00:30:55
    estar visitando alguns espaços eh
  • 00:30:58
    públicos, né, destinados aí a exposições
  • 00:31:00
    ou algum trabalho pedagógico,
  • 00:31:02
    apresentações culturais e aí eles
  • 00:31:04
    ofertam, né, aí todo um trabalho de
  • 00:31:06
    acessibilidade. muitas vezes é um
  • 00:31:08
    trabalho que já existe e eles colocam
  • 00:31:09
    interérprete para acessibilizar, mas a
  • 00:31:11
    gente também tem eh outras parcerias
  • 00:31:14
    onde tem projetos que eles já são eles
  • 00:31:15
    são acessíveis, né, e fazem toda uma
  • 00:31:18
    proposta pensando, né, nesse público aí,
  • 00:31:20
    é, que é falante da língua de sinais.
  • 00:31:22
    Então, tem avançado bastante. Então, eu
  • 00:31:24
    acredito que a gente não tem, né, eh,
  • 00:31:27
    impedimentos em relação a esses a esses
  • 00:31:30
    espaços. E a comunidade eh em torno, né,
  • 00:31:34
    a instituição, ela já tem, como diz, já
  • 00:31:37
    está naquele mesmo lugar mais de 30
  • 00:31:38
    anos. Então, a muitas vezes as pessoas
  • 00:31:40
    sabem que que ali existe uma comunidade
  • 00:31:43
    surda, mas não são todas que sabiam que
  • 00:31:45
    ele era escola, né? E aí quando a gente
  • 00:31:47
    faz a mudança do nome da escola e se
  • 00:31:49
    torna uma escola bilíngue, como é em
  • 00:31:51
    parceria com o estado, a gente pintou,
  • 00:31:53
    né, a fachada do muro também e com a com
  • 00:31:55
    a proposta que o estado tem aí das
  • 00:31:57
    outras escolas. E muitas pessoas que
  • 00:31:58
    moravam ali no bairro não sabiam que da
  • 00:32:00
    existência da escola. Então, como isso
  • 00:32:02
    também foi significativo, né, dessa
  • 00:32:04
    dessa mudança eh em afetar as pessoas
  • 00:32:07
    que ali existe uma escola, né, e poder
  • 00:32:09
    procurar ali de alguma forma, mas ainda
  • 00:32:11
    precisa muito eh avançar para que outros
  • 00:32:14
    surdos, outras famílias conheçam aquele
  • 00:32:17
    espaço, né? Isso a gente ainda precisa
  • 00:32:18
    tá avançando. Sor Alessandra, e o acesso
  • 00:32:22
    eh eh na verdade não o acesso, né? na
  • 00:32:26
    verdade, a
  • 00:32:27
    a oferta da
  • 00:32:30
    acessibilidade e nos conteúdos gerais,
  • 00:32:34
    né, nos últimos anos. Eh, aí eu
  • 00:32:37
    inclusive digo a respeito do nosso
  • 00:32:38
    próprio desafio aqui na EGTV, que é a
  • 00:32:40
    dificuldade nós termos na estrutura da
  • 00:32:42
    própria universidade intérpretes que
  • 00:32:44
    possam trabalhar conosco, né? Então, por
  • 00:32:46
    exemplo, aqui na OGTV, a gente ainda não
  • 00:32:48
    consegue eh produzir conteúdos
  • 00:32:50
    acessíveis paraa comunidade surda, mas
  • 00:32:53
    em nível geral, assim, houve uma melhora
  • 00:32:56
    da dos mecanismos de
  • 00:32:58
    acessibilidade eh para para pros surdos
  • 00:33:01
    eh sobretudo os conteúdos brasileiros?
  • 00:33:04
    Então, se eu falasse que não, eu estaria
  • 00:33:06
    também mentindo, né? Mas a gente tá
  • 00:33:08
    ainda engatinhando, viu, Marcelo? Por
  • 00:33:10
    quê? Porque a gente precisa não só eh
  • 00:33:13
    como eu falo, né? Não é só ter um
  • 00:33:15
    intérprete e não é qualquer intérprete,
  • 00:33:17
    né? Não é desqualificando, pelo
  • 00:33:19
    contrário, existem profissionais eh
  • 00:33:21
    muito bons, mas tem muitos profissionais
  • 00:33:22
    também que estão iniciando a carreira e
  • 00:33:24
    aí, né, a gente precisa entender também
  • 00:33:26
    desses espaços. Mas melhorou muito
  • 00:33:28
    porque tem muitas outras e muitos outros
  • 00:33:30
    espaços que não, que não tinha, né? Não
  • 00:33:32
    tinha, nossa, você sabe? Então assim,
  • 00:33:33
    hoje você eh quer ir, por exemplo,
  • 00:33:36
    assistir um vídeo, aquele, né, no cinema
  • 00:33:39
    tem eh tem algumas sessões que são
  • 00:33:41
    acessíveis, tem ali o intérprete de
  • 00:33:42
    Libras, né? você quer ir um espaço ali
  • 00:33:44
    numa num espetáculo de dança, num
  • 00:33:46
    teatro, tem ali um intérprete de Libras.
  • 00:33:49
    Então, assim, ele já melhorou, mas ele
  • 00:33:51
    não traz ainda um eh eh como diz, a
  • 00:33:54
    gente precisa avançar muito. Por que que
  • 00:33:56
    eu falo isso? Porque às vezes eh por
  • 00:33:58
    exemplo, um espetáculo de teatro, por
  • 00:34:00
    exemplo, né, tem um intérprete ali do
  • 00:34:02
    lado, mas ainda não é uma acessibilidade
  • 00:34:04
    completa, porque ele não vai acessar
  • 00:34:06
    toda a potencialidade daquele
  • 00:34:08
    espetáculo, porque a língua não tá sendo
  • 00:34:10
    a dele, né? Ele tá vendo aqui só uma uma
  • 00:34:12
    parte, você me entende? Então assim, pra
  • 00:34:13
    gente, por isso que eu falo que pra
  • 00:34:15
    gente avançar no, né, em âmbitos e
  • 00:34:17
    gerais da acessibilidade eh para o
  • 00:34:19
    surdo, que é a linguagem, a gente ainda
  • 00:34:22
    precisa avançar bastante. Mas ela já
  • 00:34:24
    iniciou, porque se um estudante surdo
  • 00:34:26
    quiser ir, né, nosso estudante terminou
  • 00:34:29
    o ensino médio e quer ir para UEG, hoje
  • 00:34:31
    ele já tem essa oportunidade. Vocês
  • 00:34:33
    ainda não têm a equipe, mas tem a
  • 00:34:35
    abertura e a possibilidade dele dele
  • 00:34:37
    escolher qualquer curso para que ele
  • 00:34:38
    tenha um interérprete e seja realmente
  • 00:34:40
    acolhido naquele espaço. Então isso
  • 00:34:42
    também já é um avanço, então a gente não
  • 00:34:44
    pode falar que não teve, mas a gente
  • 00:34:45
    ainda precisa melhorar bastante. E não
  • 00:34:48
    dá pra gente pensar só em cumprir uma
  • 00:34:50
    regra, cumprir uma lei. Ah, eu, né,
  • 00:34:52
    tenho material, eu vou colocar o
  • 00:34:53
    intérprete. Aí eu falo isso bem para
  • 00:34:54
    vocês daí da parte da visualidade, né,
  • 00:34:57
    dos filmes. Aí eu quero, eu coloco o
  • 00:35:01
    interpretininha que na verdade não
  • 00:35:02
    atende, né, não acessa, não atende.
  • 00:35:04
    Então assim, se eu quero eh realmente
  • 00:35:06
    fazer uma acessibilidade, eu preciso
  • 00:35:07
    fazer uma acessibilidade real. Existe
  • 00:35:09
    toda uma, tem toda a regra, né, da BNT.
  • 00:35:12
    né, do tamanho, do lugar, mas essa é a
  • 00:35:14
    mínima, né, e tem gente que usa ela
  • 00:35:17
    menor ainda do que isso, né? a gente
  • 00:35:18
    teve tem aí às vezes até nas propagandas
  • 00:35:20
    aí às vezes até, né, de de vídeos,
  • 00:35:23
    infelizmente até públicos, né, que eu
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    digo da rede pública assim, né,
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    prefeituras, algumas coisas, que o
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    interpret tá ali mínimo, mínimo, então
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    assim, não tem uma acessibilidade.
  • 00:35:31
    Então, eh, ela já começou a ter mais do
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    que antes que não tinha nada, sim, mas
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    ela ainda precisa avançar. E a gente
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    pode e extrapolar muitas questões, né?
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    Hoje tem alguns eh algumas
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    possibilidades de você construir uma
  • 00:35:45
    proposta artística que seja, você fazer
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    um vídeo que você consegue, né, ampliar
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    um pouco mais, que não vai afetar, ou
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    você fazer duas abordagens, né, uma com
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    acessibilidade, que você amplia ali
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    realmente e o surdo que vai querer
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    acessar o seu material tem uma boa
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    visibilidade, faz um 100. Porque muitas
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    vezes o que que acontece? Coloca uma
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    legenda, né, em português e e acha que
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    tá acessível para os surdos. E o que que
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    eu digo? que a maioria não, por o
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    português não é a primeira língua, o
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    português é a segunda língua. Então
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    assim, é uma possibilidade de acesso
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    pros, né, pros surdos, é, mas não é a
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    mais adequada, porque a Libras que é a
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    sua primeira língua. É a mesma coisa se,
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    e olha que eu não sei muito, né, inglês,
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    vamos, vamos supor, se eu for assistir
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    sem nada de legenda, né, e só na no
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    inglês, eu não vou conseguir acessar,
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    né, ou se eu sei, eu vou acessar assim
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    parte, né, daquilo. E a mesma coisa
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    surdo. Então, quando a gente tem um
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    material de divulgação, porque outra
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    coisa é isso, ah, você vai produzir
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    algum evento, vai ter uma uma exposição,
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    eh, vai ter um um curso de de
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    informática, né? Tem tem muita gente
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    fazendo muitas coisas, tendo desejo, mas
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    não faz divulgação em Libras, não tem
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    divulgação que acessa, né, a
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    comunicação. Então assim, eles acabam
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    também perdendo nesse sentido. Então, te
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    respondendo de forma mais objetiva,
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    avançamos sim, mas para realmente o
  • 00:37:01
    surdos eh ter uma acessibilidade de
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    qualidade, a gente precisa ainda crescer
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    muito. Sor Alessandro, muito obrigado.
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    Foi ótimo o nosso papo. acho que assim,
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    muito instrutivo, muito informativo
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    sobre um assunto que é tão importante e
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    que precisa sensibilizar cada vez mais
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    pessoas, porque eh a comunidade surda é
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    enorme e nós precisamos, nós que somos
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    ouvintes, precisamos ser empáticos e
  • 00:37:26
    sensíveis à causa e também aos aos aos
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    mecanismos, né, para tornar tudo aquilo
  • 00:37:31
    que é produzido de conhecimento, de
  • 00:37:33
    cultura, de informação, que também seja
  • 00:37:35
    acessível para essas pessoas também. Com
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    certeza. que agradeço, né? Porque então
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    é uma oportunidade também significativa
  • 00:37:41
    estar aqui com vocês discutindo esse
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    tema, né? E espero também que em outras
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    oportunidades vocês possam convidar um
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    professor surdo para vir falar, que
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    vocês vão ver que vão trazer outras
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    bagagens, outras oportunidades e aí a
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    gente procura, né, acessibilizar para
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    vocês que, né, às vezes não sabem a
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    língua de sinais, uma pessoa para est
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    fazendo a voz, né, desse sur e olha que
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    vão ter outros saberes para além do que
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    eu discuti com você. Não, o convite já
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    tá feito. Vamos agendar com a produção.
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    Muito obrigado, professora. Obada.
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    Obrigada.
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    Bom, nós chegamos então ao final de mais
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    uns saberes, eh, com informações tão
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    importantes, com um tema tão relevante
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    para pra nossa sociedade, sobretudo para
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    nós que somos, enfim, do campo da
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    educação e precisamos eh nos preparar,
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    né, para receber esses esses estudantes
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    surdos que precisam, eh, merecem e
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    sobretudo tem direito a uma educação
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    pública, gratuita e de qualidade. É, e
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    aqui na nossa universidade, é, nós temos
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    essa política de de acolhimento, né?
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    Todos os nossos alunos com deficiência,
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    eles são atendidos por um professor
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    assistente que é contratado pela UEG e
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    que segue com ele durante todo o
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    percurso ao longo do seu curso. Então,
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    então enfim, estejamos atentos, atentas,
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    eh, para que cada vez nós possamos
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    promover uma educação, eh, inclusiva. Se
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    você que tá nos assistindo e quer
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    receber a certificação de hoje, não se
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    esqueça de se inscrever para receber o
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    documento. Até a próxima semana com mais
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    um episódio dos Saberes
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    EG. เฮ
  • 00:39:25
    [Música]
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