Crise na Alemanha: por que economia do país está ficando para trás?

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Sintesi

TLDRAlemaña, a terceira maior economía mundial, está a experimentar unha crise económica combinada con turbulencias políticas, en forte contraste co seu histórico crecemento económico. Durante os últimos cincuenta anos, Alemaña consolidouse como un dos maiores exportadores globais grazas ao seu "milagre económico", pero actualmente, está a enfrontarse a desafíos significativos. A súa economía decreceu un 0,3% en 2023, principalmente debido a unha caída na produción industrial do 16% desde 2017. Este declive en competitividade afecta principalmente industrias chave como a automobilística. O país tamén está afrontando insuficiencias en tecnoloxía dixital e investimentos mentres segue unhas estritas medidas de austeridade fiscal. Factores xeopolíticos, como a súa dependencia do enerxético ruso, políticas proteccionistas de outras nacións, así como a retirada do Reino Unido da UE, contribuíron a complicar a situación. Problemas demográficos, coma o envellecemento poboacional, e a falta de traballadores cualificados tamén están a afectar a produtividade. No eido político, a crise económica resultou no colapso da coalición gubernamental, levando a eleccións anticipadas en 2025. A pesar disto, Alemaña mantén unha posición económica forte no mundo, e hai debates sobre se o país poderá adaptarse e recuperarse novamente fronte a esta situación.

Punti di forza

  • 📉 A economía de Alemaña en contracción en 2023.
  • 🏭 Caída do 16% na produción industrial desde 2017.
  • 🔌 Falta de avances en tecnoloxías dixitais.
  • 🇩🇪 Dependencia da exportación de manufacturados.
  • 📊 Medidas de austeridade fiscal en curso.
  • 👵 Envellecemento poboacional e falta de traballadores.
  • 🌐 Impactos xeopolíticos afectan a economía.
  • ⚡ Problemas enerxéticos tras a guerra en Ucraína.
  • 🤝 Colapso da coalición política en Alemaña.
  • 🗳️ Eleccións xerais anticipadas en 2025.

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    A terceira maior economía do mundo, Alemaña, enfronta unha crise económica combinada con turbulencias políticas, un forte contraste coa súa traxectoria de crecemento nos últimos 50 anos. A recuperación do país despois da Segunda Guerra Mundial foi recoñecida como o 'milagre económico'. Con todo, hoxe, a Alemaña está a experimentar un declive na súa produción industrial, aumentado polo peche de fábricas de Volkswagen, a súa dependencia excesiva das exportacións de manufacturas e o atraso na dixitalización. Estas cuestións, xunto cun enfoque fiscal austero e desafíos demográficos como o envellecemento poboacional, están a reducir a competitividade. Factores externos, incluíndo a guerra en Ucraína e as políticas proteccionistas de Estados Unidos, compoñen o panorama complicado. Políticamente, a coalición gobernante colapsou, obrigando a eleccións anticipadas en 2025 ante unha crecente fragmentación do electorado. A pesar das dificultades, Alemaña segue mantendo unha economía robusta e mostra potencial de recuperación.

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Video Domande e Risposte

  • Que factores están contribuíndo á crise económica en Alemaña?

    Factores como a caída da produción industrial, un modelo económico dependente da exportación de manufacturados, a falta de inversións en tecnoloxía avanzada e problemas demográficos contribúen á crise.

  • Como afectou a xeopolítica á economía alemá?

    A saída do Reino Unido da Unión Europea, a política proteccionista dos EE.UU. e a guerra en Ucraína afectaron negativamente a Alemaña, que dependía do gas e petróleo ruso.

  • Que medidas tomou a Volkswagen en Alemaña debido á crise?

    A Volkswagen anunciou o peche de fábricas en Alemaña, mais chegou a un acordo para mantelas abertas ata 2030 con conxelación dos salarios tras protestas.

  • Como está impactando a crise demográfica en Alemaña?

    O envellecemento da poboación e a falta de traballadores cualificados está a afectar a produtividade e contribuíndo á crise económica.

  • Cal é a situación política en Alemaña debido á crise?

    A coalición de goberno colapsou, levando a eleccións xerais anticipadas en febreiro de 2025 debido á incapacidade para aprobar leis e desacordos sobre o endebedamento.

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    A terceira maior economia do mundo  enfrenta uma combinação de crise
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    econômica com turbulências políticas em um forte  contraste com a trajetória de crescimento que
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    marcou os últimos 50 anos na Alemanha. A recuperação do país depois do fim da
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    Segunda Guerra Mundial, com o nascimento  de uma indústria que se colocou como as
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    mais competitivas do mundo, foi tão potente  que ficou conhecida como Wirtschaftswunder,
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    o milagre econômico alemão. Desde então, a Alemanha havia se
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    consolidado como um dos três maiores exportadores  do mundo, junto de China e Estados Unidos.
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    Mas o cenário parece estar mudando. Eu sou Camilla Veras Mota, da BBC News Brasil,
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    e neste vídeo detalho 4 motivos que  ajudam a explicar por que a economia
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    da Alemanha está em apuros – e como isso  se reflete também no cenário político.
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    Mas antes, dá uma olhada  nos dados do PIB alemão.
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    Ele encolheu 0,3% em 2023, o pior  índice desde a crise financeira de 2009,
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    descontando o período da pandemia de covid. A previsão das autoridades europeias pra 2024
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    é de nova queda, ou seja, de contração da  economia alemã pelo segundo ano consecutivo.
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    O que nos leva ao primeiro ponto: Parte desse desempenho é reflexo da
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    queda expressiva da produção industrial, de  16 pontos percentuais desde 2017, conforme o
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    indicador que exclui a construção civil. Um cenário que, para muitos economistas,
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    tem como consequência a perda de  competitividade da economia da Alemanha.
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    Uma notícia sintomática nesse sentido foi  o anúncio da montadora Volkswagen de que
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    fecharia fábricas na Alemanha pela  primeira vez em 87 anos de história.
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    Os trabalhadores responderam fazendo greves e  protestos. A Volks acabou fazendo um acordo com
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    o sindicato da categoria, prometendo manter  abertas as fábricas e preservar os empregos
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    até 2030, mas com salários congelados. O caso jogou luz sobre o declínio de uma das
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    indústrias mais importantes da economia alemã.
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    Aliás, pra alguns pesquisadores,  um dos problemas seria o próprio modelo  econômico da Alemanha, que é bastante
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    dependente da exportação de manufaturados.
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    Outro ponto destacado   pelos analistas é a percepção de que a Alemanha  não tem acompanhado o ritmo de digitalização
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    e adoção de novas tecnologias.
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    A Alemanha ocupa o penúltimo lugar   da União Europeia no quesito cobertura  de internet ultraveloz de fibra ótica.
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    Em um mundo cada vez mais digital,  os analistas ouvidos pela BBC acham
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    que esse tipo de problema também contribui pra  reduzir a competitividade das empresas alemãs.
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    Outro exemplo vem do próprio setor automotivo,  em que a Alemanha era conhecida pela liderança.
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    O país é o maior fabricante de veículos  elétricos na Europa, mas, no cenário global,
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    tem perdido espaço pra China – que hoje concentra  60% da produção global de carros elétricos.
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    Nesse sentido, críticos afirmam que essa perda  de protagonismo se deve em parte à falta de
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    reformas ou pelo menos de ajustes no modelo  econômico, sobre o qual eu comentava há pouco
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    Um relatório do Instituto Econômico Alemão  afirma que, na ausência dessas mudanças,
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    o país corre o risco de perder um quinto  da sua produção industrial até 2030.
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    E aqui os analistas destacam a importância do  investimento, algo que tem ficado em segundo plano
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    na Alemanha, que durante anos, principalmente  depois da crise de 2008, sob o governo de Angela
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    Merkel, se concentrou em adotar medidas de  austeridade fiscal – ou seja, de um controle
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    rígido dos gastos públicos.
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    Para o governo alemão, a crise também é um reflexo   de problemas demográficos, como o envelhecimento da população e a insuficiência de trabalhadores
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    qualificados, o que afeta a produtividade. O autor Wolfgang Munchau acredita que a situação o
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    cenário desafiador pro país vai levar problemas  pra todo o continente. Isso porque, nas últimas
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    décadas, a Alemanha tem sido o principal motor  de crescimento europeu e um pilar essencial
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    do orçamento da União Europeia. A geopolítica também complicou
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    as coisas pra Alemanha mais recentemente. Fatores externos, como a saída do Reino Unido
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    da União Europeia e a política mais protecionista  dos Estados Unidos alteraram o panorama econômico
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    global e impactaram o país – que, como eu  já disse, depende muito das exportações.
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    A isso se soma um grave problema energético.  A Alemanha dependia muito do petróleo e do gás
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    russos, e precisou buscar outras fontes de  combustível por causa da guerra da Ucrânia.
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    Isso, junto com o fechamento de usinas nucleares  alemãs, fez dispararem os preços da energia.
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    Esse acúmulo de tensões econômicas também  teve repercussões políticas. Em novembro,
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    uma disputa em torno do orçamento de 2025 acabou  culminando no colapso da coalizão do governo
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    liderado pelo chanceler Olaf Scholz. O partido de Scholz, de centro-esquerda,
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    defendia regras mais flexíveis pro  endividamento alemão, com o objetivo de
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    manter o apoio financeiro pra Ucrânia e também  custear projetos internos de infraestrutura.
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    Mas isso foi vetado pelo próprio ministro das  Finanças de Scholz. Christian Lindner defendia
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    como prioridade diminuir a dívida alemã. Lindner foi demitido, e a coalizão
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    de governo acabou desmoronando. Scholz passou então a liderar um governo
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    de minoria incapaz de aprovar leis. O chanceler  fez o cálculo político de que seria mais vantajoso
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    antecipar as eleições do país e se submeteu a um  voto de confiança no Parlamento alemão que ele
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    já sabia que iria perder – e de fato perdeu. O resultado é que a Alemanha vai ter eleições
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    gerais antecipadas em fevereiro de  2025, seis meses antes do previsto.
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    Se soma à crise um outro problema político  grave: a fragmentação do eleitorado,
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    com apoio a cada vez mais partidos, que têm  dificuldade em chegar a acordos no Parlamento.
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    Um desses partidos, por sinal, é o AfD, de  direita radical, que tem abocanhado apoio
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    popular com uma retórica anti-imigração. Bom, tendo dito tudo isso, a Alemanha ainda
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    é uma das economias mais pujantes do mundo.  Existe uma discussão grande sobre o papel dos
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    fatores cíclicos e estruturais na crise e o que  isso significa pro futuro do país. E enquanto
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    muitos economistas estão preocupados, outros dizem  que o país já mostrou, ao longo da sua história,
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    que consegue se reinventar e se recuperar. Eu fico por aqui. Mas dá uma olhada na
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    nossa cobertura completa de temas  internacionais em bbcbrasil.com,
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