Comunidades camponesas: modernização e sublevação no Peru (Aula 6, parte 3)

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https://www.youtube.com/watch?v=C4l6upHOx-c

Sintesi

TLDRO vídeo explora a história do tributo indígena no Peru após a independência, destacando sua importância para a sobrevivência do estado. Simón Bolívar restabeleceu o tributo em 1826, mudando seu nome para 'contribuição pessoal', que recaía sobre os indígenas individualmente. A análise inclui a luta pela modernização e a integração dos indígenas na sociedade, além das crises econômicas que levaram à reinstauração do tributo em 1876. A perspectiva de Carlos Mariátegui é abordada, enfatizando a dinâmica entre a costa e a serra no Peru e como isso afetou as comunidades indígenas.

Punti di forza

  • 💰 O tributo indígena era vital para a sobrevivência do estado peruano.
  • 📅 Restabelecido em 1826, o tributo passou a ser individual.
  • 📉 A contribuição pessoal vigorou até 1854, sendo abolida em períodos de crescimento econômico.
  • 🌍 A economia peruana se integrou ao mercado internacional, especialmente com o salitre.
  • 📖 Mariátegui analisou a dinâmica entre a costa e a serra no Peru.
  • 🏛️ O gamonalismo representava o poder dos grandes proprietários sobre os indígenas.
  • 🔄 O 'enganche' minou a vida comunitária dos indígenas, mas permitiu a produção para o mercado interno.

Linea temporale

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    O estado peruano, após a independência, enfrentou dificuldades financeiras, levando Simón Bolívar a restabelecer o tributo indígena em 1826. O tributo, que antes era coletivo, passou a ser individual, refletindo uma tentativa de integrar os indígenas à nação como indivíduos modernos, mas a cobrança ainda dependia das comunidades para recursos. A contribuição pessoal vigorou até 1854, quando foi suspensa devido a um crescimento econômico impulsionado pela exploração do salitre, permitindo a abolição do tributo indígena e da escravidão.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    Com o crescimento econômico, o presidente Ramón Castillo aboliu a contribuição pessoal, mas a crise econômica de 1876 levou à reintrodução do tributo indígena e do serviço à república, que exigia trabalho forçado dos indígenas para o estado. Essa dinâmica refletia a luta do estado peruano para se modernizar, mas a realidade era que os poderosos locais exploravam os indígenas para seus próprios interesses, evidenciando a fragilidade do projeto liberal.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A história do tributo indígena culminou em 1895, quando foi finalmente abolido, mas a questão indígena permaneceu sem solução. A historiografia peruana, influenciada por Carlos Mariátegui, analisa a relação entre a modernização na costa e a estagnação na serra, onde os gamonais, grandes proprietários de terra, exploravam os indígenas, perpetuando desigualdades e impedindo a formação de instituições públicas que representassem a maioria.

  • 00:15:00 - 00:24:34

    Estudos recentes, como os de Nelson Manrique e Florencia Mallon, questionam a narrativa de que o capitalismo se desenvolveu apenas na costa, mostrando que na serra central houve uma dinâmica capitalista voltada para o mercado interno, onde as comunidades indígenas ainda existiam, embora sob pressão. O sistema de enganche, que permitia a exploração dos indígenas, introduziu novas dinâmicas que minaram a vida comunitária, mas não destruíram completamente as comunidades indígenas.

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Video Domande e Risposte

  • Qual foi a importância do tributo indígena para o estado peruano?

    O tributo indígena era uma fonte tributária relevante para a sobrevivência financeira do estado peruano após a independência.

  • Quando o tributo indígena foi restabelecido?

    O tributo indígena foi restabelecido em 1826 por Simón Bolívar.

  • O que mudou no pagamento do tributo indígena após 1826?

    O tributo passou a ser chamado de 'contribuição pessoal', recaindo individualmente sobre os indígenas em vez de ser pago pela comunidade.

  • Quando o tributo indígena foi abolido definitivamente?

    O tributo indígena foi abolido definitivamente em 1895.

  • Qual foi a visão de Carlos Mariátegui sobre a história peruana?

    Mariátegui propôs uma análise da história peruana focando na dinâmica entre a costa, que representava modernização, e a serra, que simbolizava o atraso.

  • O que é o conceito de 'gamonalismo' mencionado no vídeo?

    Gamonalismo refere-se ao poder dos grandes proprietários de terra que exploravam a mão de obra indígena e controlavam as instituições públicas.

  • Como a economia peruana se relacionou com o mercado internacional?

    A economia peruana se tornou um fornecedor de matérias-primas, como o salitre, para o mercado internacional, especialmente durante o século 19.

  • O que foi o 'enganche' mencionado no vídeo?

    O 'enganche' foi um sistema que permitiu a produção voltada para o mercado interno, mas que também minou a vida comunitária dos indígenas.

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    e no entanto e aí que nós vamos entrar
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    em algo que que marca está em fase nas
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    impossibilidades das dificuldades que o
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    estado peruano vive a partir da sua
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    independência simón bolívar percebe que
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    o estado não poderia sobreviver
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    financeiramente sem o tributo indígena
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    o tributo indígena era uma fonte
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    tributária relevante para esse estado
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    tobi para esse estado desorganizado após
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    anos de guerra de emancipação e já no
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    ano seguinte o ano de 1826 ele
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    restabelece o tributo indígenas no peru
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    ou seja o projeto liberal não se
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    sustenta à luz da precariedade
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    financeira material do estado peruano e
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    o tributo indígena portanto é
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    restabelecido
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    ele não chama mais tributa indígenas a
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    partir desse momento de 1826
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    ele passa a questionar contribuição
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    pessoal mas a contribuição pessoal era
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    também algo que recaía sobre as
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    populações indígenas
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    o termo pessoal não é gratuito ele é
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    revelador da mesma coisa que os liberais
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    quiseram fazer no méxico simón bolívar
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    proclama o fim da posse comunitária da
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    terra às comunidades indígenas não
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    deveriam mais existe como comunidades as
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    terras deveriam ser divididas em lotes
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    individuais e é por isso que o tribos
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    indígenas que antes era pago pela
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    comunidade conjuntamente
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    ou seja a comunidade tinha formas de
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    produzir fosse em bens primários fosse
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    com recursos monetários o pagamento
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    desse tributo indígena e no entanto
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    agora individualmente os índios teriam
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    porque já como comunidades não existindo
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    ponto de vista jurídico simón bolívar
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    também defende que o índio só poderia
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    ser integrado à nação se ele deixasse de
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    viver num corpo a parte e se ele pudesse
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    se integrar à nação como indivíduo
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    moderno o que supunha por um lado a
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    cidadania e supunha por outro lado essa
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    dimensão capitalista de um indivíduo
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    vinculado ao mercado então a mesma
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    lógica que se coloca para o méxico é
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    posta em prática pelo simbolismo no peru
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    já o san martín anuncia
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    muitas dessas coisas senão bolívia
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    corrobora e esse indivíduo agora paga a
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    sua contribuição pessoal
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    a cobrança já não depende da comunidade
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    ela depende do indivíduo e no entanto na
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    prática essas coisas assim como no
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    méxico em algumas regiões não mudam de
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    uma hora pra outra ou seja também aqui
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    as comunidades sobrevivem às comunidades
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    não têm as velhas dinâmicas comunitárias
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    ainda que nesta interface com o estado
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    certas coisas tivessem que ser ajustadas
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    por exemplo a forma de pagar o imposto
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    mas ainda é a comunidade que de alguma
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    maneira prover os recursos para o
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    pagamento dessa contribuição pessoal
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    a contribuição pessoal no peru vigorou
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    até o ano de 1854 e no ano de 1854 ela
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    voltou ela ela voltou a ser suspensa
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    voltou a ser anulada e ela voltou a ser
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    anulada como fizeram um sapatinho simón
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    bolívar no pódio
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    tendência porque no ano de 1854 pela
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    primeira vez desde a independência do
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    peru viveu um período de doença
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    econômica e essa bonança econômica foi
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    resultado da exploração do chamado do
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    ano e depois do salitre que se encontra
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    razão na costa do peru no litoral do
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    oceano pacífico e que como vocês sabem
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    nada mais era do que esses sedimentos de
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    excrementos de aves marinhas que podiam
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    ser aproveitados como certza antes
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    agrícolas e na europa em plena revolução
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    industrial no século 19 reduzindo as
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    suas superfícies agriculturáveis o
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    goiano e o salitre tinham um potencial
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    extraordinário então se abre na europa e
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    aí aquela ideia portanto de uma
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    vinculação do peru ao mercado
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    internacional de trabalho como um
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    fornecedor de matéria prima são ano e
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    salitre atrás é dessa economia
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    exportadora quem alavancam um
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    crescimento econômico no peru no governo
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    do presidente ramón castillo que também
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    tinha perspectivas liberais que também
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    partilhavam projeto modernizador para o
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    peru e ramon bastilha então pode abrir
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    mão dessa contribuição pessoal porque
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    existiam outras fontes de receita e é
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    dessa forma que o tributo indígena volta
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    ser abolido assim como a escravidão à
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    escravidão de origem africana foi
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    definitivamente abolida no peru no ano
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    de 1854 todas aquelas leis que impediam
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    a emergência de uma sociedade que
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    pudesse se enquadrar no princípio da
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    cidadania universal todos são cidadãos
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    com os mesmos direitos com os mesmos
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    deveres
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    é isso que consegue
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    no papel implementar nesse momento de
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    crescimento da economia peruana em
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    função da exportação do ano e do site
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    então ele adora escravidão e acaba com o
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    tributo indígena também vai proibir a
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    nita e no entanto alguns anos depois o
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    peru entrou em um novo momento de crise
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    econômica em 1876 a contribuição pessoal
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    volta a ser instituída no peru
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    ou seja 1876 e 886 a contribuição volta
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    a ser estabelecida no peru como uma
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    forma do estado angariar receita
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    a principal razão era a pobreza do
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    estado então ele dá um passo atrás nesse
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    projeto de incorporação dos índios a uma
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    ordem liberal e restabelece a cobrança
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    do antigo tributo indígena e da mesma
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    forma a nita volta a vicejar com o nome
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    de serviço à república um serviço a
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    república era um novo nome para a mesma
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    coisa com certeza os índios ficavam
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    obrigados a prestar serviços durante um
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    certo número de dias por ano uma certa
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    estação do ano para a república para o
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    estado
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    muitas vezes esse serviço era de
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    construção de estradas e isso é muito
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    comum construção de estradas e
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    construção de de pontes porque com essa
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    presença das cordilheiras o problema dos
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    caminhos no peru era um problema sério
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    então o estado mobiliza essa mão de obra
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    para a construção de caminhos
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    teoricamente um serviço à república
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    deveria ser prestado ao estado
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    na prática os poderosos locais os
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    grandes fazendeiros os donos de
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    mineração muitas vezes se valeram do
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    serviço a república
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    era para preencher necessidades próprias
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    de mão de obra
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    então esses índios às vezes eram
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    recrutados através de uma de um
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    princípio político público para prestar
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    serviços a mãos privadas a interesses
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    privados ou seja a questão da reforma
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    liberal no peru
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    é uma questão de um projeto que se
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    anuncia muito precocemente com a
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    proclamação da independência os liberais
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    estão no poder
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    diferente do méxico em que aquela
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    disputa se arrasta por muito tempo estão
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    no poder têm clareza de que a criação de
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    uma nova ordem passava por aqui passava
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    pela incorporação do índio em novos
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    termos a nação à sociedade ao estado e
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    no entanto o estado volta atrás porque
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    não tem força para levar isso adiante e
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    ao mesmo tempo esses homens poderosos
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    dos cinco anos do peru se beneficiam
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    dessas prerrogativas jurídicas para
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    muitas vezes atender a necessidades
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    próprias
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    esse vaivém atravessam século 19 é
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    apenas no finalzinho do século ano de
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    1895 que o tributo indígena acaba sendo
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    anulado de uma vez por todas na história
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    do peru
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    o que não significa que a questão do
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    índio tenha se resolvido nesse momento
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    vou falar um pouco disso mas o tributo
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    enquanto um tributo especial para os
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    índios deixa de existir em 1995
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    bom o que dizer sobre a questão das
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    dinâmicas que vão formando esse estado
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    nacional peruano no século 19 e de como
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    os índios vão se entrelaçando com essas
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    medidas que têm um horizonte liberal
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    mais um horizonte liberal que não
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    consegue se afirmar que sucumbe
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    há uma série de pressões particulares a
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    interesses privados a um estado que ele
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    próprio muitas vezes recua
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    afinal de contas de que forma isso se
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    coloca na história peruana do século 19
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    se nós formos trabalhar com uma
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    historiografia mais clássica e marxista
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    e para isso há grande matriz é uma ea
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    seguir com seca carlos mariátegui esse
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    autor que foi também o fundador do
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    partido socialista no peru no início da
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    década de 1920 e que escreveu textos de
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    interpretação sobre história peruana
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    sendo que o mais conhecido e mais ensino
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    teve maior alcance
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    nesse sentido das coisas que ele
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    publicou foi esse livro chamado sete
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    ensaios sobre a realidade peruana um
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    livro publicado no ano de 1800 1900
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    já no século 20 anos de 1928 então
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    mariátegui escreve lá uma obra sete
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    ensaios sobre a realidade peruana que
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    tem um impacto tremendo sobre tudo o que
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    se escreveu depois a respeito da
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    história do peru então os marxistas no
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    peru nos anos 60 nos anos 70
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    sempre se guiaram muito por uma matriz
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    interpretativa que havia sido
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    cristalizada pelo mariachi e o que
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    propõe o mariachi que em termos gerais
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    poderia que dar um curso inteiro somente
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    sobre mariátegui uma figura interessante
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    ousada que questionou os dogmas do
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    marxismo na sua época rompeu com a
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    rússia com o modelo de socialismo na
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    rússia escolheu um caminho próprio para
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    o socialismo no peru enfim uma figura de
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    uma inquietação muito grande e que
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    apresenta a seguinte chave para se
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    pensar a história peruana para o mar e
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    ar teria a costa
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    ou seja o litoral do oceano pacífico
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    foi a região onde a modernização se
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    manifestou no peru foi a região do ano
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    foi a região do salitre foi a região da
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    cidade de lima foi a região de forças
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    que se abriram para um desenvolvimento
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    capitalista com todas as suas mazelas
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    distorções as formas de dominação da mão
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    de obra e 77 a mais acosta representava
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    uma face modernizadora do peru ao passo
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    que a serra a serra representava o
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    avesso a modernização representava o
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    atraso representava essa estagnação
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    representava a continuidade em relação
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    ao mundo colonial e para tratar da serra
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    o mariátegui com um conceito que o
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    conceito de gagá monalisa mesmo enganar
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    'lista seria aqui falando de uma forma
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    bem geral o que nós chamamos de
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    coronelismo se aproxima daquilo que nós
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    vimos em relação aos federalistas na
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    argentina e que os unitários e liberais
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    diziam aqueles federalistas que vivem
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    sem lei que exploram a mão de obra que
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    que vivem que resolvem tudo na base da
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    força enfim esse paralelo com o mundo
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    rural é claro que nós depois
  • 00:14:32
    selecionamos essas leituras em relação
  • 00:14:35
    os federalistas né com base na no livro
  • 00:14:38
    da noite gol de manu e ricardo salvatore
  • 00:14:40
    mas enfim a idéia do jornalismo é que eu
  • 00:14:43
    quero chegar é a ideia desse mundo rural
  • 00:14:46
    em 20 grandes proprietários de terra
  • 00:14:50
    gozavam de enorme poder enorme poder
  • 00:14:54
    econômico enorme poder político e
  • 00:14:59
    subordinavam aos seus interesses
  • 00:15:01
    pessoais as instituições públicas
  • 00:15:04
    as instituições estatais não havia
  • 00:15:08
    possibilidade nesse mundo do gamonal de
  • 00:15:11
    existirem instituições impessoais que
  • 00:15:15
    representassem os interesses da maioria
  • 00:15:17
    não o poder é exercido de uma forma
  • 00:15:20
    terça
  • 00:15:21
    na lista e os índios estariam
  • 00:15:23
    completamente à mercê dos gamonal leis
  • 00:15:27
    em espanhol o termo em espanhol então o
  • 00:15:31
    canal os gamonal extinção esses grandes
  • 00:15:35
    proprietários de terra que tomavam
  • 00:15:38
    terras das comunidades porque nos andes
  • 00:15:41
    havia a comunidades indígenas mais os
  • 00:15:44
    gaboneses escolhia vão essas terras para
  • 00:15:46
    aumentar as suas propriedades e essa
  • 00:15:50
    espoliação de terras indígenas era muito
  • 00:15:52
    foi uma espoliação que ficava
  • 00:15:54
    completamente impune
  • 00:15:56
    os jornais simplesmente avançavam sobre
  • 00:15:59
    as terras indígenas e daí passavam a se
  • 00:16:02
    beneficiar da mão de obra indígena em
  • 00:16:05
    termos de relações de poder muito
  • 00:16:07
    assimétricas entre os índios não tinham
  • 00:16:09
    liberdade
  • 00:16:11
    esses índios eram obrigados a trabalhar
  • 00:16:13
    nas piores condições e muitas vezes
  • 00:16:16
    coagidos a um trabalho por outras
  • 00:16:19
    estratégias que não simplesmente a
  • 00:16:21
    questão do salário então um mundo do
  • 00:16:24
    gamonal é um mundo em que as relações
  • 00:16:26
    modernas de trabalho de forma alguma
  • 00:16:29
    estavam colocadas e os índios
  • 00:16:32
    teoricamente ainda camponeses dispondo
  • 00:16:36
    de terra própria foram sendo
  • 00:16:39
    incorporados foram sendo varridos pra
  • 00:16:42
    essa dinâmica de expansão das fazendas
  • 00:16:46
    chamados gamonal essas fazendas eram
  • 00:16:50
    fazendas próspera 'snow leitura do
  • 00:16:52
    mariatu especialmente no sul dos andes
  • 00:16:56
    na região sul dos andes a serra sul como
  • 00:17:00
    chamam os peruanos se era sua onde se
  • 00:17:05
    desenvolveu uma economia de exportação
  • 00:17:07
    de exportação de lã exportação de lá com
  • 00:17:10
    base claro na criação de ovelhas
  • 00:17:13
    então essas fazendas encontraram também
  • 00:17:15
    um mercado na europa para exportar sua
  • 00:17:19
    lã e precisavam de mais terra para criar
  • 00:17:22
    mais ovelhas é a tal da produção
  • 00:17:25
    extensiva e não intensiva uma discussão
  • 00:17:28
    se faz muito em relação ao brasil
  • 00:17:30
    as fazendas como não investem na
  • 00:17:32
    qualidade precisão
  • 00:17:34
    o espaço de mais terra e isso
  • 00:17:37
    significava que as terras indígenas
  • 00:17:40
    fossem sendo engolidas
  • 00:17:42
    então para mariátegui a história do peru
  • 00:17:45
    era uma história que eu não vou me
  • 00:17:46
    estender aqui o livro é mais complexo do
  • 00:17:48
    que isso é claro mas que respondia a
  • 00:17:51
    essa dinâmica entre costa e serra entre
  • 00:17:55
    o moderno e o tradicional o arcaico eo
  • 00:18:00
    arcaico associado ao jornalismo muito
  • 00:18:04
    bem essa leitura do mariátegui tem sido
  • 00:18:07
    batizada nas últimas décadas por alguns
  • 00:18:11
    autores e eu destaco aqui dois autores
  • 00:18:14
    que muito me agradam as que são estudos
  • 00:18:17
    muito sugestivos muito bem fundamentados
  • 00:18:21
    e fica aqui então a sugestão para vocês
  • 00:18:24
    um deles o nelson manrique mercado
  • 00:18:26
    interno e região a serra central 1820 a
  • 00:18:31
    1930 e dá florencia mallon de diferenças
  • 00:18:35
    community in pelos saints o raylan
  • 00:18:38
    despedem se jogou em capital estrangeiro
  • 00:18:40
    ou seja a defesa da comunidade nas
  • 00:18:45
    terras altas do peru conflito camponês
  • 00:18:49
    né conflito camponês e transição para o
  • 00:18:54
    capitalismo entre 1861 e 1941 pensando
  • 00:19:00
    desse século 19 antes um pouco mais
  • 00:19:02
    tardiamente na passagem para o século 20
  • 00:19:06
    o que propõe esses dois autores
  • 00:19:10
    a preocupação deles está a analisar o
  • 00:19:13
    seguinte se o estado peruano ao estado
  • 00:19:16
    que notoriamente no século 19 tem essa
  • 00:19:18
    história oscilante momento de boom da
  • 00:19:22
    economia mas depois volta à pobreza
  • 00:19:23
    depois vem a guerra do pacífico não
  • 00:19:26
    tinha mencionado isso a vocês numa aula
  • 00:19:29
    anterior
  • 00:19:30
    em 1889 o peru mergulha na chamada
  • 00:19:33
    guerra do pacífico perde a guerra para o
  • 00:19:36
    xing e perde inclusive porções de
  • 00:19:40
    território para o shin no final dessa
  • 00:19:42
    guerra em meados da década de 1880 então
  • 00:19:45
    a história do peru é uma
  • 00:19:48
    ora em si esses momentos de crise de
  • 00:19:51
    pobreza de fraqueza do estado são
  • 00:19:54
    recorrentes
  • 00:19:55
    sabendo-se disso podemos pensar a
  • 00:19:59
    história desses camponeses nos andes
  • 00:20:02
    peruanos por uma chave que é o do
  • 00:20:05
    desenvolvimento a do desenvolvimento
  • 00:20:07
    capitalista no estado oscila e o
  • 00:20:11
    capitalismo está encontrando uma
  • 00:20:13
    dinâmica própria e ao se fazer essa
  • 00:20:16
    pergunta eles olham pro mariátegui pra
  • 00:20:20
    questionar a seguinte tese o capitalismo
  • 00:20:23
    foi algo que só se colocou efetivamente
  • 00:20:26
    na costa
  • 00:20:28
    o que é este capitalismo nos andes o que
  • 00:20:30
    é esse mundo dos a mona lisa e sim do
  • 00:20:32
    arcaico e quais são as relativizações
  • 00:20:36
    que devem ser feitas para se compreender
  • 00:20:39
    melhor a história dos anjos e não
  • 00:20:41
    simplesmente colocá la como lugar do
  • 00:20:44
    arcaísmo e ponto final
  • 00:20:45
    e ao fazerem isso a proposta vou começar
  • 00:20:49
    pelo nelson manrique que houve
  • 00:20:53
    especificidades nas dinâmicas de
  • 00:20:55
    modernização econômica nos andes
  • 00:20:58
    peruanos no século 19
  • 00:21:00
    houve no sul de fato uma tendência que
  • 00:21:04
    ele não vai chamar de gamonal de galo na
  • 00:21:06
    'lista porque para munique
  • 00:21:08
    esse pacote do gamonal é um pacote que
  • 00:21:11
    acaba em correndo e generalizações acaba
  • 00:21:14
    incorrendo em análises às vezes
  • 00:21:17
    caricaturais que não ajudam a
  • 00:21:19
    compreensão então mais de fato no sul
  • 00:21:22
    dos andes peruanos teria havido uma
  • 00:21:25
    tendência grande propriedade baseada na
  • 00:21:28
    criação de ovelhas para voltada para o
  • 00:21:30
    mercado externo e isso não deu muito
  • 00:21:32
    espaço para as comunidades indígenas
  • 00:21:35
    resistirem
  • 00:21:36
    elas foram de fato sendo desestruturada
  • 00:21:39
    e sucumbindo às grandes propriedades mas
  • 00:21:44
    vai dizer o nelson manrique na região
  • 00:21:48
    central dos andes peruanos
  • 00:21:50
    a história foi outra e uma rica e vai
  • 00:21:53
    falar por exemplo da região de pasco a
  • 00:21:57
    região lá onde bolívar a los angeles e
  • 00:22:00
    chegou
  • 00:22:01
    o exército para retomar a luta contra as
  • 00:22:04
    tropas realizam na região de tasco por
  • 00:22:07
    exemplo mas em toda a região central dos
  • 00:22:10
    andes é o que ele chama de serra central
  • 00:22:12
    em toda essa região
  • 00:22:15
    a produção se deu sim voltada para o
  • 00:22:19
    mercado uma produção que portanto tinha
  • 00:22:21
    uma dinâmica capitalista mas era uma
  • 00:22:26
    produção voltada ao mercado interno e as
  • 00:22:29
    propriedades que existiam nas eras
  • 00:22:32
    entraram eram propriedades não muito
  • 00:22:34
    poderosa e propriedades que auferiam
  • 00:22:38
    algum golo vendendo para o mercado
  • 00:22:41
    interno abastecendo os centros onde se
  • 00:22:44
    comercializavam gêneros alimentícios e
  • 00:22:47
    etecétera dentro do útero e nesse
  • 00:22:50
    sentido essas propriedades foram
  • 00:22:53
    trazendo o capitalismo para a região da
  • 00:22:55
    serra centrais mas negociando com as
  • 00:23:00
    comunidades indígenas ela não tiveram
  • 00:23:02
    força para acabar com essas comunidades
  • 00:23:04
    indígenas negociando incentivo por
  • 00:23:09
    fazendeiros os pequenos fazendeiros da
  • 00:23:11
    terra centrais precisavam dos índios
  • 00:23:14
    como mão de obra
  • 00:23:15
    mas esses índios eram autônomos eles não
  • 00:23:17
    estavam que eles comiam então os a
  • 00:23:20
    vender os recorre a um sistema chamado
  • 00:23:23
    de enche vou escrever aqui também termo
  • 00:23:27
    em espanhol não é o termo usado pela
  • 00:23:29
    bibliografia em espanhol mas o enganche
  • 00:23:31
    vem dançar e o enganche teria tido um
  • 00:23:36
    papel no século 19 segundo manrich e
  • 00:23:40
    depois já vou entrar na florencia malu
  • 00:23:42
    vai na mesma linha e foi um papel de
  • 00:23:45
    viabilizar essa produção para o mercado
  • 00:23:47
    interno porque os índios trabalhavam
  • 00:23:49
    para os fazendeiros ea produção
  • 00:23:51
    acontecia e e se essas trocas mercantis
  • 00:23:55
    portanto se realizavam mas por outro
  • 00:23:59
    lado um enganche foi aos poucos minando
  • 00:24:03
    a vida dos pedros a estrutura
  • 00:24:06
    tradicional dos povos
  • 00:24:07
    o enganche por um lado representou uma
  • 00:24:10
    forma que não destruí los
  • 00:24:11
    os poemas como aconteceu no sul do am
  • 00:24:14
    na região claro o sul dos andes peruanos
  • 00:24:17
    mas por outro lado o enganche foi
  • 00:24:21
    introduzindo novas dinâmicas que foram
  • 00:24:23
    minando essa vida comunitária dos índios
  • 00:24:27
    [Música]
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