00:00:00
o Brasil está em disputa tá mas não
00:00:03
pelas siglas partidárias ou pelas
00:00:05
pessoas que disputa as eleições o Brasil
00:00:08
está em disputa há bastante tempo entre
00:00:11
os interesses dos trabalhadores e
00:00:13
interesses do grande capital
00:00:15
[Música]
00:00:30
seja quem está nessa disputa a
00:00:34
resposta mais imediata
00:00:37
aparente e portanto duvidoso é aquela
00:00:40
que imagina que tem tá disputando o
00:00:42
Brasil São sérios candidatos ao no
00:00:44
máximo certos partidos mas a disputa que
00:00:48
marca o Brasil é muito mais profundo e
00:00:50
vende muito mais longe do que a gente
00:00:52
pode ver na conjuntura específica dessas
00:00:56
eleições né é quando nós e da nossa
00:01:01
formação social caracterizamos o Brasil
00:01:03
e seus problemas fica evidente que há
00:01:07
uma disputa entre projetos societários
00:01:09
do Brasil né e o risco é que uma das das
00:01:14
Vertentes dessa disputa aquela que nos
00:01:16
interessa mais diretamente os
00:01:18
trabalhadores os trabalhadores a maioria
00:01:20
do povo brasileiro pode estar fora da
00:01:23
disputa uma vez que aqueles que
00:01:27
constroem suas representações políticas
00:01:29
podem ter chegado num acordo em que ias
00:01:33
a demanda dessa setores acaba ficando no
00:01:36
mínimo muito relativizada não é E aí tem
00:01:40
pouca disputa
00:01:42
concordando com a linha de aproximação
00:01:44
do Caio Prado Júnior no seu famoso livro
00:01:46
revolução brasileira as questões que
00:01:50
marcam um programa tem que derivada
00:01:52
análise da realidade né Essa nós na
00:01:55
realidade que produz demandas
00:01:57
contradições
00:02:00
se encontram Barreiras para sua
00:02:02
realização por quê que esse aproximação
00:02:05
nos parece importante porque aí nós
00:02:07
vamos ver a natureza Essas barreiras né
00:02:09
não são Barreiras físicas são interesses
00:02:12
políticos em jogo em disputa é
00:02:15
resumidamente nós compreendemos o Brasil
00:02:19
como uma formação social caracterizada
00:02:22
hoje por três grandes crises né três
00:02:26
grandes crises ou para ser mais preciso
00:02:29
três complexos de contradições que
00:02:33
combinados não é produzem aquilo que é a
00:02:37
crise Brasileira hoje e portanto a
00:02:40
necessidade de posicionarmos de um lado
00:02:43
ou de outro entre os interesses que se
00:02:46
chocam nesse sistema de contradições
00:02:49
essas três crises
00:02:52
essenciais estão na base de tudo aquilo
00:02:54
que a gente vê nas chamadas propostas
00:02:57
para o Brasil é muito fácil né de certa
00:03:01
maneira listarmos propostas né Nós temos
00:03:04
propostas para educação para saúde para
00:03:07
economia para a questão agrária para a
00:03:10
questão do enfrentamento das
00:03:12
desigualdades para pobreza né Nós te é
00:03:15
aquele que se materializam um programa
00:03:18
sobre a questão do emprego na questão da
00:03:21
Ciência da tecnologia né Nós temos
00:03:24
aquilo que não costuma apresentar-se
00:03:27
como programas mas essa na verdade é uma
00:03:29
lista de demandas elas não são na
00:03:32
verdade
00:03:33
programáticas porque elas não
00:03:35
identificam os problemas e a partir das
00:03:39
identificação dos problemas
00:03:40
percebe com quem esses problemas estão
00:03:44
se confrontando e portanto isso deriva
00:03:47
daí a natureza de um programa não é isso
00:03:50
não parece que são problemas é quase que
00:03:52
naturais né Ah uns emprego Então temos
00:03:55
propostas para qualificar a força
00:03:58
trabalho ela tem problema de preços lá
00:04:00
então temos propostas para aumentar a
00:04:02
produtividade no campo tem problema do
00:04:04
preço da gasolina Vamos mudar o cálculo
00:04:06
do preço da gasolina é só na programa é
00:04:09
isso é uma enxurrada e de medidas
00:04:13
Provisórias de medidas e
00:04:16
quando nós descemos na análise dos
00:04:18
complexos reais de problemas no Brasil
00:04:20
nós chegamos portanto a três crises
00:04:22
resumidamente Você tem uma crise da
00:04:26
economia capitalista da economia
00:04:27
capitalista industrial Urbana
00:04:30
não é
00:04:31
não só das fábricas mas dela atenção
00:04:36
nasce e se estrutura a partir da
00:04:38
produção da mercadoria do setor Fabril e
00:04:42
que se alastram com o setor de serviço
00:04:43
se alastrou para a infraestrutura se ela
00:04:47
é própria outro segmento Mas essa é uma
00:04:50
conhecida e estudada por nós crise da
00:04:53
mudança do padrão de acumulação não é da
00:04:56
transição conturbada do padrão fordista
00:04:59
para novos padrões chamados de flexíveis
00:05:03
não é como estudo o professor e
00:05:05
companheiro Ricardo Antunes é isso
00:05:08
produz uma crise né porque naquele que
00:05:12
nos interessa diretamente são métodos de
00:05:15
intensificar a infração de valor
00:05:18
poupando força de trabalho de maneira
00:05:20
que o capital precisa explorar um
00:05:24
conjunto de trabalhadores para dar
00:05:26
extrair o valor é disso que se trata o
00:05:28
capitalismo isso não mudou É mas o
00:05:31
universo dessa exploração se reduz ao
00:05:35
mesmo tempo que se espalha pelo conjunto
00:05:39
do país de outro segmento e mesmo do
00:05:41
mundo não é fazendo com que parte da
00:05:45
população que sempre foi uma
00:05:47
característica do modo de produção
00:05:48
capitalista fique fora da exploração
00:05:51
Direta do valor né seja na nos essa no
00:05:55
estado de reserva seja numa enorme e
00:05:58
superpopulação relativa absorvida por
00:06:00
outras postos na divisão social do
00:06:03
trabalho ou mesmo sobrando disso naquilo
00:06:07
que são enormes franjas da população que
00:06:11
tem que garantir sua sobrevivência por
00:06:13
experientes por trabalhos temporários
00:06:15
por trabalhos informais né quando não
00:06:18
absorvidos pela economia política do do
00:06:22
Crime Organizado né Eu me refiro aquele
00:06:26
comandado por altos Cargos da nossa
00:06:28
sociedade do nosso governo
00:06:30
e também das organizações criminosas
00:06:32
como tráfico como outras coisas né é
00:06:37
essa crise Industrial é muito sério e
00:06:40
produz um impacto muito grande sobre a
00:06:43
classe trabalhadora
00:06:44
fragmentando a classe precarizando as
00:06:47
condições trabalho naquilo que também o
00:06:49
Ricardo Antonio assim como Ruy Braga tem
00:06:52
estudado uma segunda crise que se soma é
00:06:56
essa é a crise agrária no Brasil um país
00:06:59
que traz em si uma marca muito profunda
00:07:03
e Histórica de uma estrutura agrária
00:07:06
extremamente perversos perversa porque
00:07:08
concentra terras né é
00:07:13
determinada no primeiro momento pela
00:07:15
formação de uma estrutura latifundiária
00:07:17
voltada à exportação né mas isso mudou
00:07:20
mudou durante o período histórico da
00:07:24
ditadura e mais intensamente no período
00:07:27
de democratização onde você tem Qual é a
00:07:31
formação do eufemisticamente chamado
00:07:33
agronegócio que nada mais é do que o
00:07:35
crescimento das relações capitalistas no
00:07:37
campo comandada por grandes monopólios
00:07:40
quer dizer a terra Deixa de ser né É
00:07:45
apenas reserva de valor não não
00:07:47
desaparece essa função mas ela também é
00:07:50
tomada diretamente por atividades
00:07:52
econômicas ainda voltada pela produção
00:07:55
de commodities para exportação mas agora
00:07:59
a partir de uma capitalização intensa
00:08:02
isso tem dois efeitos imediatos que
00:08:05
constitui a crise agrária
00:08:07
intensifica sobremaneira a
00:08:11
concentração de terras né e portanto a
00:08:15
expropriação continuada da população do
00:08:19
campo não é Então veja é antigamente não
00:08:24
há tempos atrás a gente via a questão
00:08:26
agrária com uma concentração
00:08:27
latifundiária formação de um excedente
00:08:29
populacional a linha para Cidade
00:08:31
favorecendo portanto a formação de um
00:08:34
proletariado que nada mais tinha para
00:08:36
vender não ser sua força trabalho né E
00:08:38
que portanto tinha funcionalmente
00:08:41
articulado com o desenvolvimento
00:08:43
industrial agora nós temos duas dois
00:08:46
processos de acumulação capitalista no
00:08:48
campo e na cidade que produzem uma
00:08:50
expropriação mas propriação ato antigo
00:08:54
lá que agora pela ser efeitos ela é
00:08:56
continuar gerando continuidade desse
00:08:59
procriações no campo e na cidade que
00:09:02
somadas produzem a crise Urbana fazer o
00:09:06
quê que é na verdade a crise Urbana a
00:09:08
crise Urbana não é uma crise de
00:09:10
crescimento a crise Urbano é uma crise
00:09:12
de gestão né é uma crise para eleger um
00:09:16
prefeito com capacidade mental ou um
00:09:19
governador que pense na cidade de forma
00:09:22
inteligente né com esses mitos
00:09:24
ideológicos de cidade inteligente
00:09:26
cidades sustentáveis entre tal a crise
00:09:29
urbana é e esse modelo econômico né
00:09:33
fundado nessa
00:09:36
complementariedade de uma estrutura
00:09:38
agrária uma estrutura Industrial faliu
00:09:40
faliu Esse é o modelo que foi tocado nas
00:09:44
suas na sua forma mais definitiva lá
00:09:46
pelos anos 50 né E que já durante os
00:09:49
anos 50 quebrou só foi garantido
00:09:52
autoritariamente pela ditadura que o
00:09:54
reforçou que o intensificou para
00:09:57
estourar a crise nos anos 70 que também
00:10:00
é que foi reforçada para estourar a
00:10:03
crise nas décadas seguintes e que agora
00:10:06
chega num ponto de do Ápice dessa
00:10:09
contradição porque essas duas crises
00:10:11
produção a crise urbana porque tá
00:10:13
constante expropriação no campo EA
00:10:16
intensificação da expropriação na cidade
00:10:19
fórum espaço urbano que Como dizia o
00:10:22
effeve se a cidade é a cidade do Capital
00:10:26
nesse momento a cidade a cidade da crise
00:10:29
do capital e o ar constantes procriação
00:10:33
no campo em uma indústria se traduz né
00:10:37
nessa ânsia de mercantilização na
00:10:41
mercantilização da cidade para Que ela
00:10:43
possa oferecer novos vieses de
00:10:46
acumulação de Capital né então a gente
00:10:49
pode chamar de gentrificação mas na
00:10:51
verdade o que é isso é pegar territórios
00:10:54
antes usados como valores de uso por
00:10:56
exemplo moradia esse propria que eles
00:11:00
que se servem do território para isso
00:11:02
para colocar lá e Empreendimentos que
00:11:05
transformam a terra à moradia os
00:11:08
serviços em mercadorias a serem vendidas
00:11:11
e compradas e portanto permitir a
00:11:14
circulação do Capital né ainda que essas
00:11:17
populações que dali se serviu sejam cada
00:11:20
vez mais expropriados para situação cada
00:11:23
vez mais absurdas gerando populações
00:11:27
flutuantes né Sem moradia sem acesso a
00:11:30
bem é isso quando não não crescente como
00:11:33
agora se demonstra é da intensificação
00:11:36
das populações em situação de rua não é
00:11:40
que vão ser enfrentados pela polícia
00:11:42
enfrentados por políticas de de
00:11:45
afastamento de repressão como no caso
00:11:48
das regiões ali da Cracolândia no Estado
00:11:51
de São Paulo ou nas famosas limpezas que
00:11:56
ocorreram historicamente no Rio de
00:11:57
Janeiro do centro interior da Lagoa
00:12:00
Rodrigo de Freitas e agora da Barra indo
00:12:03
cada vez mais né quer dizer as
00:12:06
informações não podem simplesmente ser
00:12:08
jogados ao mar ela sobrevivem na cidade
00:12:11
da crise do Capital né E aqui acaba se
00:12:15
consubstanciando né a necessidade
00:12:18
constante de valorização do capital de
00:12:21
se apropriar da vida para poder
00:12:24
valorizar o valor Então nesse sentido o
00:12:27
capital em crise na indústria
00:12:30
a agricultura monopolizada né no grande
00:12:34
monopólio capitalista na cidade no campo
00:12:37
produz uma cidade aonde a
00:12:39
mercantilização
00:12:40
intensa da vida tem como efeito né o
00:12:45
desmonte dos serviços públicos a
00:12:48
ausência de políticas efetivas de Moraes
00:12:52
dia de saneamento porque as suas
00:12:54
precisam ser capturadas pela lógica da
00:12:57
acumulação eu já vem se o estado pega o
00:13:00
fundo público e produz uma uma
00:13:03
política de captação tratamento de água
00:13:07
e tratamento de esgoto ele presta um
00:13:09
serviço à população se beneficia se
00:13:11
beneficia disso como um serviço se isso
00:13:14
é prestado por uma empresa essa empresa
00:13:17
vai tirar lucro dessa dessa desse
00:13:20
processo né então na lógica do capital é
00:13:23
um absurdo um setor público produzir
00:13:26
transporte por exemplo né isso para ser
00:13:28
produzido por uma empresa que vai e daí
00:13:31
lucro
00:13:32
isso em outros países chega ao cúmulo né
00:13:36
de políticas prisionais serem geridos
00:13:38
por empresas não é para poder garantir a
00:13:41
chamada ordem pública
00:13:44
saúde educação
00:13:47
transporte saneamento moradia
00:13:49
deixam de ser
00:13:52
necessidades humanas essenciais a serem
00:13:54
garantidos para serem
00:13:56
mercadorias produzidas por empresas para
00:13:59
extração de valor para serem vendidas
00:14:02
serão diretamente as pessoas seja o
00:14:04
poder público hora quando nós analisamos
00:14:08
o conjunto dessas três crises daí
00:14:11
derivam né uma série de problemas né o
00:14:15
emprego a situação do meio ambiente a
00:14:20
questão da moradia a questão da educação
00:14:22
a questão da Saúde mas olha que
00:14:25
interessante isso não aparece
00:14:28
simplesmente com a pauta de é isso
00:14:31
aparece com uma luta com uma disputa é o
00:14:35
nosso direito à moradia
00:14:37
contra a intenção do grande capital
00:14:40
monopolista e transformar Isso numa
00:14:43
mercadoria a ser vendida é a nossa luta
00:14:46
por educação pública gratuita de
00:14:48
qualidade e o setor privado na educação
00:14:51
monopolizado que quer vender isso na
00:14:53
forma de um serviço mercantilizado é a
00:14:58
nossa necessidade de água tratada esgoto
00:15:00
e saneamento e das empresas querendo
00:15:03
vender isso para o estado
00:15:05
ela sai na cidade transporte versus os
00:15:09
grandes grupos mama por isso que
00:15:10
controla o transporte que querem
00:15:12
apresentar ao poder público seja
00:15:14
Municipal se ele Estadual as suas
00:15:17
necessidades e isso vai se refletir
00:15:19
minhas vai se refletir em renovação da
00:15:22
troca da frota isso vai se refletir em
00:15:25
linhas lucrativas e não lucrativos tudo
00:15:27
que a gente conhece né A e essa pública
00:15:31
não é vira algo para poder intensificar
00:15:35
a assim comendas de armamento de
00:15:38
equipamento e tudo isso por trás tem
00:15:40
interesses de grandes monopólios quando
00:15:43
a gente Analisa por esse viés
00:15:46
aos nossos interesses se chocam com
00:15:49
outros interesses quais sejam o grande
00:15:52
capital monopolista
00:15:54
nas suas diferentes formas de expressão
00:15:57
na indústria na agricultura no grande
00:16:01
comércio do setor de serviços no setor
00:16:04
de comunicação né no setor de serviço
00:16:09
distribuído aí por saúde por ciência por
00:16:14
comunicação e todos os outros setores
00:16:16
que a gente podem imaginar portanto a
00:16:18
disputa no Brasil pode ser traduzida
00:16:23
entre a disputa dos interesses do grande
00:16:26
capital monopolista
00:16:28
o e os interesses dos trabalhadores
00:16:31
e esses trabalhadores entendidos como
00:16:34
uma classe daqueles que são obrigados a
00:16:37
vender sua força de trabalho só pode ver
00:16:39
só pode viver da venda da força de
00:16:41
trabalho e que trazem em si uma série de
00:16:44
outras características muito importantes
00:16:47
de serem compreendidas Por que a classe
00:16:49
trabalhadora é formada de homens e
00:16:51
mulheres a classe trabalhadora é formada
00:16:53
pela população negra né pela população
00:16:57
Branca por Imigrantes é por segmentos de
00:17:00
outras regiões que formam uma população
00:17:04
ainda que aparentemente heterogênea e
00:17:07
muito diversa tem como
00:17:09
comunidade a compreensão de que seus
00:17:13
interesses só pode ser atingidos não
00:17:16
enfrentamento das Barreiras reforma
00:17:19
agrária não acontece não crê difícil de
00:17:21
ser implementada é porque ela choque com
00:17:23
interesses do grande capital monopolista
00:17:25
na terra nós não podemos a política
00:17:28
efetiva de emprego porque quem define
00:17:32
empregaram desempregar é o capital
00:17:35
Privado não tem o setor público capaz
00:17:39
porque quando o setor público contrata
00:17:41
não é para produzir uma máquina de
00:17:44
oferecimento de um serviços ele retira
00:17:46
esse serviço da linha das mercadorias a
00:17:49
serem
00:17:50
exploradas pela valorização do capital
00:17:53
Brasil está em disputa tá mas não pelas
00:17:57
siglas partidárias ou pelas pessoas que
00:18:00
disputa as eleições o Brasil está em
00:18:02
disputa há bastante tempo entre os
00:18:05
interesses dos trabalhadores e
00:18:07
interesses do grande capital a ser muito
00:18:09
difícil a gente mudar o Brasil
00:18:12
aliando-se aos nossos inimigos
00:18:16
o Brasil continue disputa e nós
00:18:19
continuar lutas e
00:18:25
E aí