15. Human Sexual Behavior I

O curso chegou à segunda metade com atenção nos materiais de leitura e uma inesperada dificuldade em transformar anotações estendidas em textos expositivos. Os próximos temas abordados serão comportamento sexual, agressão, cooperação, empatia, uso de linguagem, esquizofrenia e caos, sempre analisando o comportamento animal de forma objetiva antes de explorar o que ocorre no cérebro e influências culturais.

O professor inicia com uma piada sobre sexo envolvendo marcianos para ilustrar o conceito de por que o comportamento sexual humano ocorre rapidamente: ele examina explicações proximais como a busca por prazer imediato, contrastando com explicações distais relacionadas à reprodução. Ele salienta a importância de considerar estímulos e respostas feedback nas discussões sobre comportamento sexual.

São introduzidos os conceitos de ação fixada e padrões de seleção sexual entre espécies, destacando a importância de se estudar comportamento num ambiente natural para uma compreensão mais precisa. Termos técnicos como atratividade, proceptividade e receptividade são apresentados para descrever o comportamento sexual sob uma perspectiva científica.

Explora-se o comportamento sexual humano, comparando-o com outros animais em termos de motivação sexual e desempenho. Descobertas são feitas através de questionários e observações cuidadosas. A questão do orgasmo feminino é levantada, destacando-se a dificuldade de explicá-lo no contexto da fertilização, sugerindo-se que pode ser uma vestígio evolutivo sem função adaptativa clara.

Há discussões sobre fatores únicos no comportamento sexual humano, como a prática do sexo não reprodutivo, o impacto cultural do amor romântico e especificidades evolutivas como o comportamento sexual homossexual e o conceito de monogamia serial. Aspectos neurobiológicos dos comportamentos sexuais e diferenças entre as espécies são ponderados.

A atenção se volta para sistemas de recompensa dopaminérgica, com a antecipação de comportamentos sexuais gerando maior liberação de dopamina quando comparado à recompensa real. A variação nos níveis de expressão de receptores de dopamina (D2 e D1) correlaciona-se com variações no comportamento de vinculação de pares em espécies monogâmicas.

O professor discute o impacto da neurobiologia nas relações inter-humanas, revelando estudos onde o aumento do nível de dopamina está associado à antecipação nos estágios iniciais de um relacionamento amoroso, mas gradualmente diminuem, indicando uma transição de paixão para conforto conforme a relação avança. Isso suscita profundas reflexões sobre a duração e a natureza das conexões românticas humanas.

A diferença entre receptores de dopamina D2 e D1 é novamente considerada no contexto de monopolaridade entre espécies. A discussão se ramifica para a condição humana, com variações genéticas nos receptores de vasopressina elucidando potenciais predisposições para a formação de vínculos duradouros, enquanto mutações correlacionam-se com traços autistas.

Questões sobre neurobiologia e orientação sexual são levantadas. O estudo de LeVay abordando diferenças no tamanho de núcleo no hipotálamo entre homens heterossexuais e homossexuais é discutido no contexto de estudos sobre variabilidade genética e percepções culturais. O impacto desses estudos no entendimento e aceitação da diversidade sexual humana é ressaltada.

A discussão se estende para transsexualidade, onde estudos indicam peculiaridades anatômicas no cérebro de transsexuais que estão mais alinhadas com o gênero com o qual se identificam ao invés do sexo designado ao nascimento, sugerindo que a transsexualidade é uma questão de identidade cerebral e não apenas psicológica, desafiando antigas interpretações.

O papel dos hormônios na resposta sexual é considerado, com diferenças claras entre gêneros em termos de neurobiologia e resposta hormonal ao comportamento sexual. O impacto de hormônios como oxitocina no fortalecimento de vínculos emocionais é discutido, destacando seus efeitos tanto na confiança entre humanos quanto na formação de apegos.

O papel dos feromônios em espécies diferentes como desencadeadores de comportamento sexual é explorado. Descobertas incluem a percepção e produção de feromônios dependendo de níveis hormonais. Estímulos táteis e a sua modulação por níveis hormonais são abordados, com a noção de reflexos espinhais nas fêmeas que indicam receptividade apenas durante tempos de elevada ovulação.

A importância dos feromônios e sua comunicação olfativa são enfatizadas, mostrando como fatores hormonais influenciam sua recepção e interpretação. Estudos indicam que tanto homens quanto mulheres precisam de níveis adequados de testosterona e estrogênio para perceber feromônios específicos que indicam estado reprodutivo e saúde geral do parceiro

Os feromônios apresentam diferenças interessantes entre espécies e suas funções além da sexualidade, como a transmissão de informações sobre parentesco ou medo. Respostas hormonais a estímulos de feromônios são destacadas, mostrando como a estrutura social pode ser impactada por esses químicos.

Uma discussão mais profunda sobre os perfis olfativos mostra como o olfato comunica informações críticas sobre um parceiro em potencial. O professor enfatiza a questão do marketing de perfumes, destacando como muitos são baseados em cheiros masculinos que deveriam desagradar homens mas são projetados para atrair mulheres.

Distinções sensoriais auxiliam no entendimento da sexualidade entre diferentes culturas e espécies. Discutem-se as preferências humanas por estímulos visuais versus táteis ou olfativos, com nuances complexas na interação entre predisposições biológicas, cultura e comportamento aprendido.

Abordagens etológicas são aplicadas para entender o comportamento sexual de animais e comparam com nuances humanas, levando a insights sobre a evolução da comunicação sexual, preferências e tabus. A aplicação desses conhecimentos pode informar melhor sobre a saúde reprodutiva humana e comportamento cultural.

A exploração final do cérebro e comportamento neuroendócrino ilumina temas de sexualidade e funções cognitivas superiores. O curso transita para abrangentes temas que demarcarão inter-relações entre biologia, comportamento, genética, cultura, e evolução, fornecendo um quadro integrador embasado.