"Espiral", conto de "O Sol na Cabeça" por Geovani Martins (UFPR 2025)

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https://www.youtube.com/watch?v=tHtoWG68qcY

Resumo

TLDR"Espiral" é um conto de Geovan Martins que explora a complexa relação entre moradores de favelas e a sociedade urbana. O narrador, um jovem da favela, reflete sobre seus sentimentos de medo e desprezo que provoca nas pessoas ao seu redor, especialmente ao perseguir um homem chamado Mário. A narrativa revela a dualidade entre as classes sociais, o preconceito e a luta pela sobrevivência em um ambiente hostil. O conto destaca a desumanização que ocorre em ambos os lados, mostrando como o medo e a violência moldam as interações sociais.

Conclusões

  • 📖 O conto "Espiral" explora a relação entre favelas e centros urbanos.
  • 👀 O narrador reflete sobre o medo que provoca nas pessoas ao seu redor.
  • 🏙️ A narrativa destaca a dualidade entre classes sociais.
  • 🔍 A perseguição ao Mário simboliza a busca por compreensão.
  • 💔 O conto aborda a desumanização e preconceitos enfrentados.
  • ⚖️ A luta pela sobrevivência é um tema central na obra.
  • 🧠 O narrador se afasta da família e da sociedade.
  • 📉 A falta de acesso a direitos é uma crítica presente.
  • 🔗 O conto é parte do livro "O sol na cabeça".
  • 📚 A análise literária revela a complexidade das relações sociais.

Linha do tempo

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    No vídeo, o narrador analisa o conto "Espiral" do livro "O sol na cabeça" de Geovan Martins. O conto aborda o conflito entre a favela e os centros urbanos, destacando a percepção do narrador sobre o medo que provoca nas pessoas ao seu redor, especialmente em locais como colégios particulares. Ele reflete sobre a vida na favela da zona sul, onde a proximidade com a cidade é marcada por barreiras sociais e físicas, e narra sua experiência de perseguir uma senhora, revelando a complexidade de suas emoções e a apatia que sente em relação a essa dinâmica social.

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    O narrador se torna obcecado por um homem chamado Mário, que ele decide estudar após uma experiência de assalto. Ele observa a vida de Mário e sua família, criando uma narrativa em que batiza as filhas de Valentina e Maria Eduarda. O narrador se sente atraído pela vida aparentemente perfeita de Mário, mas também se sente repulsado por sua própria situação e pela violência que o cerca. A busca por entender essa dualidade o leva a um estado de apatia e isolamento, enquanto ele tenta se aproximar de Mário sem ser notado.

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    A análise do conto revela temas de preconceito, dualidade social e a luta pela sobrevivência nas favelas. O narrador reflete sobre a desumanização que ocorre em ambos os lados do abismo social, onde as pessoas são vistas como estereótipos em vez de indivíduos. O clímax do conto é marcado pela decisão do narrador de comprar uma arma, simbolizando a escalada da violência e a necessidade de se afirmar em um mundo que o marginaliza. A narrativa termina com um convite à reflexão sobre a condição humana e as barreiras sociais que perpetuam a exclusão.

Mapa mental

Vídeo de perguntas e respostas

  • Qual é o tema principal do conto "Espiral"?

    O conto aborda a relação entre moradores de favelas e a sociedade urbana, explorando preconceitos e medos.

  • Quem é o narrador do conto?

    O narrador é um jovem que vive na favela e reflete sobre suas experiências e sentimentos em relação à sociedade.

  • O que simboliza a perseguição ao Mário?

    A perseguição simboliza a luta entre classes sociais e a busca por compreensão em um contexto de preconceito.

  • Como o conto retrata a favela?

    A favela é retratada como um espaço de privilégio em comparação a outras, mas também como um lugar de desafios e preconceitos.

  • Qual é a mensagem final do conto?

    A mensagem final reflete sobre a desumanização e a necessidade de entender o outro em um contexto de violência e preconceito.

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    Oi vamos falar de espiral sejam muito
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    bem-vindos a mais um vídeo a mais uma
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    explicação e no vídeo de hoje pra gente
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    poder ter um pouquinho mais do que a
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    gente tem dos Contos dentro do livro O
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    sol na cabeça e também pra gente poder
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    analisar esse conto específico eu vou
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    fazer aqui uma análise um resumo e falar
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    de algumas coisas importantes a respeito
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    do segundo conto do livro O som na
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    cabeça chamado de espiral espiral é um
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    conto relativamente curto se a gente for
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    analisar os outros contos que a gente
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    tem dentro da obra perdendo talvez até
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    de o primeiro dia e de cego a gente vai
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    ter esse conto com uma retomada que a
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    gente vai ter com apresentação de um
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    narrador e ele não se identifica
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    exatamente com o nome mas que a gente
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    vai falar de um conflito que existe
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    entre a favela e também do que existe
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    dos centros urbanos e claro que se você
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    quiser todas as notações do que eu estou
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    falando e também das referências tem um
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    link aqui embaixo do vídeo ou você pode
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    escanear esse código KR para poder ver
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    tudo sobre tanto esse conto quanto
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    Outros Contos que eu falei a respeito do
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    livro narrador comenta que ele nunca
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    conseguiu ficar muito bem quando que
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    começou esse tipo de sentimento que Ele
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    carrega Ele dizia que sempre que ele
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    passeava pela rua principalmente na
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    frente de colégios par particulares
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    havia um certo medo e um olhar as
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    pessoas faziam para ele que ele até
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    sentia que era como se fosse o mesmo
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    olhar que tinha das pessoas que quando
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    ele estudava dos meninos mais velhos que
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    Amend contavam ele que ele agora fazia
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    ele não sabia muito bem o que sentir mas
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    ele gostava muito dessa sensação de ser
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    um menino que apavorava outras pessoas
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    sendo que ele ele era comumente o que
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    era apavorado citava até também que
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    morar na favela da zona sul era até
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    privilégio se você conseguisse ver as
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    outras favelas ele vai dizer que o
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    grande ponto que vai fazer como que
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    tenda a diferença de você morar na
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    cidade na favela é o asfalto mas também
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    toda a dificuldade do que você tem de
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    sair da favela para chegar na cidade ele
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    vai citar que não somente você tem que
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    sair de você conseguir de Barro de
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    desviar elétrico vê amigo de infância
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    que tá aportando metralhadora desviar o
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    olhar de polícia que ele inclusive
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    também chamado de rato e até você andar
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    um bom tempo para depois de 15 minutos
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    você dar de frente de um condomínio de
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    luxo que tem plantas ornamentais ele vai
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    citar que é tudo muito perto e cada vez
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    mais os muros que se constróem para
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    poder fazer essa diferença são cada vez
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    maiores ele vai citar que a primeira
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    perseguição que ele fez ele jamais vai
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    esquecer uma senhora que começou como
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    todo outro encontro que ele tinha no
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    ponto de ônibus a pessoa olhando
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    assustada para ele e ele segurando o
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    choro porque ele realmente não estava
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    fazendo nada só que aí ele começa a agir
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    de forma diferente ele começa a chegar
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    cada vez mais perto cada vez mais perto
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    a senhora vai tentando segurar o choro
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    olhando PR os lados meio apavorada e ele
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    tentando mostrar que ele estava olhando
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    para dentro da bolsa dela como se
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    procurasse algo mas ele realmente não ia
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    fazer nada até que a senhora não
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    aguentou e Saiu daquele local só que não
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    deu o seio deu não sei o que dentro dele
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    que ele também foi perseguindo essa
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    senhora até fazendo com que ele fosse
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    brincando de velocidade então quando ela
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    começava a andar mais rápido ele andava
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    mais mais rápido ela mais devagar ele
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    deixava um certo espaço meio que uma
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    brincadeira de Rato e gato até que ela
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    entrou numa cafeteria para poder se
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    esquivar ele sentiu até nojo porque ele
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    ficou pensando que aquela situação
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    poderia ter sido com uma pessoa que
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    poderia ser a sua mãe ou sua avó só que
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    o ponto que ele sente mais ódio não é
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    nem isso de conseguir se simpatizar com
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    a pessoa que ele perseguiu mas é pensar
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    que a Senhorinha não tinha pensado que
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    ele também era pessoa ele enfim começou
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    a ficar muito apático porque que ia
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    realmente entender qual que era o
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    aprofundamento de todo esse estudo que
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    ele queria tornar agora um estudo
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    científico O problema é que tinha é que
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    eram muitas variantes ele sempre tinha
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    uma diferença de idade tinha uma
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    diferença de local tinha uma diferença
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    de pessoa de momento então ele não tinha
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    um certo uma certa padronização para
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    poder conseguir chegar numa teoria que
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    explicasse tudo ele vai se afastando das
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    pessoas vai se afastando da família cada
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    vez mais quieto E aí ele precisa Então
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    focar em um único indivíduo para poder
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    conseguir chegar na conclusão que ele
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    precisa só que um dia mais uma vez
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    enquanto ele cruzava uma esquina Ele
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    esbarrou com um cara que já levantou os
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    braços preparado para um assalto isso o
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    narrador fala que ele segurou o choro e
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    fala para ele sair logo dali que ele
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    conseguia sair daquele dali Sem
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    problemas ele voltou a ter um nojo e a
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    ter uma raiva e um ódio que ele não
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    sentia desde a primeira vez que ele
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    perseguiu aquela senhoria então ele
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    decidiu que aquele seria o cara ao qual
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    ele iria perseguir seria seu estudo ele
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    Então finalmente conseguiu encontrar
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    várias informações a respeito desse cara
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    ao qual ele perseguia e descobriu que o
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    nome dele era Mário que conseguiu ouvir
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    perto do trabalho dele e ele sabia que
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    tinha filhas tinha duas filhas uma que
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    era mais ou menos próxima dos 7 8 anos e
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    a outra que talvez beir asse no máximo 5
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    anos como ele nunca Conseguiu chegar
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    muito perto ele sempre ficava meio
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    afastado então ele não sabia o nome
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    delas aí ele vai batizar o nome das duas
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    filhas de Valentina e a outra de Maria
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    Eduarda ele coloca mais e menos esse
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    nome porque que encaixasse bem pra cara
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    de bem alimentada que as duas crianças
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    tinham ele tinha mais facilidade quando
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    ele viu os piqueniques no Jardim
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    Botânico ele via toda aquela cena com
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    também a esposa que ele apelidou de
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    Sofia como se fosse um grande comercial
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    de margarina a única coisa que tinha ali
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    que não era de comercial de margarina
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    era de fato a margarina por ali e também
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    a babá que tava vestida toda de branco
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    ele tentou forçar toda a situação por
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    uns três meses para ver se ele era
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    percebido ele perseguia de fato às vezes
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    ele só ficava ali atrás até que
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    finalmente o Mário percebe a presença do
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    narrador e começa a ficar muito mais
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    atento ele começa a olhar em volta ele
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    começa a ver que também aquele cara tá
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    ali perto e tinha vezes que ele até
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    olhava em direção do Mário fixando o
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    olho nele até ele no último momento só
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    fingir que ele entra numa outra loja
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    como se aquilo fosse natural no que
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    chegaram no momento presente a gente
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    finalmente então tem algumas coisas que
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    não funcionam muito bem para o Mário
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    porque ele tinha um privilégio que era
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    morar perto da casa só que ele ficava
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    tentando rodar o quarteirão para ver se
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    conseguia achar alguém ou para poder até
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    mesmo despistar só que isso não
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    adiantava nada porque ele já sabia aonde
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    o Mário morava então aquilo era mais uma
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    perda de tempo tanto pro Mário quanto
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    também pro narrador um dia o narrador
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    vai decidir então fazer a perceção até o
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    fim para poder conseguir chegar à
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    conclusão do seu estudo e percebe de uma
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    forma muito curiosa que o Mário não fez
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    nenhum desvio de trajeto ou tentou
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    despistar o ele pegou o caminho mais
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    curto para poder chegar na sua casa Ele
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    foi indo perseguindo andando até que ele
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    chega na própria casa no que ele fica
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    ali na rua olhando pra janela como se
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    ele quisesse que realmente o Mário
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    percebesse que ele estava ali ele olha
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    por ali e vê que finalmente o Mário
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    aparece segurando uma pistola automática
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    olhando para fora e olha nos olhos do
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    Mário dá risada e ele sabe que realmente
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    para poder continuar esse tipo de
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    pesquisa ou essa brincadeira ele
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    precisaria também comprar uma arma de
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    fogo e só pra gente poder então perceber
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    como que começa esse conto eu vou aqui
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    ler com vocês o início dele para você
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    poder conseguir também perceber como que
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    a gente tem essa genialidade de criar
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    esse conto começou muito cedo eu não
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    entendia quando passei a voltar sozinho
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    da escola percebi esses movimentos
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    primeiro com os moleques do colégio
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    particular que fica ficava na esquina da
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    rua da minha escola eles tremiam quando
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    meu bonde passava era estranho até
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    engraçado porque meus amigos e eu na
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    nossa própria escola não metimos medo em
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    ninguém muito pelo contrário vivíamos
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    fugindo dos moleques maiores mais fortes
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    mais corajosos e violentos andando pelas
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    ruas da Gávia com o meu uniforme escolar
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    me senti um desses moleques que me
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    intimidavam na sala de aula
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    Principalmente quando passava na frente
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    do colégio particular ou quando uma
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    velha segurava a bolsa e atravessava a
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    rua para não topar comigo tinha vezes
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    naquela época que eu gostava dessa
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    sensação Mas como já disse eu não
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    entendia nada do que estava acontecendo
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    as pessoas costumavam dizer que morar
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    numa favela de Zona Sul é privilégio se
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    compararmos as outras favelas da zona
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    norte Oeste baixada de certa forma
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    entendo esse pensamento acredito que
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    tenha sentido o que pouco se fala é que
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    diferente das outras favelas o abismo
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    que marca a fronteira entre o morro e o
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    asfalto da zona sul é muito mais
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    profundo é sair do Beco dividindo
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    com candos e mais candos o espaço da
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    escada atravessar as volas abertas
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    encarar os olhares dos Ratos desviar a
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    cabeça dos fios de energia elétrica ver
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    seus amigos de infância portando armas
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    de guerra para depois de 15 minutos
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    estar de frente para um condomínio com
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    plantas ornamentais enfeitando o Caminho
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    das grades e então assistir adolescentes
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    fazendo aulas particulares de tênis é
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    tudo muito próximo e muito distante e
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    quanto mais crescemos maiores se tornam
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    os muros nunca esquecerei da minha
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    primeira perseguição tudo começou do
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    jeito que eu mais detestava quando eu de
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    tão distraído me assustava com o susto
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    da pessoa e quando via era eu o motivo
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    ameaça prendia a respir o choro me
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    segurei mais de uma vez para não chingar
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    a velha que visivelmente se incomodava
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    de dividir comigo e só comigo o ponto de
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    ônibus no entanto dessa vez ao invés de
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    sair de perto como sempre fazia me
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    aproximei ela tentava olhar para trás
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    sem mostrar que estava olhando eu ia
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    chegando mais perto ela começou a olhar
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    em volta buscando ajuda suplicando com
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    os olhos daí então colei junto dela
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    Mirando diretamente a bolsa fingindo que
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    estava interessado no que pudesse ter
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    ali dentro tentando parecer capaz de
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    fazer qualquer coisa para conseguir o
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    que queria ela saiu andando para longe
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    do ponto o passo era lento eu observava
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    se afastar de mim não entendia bem o que
  • 00:09:05
    sentia foi quando sem pensar em mais
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    nada comecei a andar atrás a velha era
  • 00:09:09
    logo percebeu estava atenta dura no
  • 00:09:12
    limite da sua atenção tentou apertar o
  • 00:09:14
    passo para chegar o mais rápido possível
  • 00:09:16
    a qualquer lugar mas na rua era como se
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    existíssemos apenas nós dois por vezes
  • 00:09:19
    eu aumentava minha velocidade ia
  • 00:09:21
    sentindo o gosto daquele medo cheiro de
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    poeira de outras épocas depois diminuiu
  • 00:09:25
    um pouco permitindo que ela respirasse
  • 00:09:26
    não sei quanto tempo durou tudo aquilo
  • 00:09:29
    prente não mais que alguns minutos mas
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    para nós era como se fosse toda uma vida
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    até que ela entrou numa cafeteria e
  • 00:09:35
    seguir meu caminho então percebe que
  • 00:09:37
    aqui a gente tem uma construção do que a
  • 00:09:39
    gente fala de uma naturalidade do que
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    acontece com a realidade porque a gente
  • 00:09:43
    percebe que nessa construção o
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    preconceito que vem por parte da velha
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    que também é colocado em cima do moço
  • 00:09:50
    que é o narrador a gente não tem
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    claramente uma percepção do quê do que a
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    gente tem de etnia do que a gente tem de
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    classe social mas só com esses traços
  • 00:09:58
    que o Giovan martinz vai fal falando do
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    comportamento a gente já perceber
  • 00:10:01
    claramente Qual que é a possibilidade da
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    gente traçar um perfil de quem que é
  • 00:10:05
    esse narrador então é uma coisa que a
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    gente consegue perceber que o Joven
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    martinz sempre deixa ao cabo do leitor
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    de completar essas descrições muitos que
  • 00:10:15
    tem essa tendência de dizer que quando
  • 00:10:17
    você não tem uma descrição completa ou
  • 00:10:18
    que você falta descrição falta você
  • 00:10:20
    criar muito bem o personagem mas aqui
  • 00:10:23
    dada a situação a gente percebendo que é
  • 00:10:25
    o Rio de Janeiro a gente sabe muito bem
  • 00:10:27
    que esse narrador não é uma pessoa
  • 00:10:29
    pessoa que mora numa região que
  • 00:10:31
    principalmente ele passa por um europeu
  • 00:10:33
    a gente tem essa percepção de que há
  • 00:10:36
    perto dele essa percepção de que ele
  • 00:10:38
    pode ser uma ameaça para quem mora nos
  • 00:10:40
    centros urbanos e essa sensação do que a
  • 00:10:43
    gente tem desse medo do outro e da
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    vontade de eliminar o outro podemos
  • 00:10:47
    perceber no artigo científico que temos
  • 00:10:48
    o sol na cabeça a enunciação literária
  • 00:10:51
    em espiral e as cenografias par atópicas
  • 00:10:53
    no espaço discursivo emico de Zilda
  • 00:10:56
    Maria nardos e Anderson Ferreira a gente
  • 00:10:59
    percebe que quando a gente fala desse
  • 00:11:00
    discurso desse espaço discursivo emico é
  • 00:11:03
    porque é uma parte que a gente tem de
  • 00:11:05
    dois lugares que querem a eliminação um
  • 00:11:07
    do outro se a gente tem os centros
  • 00:11:09
    urbanos que olham pra favela pras
  • 00:11:11
    comunidades pras periferias e querem
  • 00:11:13
    eliminar se esconder se afastar de uma
  • 00:11:16
    forma que aquele espaço não exista a
  • 00:11:18
    gente também tem que do outro lado as
  • 00:11:20
    pessoas da Favela também querem viver na
  • 00:11:22
    cidade do Rio de Janeiro é uma dicotomia
  • 00:11:24
    do que a gente tem de pessoas que essa
  • 00:11:27
    pessoa que mora na periferia ou na
  • 00:11:28
    comunidade ou na favela ele está
  • 00:11:31
    tentando viver e conseguir sobreviver
  • 00:11:33
    sobre essa violência constante que a
  • 00:11:35
    gente tem na favela a falta de acesso a
  • 00:11:37
    informação a falta de acesso a direitos
  • 00:11:39
    mas que ao mesmo tempo ele não pertence
  • 00:11:41
    à cidade Porque existe todo um organismo
  • 00:11:43
    político econômico e preconceituoso que
  • 00:11:47
    faz com que ele não consiga se pertencer
  • 00:11:49
    a nenhum dos dois locais então analisar
  • 00:11:51
    que a gente tem aqui em espiral que é
  • 00:11:53
    essa camada social de como que a gente
  • 00:11:55
    tem esses preconceitos e que inclusive
  • 00:11:57
    ele mesmo que sofre o preconceito não
  • 00:11:59
    consegue entender o que que acontece
  • 00:12:01
    fica a parte de que a gente sempre tá
  • 00:12:03
    eternizando esses tipos de preconceito
  • 00:12:05
    sem fazer nada sem fazer nada com a lei
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    sem fazer nada com a parte financeira
  • 00:12:09
    sem fazer nada com a parte social alguns
  • 00:12:11
    elementos literários são muito
  • 00:12:12
    importantes pra gente poder analisar
  • 00:12:14
    esse conto sendo que o primeiro deles
  • 00:12:15
    quando a gente tem do clímax o clímax é
  • 00:12:17
    uma parte muito importante do conto e é
  • 00:12:20
    quando a gente tem esse Ápice do que a
  • 00:12:22
    gente tem do ato se a gente for perceber
  • 00:12:24
    logicamente tem muitas interrupções
  • 00:12:26
    abruptas quando a gente fala dos Contos
  • 00:12:28
    que a gente tem de o sol na cabeça só
  • 00:12:30
    que perceber que esse clímax que é
  • 00:12:32
    quando o momento máximo e ele vai
  • 00:12:34
    anunciando que ele fez a Perseguição que
  • 00:12:36
    ele perseguiu esse cara por três meses e
  • 00:12:38
    aí ele percebeu ele falou que daquela
  • 00:12:40
    noite ele ia decidir fazer o máximo a
  • 00:12:42
    gente vai perceber que clímax é uma
  • 00:12:43
    parte que a gente tem que inclusive pode
  • 00:12:46
    ser algo que seja uma ação ou também a
  • 00:12:49
    falta dessa ação a gente não tem de fato
  • 00:12:51
    com o que acontece com o final dessa
  • 00:12:53
    perseguição para ele ver o que acontecer
  • 00:12:54
    mas ele perceber que se ele quisesse
  • 00:12:57
    continuar esses estudos ele ia precisar
  • 00:12:59
    de uma arma de fogo e essa presença da
  • 00:13:01
    arma de fogo também para poder estar
  • 00:13:03
    nessa perseguição Além disso temos
  • 00:13:05
    também a dualidade histórica se Temos
  • 00:13:07
    tanto com o que ele tá fazendo essa
  • 00:13:09
    perseguição mas também do passado como
  • 00:13:11
    quando ele vivia na escola quando ele
  • 00:13:13
    começou a perceber dessas outras
  • 00:13:14
    atitudes inclusive como ele fala começou
  • 00:13:16
    como sempre começava com eu me
  • 00:13:18
    assustando com o susto da pessoa ou seja
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    não era a primeira vez mas a gente tem
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    informação o suficiente para poder
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    entender que aquela situação está
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    acontecendo e que ele já contou também
  • 00:13:28
    de outras situações do que aconteceu
  • 00:13:30
    Igual essa dualidade histórica são
  • 00:13:31
    informações o suficientes que a gente
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    tem dentro de uma narração para entender
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    o que acontece hoje e o que já aconteceu
  • 00:13:37
    outras construções também são
  • 00:13:39
    importantes como a gente fala do
  • 00:13:40
    preconceito que a gente tem de pessoas
  • 00:13:42
    que moram em locais diferentes Então a
  • 00:13:45
    gente tem essa tratamento de por parte
  • 00:13:47
    social por parte financeira e por parte
  • 00:13:49
    política de tentar eliminar o outro de
  • 00:13:52
    tentar fazer com que as pessoas da
  • 00:13:54
    favela Fiquem na favela e não saiam dali
  • 00:13:56
    ou senão que as pessoas se en clausuro
  • 00:13:59
    de condomínios fechados então a gente
  • 00:14:01
    perceber que o Rio de Janeiro não
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    consegue fazer mais isso e ele não pode
  • 00:14:04
    fazer isso porque a gente tem que sim as
  • 00:14:06
    pessoas da favela conseguem passear pela
  • 00:14:08
    cidade do Rio de Janeiro ainda que Tente
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    se fazer muitos impedimentos de aumentar
  • 00:14:12
    a passagem de ônibus de aumentar a
  • 00:14:14
    fiscalização de aumentar de blitz e
  • 00:14:16
    também do que a gente tem de várias
  • 00:14:18
    outras formas para poder fazer com que
  • 00:14:19
    haja uma intimidação da população para
  • 00:14:22
    poder fazer com que eles não se sintam
  • 00:14:24
    bem Onde estão vivendo e por conta disso
  • 00:14:27
    também temos a abstração da humanidade a
  • 00:14:29
    gente olha para essas pessoas e assim
  • 00:14:31
    como a gente percebe do narrador o
  • 00:14:32
    narrador fala que ele consegue se
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    relacionar com aquela senhora pensando
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    Poxa aquilo poderia ter sido minha mãe e
  • 00:14:38
    eu me sinto nojento de fazendo isso só
  • 00:14:41
    que a senhora e lógico que aqui eu tô
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    querendo tirar muito esse fato de
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    Romantizar a violência e Romantizar a
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    criminalidade Mas a senhora pensou mais
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    na abstração do crime acontecer do que
  • 00:14:53
    pensar o que que era aquela pessoa
  • 00:14:55
    porque ela se assustou com o cara por
  • 00:14:57
    conta de nada ele não tava fazendo nada
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    ele inclusive se assustou com ela mas
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    também eu não tô falando que ele é
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    inocente no sentido de fazer esse tipo
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    de comportamento Seba que aqui eu tô
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    querendo mostrar para você o quê que
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    você reduzir a humanidade da pessoa e
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    olhar ela para um conceito abstrato como
  • 00:15:13
    aquilo é o crime Aquilo é o tráfico
  • 00:15:15
    Aquilo é a favela é você retirar da
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    pessoa tudo que ela tem de ser uma
  • 00:15:19
    pessoa
  • 00:15:49
    Então é isso Pessoal espero que vocês
  • 00:15:50
    tenham entendido espero que vocês tenham
  • 00:15:52
    gostado fica aqui então a análise do
  • 00:15:54
    conto espiral o segundo conto do livro
  • 00:15:56
    de Geovan Martins o som da cabeça se tem
  • 00:15:59
    alguma dúvida alguma pergunta alguma
  • 00:16:01
    coisa que você gostaria de saber desse
  • 00:16:02
    livro ou desse conto ou de Outros Contos
  • 00:16:04
    escreve aqui nos comentários por
  • 00:16:05
    gentileza assim como te disse esse é o
  • 00:16:07
    segundo conto do que a gente tem dentro
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    do livro O sol na cabeça se você quiser
  • 00:16:11
    conferir o primeiro conto que é rolézin
  • 00:16:13
    tem aqui esse vídeo Ao qual eu já
  • 00:16:15
    expliquei também fiz a leitura do trecho
  • 00:16:17
    Inicial se você tá interessado na
  • 00:16:19
    playlist Ao qual eu falo tanto do
  • 00:16:20
    contexto histórico quanto todos os
  • 00:16:22
    contos dentro desse livro de Geovan
  • 00:16:24
    Martins você pode conferir essa playlist
  • 00:16:27
    aqui do meu lado mas caso você esteja
  • 00:16:29
    muito mais interessado em você não
  • 00:16:32
    realmente conseguir entender mais do
  • 00:16:34
    livro mas você quer ver o próximo contto
  • 00:16:37
    que ele é chamado de Roleta Russa você
  • 00:16:39
    pode acompanhar a minha análise
  • 00:16:41
    literária exatamente aqui o vídeo vai
  • 00:16:43
    ficando por aqui muito obrigado por todo
  • 00:16:45
    mundo que ficou até aqui espero que você
  • 00:16:46
    tenha um bom dia e a gente se vê no
  • 00:16:47
    próximo vídeo até
  • 00:16:57
    mais l
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