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Tem muita empresa que pensa só no seu presente, no seu negócio atual,
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e esquece que o seu negócio vai ter um futuro e que você vai precisar criar esse futuro.
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A ambidestria organizacional é justamente isso:
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como e qual é a importância de você balancear o presente com a criação do futuro do negócio.
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O vídeo de hoje vai ser sobre isso.
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Vamos lá?!
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Olá, eu sou Luiz Felipe Carvalho e o tema de hoje é uma palavra complicada:
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ambidestria organizacional.
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Na verdade, é um conceito bem simples de como uma organização balanceia as inovações de curto prazo, com as inovações de longo prazo.
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A gente hoje vai falar um pouco sobre estes tipos de inovação. Depois a gente vai trazer um exemplo em inovação em produto, usando a matriz BCG,
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que é uma forma bem legal de ver isso e finalmente, vamos falar de como balancear isso em um portfólio.
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Começando pelos tipos de inovação, de um lado em tenho aquelas inovações de sustentação,
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que são aquelas que defendem o seu negócio atual o seu core business Essas inovações, geralmente em são chamadas de exploitation.
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Para dar alguns exemplos, se considerarmos a Netflix, quando ela lança uma nova série muito bacana, é uma inovação de sustentação.
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Ele está criando um valor dentro do negócio dele atual para manter cada vez melhor as margens ou cada vez mais gente assistindo.
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Ou quando olhamos para a Amazon - que é uma grande vendedora de vários produtos hoje - se ela promove uma grande eficiência na logística dos produtos dela,
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eu tenho uma inovação que está defendendo o core, que está defendendo o que ela faz muito bem hoje sustentando o negócio dela.
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Do outro lado, eu tenho aquelas inovações de crescimento. Inovações de crescimento são focadas em produzir o crescimento futuro da empresa,
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criar os negócios que vão estar lá na frente e que a empresa provavelmente um dia vai depender deles.
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Então, nesse caso, a gente está falando em explorar coisas muito novas e o termo que é usado para isso é exploration.
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Usando os mesmos exemplos, na Netflix, imagina só, há alguns anos atrás ou há mais de uma década, ela era voltada para entregar DVD por correio.
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Quando ela mudou de entregar DVD por correio para fazer streaming - que é o jeito que todo mundo conhece hoje
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- isso é uma inovação de crescimento.
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Isso mudou completamente o negócio dela e hoje, sem dúvida nenhuma é do que a Netflix vive.
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Da mesma forma a Amazon. Quando eu tenho na Amazon uma grande vendedora de livros e de diversos artigos e ela entrou agora para prover cloud,
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para prover infraestrutura de tecnologia sob demanda na nuvem, isso é uma inovação de crescimento para a Amazon,
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que muda completamente, que criou outras possibilidades para o negócio.
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Para distinguir melhor inovação de sustentação de inovação de crescimento, vamos pensar em inovação em produto.
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Pensa em uma empresa que tem vários produtos diferentes e como ela se posiciona nisso.
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Uma ótima matriz para olharmos isso é a matriz BCG. Ela basicamente mostra quatro quadrantes, onde uma empresa vai posicionar os seus produtos
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e esses quadrantes estão em dois eixos. Um eixo onde eu tenho baixo market share daquele mercado,
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um alto market share daquele mercado e do outro lado, se eu estou em um mercado de grande
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crescimento ou de baixo crescimento.
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Quando eu estou em um mercado de alto crescimento com um market share baixo o meu produto tem um pequeno market share desse mercado,
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isso é uma aposta da minha empresa. Imagine o Google hoje trabalhando carros autônomos.
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sso é uma aposta para ele. É um mercado que está crescendo bastante, mas o Google ainda não é um player relevante de fato,
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que é uma aposta muito longa. Então, o Google quer transformar esse cara em uma estrela, quer transformar carro autônomo em uma estrela.
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Mas o que é uma estrela? A estrela é quando eu tenho algo que tenha a minha empresa
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tem um produto com alto market share em um mercado em alto crescimento.
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Imagina daqui há alguns anos, carros autônomos bombando pelo mundo, todo mundo usando isso e a Waymo da Google tendo um alto market share disso.
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Opa! Aquela aposta agora se transformou em uma estrela.
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Essa estrela em algum momento, esse mercado, vai virar virar um mercado maduro. Esse mercado maduro geralmente um mercado que tem baixo crescimento.
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Quando isso acontece e o meu produto mantém um alto marketshare, ele vira uma vaca leiteira da minha empresa
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Ele tá ali, paga as contas, eu tenho um market share alto, mas ele nao está mais em um mercado de crescimento.
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E eventualmente, por disrupção ou por qualquer questão, isso pode virar um abacaxi, ou seja, virar um mercado pequeno,
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no qual tem um baixo market share. Então, ele é algo que, com o tempo vai morrendo, não vai fazendo muito sentido.
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O que a empresa geralmente quer é transformar apostas em estrelas. Mas para isso, ela precisa o mais rápido possível saber separar aquelas apostas
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que vão virar abacaxi daquelas apostas que de fato confirmam o potencial de virar estrelas.
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Então para empresas como o Google, por exemplo, usando o mesmo exemplo, quando eu tenho o Google Glass
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que foi altamente divulgado, mas não pegou, em algum momento eles pararam de investir nisso, era uma aposta mas se transformou em um abacaxi.
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E é bom para o Google se livrar de alguns projetos, porque se mantiver todos ele não vai conseguir dar foco nas verdadeiras estrelas dele.
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Isso é um problema tão relevante que a gente tirou aqui umas estatísticas do mercado de Venture Capital que mostram que,
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para cada duzentos e cinquenta investimentos em apostas, apenas uma vai virar de fato, um produto bilionário,
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uma grande estrela, um negócio muito forte mesmo para a empresa.
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De fato, destas duzentos e cinquenta, apenas 87, na média, vão virar produtos que geram algum dinheiro para a organização, que empatam
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ou que geram retorno legal, relevante. Mas somente um vai virar uma estrela muito grande.
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Então é muito importante ter muitas apostas aqui e ir matando algumas durante o tempo para eu poder focar em algumas que
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dão dinheiro e no final ter aquele campeão mesmo, aquele produto que vai criar o futuro do meu negócio.
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Como é que eu posiciono a inovação de sustentação e de crescimento nesse sentido? Poxa, bem simples!
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As apostas eu estou falando das inovações de crescimento, que são aquelas que vou pensar lá no futuro e que eu vou precisar apostar
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agora para poder colher os frutos lá na frente. E quando eu já tenho uma posição aqui nas vacas leiteiras,
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nas minhas estrelas, eu vou estar falando de inovação de sustentação,
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ou seja, o meu negócio, o que dá dinheiro para mim hoje, claro, eu vou querer ficar cada vez mais eficiente,
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cada vez mais produtivo, cada vez melhorando a margem para tirar bastante
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retorno desses produtos que eu tenho no meu negócio.
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Mas como a gente organiza esse portfólio de inovações equilibrando os dois lados?
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Para isso, temos o business model portfólio que foi inventado pelo Alex Osterwalder que é o mesmo criador do business model CANVAS.
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Basicamente, esse portfólio divide as inovações de criação de futuro, inovações de crescimento - exploration -,
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das inovações de sustentação, de defesa do seu core, que são as inovações de exploitation.
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O grande lance aqui é que nas apostas, naqueles produtos, naqueles processos, naquelas inovações em que você está querendo criar o futuro,
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a gente tem que explorar muitas, você tem que ter muitas apostas, muitas inovações em que eu vou colocar pouco dinheiro em
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cada uma delas e tentar movimentá-las no sentido a mostrar que ela tem um alto potencial de retorno e de preferência com baixo risco e reduzindo o risco que eu tenho com elas.
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Para isso, eu falei antes, que a gente geralmente está falando em testar duzentas e cinquenta inovações para conseguir ter um super campeão bilionário lá na frente.
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Então, nada mais natural do que eu fazer muitos testes na parte de exploration, ou seja, ter pouco dinheiro alocado para muitas inovações,
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para que elas possam, de maneira incremental, de maneira experimental, irem se mostrando de alto potencial e
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irem cada vez mais reduzindo o risco. Muito melhor isso do que eu colocar todo o meu orçamento em duas ou três inovações
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e correr o risco de nenhuma delas ser a campeã, ou seja, é muito menos um modelo racional ou racionalista, que eu já penso a priori,
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faço um super plano para daqui há dez anos isso vá dominar o mundo e muito mais incremental, em uma visão em que eu vou
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experimentando, explorando, pouquinho por pouquinho com pequenos aprendizados em ciclos e fazendo a organização entender o que de fato tem alto potencial,
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o que de fato vai reduzir risco e se transformar em algum momento em algo de fato relevante no meu core business,
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onde eu vou querer sim, e essa é a segunda parte do portfólio, ter muitas inovações de sustentação. Mas aqui em cima,
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eu já estou falando de inovações de produtos que já geram grande valor para mim.
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São coisas que fazem muito sentido eu manter o investimento para defender a minha posição.
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Então, a grande questão aqui é essa: na parte de exploração - de exploration - tem que focar em ter uma grande quantidade do meu portfólio de pequenos testes
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que eu vou fazendo com pouco dinheiro e vou incrementalmente e em etapas,
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entendendo quais são aquelas que devem continuar no meu portfólio e quais são aquelas que eu tenho que matar,
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que eu tenho que cancelar. Quais são os projeto que eu não tenho que fazer justamente para poder dar mais energia
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para aqueles que de fato fazem sentido.
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Então fazendo um bom balanceamento aqui, a empresa vai estar sendo ambidestra. Ela vai estar conseguindo manter o seu presente,
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sustentar bem o seu presente, mas criar o seu futuro de uma maneira inteligente, sem colocar todos os ovos mesma cesta.
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Se você gostou desse conteúdo e está pensando “como que eu organizo este portfólio na minha organização?”
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eu vou deixar um vídeo aqui embaixo mostrando como que o AEVO Innovate - que é o nosso Software de Gestão de Inovação
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- vai te ajudar a organizar o seu portfólio e te dar clareza sobre quais são as inovações de sustentação,
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quais são as inovações de crescimento, como que mata projeto, como que passa ele para frente
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É bem legal, vai valer a pena!
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É isso aí, até o próximo vídeo!