As Guerras de Independência hispano-americanas: discussão historiográfica (Aula 3, parte 1)

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https://www.youtube.com/watch?v=ZM8FICgJBls

Resumo

TLDRA aula explora a historiografia das independências na América Latina, questionando se esses movimentos podem ser considerados revoluções. A comparação com a independência do Haiti, que é vista como uma revolução social, e a independência dos Estados Unidos, que é debatida, é central. A narrativa histórica que se desenvolveu a partir do século 19 enfatiza a ruptura com a colonização, mas a historiografia marxista sugere que as independências não resultaram em mudanças sociais significativas, levando à introdução do conceito de emancipação como uma alternativa ao de revolução. A influência da Revolução Francesa é discutida, mas também questionada por autores contemporâneos, refletindo um debate contínuo sobre a natureza das independências hispano-americanas.

Conclusões

  • 📚 A historiografia das independências é complexa.
  • 🇭🇹 A independência do Haiti é considerada revolucionária.
  • 🇺🇸 A independência dos EUA é debatida quanto ao seu caráter revolucionário.
  • 🔍 A historiografia marxista questiona a natureza das independências.
  • ⚖️ O conceito de emancipação é introduzido como alternativa à revolução.
  • 🌍 A Revolução Francesa influenciou as independências hispano-americanas.
  • 📖 Autores contemporâneos questionam a influência das ideias iluministas.
  • 🕰️ O conceito de revolução começou a ser problematizado nos anos 1960.

Linha do tempo

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    A aula aborda a historiografia das independências na América Latina, destacando a complexidade do tema e a discussão sobre o caráter revolucionário desses movimentos. A comparação com a independência dos Estados Unidos e do Haiti é feita, ressaltando que a emancipação do Haiti foi uma revolução social clara, enquanto a dos Estados Unidos é debatida. A historiografia latino-americana, especialmente a partir do século XIX, tende a valorizar a ideia de revolução, mas essa narrativa é questionada por autores que argumentam que as independências não resultaram em rupturas significativas com a ordem colonial.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    O conceito de revolução é problematizado, com a historiografia marxista sugerindo que as independências não criaram sociedades novas, mas mantiveram estruturas sociais e políticas da ordem colonial. A ideia de que as independências foram mais uma emancipação política do que uma verdadeira revolução é introduzida, destacando que os novos estados hispano-americanos permaneceram subordinados a uma divisão internacional de trabalho desigual, o que limita a noção de independência.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A discussão sobre o uso do conceito de revolução nas independências hispano-americanas é ampliada, mencionando a obra de autores como Jacques Godechot, que relaciona essas independências à Revolução Francesa. A ideia de que a Revolução Francesa inspirou movimentos de liberdade na América Latina é apresentada, mas também é ressaltada a importância das questões locais e específicas que não podem ser ignoradas.

  • 00:15:00 - 00:20:21

    O debate sobre o papel das ideias iluministas na Revolução Francesa e nas independências hispano-americanas é introduzido, com autores contemporâneos questionando a centralidade dessas ideias. A circulação limitada de textos iluministas na França é mencionada, assim como a necessidade de reavaliar a influência dessas ideias na formação das revoluções, tanto na França quanto na América Latina. A problematização do conceito de revolução se intensifica a partir dos anos 1960, levando historiadores a reexaminar as narrativas tradicionais.

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Vídeo de perguntas e respostas

  • Qual é o tema principal da aula?

    A historiografia das independências na América Latina.

  • Por que a independência do Haiti é considerada revolucionária?

    Porque foi acompanhada de uma sublevação social significativa dos escravos contra as elites colonizadoras.

  • Como a independência dos Estados Unidos é vista na comparação?

    Há um debate sobre se a independência dos Estados Unidos pode ser considerada uma revolução.

  • O que a historiografia marxista diz sobre as independências?

    Sugere que as independências não resultaram em mudanças sociais significativas e que houve mais continuidade do que rupturas.

  • Qual é a diferença entre emancipação e independência?

    Emancipação refere-se a uma ruptura política, enquanto independência implica uma autonomia total que não foi alcançada.

  • Como a Revolução Francesa influenciou as independências hispano-americanas?

    Foi vista como um impulso para a disseminação de ideais de liberdade e igualdade.

  • Quais autores questionam a influência das ideias iluministas?

    Carlos Édgar Manchaca e Robert Darnton são mencionados como críticos dessa perspectiva.

  • Quando o conceito de revolução começou a ser problematizado?

    A partir dos anos 1960.

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    a nossa aula hoje sobre a historiografia
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    referentes ao tema das independências na
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    américa latina
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    claro que as fotografias sobre ip warta
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    é complexa e eu fiz algumas escolhas
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    quer chamar a atenção para alguns
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    momentos algumas tendências que me
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    parecem esclarecedoras desse grande
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    panorama e aí em torno de cada uma
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    dessas vertentes vocês encontram toda
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    uma safra de autores de trabalhos
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    interessantes
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    então vou começar lembrando que existe é
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    claro a respeito do tema das
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    independências na américa latina uma
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    discussão fundamental que se refere ao
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    caráter ou não revolucionário desses
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    movimentos
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    à pergunta sobre se se justifica chamar
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    os processos de independência como
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    revoluções ou não ou se não houve de
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    fato rupturas ali portanto o conceito de
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    revolução não seria um conceito adequado
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    para esses processos e é claro que
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    tradicionalmente essa reflexão vem
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    acompanhada de uma referência com a qual
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    sempre nós estamos comparando que é a da
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    independência dos estados unidos ea
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    independência do haiti
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    em relação ao haiti não é claro qualquer
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    dúvida quanto à marca revolucionária da
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    emancipação do haiti que veio
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    acompanhada de toda uma sublevação
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    social extraordinária e sobretudo os
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    escravos contra as elites colonizadoras
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    branca e neste caso quer dizer o caráter
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    de uma revolução social esteve ali
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    presente e foi central na independência
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    do haiti
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    em relação aos estados unidos também é
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    claro que a vocês forem atrás vocês vão
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    encontrar um debate sobre se de fato a
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    independência dos estados
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    unidos se configurou como uma revolução
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    e autores que defendem que não mas de
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    uma forma geral a historiografia e
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    também as representações que afirmam os
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    estados unidos relacionadas à identidade
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    nacional alma a uma imagem que se afirma
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    sobre o nascimento da nação norte
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    americana presa leste aí
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    indubitavelmente o conceito de revolução
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    ou seja é como se para o haiti e para os
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    estados unidos o conceito de revolução
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    fosse um questionável mente correto e
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    adequado em relação à américa latina
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    esse debate se coloca esse debate
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    acompanha o debate historiográfico ao
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    longo dos tempos
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    então retornando ao nosso ambiente
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    histórico da aula passada quando falamos
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    sobre simon bolívar com o texto da
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    fabiana fredrigo quando falamos sobre
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    uma certa historiografia nacionalista
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    que na colômbia na venezuela no equador
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    mas sobretudo aí nessa região do
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    vice-reino de nova granada e depois da
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    gran colômbia afirmou uma visão bastante
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    cheiro incisão ante de simón bolívar e
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    por conseqüência das guerras de
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    emancipação da nova granada
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    é claro que essa fotografia também
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    fomenta o uso da noção de uma revolução
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    então esses estados se viram de fato
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    diante do desafio de afirmar a sua
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    soberania sua centralidade de afirmar a
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    integridade do território a coesão do
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    território nós vamos falar disso
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    a partir da aula que vem pensando em
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    casos específicos o que foi isso na
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    argentina o que foi isso no méxico que
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    foi isso no peru
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    mas hoje eu queria que vocês já tivessem
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    mancha o fato de que esse desafio esteve
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    relacionado com uma narrativa histórica
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    que vai ganhando está se especialmente a
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    partir da segunda metade do século 19 e
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    uma narrativa histórica aqui
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    se prestava a afirmação da nação
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    e isso aconteceu em todas as partes
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    aconteceu no chile aconteceu na
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    argentina aconteceu no méxico e
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    aconteceu na colômbia na venezuela e no
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    equador na região do antigo vice reino
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    de nova granada e nesse sentido então o
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    que eu queria deixar aqui estabelecido é
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    o fato de que essa história escrita a
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    partir sobretudo da segunda metade do
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    século 19 e que servia ao sim já
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    afirmara nação de construir uma
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    narrativa imbó lica com toda uma carga
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    de representações que pudessem forçar a
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    nação essa história foi uma história que
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    se valeu do conceito de revolução é
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    claro à nação a pátria precisava nascer
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    de uma ruptura com a colônia com a
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    subserviência a um centro externo
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    nesse sentido a história precisava
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    valorizar esse caráter de novidade de
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    uma nação que nascia ali livre
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    emancipada e em condições de decidir e
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    forjar o seu próprio caminho
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    ou seja o começo foi uma evolução
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    promissora auspiciosa e no entanto que
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    se seguiu foi uma trajetória e muitas
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    ausências aquilo que nós começamos a
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    conversar na primeira aula
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    tudo aquilo que idealizava como a
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    formação de uma nação moderna civilizada
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    não correspondia aquilo que os atores
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    históricos da segunda metade do século
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    19 enxergavam ao seu redor e os
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    diagnósticos que eles fizeram da nação
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    muitas vezes eram diagnósticos pessoas
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    isso tudo vai colocando alguns problemas
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    no uso do conceito de revolução e mais
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    adiante
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    mais adiante a historiografia marxista
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    contribuir para colocar na berlinda o
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    conceito de revolução justamente
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    verificando que
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    a independência não foram capazes de
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    engendrar as sociedades realmente novas
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    estou aqui reproduzindo de uma forma
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    simplificada o que seria essa
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    perspectiva que constata que houve mais
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    continuidade do que rupturas
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    nessa passagem entre a ordem colonial ea
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    ordem independente
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    é como se as independências tivessem
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    acontecido sem ter sido capazes de
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    refundar uma ordem social em novos
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    termos hoje houvesse realmente um
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    sistema de representação política que
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    funcionasse ou seja um regime
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    republicano tal como se idealizá vá onde
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    houvessem procon onde houvesse processos
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    de incorporação dos vários setores
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    sociais da nação onde esses setores
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    sociais pobres excluídos pudessem aos
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    poucos se converter em cidadãos pelo
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    contrário século 19 um século de pobreza
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    um século de exploração arbitrária da
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    mão de obra é um século em que a
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    república muitas vezes é considerado uma
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    república de fachada ou seja a ordem
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    colonial rompeu os laços externos com a
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    metrópole mais internamente aspectos
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    fundamentais da sociedade coloniais
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    foram mantidos quase que em contatos
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    quer dizer as independências não
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    poderiam ser consideradas revoluções
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    quando o status cordas é a ordem quando
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    as estruturas sociais políticas e
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    econômicas da velha ordem que eram
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    marcadas pela desigualdade que eram
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    marcadas pelas pela exclusão que eram
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    marcadas pelo domínio de emitir sons que
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    controlavam tudo e que não negociavam o
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    seu poder que não negociavam há soluções
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    políticas com o conjunto da sociedade ou
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    seja a palavra revolução seria uma
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    palavra inadequada para se explicar
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    essa passagem da américa espanhola
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    colonial
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    a américa espanhola e independente então
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    essa esse questionamento vai alcançar o
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    seu ápice
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    nesse momento de mistura grafia marxista
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    que busca traços de uma revolução social
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    onde a revolução social teria estado
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    ausente e onde ela se manifestou foi
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    sufocada que é o que nós vimos na aula
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    passada por exemplo em relação ao
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    movimento de down e morelos no méxico
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    onde houve um beijo de uma participação
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    popular nas guerras de independência
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    esse lampejo foi sufocado foi tirado de
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    cena e as elites voltaram a conduzir o
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    processo
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    há algum tempo antes de vocês boa parte
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    de vocês freqüentarem a escola
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    a palavra revolução mesma palavra
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    independência hail dos livros didáticos
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    e foi substituída pelo conceito de
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    emancipação nos livros escolares
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    o eco dessa discussão toda foi a
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    substituição do conceito de
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    independência de revolução pelo conceito
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    de emancipação porque a emancipação
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    seria mais restrita
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    seria uma emancipação somente no plano
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    político um estado que nasce a partir da
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    ruptura com a metrópole emancipada sua
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    condição colonial mas ele não se torna
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    de fato independente porque esses
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    estados hispano americanos teriam
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    continuado subordinados a uma divisão
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    internacional do trabalho muito desigual
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    onde os estados hispano americanos eram
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    fornecedores de matérias primas eram
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    fornecedores de gêneros agrícolas
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    agrícolas e importavam em contrapartida
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    os bens industrializados ou seja essa
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    divisão internacional do trabalho
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    dava aos estados hispano-americanos uma
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    condição subordinada periférica de
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    vantajosa e isso não podia ser
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    considerada considerado os
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    adu de independência do status no máximo
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    eram politicamente emancipados
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    em todos os outros aspectos eles
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    continuavam ainda marcados por relações
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    que eram próprias do mundo colonial
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    tanto em termos econômicos quanto em
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    termos dessa organização interna da
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    sociedade
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    então esse debate vai acompanhar a
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    historiografia e daqui a pouquinho eu
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    voltar a isso uma outra vertente
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    histórica que também sobretudo em meados
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    do século 20 em torno dos anos 1950
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    defende o uso de conceito uso do
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    conceito de revolução para as
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    independências hispano americanas e aqui
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    dentre algumas possibilidades e escolhi
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    mencionar a referência do já que o gol
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    deixou um autor francês que escreve essa
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    obra a grande nação a expansão
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    revolucionária da frança no mundo de
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    1789 a 1796 um livro publicado em 1956
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    avisando já que o gol deixou que foi
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    compartilhada com outros autores do seu
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    tempo era uma visão que também aplicava
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    a história das independências
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    hispano-americana o conceito de
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    revolução já que deixou usa o conceito
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    de revolução para pensar as
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    independências hispano americana como um
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    vez dobrar mento da grande revolução
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    francesa
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    ou seja a evolução francesa em fim do
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    século 18 teria ocasionado uma onda de
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    disseminação dos ideais de liberdade dos
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    ideais de fraternidade de igualdade e
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    isso teria despertado outros povos do
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    mundo para essa possibilidade da luta
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    pela liberdade da luta pela emancipação
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    e a partir daí ele vai perseguindo esse
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    raio que se espraia por outros
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    territórios
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    por outra sociedade levando consigo essa
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    força irradiadora da revolução francesa
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    nesse sentido o tema das independências
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    dos panamericanos é tratado de uma forma
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    onde as questões locais específicas da
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    sociedade externa americana sem
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    importância menor porque tem uma
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    importância fundamental esse impulso
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    externo
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    esse impulso que vem da frança e que
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    ajuda a explicar toda uma nova era não
  • 00:13:52
    apenas na frança mas pelo menos no
  • 00:13:55
    ocidente
  • 00:13:57
    ou seja a revolução francesa teria sido
  • 00:13:59
    a chave para uma grande transição para
  • 00:14:02
    uma grande ruptura que teria
  • 00:14:05
    ultrapassado transbordado a frança e
  • 00:14:08
    contagiado o mundo ea américa espanhola
  • 00:14:11
    teria sido objeto também desse contágio
  • 00:14:16
    desse impulso recebido que não deixou
  • 00:14:19
    pedra sobre pedra que selou a crise do
  • 00:14:23
    antigo regime e junto com a crise do
  • 00:14:25
    antigo regime e selou o fim da era
  • 00:14:28
    colonial com um desdobramento dessa
  • 00:14:33
    perspectiva
  • 00:14:34
    fica essa visão que continua
  • 00:14:37
    atravessando os debates sobre as
  • 00:14:39
    independências na espanha américa de que
  • 00:14:42
    as idéias iluministas francesas as
  • 00:14:45
    idéias ilustradas teriam desempenhado um
  • 00:14:48
    papel importante na inclusão desses
  • 00:14:52
    movimentos revolucionários na américa
  • 00:14:54
    espanhola
  • 00:14:55
    ou seja no século 18
  • 00:14:57
    esses textos revolucionário saíram da
  • 00:15:00
    frança entraram clandestinamente nas
  • 00:15:03
    colônias ibéricas na américa porque
  • 00:15:06
    havia censura a 20 edição e esses textos
  • 00:15:11
    eram proibidos entretanto eles
  • 00:15:13
    conseguiram burlar a censura e circular
  • 00:15:16
    e ao circularem ajudaram a incendiar a
  • 00:15:20
    cabeça de homens idealistas que então
  • 00:15:23
    também se dispuseram a lutar por essa
  • 00:15:27
    causa revolucionária que tinha como
  • 00:15:29
    matriz na frança
  • 00:15:31
    essa perspectiva das idéias iluministas
  • 00:15:36
    francesas semeando um projeto
  • 00:15:39
    revolucionário é uma perspectiva que
  • 00:15:42
    está sendo questionada por alguns
  • 00:15:45
    autores que eu vou comentar
  • 00:15:47
    daqui a pouquinho entre eles um carlos
  • 00:15:49
    que era monte
  • 00:15:51
    nesse volume da biblioteca a yakult o
  • 00:15:54
    chamado pensamento político da
  • 00:15:57
    emancipação
  • 00:15:57
    aliás descobri que eu uso o pensamento
  • 00:16:00
    da ilustração é esse volume o pensamento
  • 00:16:02
    da ilustração que é mais um volume da
  • 00:16:05
    famosa biblioteca eacute t disse a vocês
  • 00:16:07
    que está digitalizada e que é um
  • 00:16:10
    material de referência muito importante
  • 00:16:11
    então o carlos era mancha é um dos
  • 00:16:14
    autores que vai se colocar
  • 00:16:15
    posteriormente nesse debate para lançar
  • 00:16:19
    relativizar critica essa perspectiva em
  • 00:16:22
    que as independências estou americanas
  • 00:16:24
    devem ser entendidas à luz de um rastro
  • 00:16:27
    que se irradia a partir da revolução
  • 00:16:30
    francesa
  • 00:16:31
    aproveite para fazer um parêntesis aqui
  • 00:16:34
    e lembrar a vocês que essa visão sobre o
  • 00:16:37
    papel das idéias iluministas como um
  • 00:16:40
    papel central para se entender inclusive
  • 00:16:43
    a revolução francesa vem sendo
  • 00:16:46
    questionado também para o caso da frança
  • 00:16:49
    caso de autores como robert darnton
  • 00:16:52
    entre outros que vão mostrar que a
  • 00:16:56
    circulação dos textos iluministas na
  • 00:16:59
    frança 7 100 x da frança do século 18
  • 00:17:03
    foi muito menor do que se imaginava e
  • 00:17:07
    robert darnton então com aquele livro
  • 00:17:09
    clássico dele a frança revolucionária
  • 00:17:12
    nos best-sellers proibidos
  • 00:17:15
    é um livro referencial recomendo a
  • 00:17:18
    leitura aqui pra vocês vai mostrar que
  • 00:17:21
    esses 10 energy que circularam na frança
  • 00:17:24
    do século 21 ou seja aqueles textos que
  • 00:17:26
    eram exaustivamente livros que eram tão
  • 00:17:29
    amplamente conhecidos não eram textos de
  • 00:17:31
    autores iluministas então como explicar
  • 00:17:34
    as origens da revolução francesa com
  • 00:17:36
    base nas idéias de luz chat também tem
  • 00:17:40
    um livro chamado às origens culturais da
  • 00:17:43
    revolução
  • 00:17:43
    francesa em que ele vai se colocar essa
  • 00:17:46
    pergunta foram as idéias iluministas que
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    alavancaram a revolução francesa ea
  • 00:17:50
    conclusão é de que não há no entanto a
  • 00:17:54
    segunda pergunta que se coloca então os
  • 00:17:57
    livros os textos as idéias ilustradas
  • 00:17:59
    não tiveram importância nenhuma
  • 00:18:01
    é claro que sim mas ela circularam ela
  • 00:18:05
    chegaram a essa opinião pública
  • 00:18:08
    informação por outros caminhos que não a
  • 00:18:11
    do estudo intelectualizado compenetrado
  • 00:18:14
    da obra de russo de voltar e de tantos
  • 00:18:18
    outros
  • 00:18:18
    então esse debate que nós vamos ver em
  • 00:18:22
    relação às independências
  • 00:18:24
    hispano-americanas é um debate que
  • 00:18:26
    encontra uma contrapartida para se
  • 00:18:29
    pensar
  • 00:18:30
    atualmente a própria revolução francesa
  • 00:18:33
    as origens da revolução francesa e em
  • 00:18:36
    outros processos entendidos como
  • 00:18:39
    revolucionários neste momento da da
  • 00:18:42
    história ou seja nesse final do século
  • 00:18:45
    18 neste início do século 19
  • 00:18:49
    então pensando que até meados do século
  • 00:18:53
    20 o conceito de revolução foi usado de
  • 00:18:57
    uma forma quase que natural pelos
  • 00:19:00
    historiadores fosse por esta chave
  • 00:19:03
    nacionalista fosse por esta chave
  • 00:19:06
    apoiada sobre a centralidade da
  • 00:19:09
    revolução francesa
  • 00:19:11
    esse cenário por outro lado incomodava
  • 00:19:14
    porque muitas vezes as narrativas
  • 00:19:16
    voltadas à formação dos estados
  • 00:19:19
    nacionais de estourava dessa idéia de
  • 00:19:22
    uma revolução que fundou algo
  • 00:19:24
    inteiramente novo
  • 00:19:26
    então isso incomodava e essa e sim como
  • 00:19:29
    do essa a os atos desse incômodo ter
  • 00:19:33
    sido transformado em um problema a ser
  • 00:19:36
    desenvolvido a ser analisado discutido
  • 00:19:39
    por historiadores isso se coloca
  • 00:19:43
    realmente desta forma com um problema
  • 00:19:45
    especialmente a partir dos anos 1960 e
  • 00:19:51
    aqui também eu poderia destacar vários
  • 00:19:54
    autores poderia destacar
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    várias escolas não vou fazer isso para
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    ser um pouco mais sintética e objetiva
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    na minha exposição e escolhi o texto do
  • 00:20:05
    píer cheney como referência desse
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    momento em que o conceito de revolução
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    passa a ser problematizado
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    [Música]
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