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[Música]
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Olá, pessoal. Voltei aqui nesse último
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bloco da nossa trilha da escola de
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inovadores. Muito feliz por ter passado
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por esses momentos com vocês, né? Essa é
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a minha terceira aula com vocês e claro,
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agradecer por todo o engajamento no
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desafio que vocês fizeram no desafio da
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pizza. Um engajamento lindo, perfeito,
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que nos deixou muito motivados e
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motivados também para trazer uma pilha
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mais para o desafio final. Mas antes de
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tudo, eu quero eh fazer a minha
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autodescrição. Eu sou um homem branco,
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uso cabelos e barbas pretos, eu sou
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tenho 1,78 m de alturas, uso camisa
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preta, calça verde, pulseiras. E vamos
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então à nossa aula. Eu sou Maicel Jeres
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e hoje nós vamos falar sobre um tema que
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honestamente ninguém preparou, ninguém
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nos preparou para viver, né, que é
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liderar o inesperado. Bom, mas antes de
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qualquer conceito, eu gosto sempre de
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iniciar as minhas aulas contando uma
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história real. Então, deixa eu te contar
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uma história real. Era uma manhã comum
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em 2020, o mundo estava entrando em uma
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pandemia e tudo parou. Escola, trabalho,
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rotina, planos. Enquanto muita gente
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travou, uma jovem de 26 anos decidiu
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agir. Ela se chama Amanda Gorman, uma
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poeta negra, filha de mãe solo, vindo de
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escola pública nos Estados Unidos.
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Amanda não era famosa nem influente, mas
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ela começou a escrever, a transformar o
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caos em palavras, em esperança. Em menos
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de um ano, ela foi escolhida para algo
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impensável, recitar seu poema na posse
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do presidente dos Estados Unidos. De
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frente para o mundo, com voz firme e
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mãos tremendos, ela entregou versos que
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rasgaram o silêncio do medo. Sempre à
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luz, se apenas formos corajosos, o
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suficiente para vê-la. Se apenas formos
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corajosos, o suficiente para ser a luz.
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Amanda não tinha poder, não tinha cargo,
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mas teve algo raro, liderança sem palco,
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até o palco vira a ela. Isso é liderar o
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inesperado. Agora olha para mim. Se eu
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te perguntasse hoje, você se considera
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um líder? Talvez sua resposta seja:
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"Não, mas essa aula vai virar essa chave
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em você. Porque eu vou te provar que
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liderança hoje não é sobre cargo, é
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sobre impacto, não é sobre estar à
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frente, mas sobre fazer a diferença onde
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você está." Nós viemos de uma era do
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imprevisível. As coisas mudam de uma
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hora para outra. Uma inteligência
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artificial que você nunca ouviu falar,
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já pode estar mudando o seu emprego. Uma
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ideia postada agora no TikTok pode virar
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uma empresa, uma notícia, um
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cancelamento, um colapso, tudo num
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clique. É por isso que hoje o líder que
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sobrevive não é o que tem todas as
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respostas, é o que tem coragem de fazer
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boas perguntas, é o que fica e se
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destaca. Como bom administrador de
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empresas, eu sou apaixonado pelas
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escolas da administração. Eu acredito
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que a ciência administrativa é capaz de
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explicar através da revolução
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industrial, ou seja, através da evolução
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do tempo versus todas as escolas da
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administração, como nós chegamos até
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aqui, através das organizações, através
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das empresas e principalmente colocando
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um filtro aí da nossa aula de hoje sobre
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liderança, nós conseguimos entender como
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a liderança chegou até hoje, como as
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escolas contribuíram para os líderes,
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para a formação. de liderança. Por isso
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eu quero fazer como uma linha do tempo
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neste momento, como que se nós
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pudéssemos entender a evolução da
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liderança dos últimos anos através da
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escola da administração. Tudo bem? Claro
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que eu não vou me aprofundar nos
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assuntos, eu vou trazer características
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da liderança dessa evolução do tempo.
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Então, para que ficar mais claro para
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vocês, vocês podem depois se aprofundar
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um pouquinho, só digitar no Google, no
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chat e aptar ali uma inteligência
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artificial. Eu também vou deixar no
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material de apoio alguns links para que
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vocês possam entender melhor a evolução
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da dos tempos através das escolas da
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administração. É perfeito para que a
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gente entenda os cenários das
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organizações. Então, de uma maneira
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suscinta, eu quero falar um pouquinho
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sobre as lideranças, como elas foram eh
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trazendo aí um conceito científico para
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o líder, tá bom? Eu quero começar no
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século XIX, na Revolução Industrial. E
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aí eu vou chamar de o líder
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capataz. Com a revolução industrial
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nasce um novo modelo de produção e com
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ele o primeiro modelo de liderança
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organizacional, o chefe capatos. Aqui
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neste momento, o trabalhador era parte
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da máquina. O líder mandava, o operário
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obedecia e ponto. Não havia escuta, não
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havia empatia, não, não tinha como e não
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tinha espaço para o colaborador pensar.
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O líder não queria isso. O líder queria
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apenas que houvesse produção, pressão,
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resultado. Visualiza comigo. Era um
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momento em que estava surgindo as linhas
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de montagem nas fábricas inglesas. Os
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supervisores eram aqueles, os líderes
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eram aqueles com cronômetros na mão,
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gritos na garganta. Esse foi o início da
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liderança coecertiva. Mas vamos pensar o
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seguinte, nesse momento também estava
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acontecendo uma revolução no mundo, uma
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a revolução industrial. Então ninguém
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sabia ao certo como fazer, todo mundo
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queria os lucros. E aí este líder é esse
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momento é marcado por essa liderança.
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Vamos fazer um salto agora. Vamos para o
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líder científico no início do século XX
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com o tayorismo e o fordismo, tá? Por
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volta de 1910, entra em cena Frederick
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Taylor com a administração científica. O
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foco, a eficiência, medição,
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padronização. Taylor via o trabalhadoro
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como uma variável de produtividade.
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Nasce nesse momento o conceito de homem
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máquina. Tá vendo? Como muitos conceitos
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que nós usamos hoje, eles são conceitos
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que vêm lá de trás.
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Eh, nesse momento o funcionário, ele era
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o colaborador, ele era treinado pelo
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líder para repetir, não para pensar. E
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aí Henry Ford aplica isso brilhantemente
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com o fordismo. Esteiras, especialização
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extrema, produção em massa. Funcionou?
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Funcionou. Mas o líder ainda era
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técnico, analítico, ele era o engenheiro
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do tempo. O problema é que nós
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continuávamos com líderes que deixava
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num ambiente de trabalho zero espaço
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para criatividade. O colaborador não era
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treinado para inovar. Talvez você já
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tenha visto nos livros de história e
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replicado muitas vezes em apostilas e os
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filmes do Charlie Chaplin, aqueles
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operários que ficavam ali apenas para
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apertar um parafuso e ele só trabalhava
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naquilo, naquilo naquele momento com
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aquelas eh engrenagens. E é exatamente,
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eh, o filme retrata exatamente esse
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modelo de liderança. Agora, pulando mais
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um pouquinho para que a gente possa
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entender alguns conceitos eh de
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liderança e como era o líder naquele
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momento, nós vamos para o líder
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humanista de 1930 a 1950 nas escolas das
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relações humanas da administração. Com
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os estudos de Elton Mao, os famosos
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experimentos de Howorning, surge um novo
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olhar. O trabalhador tem emoções. Olha
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que interessante, eles começam a tratar
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sobre isso nesse momento através dos
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experimentos de Htorn.
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Eles começam a entender que os
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colaboradores têm necessidades,
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necessidades sociais têm motivação. A
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liderança começa a mudar, nasce o
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conceito de liderança
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participativa. agora ouvir o
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colaborador, entender eh o ambiente,
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entender a temperatura, entender o
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clima, entender eh os ruídos, eh
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melhorar o clima também. ele o eles os
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líderes ali naquele momento começa a
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perceber que isso aumenta e melhora a
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produtividade. Então o líder deixa de
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ser apenas técnico e passa a ser alguém
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que inspira, alguém que motiva. Mas
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cuidado, é claro que sabemos que as
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empresas elas existem para gerar lucros
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e mas nesse momento quando as
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experiências de automar em Howorn onde
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ele começa a fazer as análises do clima,
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fazer as análises de ruídos e ver que
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isso aumenta a produtividade, o
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colaborador ele passa a ser ouvido, ele
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passa a ser estudado, mas as empresas
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elas estavam mais adotando só discursos
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humanistas.
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mantendo práticas autoritárias por
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debaixo do tapete, né, ao longo de
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muitos anos. Eu vou pular mais um
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pouquinho e eu quero falar sobre o líder
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estratégico de 1960 a 1980 da escola
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neoclássica. E vocês percebem que líder
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estratégico, tudo isso, nós estamos
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falando de conceitos que vêm lá de trás
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e que são aplicados até hoje. Bom, é
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neste momento que surge um novo
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personagem, o líder
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gestor. Ele pensa em cenário, ele pensa
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em concorrência, ele pensa em
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posicionamento, ele toma decisões
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racionais basead em dados. Aqui é o que
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Peter Drucker nos apresenta por uma
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gestão por objetivos. é onde o líder ele
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sai da fábrica e ele vai entender, ele
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vai tomar o comando de tudo que está
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também ao redor. Ele agora é o arquiteto
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das decisões. Bom, agora vamos para um
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pouco mais perto, o líder carismático e
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heróico de 1990 a 2000. Com a
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globalização e ascensão das marcas
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pessoais, surge o líder celebridade.
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Steve Jobs, Opra, Elan Musk. O líder
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agora é visionário, inspirador,
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carismático. Ele é o cara do palco de da
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diferença. Esses líderes trouxeram
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inovação, mas também
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centralização. Tudo girava em torno da
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sua personalidade. E o risco é que
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quando o líder cai, a cultura desmorona.
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E agora chegamos ao colapso do herói, a
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era do
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inesperado. Chegamos a um ponto de
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ruptura, a transição definitiva entre os
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modelos clássicos de liderança e o que
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eu chamo de liderança que se adapta em
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cenário disruptivo. O que vimos hoje não
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é só uma fase, é uma quebra
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epistemiológica, uma mudança no jeito de
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produzir, de se relacionar, de consumir
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e, claro, de liderar. Você lembra do
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termo vulca? Pois é, volátil, incerto,
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complexo, ambíguo. Pois é, já ficou
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velho. Hoje nós falamos em novos
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conceitos, pois precisamos de uma nova
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liderança, pois tudo quebra com
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facilidade. As decisões precisam ser
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rápidas e inseguras, causas e efeitos
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não se conectam mais, não dá para
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entender tudo e tudo ao todos e tudo ao
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mesmo tempo. E aí eu te pergunto, como
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liderar dentro disso? Como liderar neste
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novo momento? E aí, pessoal, eh vocês
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precisam entender que é o colapso do
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líder tradicional. Então eu trouxe aqui
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todos esses exemplos de liderança, mas
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eh para que vocês entendam que nesse
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novo cenário é o colapso do líder herói.
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O líder herói ele sobe no palco sozinho,
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toma decisões isoladas, centraliza a
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inteligência, valoriza o controle, a
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previsibilidade, a autoridade
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inquestionável. Mas o mundo atual não
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recompensa o controle, recompensa a
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adaptação. Pensa, uma decisão
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estratégica pode ser derrubada por uma
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trend no TikTok. Uma marca consolidada
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pode ser cancelada por um único post.
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Uma cadeia global pode ser pode se
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colapsar por uma guerra do outro lado do
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planeta. A lógica tradicional,
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cartesiana, hierárquica, quebrou,
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acabou.
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As novas exigências do mundo
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contemporâneo, ela passa por um líder
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que precisa pensar em rede, não em
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linha, pensar
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horizontalmente de forma fluida e
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orgânica, precisa integrar múltiplos
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saberes, tecnologia, emoção,
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diversidade, ética, dados, tomar
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decisões inacabadas com bases em
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experimentos, testes, assumir a não
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linearidade, onde causa efeito não se
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encaixam como antes e acima de tudo ser
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vulnerável, acessível, ser
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coerente. O verdadeiro líder inesperado
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não briga com caos, ele dança com ele.
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Ele observa os sinais fracos. Ele age
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leve, mas com profundidade. Ele lidera
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com coragem e humildade ao mesmo tempo.
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Então, o que temos? A morte do líder
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herói não é apenas uma mudança de
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estilo, é uma mudança de paradigma. O
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fim do líder onipotente, o começo do
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líder consciente, o fim do eu sei, o
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começo do vamos descobrir juntos, o fim
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do palco, o começo da
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plataforma. Se você lidera como no
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século XX, você será substituído por
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quem já entendeu o século XX. O mundo
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atual não aceita mais líderes que não
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saibam escutar, se adaptar, colaborar,
00:14:29
errar rápido e recomeçar com mais
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sabedoria. E mais, o mundo não precisa
00:14:34
de mais heróis, precisa de gente real,
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de coragem real, lideranças de carne e
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osso, conexão, visão. Então, a essa
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altura, você já entendeu, o velho modelo
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de liderança morreu. Mas eu quero te
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provocar com uma pergunta que vai além.
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Se o velho líder foi enterrado, quem é
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então o novo líder? A resposta é: é quem
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tem habilidade rara. Enxerga o que os
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outros ainda não vêm. Peter Drooker, o
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pai da administração moderna, dizia: "O
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maior perigo em tempos turbulentos não é
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a turbulência em si, é agir com a lógica
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do passado. É quase como dizer: "O
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problema não é o vendaval, é você querer
00:15:18
pilotar um drone com um manual de pipa."
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Isso é captar o invisível. É você
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perceber o que está mudando antes que a
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mudança se torne óbvia. É traduzir
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sinais fracos. é escutar o que o cliente
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ainda não verbalizou. é entender o
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incômodo antes da reclamação. É prever
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um comportamento no mundo onde ninguém
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sabe o que vai acontecer depois do
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próximo clique. Bom, como nós viemos
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aqui de conceitos de liderança e para
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essa nova ruptura deste novo conceito,
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eu quero te dar um exemplo que você
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conhece bem, o Nubank, quando os bancos
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ainda estavam orgulhosos das suas filas,
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das suas letras miúdas, dos gerentes
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dizendo: "Ó, infelizmente foi negado."
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O Nobenk começou a ouvir um cliente que
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nem existia, um cliente imaginário quase
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que um sussurro no vento dizendo: "Eu
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quero um banco simples que fale a minha
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língua. Eu quero resolver tudo sem pedir
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favor e, se possível, sem precisar ligar
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para ninguém." E ponto disso dá-se uma
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revolução. O Nubank não inventou o
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cartão, não inventou o crédito, mas
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reinventou a experiência. Sabe o que
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isso significa? que inovação de verdade
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não é criar o novo, é revelar o que já
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está lá, mas ninguém
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viu. Aliás, às vezes o cliente não sabe
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explicar o que quer, mas sabe exatamente
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o que não quer. Não quer esperar, não
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quer burocracia, não quer ser tratado
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como se estivesse pedindo favor quando
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na verdade está pagando. O líder
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invisível capta isso. Ele percebe antes,
00:16:57
não por mágica, mas por escuta, por
00:17:00
sensibilidade, por leitura de contexto.
00:17:03
Tem gente que chama isso de feeling. Mas
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deixa eu te contar um segredo de
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bastidor. Feeling hoje é dado, cruzado
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com empatia e visão. É inteligência
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emocional, mas inteligência analítica. E
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é você saber o que importa antes que
00:17:20
fique urgente. Bom, agora você pode
00:17:22
estar pensando, mas Michael é tudo muito
00:17:25
novo? E eu entendi os conceitos de
00:17:28
liderança que ficaram para trás. É um
00:17:30
mundo onde tudo está mudando a todo
00:17:34
tempo. Eh, eu preciso ficar um pouco
00:17:36
mais pronto para essa liderança. Eu
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quero então te apresentar já neste
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momento quatro super poderes do líder
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inesperado. Afinal, nós estamos falando
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de uma liderar o inesperado, né? Até
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aqui eu mostrei que o herói, o líder
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herói morreu. E agora talvez você esteja
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perguntando: "Ué, mas se o líder herói
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morreu, como é que esse líder tem
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superperes?" A resposta, pessoal, é
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simples. Um líder tem sim superperes,
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mas não são aqueles que brilham no
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peito, são aqueles que sustentam o time
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quando o mundo desaba. O líder do
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inesperado não voa, mas ele é a pessoa
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que quando todo mundo corre, ele fica e
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pensa e age. Hoje eu quero te apresentar
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os quatro superperes do líder
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contemporâneo, do líder real, super
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poderes reais. E aí eu quero te
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apresentar esses super poderes de outro
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jeito. Imagina você entrando na sala da
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Marvel e vendo ali esses quatro super
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poderes, não com capa, mas com
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propósito, não com martelo, mas com
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clareza. E aí o primeiro superper que
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você para e começa a identificar o super
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poder desse novo eh líder, a escuta
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radical, o radar invisível. Imagine um
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poder silencioso capaz de ouvir o que
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não está sendo dito, de captar os sinais
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fracos antes que se tornem bombas. Este
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é o poder da escuta radical. Mas preste
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muita atenção, não é escutar como quem
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espera a vez de falar, é escutar com o
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corpo inteiro, com interesse genuíno,
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com presença. Na ciência da
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administração, isso se conecta à teoria
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do cliente interno e a gestão da
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qualidade total. Empresas que escutam
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sua base, colaboradores, clientes,
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tornam decisões mais precisas e
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douradoras. Um exemplo, a Magalu, quando
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notaram que os vendedores tinham
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dificuldade de linguagem digital, ao
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invés de demitir, criaram um programa de
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formação. O resultado inovação sem
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abandono, transformação com gente de
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dentro. A escuta radical é o radar do
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novo líder. Quem não escuta lidera no
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escuro. Bom, o segundo super poder
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quando você está ali naquela sala
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analisando é agilidade emocional. Um
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escudo invisível, né? Sabe aquela cena
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clássica do herói em meio ao caos,
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explosão atrás, pressão dos dois lados,
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ele respira e escolhe. Esse é o segundo
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poder do novo líder, agilidade
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emocional, a habilidade de reconhecer o
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que sente, sem se deixar arrastar por
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isso, de sentir medo e continuar, de
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reconhecer a raiva e transformar em
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diálogo. Esse conceito vem da psicologia
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Susan David de da Harvard Billsen
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School. Segundo ela, a agilidade
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emocional é a chave para líderes que
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precisam decidir sobre pressão e
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permanecer humanos no processo. Um
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exemplo clássico, Jacinda Ardren,
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ex-primeira ministra da Nova Zelândia.
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Durante a pandemia, ela combinou clareza
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de decisões com empatia pública, fez
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lives com roupas de ginástica, conversou
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com crianças sobre o coronavírus e ao
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mesmo tempo liderou medidas firmes. Ela
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foi o escudo do país sem perder o
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coração. Segundo exemplo de superper que
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o novo líder precisa ter é a liderança
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distribuída, a força do coletivo. Aqui
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vai um segredo de roteiro. Os heróis
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sozinhos perdem, mas juntos eles viram
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lenda. Esse é o terceiro poder,
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liderança distribuída, a capacidade de
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abrir mão do controle para construir
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redes de autonomia. Organizações que
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centralizam decisões afundam na
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lentidão, mas as que confiam ganham
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agilidade, inovação e
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comprometimento. Na teoria dos sistemas
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abertos, isso se conecta à
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interdependência organizacional e à
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governança em rede. O líder do
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inesperado não é um centro, ele é o
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conector. Um exemplo real, o Spotify
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trabalha com Squids, pequenos times
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multidisciplinares com autonomia para
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criar, testar, errar e corrigir. O líder
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não manda, ele dá o contexto, o
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propósito, o suporte. O time voa. A
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força do coletivo é a única capaz de
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sustentar o inesperado. Bom, sabemos que
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o líder herói morreu, mas eh o novo
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líder ele precisa ter superperes. Então
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vamos ao quarto superper, o pensamento
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antifrágil, o poder de crescer no caos.
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Bom, desses quatro eh super poderes, por
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fim, eu quero falar o mais misterioso
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dos poderes, o pensamento antifrágil.
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Não é ser resistente, nem apenas
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resiliente, é mais, é crescer com
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impacto, é aprender com erro, ganhar
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potência com a pressão. E para isso eu
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vou utilizar um conceito de nascint tal,
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que para mim é uma das maiores
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contribuições contemporâneas pra
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liderança. O antifrágil é tudo aquilo
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que melhora com estress, com a
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volatilidade, com a incerteza. Um
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exemplo, a Patagônia, marca global de
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roupas esportivas, durante uma crise
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ambiental que afetou a cadeia de
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produção, ao invés de esconder, eles
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escancararam, fizeram campanhas de
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consumo consciente, reciclaram tecidos,
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aumentaram o valor da marca. A crise
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virou capital, a diversidade virou
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estratégia e o caos virou combustível.
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Esses são os quatro superperes do líder
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inesperado. Não brilham, não fazem
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barulho, não vem com uniforme, mas eles
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são os únicos que funcionam quando o
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mundo para de funcionar. E o melhor,
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você pode desenvolvê-los. Porque
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liderança hoje não nasce no berço, ela
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nasce da decisão de agir com consciência
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no mundo que já não permite respostas
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prontas. Ufa, muito bem, você chegou até
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aqui. Parabéns. Você sobreviveu à morte
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do líder herói e já começou a
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desenvolver seus próprios superperes.
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Mas vamos recapitular rapidinho o que
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vimos nesse primeiro bloco. Você
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aprendeu que liderança não é mais sobre
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status, mas é sobre impacto. Você viu
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que o chefe da Revolução Industrial
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teria um colapso nervoso se trabalhasse
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numa startup. Hoje você entendeu que
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Taylor organizava a produção, mas hoje
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quem organiza o caos é você. A gente
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passou pela fábrica, pela eh saiu de
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dentro das fábricas, eh passamos pelo
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palco e agora a gente tá aqui no campo
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da batalha da
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imprevisibilidade. Mas Michael, e agora?
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Eu tenho super poderes, mas não tenho
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time. Calma. No próximo bloco, eu vou te
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apresentar como esses super poderes
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aparecem na prática, como eles funcionam
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no dia a dia de um líder real que
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precisa decidir, errar e aprender e
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liderar mesmo sem script. Vamos falar de
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influência sem autoridade, de decisões
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em meio ao caos e de como a consciência
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social e coerência pessoal são os novos
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indicadores de desempenho. No século
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passado, liderança se media em metas. No
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presente se mede em impacto e no futuro
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se medirá em quem ainda te segue quando
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o Wi-Fi cai.
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[Música]