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olá e bem vindos ao carinho da história
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o episódio de hoje vai para o pedro melo
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e ele me perguntou sobre nações e
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nacionalismo e é claro que a primeira
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referência ser pensada é o livro do
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hobsbawn nações e nacionalismo desde
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1870 programa mito e realidade que é o
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livro cujo copyright data de 90 1990 no
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brasil foi publicado longo da década de
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90 pela paz e terra como está o texto no
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contexto europeu a partir do século 19
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ele não entra na questão da do
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surgimento dos estados nacionais lá no
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século 12 a partir de portugal
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posteriormente a frança e bem depois a
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espanha ainda muito depois no século 19
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a itália ea alemanha o que o robinho não
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se interessa é o conceito de nação é um
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conceito complicado é um conceito
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extremamente complexo e na época em que
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o robinho começou a estudar
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havia pouca bibliografia ele mesmo
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específica é isso que fosse científica
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mesmo a maioria dos textos que falavam
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sobre nacionalismo eram textos
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nacionalista porque se vocês pensarem no
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século 20 o século 20 em sua primeira
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metade foi o auge do nacionalismo do
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período entre guerras passando pela
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segunda guerra mundial é o momento em
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que o nacionalismo tomou o protagonismo
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histórico e se transformou na
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monstruosidade que foi o
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todo esse vasto conjunto de políticas
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nacionais totalitários que varreram a
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europa neste período
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então como é que a gente vai pensar esse
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conceito
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jobs não se refere à del nero que é um
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pensador que acredita que existe uma
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unidade política nacional sustentada por
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um princípio que deve ser congruente
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isso deveria ser o nacionalismo você tem
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território essencialmente cultura e
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etnia
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às vezes religião
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às vezes uma história em comum
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às vezes uma questão linguística é isso
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que define uma nação
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mas é claro que no livro robinson vai
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analisar cada um desses aspectos e
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mostrar que muito nisso é construindo
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que não dá pra confiar nos mitos de
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origem das nações que o modo como as
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nações se vem historicamente nem sempre
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se justifique historicamente a partir de
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uma análise mais profunda que a
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construção da identidade nacional é uma
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construção política e cultural e que
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atende a interesses específicos
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nesse sentido você tem vários exemplos e
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aí que eu gostaria de pensar as questões
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que roubavam coloca que é claro
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primeiro existe aquela identificação
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grupal que é diferente do nacionalismo
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morano porque o nacionalismo dano requer
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noções de cidadania
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existem a nação como princípio imutável
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e isso como historiadores podemos
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contestar a qualquer momento
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a nação
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não é um princípio imutável o modo como
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a nação se vê muda a nação não existe
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por si a nação é construída
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historicamente existe a questão nacional
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marxista que para os marxistas a ação
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requer o desenvolvimento político
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econômico e tecnológico para existir
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então ela pode ser inserida na
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transformação dos modos de produção
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existe também a questão de que a nação é
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o fenômeno do álcool para hobsbawn que
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ela é construída conceitualmente a
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partir de cima partir de uma
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interpretação das classes dominantes mas
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que essa interpretação só pode ser
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compreendida a partir das noções de
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tradição que estão na base na sociedade
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que é aquele aquele conjunto lin
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identidades partilhados que transforma
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um povo em uma nação
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existe também a questão da consciência
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nacional e do nacionalismo esses são os
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principais pontos abordados pelo osvaldo
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eu quero falar um pouco sobre como nós
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vemos essa questão da identidade
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nacional e do surgimento na ação porque
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nós aprendemos na escola que portugal
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foi o primeiro estado nacional que foi o
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primeiro local com consciência e que se
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formou uma monarquia nacionalista com
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muitas aspas né uma monarquia de cunho
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nacional
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isso lá no século 12
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mas esse não é o nacionalismo que
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interessa para o hobsbawn para entender
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o nacionalismo e do nacionalismo moderno
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que é o objeto nesse livro eu pensaria
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em quatro exemplos
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eu pensaria na espanha israel e os lábia
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e no terceiro racha como é que a gente
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analisa isso
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eu vou pensar primeiro na espanha
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a espanha é o que está acontecendo hoje
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a espanha fui reunida na marra com base
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numa guerra santa milhões a movida por
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fernando de aragão e isabel de castela
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lá no século 15 para 16
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a partir dessa consolidação
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mesmo assim a espanha entre regiões com
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identidade própria tem o país basco a
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catalunha andaluzia a galícia e é claro
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astúrias aragão castela que permanecem
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regiões diferenciadas até hoje mesmo
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depois de 500 anos
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mesmo depois da ditadura sanguinária de
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francisco franco que obrigou todo mundo
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a falar espanhol tentando eliminar as
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línguas locais
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mesmo depois da modernidade surgida no
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século 19 para o 20
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a espanha permanece sem resolver essas
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contradições regionais e é sintomático
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que nos governos do partido socialista
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espanhol a autonomia dessas regiões
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cresceu principalmente no governo
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recente do sapateiro e no momento em que
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os indignados votaram na extrema direita
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na pessoa do mariano na rua
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o que aconteceu foi que o estado
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espanhol resolveu desmontar essas
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autonomias de uma maneira totalmente
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anacrônica e contra a realidade do país
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e hoje existe uma briga de foice por
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autonomias que foram conquistadas nas
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urnas que têm identidade regional
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extremamente presente que resistiu à
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igreja católica a literatura franquista
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e há toda uma história de perseguição
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e mesmo assim a espanha quer se entender
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como uma nação quando os espanhóis não
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se vêem necessariamente como espanhóis
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mais cinco bascos catalães andaluzes o
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galegos
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esse é um exemplo atual
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se vocês pensarem em 20 anos atrás nós
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temos a questão da iugoslávia
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a iugoslávia aqui fui reunida no pós
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segunda guerra mundial pelo marechal
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tito e que quando ruiu todo o pacto de
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varsóvia aí usava-se cover isou
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novamente em pequenas identidades
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nacionais então existem sérvios bósnios
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o pessoal do montenegro
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existe todo um problema insolúvel na
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iugoslávia porque o contrário da espanha
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em que a população se divide entre
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católicos e ateus simplesmente na
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iugoslávia
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a religião é um agravante nessas
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identidades que impedem o estado
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nacional exatamente por isso que os leve
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a cabo e se fragmentou nesses outros
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países
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sérvios bósnios albaneses e tudo mais
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que a iugoslávia pós segunda guerra
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mundial reunir se dividem entre
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católicos e ortodoxos e muçulmanos o que
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torna a sua convivência e o seu
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repertório de identidades culturais
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extremamente difíceis
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o outro caso que é o do terceiro haxixe
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e aí dá pra pensar em vários outros
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exemplos de regime
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totalitários que lhe foram
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contemporâneos
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é a procura de uma identidade nacional
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kao cada em mitos de pureza racial
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nós já vimos isso e podemos e
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ramificações até hoje desse problema
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desse tipo de nacionalismo que é o pior
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tipo porque ele é racista xenófobo e que
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sempre que uma crise econômica assola a
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europa nos últimos 100 anos
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esse tipo de racismo esse tipo de
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xenofobia esse tipo de nacionalismo
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estúpido que associa a posse territorial
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ea detenção dos privilégios da
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nacionalidade a um grupo estrito de
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pessoas e surge o terceiro rasto não
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precisa ser recapituladas aqui eu
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suponho que é do conhecimento geral o
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que aconteceu como é que o hitler chegou
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ao poder como é que toda a ideologia
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nazista foi imposta à sociedade mas ao
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mesmo tempo foi abraçada por uma boa
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parte da sociedade e como o a estrutura
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do estado foi usada para criar um mito
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nacional racial e excludente excludente
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de todo mundo que fosse diferente
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daquela nacionalidade desejada
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esse tipo de estado nacional esse tipo
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de nacionalismo é o que nos assusta até
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hoje é o momento em que o nacionalismo
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alcança-se o fanatismo maior e em que
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enfrenta a sociedade e tenta excluir
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todos aqueles que não pertencem à nação
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é o momento em que o chauvinismo
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o racismo ea xenofobia assim mostra em
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sua pior face
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o último caso que eu quero abordar o
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caso de israel
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e aí israel é uma conseqüência direta na
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segunda guerra mundial se não fosse toda
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a culpa cristã decorrente do extermínio
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praticado pelo terceiro rapaz não
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haveria o estado de israel ninguém teria
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pego e arrancar um pedaço da palestina e
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oferecido aos judeus e o estado de
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israel é complicadíssimo desse crítica
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primeiro porque quando israel foi fundar
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nos primeiros fundadores levaram um
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projeto extremamente realista socialista
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de convivência que foi substituído em
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menos de três décadas por fanatismo
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religioso da pior espécie
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um dos problemas históricos do estado de
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israel é que israel não se definir a
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partir de critérios nem étnicos nem
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lingüísticos nem nenhum dos critérios
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que definem historicamente o estado de
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israel se definir a partir da religião
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porque a identidade judia não é uma
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identidade racial étnica ou cultural
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abrangente a entidade judia é uma
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identidade religiosa
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então quando israel foi fundado e havia
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essa noção mais internacionalista entre
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os seus fundadores
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isso acabou sendo descartado e a
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identidade judaica hoje é uma identidade
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de cada vez mais voltada para a religião
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a identidade israelense é judaica o que
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torna a convivência com os palestinos
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tão violenta e terrível e o que vemos aí
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é uma coisa monstruosa
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porque aqueles que foram perseguidos se
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tornar whose israel se tornou um flagelo
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e o maior problema no oriente médio
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eu não vejo os muçulmanos embora os seus
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atos terroristas sejam milhões eu não
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vejo os muçulmanos apresentando tanto
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perigo a paz na região quanto o estado
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de israel apresenta a intransigência à
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violência e à completa cegueira
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histórica no estado de israel é que
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torna impossível a paz no oriente médio
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e o apoio de israel pelos estados unidos
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evidentemente nesse sentido
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vocês vejam que esses quatro exemplos
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estão circunscritos entre o século 21 o
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nosso momento histórico porque do mesmo
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modo que o visual é impossível pensar em
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nas consequências do nacionalismo e na
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identidade nacional sem pensar em seus
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desdobramentos políticos e suas
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estouramentos políticos nos atingem até
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hoje
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nesse sentido há muito para se refletir
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sobre nacionalismo muito para se
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refletir sobre identidade sobre o que
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nos diz quem somos e quem nos diz quem
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dá o loucos do nacionalismo é a sua
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certidão de nascimento é a educação que
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você recebeu dos seus pais do padre da
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escola é o civismo é a bandeira
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tudo isso é um conjunto de
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circunstâncias que totalmente aleatório
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quando a gente nasce a um lugar e são
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acidente do universo
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o fato de estar inserido em uma cultura
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nacionalista é totalmente aleatório
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então é necessário pensar e refletir
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historicamente sobre as identidades
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nacionais é necessário uma reflexão
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madura antes embarca messi desdobramento
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o histórico que é um nacionalismo burro
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o nacionalismo predatório que invadir
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outras nações e se a propina em nome da
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própria nacionalidade que persegue
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outros povos que discriminam diferente
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que fecha fronteiras que abandona
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pessoas em barcos para morrer no mar na
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intenção de preservar os seus valores
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nacionais é o tema muito atual e é um
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tema que tem que ser encarado tanto do
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ponto de vista histórico quanto político
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e econômico
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nesse ponto eu sugiro que se vocês
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tiverem comentários ou questões vão lá
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na minha página no facebook cantinho da
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história e comem tempo lá ea gente
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mantém esse diálogo e qualquer outra
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dúvida a questão pode mandar que eu
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respondo
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tá né