Audiolivro - "No Moinho" de Eça de Queiroz (Português Europeu - Portugal)

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https://www.youtube.com/watch?v=yqzEDeIYxwY

Summary

TLDRA narración presenta a vida de Maria da Piedade, unha muller admirada na súa vila pero atrapada nunha existencia de dor e sufrimento. Desde moi nova, foi coidadora do seu marido inválido e dos seus fillos enfermos, sacrificando a súa felicidade e desexos. A chegada de Adriano, o seu primo e escritor célebre, trae unha nova esperanza e provoca en Maria cuestionamentos sobre a súa vida. A súa atracción por Adriano convértea na alegoría do anhelo de liberdade e amor nunha existencia marcada por responsabilidades e tristura. A historia destaca a dualidade entre o deber e a busca de felicidade, unha constante na vida de mulleres da época, e como a rutina pode asegurarse como un cárcere emocional, creando un contraste entre a vida idealizada e a realidade.

Takeaways

  • 👩‍⚕️ Maria da Piedade é unha coidadora devota que sacrifica a súa felicidade.
  • 💔 Vive cun marido enfermo e fillos con dificultades.
  • 📚 A chegada de Adriano provoca un cambio na percepción da súa vida.
  • 🌱 A historia explora a dualidade entre deber e desexo de liberdade.
  • 🕊️ Maria anhela unha vida diferente lonxe da súa rutina monótona.
  • 💑 A atracción por Adriano suxire posibilidades de amor e escape.
  • 🎭 A literatura reflicte a tristeza e o sacrificio das mulleres da época.
  • 🔍 Maria nunca tivo unha verdadeira curiosidade sobre o mundo exterior.
  • 🚪 O final suxire que a vida de Maria pode estar condenada a continuar como antes.

Timeline

  • 00:00:00 - 00:05:00

    Dona Maria da Piedade, unha muller admirada na vila, vive unha vida de sacrificio, coidando do seu marido doente e dos seus fillos enfermos. A súa beleza e devoción contrastan coa tristeza do seu hogar, marcado por dores e insomnias. A pesar destas dificultades, trata de manter un ambiente de coidado e amor para a súa familia, aínda que se atopa atrapada nunha vida monótona e sacrificada, sen anhelos ou aspiracións propias.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    A vida de María da Piedade está centrada na súa familia e nas súas responsabilidades como enfermeira e coidadora. Siente que toda a súa dedicación e sacrificios son á vez un deber e unha forma de amor, sen buscar compensación ou recoñecemento. O seu mundo é limitado á casa e aos doentes, cunha aparente falta de ambición que a mantén atrapada no seu presente apagado, sen desexos de transcendencia.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    A chegada de Adriano, un parente famoso e escritor, perturba a rutina de María. A súa presenza trae un sopro de vida e esperanza, contrastando cos labores monótonos da súa vida. Ele intéresase polos asuntos familiares, e a relación entre eles comeza a florecer, impulsando a ela fora da súa zona de confort e a considerar posibilidades de vida máis brillantes e emocionantes. María é atraída pola súa personalidade, e a admiración mútua comeza a xurdir.

  • 00:15:00 - 00:24:28

    Conforme a relación crece, María da Piedade atopa en Adriano unha fenda de ilusión e desexo que a fai sentir viva. A súa vida anterior comeza a parecer unha carga, e os seus deberes familiares se tornan opresivos. O amor que ela comeza a sentir por Adriano, e a fantasía romántica que esa relación representa, comeza a apoderarse dela, empuxándoa a cuestionar a súa existencia anterior e a buscar a súa propia felicidade, pero tamén introducindo un conflito interno entre o deber e o desexo.

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Video Q&A

  • Quen é Maria da Piedade?

    É a protagonista da narración, unha muller considerada un modelo na súa vila, a pesar de vivir unha vida de sacrificio e sufrimento.

  • Cal é a situación da súa familia?

    A familia de Maria da Piedade está marcada por enfermidades, con un marido inválido e fillos enfermos.

  • Que papel xoga o primo Adriano na historia?

    Adriano, un famoso escritor, trae unha nova perspectiva á vida de Maria e a leva a cuestionar a súa situación.

  • Como se describe a vida de Maria da Piedade?

    A vida de Maria da Piedade é triste e monótona, chea de deberes como coidadora sen tempo para si mesma.

  • Que emocións experimenta Maria coa visita de Adriano?

    Sente admiración e unha atracción romántica, que a leva a soñar con unha vida diferente.

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    e no moinho de Eça de Queirós narrado
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    por Victor Carvalho
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    Oi Dona Maria da Piedade era considerada
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    em toda a Vila Como Uma senhora modelo o
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    velho Nunes diretor do correio sempre
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    que se falava nela dizia acariciante com
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    autoridade os quatro pelos da cauda é
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    uma santa é o que ela é
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    a argila tinha quase orgulho na sua
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    beleza delicada e tocante é uma loura de
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    perfil fino a pele burnia e os olhos
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    escuros de um tom de Violeta aqui as
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    pestanas longas escureciam mais o
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    período são proibidos
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    orava ao fim da estrada uma casa azul de
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    3 Sacadas e era para a gente que as
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    tardes ia fazer hoje ir até ao moinho um
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    encanto sempre novo vê lá por trás da
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    vidraça entre as cortinas de caça
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    curvada sobre a sua costura vestida de
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    preto da Cunha da história ou que às
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    vezes ia o marido mais velho que ela era
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    um inválido sempre de cama em utilizado
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    por uma doença de espinha havíamos que
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    não deixe a rua avistavam às vezes
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    também a janela mostrou agarrado a
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    Bengala encolhido na roubo de champa com
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    uma Face macilenta a barba desleixada e
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    com o barretinho de seda enterrada
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    melancolicamente ao cachaço
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    e os filhos duas raparigas e um rapaz eu
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    não também doentes crescendo pouco e com
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    dificuldade país de tumores nas orelhas
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    chorões e tristonhos a casa interior
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    mente para esse look andava se nas
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    pontas dos pés porque o Senhor na
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    situação nervosa que lhe davam as
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    insônias irritava-se com o menor rumor
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    havia sobre as comidas alguma garrafa da
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    Botica alguma vaga com papas de linhaça
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    as mesmas flores com que ela no seu
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    arranjo no seu gosto de frescura
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    ordenava as mesas depressa murchavam
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    aquele ar abafado de febre nunca
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    renovado por causa das correntes tá era
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    uma tristeza ver sempre algum dos
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    pequenos ou de emplastro sobre Ovelha ou
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    um canto do canapé embrulhada em
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    cobertores com uma moralidade capital Oi
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    Maria da Piedade vive assim desde os 20
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    anos mesmo em solteira em casa dos pais
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    a sua existência foram triste a mãe era
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    uma criatura desagradável azedo o pai
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    que se empenhará por esta verna de pelas
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    batatas já velho sempre bêbado os dias
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    que aparecia em casa passava os a
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    lareira num silêncio Sombrio cachimbando
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    escarrando para as cinzas todas as
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    semanas desencavar mulher e quando João
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    Coutinho pediu Maria em casamento apesar
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    de doente já ela aceitou sem hesitação
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    quase com reconhecimento para salvar o
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    casebre da penhora não ouvir mais os
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    gritos da mãe quer fazer um tremer rezar
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    em cima do seu quarto onde a chuva
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    entrava bloqueado não amava o marido de
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    certo e mesmo na Vila tinha lamentado o
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    que aquele lindo rosto de Virgem Maria
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    aquela figura de fada posso pertencer ao
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    Joãozinho Coutinho três rapaz fora
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    sempre entrega o Coutinho por morte do
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    pai ficar rico e ela tomada por fim a
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    teu marido rabugento e passava o dia
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    arrastando-se sombreamento e fala para a
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    alcova ter se resignado na sua natureza
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    de enfermeiro e consoladora seus filhos
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    ao menos tivessem nascido são seus
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    custos mas aquela família que vinha com
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    o sangue viciado aquelas existências
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    hesitantes e depois para cima por seres
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    nas mãos apesar dos seus cuidados
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    inquietos acabrunhar agoniar às vezes só
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    e quando a sua costura correio e as
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    lágrimas pela Face uma fadiga de vida
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    invadir a como uma névoa que os
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    comercial é mas sim Maria de dentro
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    chamava desesperado a um dos pequenos
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    formigava lá limpar os olhos lá aparecia
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    com sua bonita fase tranquila com alguma
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    palavra consoladora compondo almofada um
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    indo animar o outro feliz em ser boa
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    toda a sua ambição era ver o seu pequeno
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    mundo bem tratado e bem a carinha nunca
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    tivera desde casado uma curiosidade um
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    desejo um capricho nada a interessado na
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    terra senão as horas dos Remédios e o
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    sono dos doentes todos os furos Vieira
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    fácil quando era para os contentar
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    apesar de fraca passeava horas trazendo
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    ao colo carros quero mais importante com
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    as feridas que faziam dos seus pobres
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    beijinhos uma crosta escura durante as
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    insônias do marido não dormia também
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    sentado ao pé da cama conversando dentro
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    das vidas dos Santos porque o pobre
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    encravado e ainda opção hoje de manhã
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    tava um pouco mais pálida mas toda
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    correta no seu vestido preto fresca com
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    os bandidos bem lustrosos fazendo isso
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    bonita para ir dar as sopas de leite de
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    roxos a única distração era tarde
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    sentar-se à janela com sua costura e a
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    personagem Rosa aninhada no chão
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    brincando triste a mesma paisagem que
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    ela via da janela era tão monótona com a
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    sua vida em baixo estrada depois o mundo
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    ação de Campo uma terra magra plantado
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    aqui além de Oliveiras e erguendo-se ao
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    fundo uma comida triste nua tem uma casa
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    uma árvore no fundo de casal que pusesse
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    naquela solidão da terreno pobre uma
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    nota humana viva vendo assim então
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    designado estão sujeita algumas senhoras
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    da Vila afirmavam que era toda
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    havia ninguém ali estava na igreja não
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    ser ao domingo com um pouco roxo mais
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    velho com a mão todo o Palito no seu
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    vestido de veludo azul com efeito a sua
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    devolução limitava-se esta missa todas
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    as semanas a sua casa ocupava se deixar
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    invadir pelas preocupações do céu
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    naquele dever de boa mamãe Comprido com
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    amor encontrava uma satisfação
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    suficiente a sua sensibilidade não
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    necessitava durar Santos ou interesse
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    com Jesus
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    instintivamente mesmo pensava que toda
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    afeição excessiva Estadual pai do céu
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    todo o tempo gasto em se arrastar pelo
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    concessionário ou junto do Oratório
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    seria uma diminuição cruel no seu
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    cuidado de enfermeira à sua maneira de
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    rezar era velar os filhos aquele pobre
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    marido pegar uma cama todo dependente
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    dela tendo só a ela precisa de ter mais
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    direito ao seu favor que o outro pregado
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    numa cruz tendo para o amar toda a
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    humanidade
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    Além disso nunca tiver estas
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    sentimentalidades de alma triste que
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    levam a força o seu longo hábito de
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    dirigir uma casa de doentes ser ela o
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    centro a força o Amparo daqueles
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    Inválidos tornará a perna mas prática e
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    assim era ela que administrava agora a
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    casa do marido com um bom senso que
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    afeição dirigida uma o uso de mãe pra
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    ficar mais ocupações bastavam para
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    entreter o seu dia o marido de resto de
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    estava visitas o aspecto de caras
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    saudáveis a cometer ações de cerimónia
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    passavam-se meses sem que em casa de
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    Maria da Piedade se ouvisse Uma Voz
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    Estranha a família não será do Doutor
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    Abílio Que adorava que dizia dela com os
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    olhos esgazeados é uma fa é um batizado
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    e foi por isso durante a situação da
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    casa quando o João Coutinho recebeu uma
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    carta do seu primo Adrião que anunciava
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    que em duas ou três semanas e a chave lá
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    Adrião era um homem célebre e o marido
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    de Maria da Piedade tinha naquele
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    parente um orgulho enfático assinar
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    mesmo jornal de Lisboa só para ver o seu
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    nome nas locais e na crítica Adrião era
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    um romancista e o seu último livro
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    Madalena um estudo de Mulher
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    trabalhadora grande estilo de uma
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    análise delicada e Sutil consagrará o
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    como mestre a sua fama que chegar até a
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    Vila num vago de legenda apresentava-o
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    com uma possibilidade interessante um
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    herói de Lisboa Amado das fidalgas em
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    português e Brilhante destinado a Malta
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    situação no estado na realmente na Vila
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    era sobretudo notável por seu primo do
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    João com Dona Maria da Piedade ficou
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    aterrada com esta visita viajar a sua
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    casa em confusão com a presença de voz
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    pedestre na depois a necessidade de
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    fazer mais toalete ele ter a hora do
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    jantar e conversar com literato e tantos
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    outros Foz Oi e a bruxa invasão daquele
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    mundano com suas malas o fundo do seu
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    charuto a sua alegria de São na parte
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    triste do seu Hospital dava a impressão
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    apavorada de uma profanação Foi por isso
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    um alívio quase um reconhecimento quando
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    Adriano chegou e muito simplesmente se
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    instalou na antiga Estalagem do tio
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    André a outra extremidade da fila
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    o João Coutinho escandalizou-se Ninja o
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    quarto de hóspede preparado com lençóis
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    de renda uma colcha de Damasco prata
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    sobre a cômoda E cria o todo para se o
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    primo o homem célebre o grande autor
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    Adriano porém a fusão ele tem os meus
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    hábitos vocês tem os seus não
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    encontraríamos em o que faço em vista a
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    janta de resto não estou mal não tio
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    André vez da janela Um Moinho e uma
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    represa que são 4 sim delicioso e
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    ficamos amigos não é verdade Maria da
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    Piedade olhava ou assombrar aquele herói
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    aquele fascinador por quem chorava
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    mulheres aquele poeta que os jornais
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    glorificavam era um sujeito extremamente
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    simples e muito menos complicado menos
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    espetaculoso que o filho do receptor nem
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    formosura e com seu chapéu desabado
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    sobre uma fase cheia e Barbuda a
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    quinzena de flanella caindo a larga num
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    corpo robusto e pequeno os seus sapatos
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    enormes parecia-lhe a ela um dos
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    Caçadores da Aldeia que às vezes
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    encontrava quanto de mesa mesa EA
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    visitar as fazendas do outro lado E além
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    disso não fazia frases e a primeira vez
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    que vem jantar falou apenas com grande
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    economia nos seus negócios
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    Viera por eles da fortuna do pai a única
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    terra que não estava derrotada ou
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    abominavelmente hipotecada era a cor de
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    roça na fazenda ao pé da Vila que andava
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    Além disso uma lenda o que ele desejava
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    era vender mas isso parecia aí ele tão
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    difícil como fazer ele e lamentava
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    sinceramente ver o primo ali inútil
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    sobre uma cama sem poder ajudar nesse
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    espaços a dar com proprietários da Vila
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    Foi por isso com grande alegria que eu
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    vi o João Coutinho declarar que a mulher
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    era uma administradora de primeira ordem
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    e Abel nestas questões como um antigo
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    raro ela vai contigo ver a fazenda fala
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    com o teles e arranja-te isso tudo e na
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    questão de preço tem a ela mas que
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    superioridade prima quando o avião
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    Maravilhado um anjo que entende cifras e
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    pela primeira vez na sua existência
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    Maria da Piedade corou com a palavra de
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    um homem de resto quantificou-se logo a
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    ser a procuradora do primo no outro dia
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    foram ver a fazenda como ficava perto e
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    era um dia de Março fresco e claro a
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    partir uma pé ao princípio a cunhada por
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    aquela companhia de um leão a pobre
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    senhora caminhava junto dele com o ar de
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    um pássaro de estado Apesar de ele ser
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    tão simples havia na sua figura enérgica
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    e musculosa no timbre rico da sua voz
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    nos seus olhos pequenos e luzidios
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    alguma coisa de forte de dominante quem
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    ele ama
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    a 15 prendido a orla do seu vestido um
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    galho Silva e como ele se abaixar para
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    os prender delicadamente o contacto
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    daquela mão branca e Fina de artista na
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    orla da sua saia incomodou a
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    singularmente
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    apressava o passo para chegar vem
  • 00:10:53
    depressa A Fazenda enviar um negócio e
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    com o teles e voltar imediatamente a
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    refugiar comuns elemento próprio no ar
  • 00:10:59
    abafado e triste do seu hospital mas a
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    estrada estende as branca e longa sob o
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    sol tépido e a conversa de Adrião foi a
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    lentamente acostumando a sua presença
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    se eu aparecer do lado daquela tristeza
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    da casa dele alguns bons conselhos o que
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    ficamos necessitavam era ar só uma outra
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    vida diversa daquele abafamento de
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    álcool ela também assim julgava mas que
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    o Pobre João sempre que se falava de
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    passar algum tempo a quinta a fugir esse
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    terrivelmente tinha horror aos grandes
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    áreas e os grandes horizontes a natureza
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    forte fazia quase desmaiar tornar as
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    úlceras oficial encafuar em dos
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    cortinados da cama ele então lamentou de
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    certo poderia haver alguma satisfação no
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    dever tão santamente Comprido Mas enfim
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    ela devia ter momentos em que desejasse
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    alguma outra coisa além daquelas quatro
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    paredes inclinadas do basta doença
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    o que deu desejar mais diz ela o Adrião
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    calou-se
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    pareceu-lhe Absurdos isso porque ela
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    desejasse realmente o chiado ao teatro
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    da Trindade
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    e no que eu pensava era no outro os
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    apetites as ambições do coração
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    insatisfeito mas isso pareceu tão
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    delicado tão grave de dizer aquela
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    criatura virginal e séria falou da
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    paisagem já viu Moinho perguntou ela
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    Tenho vontade de ver se quiser ir
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    mostrar prima hoje é Tarde
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    combinaram logo ir visitar esse Recanto
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    de verdura que era o ele lá
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    na fazenda a longa conversa com o teles
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    queria uma aproximação maior entre
  • 00:12:31
    Adriano e Maria da Piedade
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    aquela venda que ela discutia com mais
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    tu Cidélia punho entre eles Como que o
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    interesse como ela falou aí já com menos
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    reserva quando voltar e havia nas
  • 00:12:42
    maneiras dele de um respeito tocante uma
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    atração que a seu pesar a levava a
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    regular a dar na sua confiança nunca
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    falaram tanto a ninguém a ninguém jamais
  • 00:12:52
    deixar a ver tanto da melancolia oculta
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    que a Raiva constantemente Nacional de
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    resto as suas queixas eram sobre a mesma
  • 00:12:59
    altura a tristeza do seu interior as
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    doenças tantos cuidados graves e venha
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    de por ele uma simpatia com muito
  • 00:13:07
    definido desejo de o ter sempre presente
  • 00:13:09
    desde que ele se tornava assim
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    depositário das suas tristezas
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    tenham voltou para o seu quarto na
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    Estalagem do André impressionado
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    interessado por aquela criatura tão
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    triste e tão doce ela destacava sobre o
  • 00:13:22
    mundo de mulheres que até lhe conhecer
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    como um perfil suave anjo gótico entre
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    fisionomias de mesa redonda Olá tudo
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    nela concordava deliciosamente o ouro do
  • 00:13:31
    cabelo a doçura da voz A modéstia na
  • 00:13:34
    melancolia a linha casta fazer um ser
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    delicado e tocante à que mesmo seu
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    Pequenino espírito burguês certo fundo
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    rústico de áudio e uma leve vulgaridade
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    de hábitos dá um encanto era um anjo que
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    vivia há muito tempo numa vila a
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    grosseira estava por muitos lados preso
  • 00:13:50
    as trivialidades do sítio mas gostariam
  • 00:13:53
    sopro para fazer remontar ao seu natural
  • 00:13:55
    aos cimos puros da sentimentalidade
  • 00:13:58
    achava absurda o Infame fazer a cortar
  • 00:14:00
    prima mas involuntariamente pensava no
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    delicioso prazer de fazer bater aquele
  • 00:14:05
    coração que não estava deformado pelo
  • 00:14:07
    espartilho e depois enfim os seus lábios
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    numa fase onde não houvesse por de arroz
  • 00:14:12
    e o que eu tentava sobretudo era pensar
  • 00:14:14
    que poderia percorrer toda a província
  • 00:14:16
    em Portugal sem encontrar nem aquela
  • 00:14:18
    linha do corpo nem aquela virgindade do
  • 00:14:20
    Canto de alma Adormecida era uma ocasião
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    que não volta o passeio ao Moinho foi
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    encantador era um recado e essa digno de
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    cor ó sobre toda hora do meio-dia em que
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    eles lá foram com frescura de verdura a
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    sombra recolhida das grandes árvores e
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    toda a sorte de ver molhos de água
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    corrente fugindo reluzindo entre os
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    músculos e as pedras levando o
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    espalhando no ar o frio da folhagem da
  • 00:14:44
    relva por um corrinho tanto o vinho era
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    um alto pitoresco com a sua velha
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    edificação de pedra circular a sua roda
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    enorme quase podre coberta de ervas
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    imóvel sobre a gelada limpidez da água
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    escura Adrião achou-o digno de uma cena
  • 00:15:00
    de romance ou melhor namorada de uma fa
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    Maria da Piedade não dizia nada achando
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    extraordinário aquela admiração pelo
  • 00:15:08
    Moinho abandonado do tio Costa e como
  • 00:15:11
    ela vinha um pouco cansada sentaram-se
  • 00:15:13
    uma escada desconjuntado de pedra que
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    mergulhava na água da Represa os últimos
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    degraus e ele ficaram um momento calados
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    no Encanto daquela frescura amorosa
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    ouvindo as aves piar e nas cartas Adri é
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    um perfil um pouco curvada
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    esburacando com a ponteira do guarda-sol
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    as ervas bravas que invadimos de carro
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    era deliciosa assim tão Branca tão loura
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    uma linha tão pura sobre o fundo azul do
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    ar o seu chapéu era de mau gosto o ser
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    humano colete antiquado mas ele estava
  • 00:15:42
    nisso mesmo uma ingenuidade picantes O
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    Silêncio dos Campos em redor isolados e
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    insensivelmente ele começou a falar mais
  • 00:15:51
    ainda a mesma compaixão pela melancolia
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    da sua existência naquela triste Vila
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    pelo seu destino de enfermeira e elas
  • 00:15:58
    que estavam de olhos baixos Pois nada de
  • 00:16:00
    fechar ali tão só com aquele homem tão
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    robusto toda ansiosa e achando um sabor
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    delicioso o seu receio algum momento em
  • 00:16:08
    que ele falou do Encanto de ficar ali
  • 00:16:10
    para sempre na fila ficar aqui para que
  • 00:16:13
    perguntou ela sorrindo para que para
  • 00:16:16
    isto para estar sempre ao pé de si ela
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    cobrir os um robô o guarda sobrinhos Que
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    apoio das mãos Adrião se o tela ofendido
  • 00:16:24
    e acrescentou logo rindo pois não era
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    delicioso eu podia alugar este Moinho
  • 00:16:29
    fazer uma moleiro a prima havia de mudar
  • 00:16:31
    a sua Freguesia isso foi a rir era mais
  • 00:16:34
    linda quando ria tudo obrigada nela os
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    dentes a pele a cor do cabelo ele
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    continua Grosso jante com seu plano de
  • 00:16:41
    se fazer maneiro e vir pela estrada
  • 00:16:43
    tocando burro carregado de sacos de
  • 00:16:45
    farinha
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    e eu venho jogalo prima disse ela
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    animada pelo seu próprio riso lá alegria
  • 00:16:51
    daquele homem ao seu lado
  • 00:16:52
    Tá bem amor eu juro que me faço me
  • 00:16:55
    lembro que Paraíso nós aqui ambos no
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    moinho ganhando alargamento da nossa
  • 00:16:59
    vida ouvindo cantar estes melros e ela
  • 00:17:03
    cor ou outra vez do fervor da sua voz e
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    recuou como se ele fosse já arrebatada
  • 00:17:07
    por um mas Adrião agora inflamado aquela
  • 00:17:10
    ideia pintava na sua palavra colorida de
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    toda uma vida romanesca e uma felicidade
  • 00:17:14
    idílica naquele esconderijo de verdura
  • 00:17:17
    de manhã até cedo para o trabalho depois
  • 00:17:20
    o jantar na real verde-água EA noite as
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    boas palestras ali sentados a qualidade
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    das Estrelas ou sobre a sombra cálida
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    dos seus Nervos de verão e de repente
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    sem que ela resistisse grande o nos
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    braços e beijou-a sobre os lábios num só
  • 00:17:35
    beijo profundo em terminar ela tinha
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    ficado contra o seu peito branca como
  • 00:17:39
    morta e Duas Lágrimas corriam cumprido
  • 00:17:42
    da face era assim tão dolorosa e fraca
  • 00:17:44
    que ele soltou ele disse que tenha o
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    guarda subir e ficou dentro dele com
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    vizinho a tremer namorando bom e mal
  • 00:17:52
    feito e mal feito ele mesmo estava tão
  • 00:17:56
    perturbado que deixou de ser para o
  • 00:17:58
    caminho e daí um momento seguiam ambos
  • 00:18:00
    calados para a Vila foi só na Estalagem
  • 00:18:02
    que ele pensou fui um todo mas no fundo
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    estava contente na sua generosidade a
  • 00:18:08
    noite foi a casa dela encontrou a com o
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    pequerrucho no colo lavando linha água
  • 00:18:13
    de Malvas as feridas que ele tinha na
  • 00:18:14
    pedra então pareceu odioso distrair
  • 00:18:17
    aquela mulher dos seus doentes de resto
  • 00:18:19
    do momento como aquele Moinho não
  • 00:18:21
    voltaria seria absoluto ficar ali
  • 00:18:23
    naquele canto odioso da província
  • 00:18:25
    desmoralizando a frio uma a venda da
  • 00:18:28
    Fazenda estava concluída por isso no dia
  • 00:18:31
    seguinte apareceu de tarde a dizer-lhe
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    Adeus parte à noite no inteligência
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    encontrou-a na sala a janela acostumada
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    com a pequena doente alinhada contra as
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    forças ouvir o que ele parte tenho mudar
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    a cor sem arfar o peito mas Adrião
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    achou-o na palma da mão tão fria como
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    uma arma e quando ele saiu mar e ficou
  • 00:18:52
    voltada para a janela Contendo a face
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    pequenos olhando abstratamente a
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    paisagem que conhecia com os lágrimas 44
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    King na costela
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    e amável
  • 00:19:04
    E desde os primeiros dias a sua figura
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    resolut effort os seus olhos luzidios
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    toda a virilidade a sua pessoa que
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    tinham apossado da Imaginação
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    e o que encantava nele não era o seu
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    talento nem a sua celebridade em Lisboa
  • 00:19:19
    nem as mulheres que eu tinha mamado isso
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    para ela para se levado e pouco
  • 00:19:23
    compreensível o que é fascinava era
  • 00:19:25
    aquela seriedade aquele ar honesto e são
  • 00:19:28
    aquela robustez de vida Aquela voz tão
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    grave Tão rica e a gente via para além
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    da sua existência ligado a um inválido
  • 00:19:35
    outras existências possíveis em que se
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    não vê sempre dentro dos olhos uma fase
  • 00:19:39
    fraca e moribunda em que as noites não
  • 00:19:41
    se passam esperar as horas dos Remédios
  • 00:19:43
    é como uma rajada de ar impregnado de
  • 00:19:46
    todas as forças vivas da natureza que
  • 00:19:48
    atravessava subitamente a sua alcova a
  • 00:19:50
    fa e ela respirava deliciosamente
  • 00:19:53
    depois tinha ouvido aquelas conversas em
  • 00:19:55
    que ele se mostrava tão bom tão sério
  • 00:19:57
    tão delicado EA força do seu corpo que
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    admirava jantava se agora um coração
  • 00:20:02
    Terno de uma ternura varonil e forte
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    para ativar este amor latente invadiu
  • 00:20:07
    apoderou-se dela uma noite que apareceu
  • 00:20:09
    essa ideia esta visão se ele fosse meu
  • 00:20:12
    marido
  • 00:20:13
    o motor ela estremeceu e apertou
  • 00:20:15
    desesperadamente os braços contra o
  • 00:20:17
    peito como confundindo-se com a sua
  • 00:20:19
    imagem evocada prendendo-se a ela
  • 00:20:21
    refugiando-se na sua força depois ele
  • 00:20:24
    deu Daquele Beijo no meio e partilha
  • 00:20:27
    e então começou para Maria da Piedade
  • 00:20:29
    uma existência de abandonada tudo de
  • 00:20:32
    repente Em volta dela a doença do marido
  • 00:20:34
    as sacos dos filhos tristezas do seu dia
  • 00:20:38
    a sua costura e apareceu no grupo Os
  • 00:20:41
    seus deveres agora que não tinha neles
  • 00:20:42
    toda a sua alma eram pesados como o
  • 00:20:45
    fardo injustos a sua vida representava a
  • 00:20:47
    seguir como de graça sensacional nossas
  • 00:20:50
    voltava ainda mas tinha desses
  • 00:20:52
    abatimentos dessas subidas fadigas de
  • 00:20:54
    todo o seu ser em que caía sobre a
  • 00:20:56
    cadeira com os braços pendentes
  • 00:20:58
    murmurando quando se acabar a isto a
  • 00:21:01
    fugir assim então naquele amor como uma
  • 00:21:03
    compensação deliciosa jogando tudo por
  • 00:21:06
    todo de alma deixava-se penetrar dele e
  • 00:21:08
    da sua lente influência Adriano
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    tornara-se na sua imaginação como um ser
  • 00:21:12
    de proporções em extraordinárias tudo o
  • 00:21:15
    que é forte e que é Belo e que dá razão
  • 00:21:17
    à vida não quis que nada do que era dele
  • 00:21:20
    ou vinha dele e fosse a ideia li todos
  • 00:21:23
    os seus livros sobretudo aquela Madalena
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    que também amar e morrerá de um abando e
  • 00:21:27
    estas leituras calma vão dar muito como
  • 00:21:31
    uma vaga satisfação ao desejo chorando
  • 00:21:33
    as dores das heroínas do romance Parecia
  • 00:21:35
    sentir alívio as suas lentamente esta
  • 00:21:38
    necessidade de encher imaginação desses
  • 00:21:40
    lenços de amor de gramas infelizes
  • 00:21:42
    apoderou-se dela foi durante meses um
  • 00:21:45
    devorar constante de romances e assim
  • 00:21:47
    criando no seu espírito o mundo
  • 00:21:49
    artificial e idealizar a realidade
  • 00:21:51
    tornava-se odiosa sobre tudo sobre
  • 00:21:53
    aquele aspecto da sua casa onde
  • 00:21:55
    encontrava sempre agarrado as saias um
  • 00:21:57
    ser inferior vieram as primeiras
  • 00:21:59
    revoltas tornou-se um paciente e áspera
  • 00:22:02
    não suportava ser arrancada aos
  • 00:22:03
    episódios sentimentais do seu livro para
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    ir ajudar a voltar o marido e sentir do
  • 00:22:07
    hálito mal o velho nojo das garrafadas
  • 00:22:10
    tudo em plásticos das feridas dos
  • 00:22:13
    pequenos a lavar começou a doer versus
  • 00:22:15
    passava horas só no mutismo a janela
  • 00:22:18
    tendo sobre o seu olhar de virgem loira
  • 00:22:20
    toda a reunião de uma apaixonada
  • 00:22:22
    acreditava nos amantes que escalam os
  • 00:22:24
    balcões entre o canto dos Rouxinóis e
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    queria ser amada assim possuída no
  • 00:22:29
    ministério noite romântica o seu amor
  • 00:22:31
    desprendeu-se pouco a pouco da imagem de
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    Adrião e alargou-se estendeu-se um ser
  • 00:22:35
    vago que era feito de tudo que
  • 00:22:37
    encantaram os heróis de novela Era um
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    ano e meio príncipe meio facínora que
  • 00:22:41
    tinha sobretudo a força que era isto que
  • 00:22:43
    admirava que queria ansiava nas noites
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    caladas em que não podia dormir dois
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    braços fortes como aço que apertar sem
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    um abraço mortal dos lábios de fogo que
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    não vejo lixo passem a alma estava uma
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    histérica às vezes ao pé do leito do
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    marido vendo diante se aquele corpo de
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    tísico numa imobilidade entrevada vi
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    nenhum ódio torpe um desejo de apressar
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    a morte e no meio desta situação mórbida
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    do tempo e eram fraquezas turistas
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    sustos de ave que pousa No ritual ouvir
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    bater uma porta uma palidez de desmaio
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    se via na sala flor muito cheirosas a
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    noite abafava abrir a janela mas o cabo
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    e doar o bafo morno da Terra acrescida
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    do Sol em cima no desejo intenso na
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    ânsia voluptuosa cortada de crise de
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    choro a santa tornava-se vem e o
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    romantismo mórbido que tinha penetrado
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    tanto naquele ser e desmoralizar o tão
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    que bastaria que um homem o tocasse para
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    onde cair nos braços
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    bom e foi o que sucedeu enfim com o
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    primeiro que namorou daí a dois anos era
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    o praticante da Botica
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    comer até altas horas o marido a gemer
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    abandonado na sua alcova toda atrapalhem
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    desemplacados por cima das cadeiras tudo
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    não me desampare corpo para andar atrás
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    do homem o mangá não odioso esse evento
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    de cara valor foi gorda Lufa luneta
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    preta com grossa fita passada atrás da
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    orelha e bonezinho de seda posto
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    chinelos Aurélio cheira a suor e pede
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    dinheiro emprestado para sustentar uma
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    Joana criatura obesa a quem chamam na
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    vila a bola de junto
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