ADORNO E A INDÚSTRIA DA CULTURA

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https://www.youtube.com/watch?v=F98LqQt0Rd8

Summary

TLDRO vídeo apresenta uma reflexão sobre como jogos de tabuleiro, como Monopólio, refletem valores capitalistas e a crítica social de Theodor Adorno. A apresentadora conecta a jogabilidade com a forma como a indústria da cultura aliena as massas e transforma o lazer em um espaço tóxico sob o capitalismo. Adorno argumenta que o tempo livre deveria servir para o crescimento pessoal, mas é frequentemente usado para distrair as pessoas dos problemas reais. A crítica se estende ao consumo, destacando que o capitalismo vende ideias de felicidade e afeto, em vez de atender às necessidades reais das pessoas. No final, ressalta-se a importância de reconhecer a "cultura doente" em que vivemos.

Takeaways

  • 🎲 Os jogos de tabuleiro refletem dinâmicas sociais e valores capitalistas.
  • 📉 Adorno critica o tempo de lazer que se torna tóxico sob o capitalismo.
  • 🤖 A indústria da cultura aliena as massas, servindo como ópio do povo.
  • 🤑 O capitalismo não vende o que realmente queremos, mas um fetiche de felicidade.
  • 💔 A batalha cultural é fundamental para a luta por uma realidade material melhor.
  • 🌍 A cultura atual é vista como doente, impedindo mudanças sociais necessárias.

Timeline

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    No início do vídeo, uma conversa entre personagens sobre o jogo de monopólio reflete as tensões sociais e econômicas, trazendo à tona questões sobre classe, resiliência e condições de vida. A apresentadora introduz o tema do vídeo, que explora a perspectiva crítica de Theodor Adorno sobre a cultura e a influência de jogos na formação de mentalidades, destacando como brincadeiras, como o Banco Imobiliário, moldam visões de sucesso e fracasso na sociedade capitalista.

  • 00:05:00 - 00:12:59

    Adorno, um filósofo que viveu as repercussões do nazismo e se exilou nos EUA, analisa como o tempo livre das classes trabalhadoras no capitalismo moderno é distorcido pela cultura de massa. Ele critica a indústria cultural por transformar o lazer em uma forma de alienação, entorpecendo a consciência crítica das massas. A apresentadora ressalta a crítica de Adorno ao modo como a publicidade e a cultura popular moldam desejos e valores, estabelecendo que os problemas sociais não são apenas materiais, mas de construção cultural e psicológica, propondo uma reflexão sobre a cultura contemporânea.

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Video Q&A

  • Quem é Theodor Adorno?

    Adorno foi um filósofo e crítico social alemão, membro da Escola de Frankfurt.

  • Qual é a crítica principal de Adorno sobre a cultura?

    Adorno critica como a indústria da cultura aliena as massas e transforma o tempo livre em um espaço tóxico.

  • Como os jogos de tabuleiro se relacionam com a crítica de Adorno?

    Jogos como Monopólio reproduzem dinâmicas de poder e valores capitalistas, refletindo como se ganha ou perde na vida real.

  • O que é a 'indústria da cultura'?

    É um conceito que descreve a produção em massa de bens culturais que entretêm e mantêm as massas alienadas.

  • Qual a visão de Adorno sobre o lazer?

    Ele acreditava que o tempo livre deveria ser usado para se tornar versões melhores de nós mesmos, mas no capitalismo isso se torna tóxico.

  • Como Adorno vê a relação entre consumo e desejos?

    Adorno argumenta que o capitalismo não vende o que realmente queremos, mas a ideia de felicidade e afeto por meio de produtos.

  • Qual é a mensagem final do vídeo?

    Vivemos em uma cultura doente que impede que as pessoas lutem por sua realidade material.

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    ó, então, vamos lá, que tá perigando de você ganhar nessa rodada
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    como se eu só tenho uma nota?
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    resiliência, né, Rochelle?
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    A gente tem que se esforçar
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    pelo menos eu conquistei com o meu dinheiro,
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    não foi herança
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    Exato!
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    Não, é com um dado só
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    porque você é mulher e latina
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    ai, três
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    ó, que tristeza
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    um, dois, ixi
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    parece que eu tinha essa propriedade também, ó
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    eu fui olhar aqui, eu tinha
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    o grande palácio
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    é dois mil dólares a estadia
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    mas, dona Rita, eu já não tenho mais nada
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    O minha casa, minha vida negou o meu crédito,
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    se eu não pagar aluguel esse mês eu vou ser expulsa, então
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    por favor, não me cobra, só nessa rodada,
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    eu não tenho mais para onde ir
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    bom, ó, o nome do jogo é monopólio,
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    não é bancada ativista do PSOL,
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    você tá vendo o Ivan Valente por aqui?
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    Não, só o João Dória, aqui, queimando a Cracolândia
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    Tá vendo a Erundina?
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    uhm-uhm Só a Joice Hasselman
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    A Táliria? Não, né?
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    Não tem ninguém ecossocialista,
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    vou ter que cobrar o aluguelzinho mesmo
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    Ó, você perdeu
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    Mas Dona Rita, eu não queria ter perdido
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    Se você nas quisesse ter perdido, Rochelle
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    era só não ter sido uma pobre f****a,
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    sua pobre
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    f****a
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    [musiquinha]
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    Bom, como você já deve ter visto em algum local desta tela
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    o tema do vídeo de hoje é
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    Adorno, a indústria da cultura e o jogo da vida
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    Hoje, eu estou tentando lançar aqui um olhar
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    e um convite
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    para que vocês conheçam um dos filósofos,
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    críticos sociais
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    que mais marcou a minha vida acadêmica
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    durante muito tempo eu era incapaz de escrever um paper
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    que não citasse alguma frasezinha,
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    um escritinho do Adorno
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    O vídeo de hoje começa com eu e Rochellinha jogando Banco Imobiliário
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    e eu não me surpreenderia se esse tivesse sido um dos jogos de tabuleiro mais presentes da sua infância
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    mais ou menos aqui que não importa a sua idade, tá?
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    por que esse jogo vem sendo mantido como um bem e cultura das nossas infâncias
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    por um interesse que não mudou muito desde os nossos pais até a gente
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    bom, e aqui quero falar sobre outros jogos
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    que devem ter também marcado sua infância
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    como, por exemplo, o Jogo da vida ou o War
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    o que esses jogos têm em comum é que eles transformam em brincadeira
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    modos de estar no mundo e de encarar a vida
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    por exemplo, no jogo da vida você ganha se você juntar bastante dinheiro,
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    se tornar um magnata
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    e você perde se você virar filosofo e for morar no campo
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    no banco imobiliário, vence quem juntou mais propriedade
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    e conseguiu o monopólio imobiliário
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    ao passo que perde quem for à falência
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    e não tiver onde morar e nem dinheiro
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    no War, vence quem dominar um número x de territórios, continentes ou dizimar um exército
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    ao brincar de forte Apache, vence quem dizimar os índios
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    ao brincar de comandos em ação ou soldadinhos de chumbo, vence quem dizimar o exército inimigo
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    bom, eu espero que já tenha ficado claro até aqui
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    que, mais ou menos todas as nossas brincadeiras são treinos pro mundo
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    violento,
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    capitalista,
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    de espólio,
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    de expropriação,
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    e de fazer dinheiro sem nenhum tipo de escrúpulo
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    e a gente cresce brincando disso
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    e que impacto será que isso tem na nossa vida?
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    Bom, o Adorno nasce ali em 1903, né?
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    na Alemanha,
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    ele vem de uma família muito rica,
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    a família dele era de comerciantes de vinho, tal
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    e ele queria ser compositor, mas, né, por uma sorte nossa,
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    ele conheceu a filosofia na escola e se tornou
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    um filósofo
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    em 1934, ele já é proibido de lecionar na universidade,
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    ele tinha uma vida acadêmica muito profícua e
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    ao ser proibido pela ascensão do regime nazista da Alemanha
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    ele foge para Oxford, na Inglaterra
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    e depois pra Nova Iorque, nos EEUU
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    aqui fica curioso a gente pensar que, ao chegar nos EEUU,
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    nos anos 1930,
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    o seu Adorno se depara com uma classe operária muito diferente da que ele conhecia,
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    com uma classe trabalhadora e com uma classe média
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    muito diferentes das que estavam constituídas na Europa de então
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    um dos choque dele é tentar entender o que essas duas classes,
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    a média e a trabalhadora,
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    fazem no seu tempo livre
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    com elas passam as suas noites após o expediente e o que elas consideram lazer
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    o Adorno percebia que
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    o tempo de lazer se torna tóxico no capitalismo moderno
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    o seu Adorninho, ele tinha uma percepção de que, no seu tempo de lazer,
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    no seu tempo livre,
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    as classes trabalhadoras e as classes médias deveriam otimizar suas potências,
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    capacidades e instrumentos de decodificar a realidade
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    o tempo livre serviria, então, para que nós nos tornássemos versões melhores de nós mesmos
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    é importante começar a atentar para esses fatos
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    porque todos esses pensamentos tão sendo lançados
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    numa época no mundo
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    onde uma guerra vai assolar quase o planeta inteiro
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    e o planeta inteiro vai sofrer consequências dessa guerra
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    ter uma classe que sempre foi a maior parte da população
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    as classes médias e as classes mais baixas, trabalhadoras
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    alienada
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    não envolvida no processo histórico,
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    nas lutas,
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    nas notícias,
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    nas decisões
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    é interessantíssimo para quem controla essas classes
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    esse termo, indústria da cultura,
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    designa um novo tipo de produção que tava acontecendo naquela época no mundo
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    uma produção em série e em massa
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    de filmes, livros, músicas e outras obras de arte e outros
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    bens de cultura
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    o adorno vai atentar, por exemplo,
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    para um fato super curioso
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    que é a forma com a qual a gente recebe as notícias durante um noticiário, né?
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    os noticiários, eles não são separados de modo que a gente receba uma notícia,
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    tenha tempo para refletir sobre ela
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    e, a seguir, possa fazer alguma proposta ou ver um aprofundamento daquela notícia
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    normalmente, o que a gente recebe é: uma noticia escandalosa sobre um rombo financeiro,
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    sobre um roubo de verba pública
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    e, logo em seguida,
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    uma notícia de futebol ou de qualquer outra futilidade
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    isso vai fazendo com que a audiência se torne apenas
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    espectadora
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    ela apenas observe,
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    assista e espere a próxima coisa
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    a indústria da cultura nos oferece sempre entretenimento
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    para que a gente preencha nosso tempo vago,
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    descanse a nossa cabeça,
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    não pense sobre a realidade
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    é como se depois de um dia exaustivo de trabalho,
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    que já não deveria ser exaustivo,
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    a gente recorresse a, por exemplo,
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    uma plataforma de streaming para ver alguma coisinha boba
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    que nos tirasse da nossa realidade
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    conturbada e sofrida
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    então, a indústria da cultura pega para si esse papel de ópio do povo,
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    esse papel de oferecer alguma coisa que tranquilize as massas
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    e que seja uma espécie de pão e circo
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    para que não haja interação nos reais problemas
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    e um desejo real de mudança desses problemas
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    Depois de pensar o noticiário,
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    eu gostaria que a gente pensasse, por exemplo,
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    as redes sociais, com seus feeds infinitos
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    e a nossa incapacidade de absorção de tudo que está ali
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    ou, eu não vou nem aqui entrar no mérito de que a gente tá perdendo a habilidade social na rede social
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    depois a gente faz um vídeo disso
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    mas um dos primeiros vídeos do canal foi sobre isso
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    a Rochellinha vai deixar aqui em algum lugar
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    então, se a gente parar para pensar nos maiores blockbusters do nosso tempo,
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    de outros tempos,
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    eles costumam nos levar para mundos de fantasia
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    e aí, durante os anos 1960/70,
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    se falou muito em invasões de alienígenas e em corridas espaciais
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    nos anos 1980, a gente viu a explosão de filmes de ficção científica, de terror
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    e o cinema, ele costuma nos levar para esse lugar da anestesia, da imaginação de outro mundo e,
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    a não ser que ele seja muito bem manejado para nos dar ideias,
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    vou deixar aqui o Bacurau,
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    o que ele faz é apenas anestesiar e desinformar as pessoas
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    quando a gente pensa em música para as massas,
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    logo a gente vai pensar em música popular
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    e, no caso, dos EEUU,
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    a música pop
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    ou mesmo na Inglaterra se a gente pensar nos Beatles,
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    ela é sempre sobre encontrar um conje,
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    viver um grande amor
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    idealizar o amor romântico
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    querer ele pra si e pensar apenas em vida sentimental
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    uma outra indicação bárbara para esse tema
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    é A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica
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    um texto, do Walter Benjamin,
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    no qual ele se corresponde com Adorno
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    e existe uma brincadeira de que o Adorno teria dito ao Walter Benjamin, em correspondência, que
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    o homem mais perigoso dos EEUU era o Walt Disney
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    [risada capitalista]
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    o segundo ponto do nosso vídeo
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    é imaginar que o seu Adorninho conseguiu apontar que
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    o capitalismo nunca nos vende o que a gente quer de fato
  • 00:09:46
    e aqui eu estou falando um pouco sobre
  • 00:09:49
    fetiche da mercadoria, do seu Karlinho
  • 00:09:52
    mas eu acho que eu estou mais falando mais sobre fetiche no sentido freudiano
  • 00:09:55
    então a ideia é mais ou menos a seguinte
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    traz aqui na sua cabeça o último comercial que você viu
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    então, ele é o comercial de um produto, certo?
  • 00:10:03
    e aí, ele é um comercial de margarina
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    mas o que tá sendo vendido para você não é margarina
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    é a ideia de um café-da-manhã com bastante tempo e fartura
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    e uma família feliz
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    e uma casa bonita
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    cheirosa
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    e arrumada
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    e um dia de sol
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    ou seja,
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    tudo que o capitalismo nunca consegue vender
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    mas que ele imbui nas suas propagandas
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    no seu advertisement
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    para que a gente cole essas ideias com os produtos
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    e assim os fetichise
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    e assim queira correr atrás deles
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    por acreditar que as nossas necessidades de
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    compreensão,
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    afeto,
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    carinho,
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    amizade,
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    vida em comunidade
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    serão atendidas ao consumir alguns produtos
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    se por um acaso veio na sua cabeça o comercial de dentifrício (pasta de dente),
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    porque eu sou retro,
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    no qual todo mundo tem tanquinho
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    e pula na água
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    e se diverte num dia de sol
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    ou comercial de cerveja
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    no qual todo mundo é bonito
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    paquera e se diverte num dia de sol
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    ou quando...
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    que sempre é a mesma coisa
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    todo mundo se diverte,
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    é feliz,
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    tá em conjunto,
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    dividindo um momento muito contente
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    e que não tem, aparentemente, nada a ver com o produto que está ali sendo vendido para você
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    e o seu Adorno é fundamental
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    para que a gente consigo perceber a manufatura dos nossos desejos
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    aqui no canal eu falo muito sobre a colonização deles
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    e eu gosto de adicionar o termo colonização é porque, normalmente,
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    a estrutura de pensamento, a estrutura de venda e a estrutura de consumo
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    vêm de fora
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    O Adorno permanece uma das minhas referências mais queridas
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    talvez porque ele faça um apontamento que provoca o marxismo ortodoxo
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    é pensar que a nossa batalha e os nossos conflitos e as nossas disputas
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    não estão tão somente no campo da nossa
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    realidade material
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    porque hoje a gente já tem tecnologia e recursos suficientes
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    para que ninguém estivesse passando fome,
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    morando na rua
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    ou sem poder ter acesso a uma universidade
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    no entanto, o Adorno e toda a escola de Frankfurt
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    vão nos apontar que o nosso problema
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    é um empecilho cultural e psicológico
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    e são nesses campos que a gente precisa travar nossas batalhas
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    porque são esses campos que impedem as pessoas de lutarem pela sua realidade material
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    a provocação final que o Adorno nos deixa
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    e uma que eu sempre tento puxar aqui no canal
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    é de que a gente está vivendo numa cultura doente
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    bom, é isso, eu espero que vocês tenham gostado desse vídeo
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    até semana que vem
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    um beijinho
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    tchaaaau
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