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Olá, galera. Tudo bem com vocês?
00:00:10
Amara Moira falando,
professora de literatura.
00:00:13
E estamos de volta
com mais um "Quer Que Desenhe?",
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a partir de mapas mentais incríveis
que criamos juntos.
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Tem coisa melhor?
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Só esse episódio de hoje.
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Vamos nessa?
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Os gêneros literários
foram criados há muito tempo.
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Foi com Aristóteles,
signo (figurão) da filosofia,
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que lá na antiguidade clássica
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aconteceu a primeira tentativa
de sistematização das formas literárias,
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organizando os textos por características
de estrutura ou conteúdo em comum.
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Entretanto, gêneros literários
são diferentes de gêneros textuais,
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que é uma nomenclatura moderna,
contemporânea,
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e diz respeito aos objetivos de textos
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em determinadas formas
de comunicação,
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mas neste vídeo vamos focar
nos gêneros literários.
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Três deles acabaram se destacando,
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e é sobre eles que vamos falar aqui:
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o épico, o lírico e o dramático.
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A primeira categoria que vamos desbravar
hoje é a do gênero épico/narrativo.
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Esse é o gênero com que se contam
os feitos heroicos de um povo.
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A figura do herói
sempre está presente
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e suas aventuras
são narradas em tom elevado.
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Um bom exemplo desse momento
são as famosas obras de Homero,
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"A Ilíada" e "A Odisseia",
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mas também "Os Lusíadas",
de Camões.
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Com a perda de prestígio
desse gênero no últimos séculos,
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o aspecto narrativo dessa narrativa
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começou a ser mais relevante
do que a necessidade de possuir um herói
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ou narrar grandes feitos.
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O termo, sendo agora definido como
"textos destinados a contar uma história",
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obras em prosa, como os romances,
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passaram a estar incluídas aqui.
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Existem alguns elementos essenciais
dessa classificação
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que você precisa saber.
Anota ai.
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Em primeiro lugar, o enredo,
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responsável por contar a história.
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Dai os diversos tipos de narrador
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que, quando for personagem,
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estará sempre
na primeira pessoa do singular,
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apresentando uma visão parcial
e, às vezes, pouco confiável
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como "Dom Casmurro", por exemplo,
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mas também pode ser um observador,
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aparecendo na terceira pessoa
e geralmente de um caráter neutro.
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Uma outra forma possível
seria um narrador onisciente,
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ou seja, que possui um conhecimento pleno
dos personagens e suas ações,
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podendo, inclusive,
acessar seus pensamentos.
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Esse também utiliza
a terceira pessoa.
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Outros elementos importantes
do gênero narrativo são os personagens,
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que podem se dividir em protagonista,
coadjuvante ou antagonista;
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o tempo, que pode ser linear,
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ou seja, numa sequência cronológica
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ou então não linear, por exemplo,
um tempo psicológico,
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indo e vindo sem que a gente
nunca saiba direito
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o momento em que a narrativa está;
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e por último, temos o espaço,
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onde tudo decorre,
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que pode ser tanto um lugar real
quanto um imaginário.
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A segunda classificação
é do gênero lírico,
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que recebe esse nome porque originalmente
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o texto era acompanhado por uma lira.
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Para os antigos,
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esse tipo de texto era o ideal
para trabalhar a subjetividade do poeta
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que, em versos, manifesta emoções,
desejos, impressões, sensações,
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entre outros sentimentos.
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A lira deixou de ser necessária,
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mas o restante da definição
segue super atual.
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Um bom exemplo disso
são os sonetos do Vinícius de Moraes.
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Nesse caso, não existe um narrador
como vimos no gênero épico/narrativo,
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mas sim um eu-lírico,
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que se apresenta em primeira pessoa
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em textos geralmente poéticos.
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O último gênero dessa tríade
é o gênero dramático.
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Lá atrazão,
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duas modalidades
se destacavam nesse ponto.
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A tragédia, em que o protagonista
é oriundo de classes nobres,
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a linguagem é elevada
e o desfecho é trágico -
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lembram do Édipo Rei, do Sófocles? -;
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e a comédia,
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em que o protagonista
não pertence às classes nobres
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e a linguagem pode ser coloquial,
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explorando situações
consideradas ridículas, risíveis.
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Atualmente, no entanto,
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várias outras modalidades surgiram
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e o termo vem sendo usado para agrupar
textos voltados para encenação,
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como um roteiro de teatro,
cinema e novelas, por exemplo.
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A estrutura desse tipo de escrita
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tem pontos em comum
com o gênero narrativo,
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como enredo, personagens,
tempo e espaço,
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mas não possuem narrador,
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porque a história é contada
de forma indireta
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por meio dos diálogos
e das ações dos personagens.
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Existe, além disso,
um outro diferencial importante.
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No gênero dramático,
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temos a presença e rubricas,
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que são informações de apoio
para a leitura e montagem.
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Acha que acabou? Que nada.
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Ainda temos dois pontos importantíssimos
que surgiram com a modernidade
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e que podem ser a pegadinha
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daquelas questões
de literatura do vestibular. Se liga.
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Um deles é o termo "textos híbridos",
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que nada mais é do que o nome que se dá
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para textos que misturam
gêneros distintos.
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Já o gênero ensaístico,
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é uma nova possibilidade
de classificação
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que reúne textos não-ficcionais,
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mas que apresentam literariedade.
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Mas o que é isso, profe?
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É o uso artístico-expressivo
da linguagem.
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Cartas, ensaios, artigos, diários,
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crônicas e autobiografias
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são alguns dos exemplos
que podem se encaixar nesse grupo.
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Vamos entender isso melhor?
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Lembra de Pero Vaz de Caminha,
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aquele cara histórico
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que documentou a chegada
de Pedro Alvarez Cabral no Brasil?
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Então, as cartas que ele escreveu
são colocadas dentro do gênero ensaístico,
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porque embora tivessem um propósito
nitidamente informativo,
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usava também
muitas figuras de linguagem
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e outros recursos
tipicamente literários,
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ou seja, esse texto não-ficcional
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fez o uso artístico da linguagem.
Sacou?
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Pessoal, eu vou ficando por aqui,
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mas vocês podem rever esse vídeo
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