Quando Você Para de se Importar, Tudo Começa a Dar Certo – A Filosofia de Michel de Montaigne

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https://www.youtube.com/watch?v=LWuZr9304Y4

Summary

TLDRThe video delves into the philosophy of Michel de Montaigne, highlighting the detrimental effects of seeking approval and the illusion of control. It encourages viewers to embrace their true selves by letting go of societal expectations and the fear of judgment. Montaigne's insights reveal that authenticity comes from self-acceptance and that genuine relationships thrive on freedom rather than possessiveness. The video ultimately advocates for a life of presence, where detachment from the need to control leads to a more fulfilling and harmonious existence.

Takeaways

  • 🌱 Let go of control to embrace authenticity.
  • 💬 Seek self-acceptance over external approval.
  • 🧘‍♂️ Relationships thrive on freedom, not possessiveness.
  • ✨ Embrace imperfection as a path to liberation.
  • 🌊 Life flows better when you stop trying to control it.
  • 💖 Genuine connections are built on presence, not expectations.
  • 🔍 Self-discovery is more important than societal validation.
  • 🌈 Detachment is a form of power and clarity.
  • 🕊️ Letting go leads to inner peace and harmony.
  • 🌟 The pursuit of approval can lead to anxiety and disconnection.

Timeline

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    The video discusses the struggle of trying to fit in and seeking approval from others, leading to a loss of one's true self. It introduces the philosophy of Michel de Montaigne, who emphasized the importance of letting go of control and embracing authenticity, suggesting that true freedom and success come from accepting the flow of life rather than trying to control it.

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    Montaigne's insights reveal that the desire for validation can trap individuals in a labyrinth of expectations, causing them to lose touch with their true selves. He encourages self-acceptance and questions the motivations behind our actions, advocating for relationships based on presence and authenticity rather than fear of judgment.

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    The video concludes by highlighting the transformative power of detachment in relationships and life. Montaigne's philosophy teaches that true freedom comes from letting go of the need to control and please others, allowing individuals to live more authentically and embrace the beauty of imperfection.

Mind Map

Video Q&A

  • What is the main theme of the video?

    The main theme is about letting go of control and societal expectations to achieve authenticity and inner peace.

  • Who is Michel de Montaigne?

    Michel de Montaigne was a 16th-century philosopher known for his essays that explore human nature and the importance of self-acceptance.

  • What does the video say about the pursuit of approval?

    The video suggests that the pursuit of approval can lead to anxiety and disconnection from one's true self.

  • How does Montaigne view control?

    Montaigne views control as a fantasy and emphasizes the importance of accepting the flow of life instead.

  • What is the significance of detachment according to Montaigne?

    Detachment is seen as a form of power that allows individuals to live freely and authentically.

  • How can one achieve authenticity?

    By prioritizing self-acceptance and letting go of the need for external validation.

  • What does the video suggest about relationships?

    It suggests that relationships should be based on presence and freedom rather than control and expectations.

  • What is the paradox of detachment?

    The paradox is that the less you try to control, the more aligned life becomes.

  • What does Montaigne teach about imperfection?

    He teaches that accepting imperfection is liberating and essential for genuine living.

  • How can letting go of control impact one's life?

    Letting go of control can lead to greater clarity, receptiveness, and the ability to live authentically.

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    Imagine isto. Você passa a vida inteira
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    tentando se encaixar. Modela sua fala,
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    sua roupa, suas escolhas. Tudo em busca
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    de aprovação. Você se dobra diante de
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    expectativas que nem são suas e pouco a
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    pouco se afasta de quem realmente é.
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    Você teme ser julgado. Busca validação
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    em olhares que mudam a cada estação e se
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    agarra à ideia de que seu valor depende
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    da forma como o mundo o enxerga. Mas e
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    se tudo o que você foi ensinado sobre se
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    importar demais for na verdade? O que
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    está te impedindo de viver? E se a chave
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    para a confiança, para a liberdade e até
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    para o sucesso não estiver no controle,
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    mas justamente em soltar o controle?
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    Michel de Montenia, pensador do século
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    X, explorou profundamente esse paradoxo.
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    Enquanto o mundo ao seu redor ruía em
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    guerras, ele se retirava para uma torre
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    silenciosa, não para fugir, mas para
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    observar a alma humana. Seus ensaios não
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    buscavam doutrinar, mas libertar. e sua
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    filosofia, longe de ser abstrata, é uma
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    bússola para quem deseja viver com
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    leveza, autenticidade e paz
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    interior. Montain desafiou o que
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    entendemos por sucesso, questionou a
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    necessidade de agradar e apontou um
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    caminho de serenidade, o
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    desapego. Neste vídeo, vamos atravessar
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    esse caminho. Vamos olhar para a
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    ansiedade de agradar, para o medo de
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    fracassar, para o vício do controle. E
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    com Monten como guia descobrir o que
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    acontece quando você simplesmente deixa
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    de se importar com aquilo que nunca
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    importou de
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    verdade. Desde cedo somos ensinados a
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    acreditar que se controlarmos tudo,
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    estaremos seguros. Seguros do erro, do
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    julgamento, do fracasso, como se a vida
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    fosse uma equação exata e bastasse
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    esforço, planejamento e preocupação para
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    manter tudo em ordem.
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    Mas Montenha, observando a condição
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    humana com olhos serenos e sem ilusões,
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    viu algo que poucos têm coragem de
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    admitir. O controle é, na maior parte
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    das vezes, uma
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    fantasia. Vivemos numa tentativa
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    constante de dominar o incontrolável, o
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    que os outros pensam, o que pode
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    acontecer, como seremos percebidos. E
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    nesse esforço Hercúlio, gastamos nossa
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    energia mais vital, a que poderia estar
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    voltada para a criação, para a presença,
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    para o amor. Monte quase morreu num
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    acidente a cavalo e essa experiência o
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    confrontou com a fragilidade absoluta da
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    vida. Ele entendeu que nenhum
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    planejamento, nenhuma precaução, nenhuma
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    preocupação obsessiva o teria salvo
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    daquele acaso. E
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    paradoxalmente, foi nesse momento que
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    algo se iluminou em sua alma. Viver não
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    é controlar. Viver é aceitar o
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    fluxo. Ele escreveu: "A minha vida
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    esteve cheia de terríveis desgraças, a
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    maioria das quais nunca aconteceram."
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    Essa frase simples desarma toda uma
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    mentalidade moderna. Quantas angústias
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    você carrega por cenários que jamais se
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    concretizaram? Quantas noites você
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    perdeu tentando prever o futuro ou
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    corrigir o passado? Quantos diálogos
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    você ensaiou na mente esperando
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    controlar reações que nunca
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    vieram? A verdade é que o esforço pelo
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    controle nos afasta da realidade, nos
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    impede de escutar o que a vida está
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    dizendo agora. E ironicamente, quanto
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    mais tentamos segurar as rédias, mais
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    instável tudo parece se
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    tornar. Monten nos convida a olhar para
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    essa obsessão com ternura e depois
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    gentilmente soltá-la. Porque a vida, em
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    sua essência não é uma máquina a ser
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    operada, é um organismo vivo, cheio de
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    surpresas e só floresce para quem tem a
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    coragem de dançar com o imprevisível.
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    [Música]
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    Existe uma força invisível que guia
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    silenciosamente muitos de nossos passos.
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    O desejo de ser
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    aceito. Desde a infância aprendemos que
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    aprovação é recompensa, um olhar de
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    orgulho, um elogio, um aceno de
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    pertencimento. E assim, pouco a pouco,
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    passamos a construir nossa identidade em
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    torno daquilo que agrada os outros.
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    Mas Michel de Montene observou com
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    precisão cortante que esse caminho leva
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    a um labirinto interior, pois quando
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    vivemos em função da aceitação alheia,
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    perdemos o contato com o que é
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    verdadeiramente
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    nosso. Ele escreveu para se entender,
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    não para convencer. não buscava
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    aplausos, mas autenticidade. E talvez
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    por isso seus textos ressoem tão
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    profundamente até hoje, porque Monten
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    teve a coragem rara de pensar por si
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    mesmo em um mundo que gritava por
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    conformidade. A busca por validação é
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    sutil, quase imperceptível. está na
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    escolha da roupa, na omissão de uma
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    opinião, na adaptação constante ao
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    ambiente. Não queremos incomodar, não
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    queremos decepcionar, mas ao evitar o
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    desconforto do outro, nos colocamos num
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    cárcere. E o mais trágico é que essa
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    validação, quando finalmente vem, não
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    nos satisfaz, porque não foi dirigida ao
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    nosso eu verdadeiro, mas a máscara que
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    vestimos para sermos aceitos.
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    Montenhe propõe outra via, a de se
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    conhecer tanto, de se aceitar com tanta
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    inteireza, que a opinião dos outros
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    perde o poder de ferir ou
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    moldar. Ele nos convida a nos perguntar:
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    "A quem você está tentando agradar e por
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    quê? Quantas decisões da sua vida,
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    profissionais, afetivas, existenciais,
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    foram tomadas por medo do julgamento e
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    não por desejo verdadeiro?
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    Quando você deixa de buscar aceitação em
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    todo lugar, descobre algo raro e
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    precioso, a aceitação de si.
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    E a partir daí as relações se tornam
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    mais honestas, as decisões mais leves e
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    a vida mais silenciosamente
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    sua. Ao contrário do que muitos pensam,
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    desapego não é frieza, não é
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    indiferença, apatia ou fuga da vida.
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    Desapego é clareza.
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    É a sabedoria de distinguir entre o que
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    merece nossa energia e o que apenas nos
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    consome. É saber soltar, não porque não
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    nos importamos, mas porque já não vale a
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    pena se
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    apegar. Michel de Monte compreendeu esse
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    paradoxo com profundidade. Ele observava
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    como as pessoas viviam presas a
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    resultados, expectativas e imagens
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    idealizadas de si mesmas. E como isso
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    gerava uma tensão constante, uma
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    ansiedade
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    corrosiva. Ele não propunha renunciar à
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    vida, pelo contrário, mas sim viver com
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    leveza, agir com dedicação, mas sem
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    obsessão, amar sem possessividade,
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    buscar sem se perder no
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    caminho. Em seu retiro, Monten escreveu:
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    "Não por obrigação, mas por curiosidade,
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    não para ser reconhecido, mas para se
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    compreender." E é nesse espaço de não
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    esforço compulsivo, nesse vazio criativo
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    que a alma
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    floresce. Quantas vezes na sua vida você
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    conseguiu algo justamente quando parou
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    de forçar, quando deixou de tentar
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    convencer, impressionar, conquistar? É
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    como se o universo respondesse à entrega
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    com
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    harmonia. Esse é o paradoxo do desapego.
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    Quanto menos você precisa provar, mais
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    natural se torna a sua presença. Quanto
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    menos você tenta controlar, mais as
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    coisas se alinham por si mesmas. E não
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    se trata de sorte, é presença. É
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    coerência entre o que se sente, se pensa
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    e se faz. É magnetismo de quem não
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    mendiga a aceitação porque já encontrou
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    um lar dentro de si.
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    Monten nos ensina que o desapego é, na
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    verdade, uma forma de poder, um poder
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    sereno, silencioso, que não impõe, mas
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    transforma. Quando você solta o peso de
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    agradar, de controlar, de parecer
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    perfeito, você se torna leve o
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    suficiente para caminhar com liberdade e
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    firme o bastante para ser quem você
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    realmente é.
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    [Música]
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    Monten não era um aceta, nem um herói
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    trágico. Era um homem profundamente
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    consciente de suas falhas e, talvez, por
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    isso, tão
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    sábio. Ele viveu perdas
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    significativas, a morte de cinco dos
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    seus seis filhos ainda na infância, o
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    falecimento precoce de seu melhor amigo
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    Etien de La Boesi e o colapso político e
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    social de uma França em guerra civil. A
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    dor e a desilusão não o tornaram cínico,
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    elas o tornaram mais real.
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    Em vez de endurecer, ele escolheu
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    recolher-se, deixou a política,
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    afastou-se dos cargos de poder e
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    retirou-se para sua torre, um espaço de
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    silêncio, livros,
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    meditação. Ali, entre os corredores de
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    madeira e as frases latinas inscritas no
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    teto de sua biblioteca, ele iniciou o
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    que chamaria de o estudo de si mesmo,
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    não para se exaltar, mas para se
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    aceitar.
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    Em seus ensaios, Monten expõe sua alma
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    com uma honestidade rara. Confessa suas
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    vaidades, suas fraquezas, seus medos,
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    suas incoerências. E é justamente essa
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    vulnerabilidade que o torna universal.
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    Ele escrevia: "Não me retrato por
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    inteiro, apenas como me vejo neste
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    momento." Essa frase carrega uma verdade
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    libertadora. Ninguém é constante,
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    ninguém é perfeito e tudo está em
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    movimento. Aceitar isso é abandonar a
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    armadura. É deixar de encenar uma versão
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    ideal de si para, enfim, habitar sua
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    própria
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    humanidade. No mundo atual, onde todos
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    parecem competir por uma imagem de
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    sucesso, coerência e perfeição, Montenha
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    surge como um antídoto. Ele nos lembra
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    que ser humano é se contradizer, que
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    mudar de opinião é sinal de vida.
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    interior e que aceitar a imperfeição não
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    nos enfraquece, nos
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    liberta. Ao parar de exigir de si um
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    ideal inalcançável, você permite que o
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    real se manifeste: a leveza do erro, a
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    beleza da dúvida, a paz de simplesmente
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    ser. E assim, Montain nos entrega uma
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    das lições mais curativas da filosofia.
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    A sabedoria não nasce da perfeição, mas
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    da intimidade com a própria
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    [Música]
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    imperfeição. Se há um campo onde o
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    desapego revela sua verdadeira força, é
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    nas relações humanas. Montenia, com seu
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    olhar profundo e desiludido, observou
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    como nos tornamos reféns uns dos outros,
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    não por amor verdadeiro, mas por medo de
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    rejeição, de solidão, de não sermos
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    suficientes. Quantas vezes você já
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    tentou moldar alguém a sua imagem?
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    Quantas vezes já se frustrou porque o
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    outro não correspondeu a uma expectativa
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    que talvez ele nem soubesse que existia?
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    O filósofo compreendeu que o sofrimento
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    relacional não nasce da diferença entre
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    as pessoas, mas da nossa tentativa de
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    controlar, prender,
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    corrigir. Em sua obra, ele escreveu com
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    ternura sobre a amizade com
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    Laboessi, uma conexão que não exigia,
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    que não cobrava, apenas era. Amizade
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    livre de possessividade, foi para a
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    Montenha uma revelação do que é possível
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    quando se ama alguém sem tentar
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    possuí-lo. Ele nos propõe um ideal raro.
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    Relações baseadas em presença, não em
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    cobrança, em entrega, não em domínio. E
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    aqui está o
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    paradoxo. Quanto mais você tenta segurar
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    alguém, mais ele escapa. Mas quanto mais
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    você permite que o outro seja, mais ele
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    escolhe
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    permanecer. A liberdade nas relações não
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    significa ausência de vínculo, mas a
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    recusa de transformar o outro num
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    espelho das suas inseguranças. Montenha
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    nos ensina que o verdadeiro encontro
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    entre duas almas acontece quando ambas
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    caminham lado a lado, não por obrigação,
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    mas por
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    escolha. E essa liberdade é magnética.
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    Ela gera respeito, admiração,
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    profundidade. Ela atrai não pela força,
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    mas pela leveza, não pelo controle, mas
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    pela
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    autenticidade. Pergunte a si mesmo:
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    quantas das suas relações estão baseadas
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    no medo de perder e não na alegria de
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    compartilhar? A resposta pode doer, mas
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    também pode libertar.
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    Há um instante silencioso, quase
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    imperceptível, em que algo dentro de nós
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    simplesmente solta. Não é desistência,
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    não é fraqueza. É um tipo de sabedoria
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    que não vem da razão, mas de uma
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    exaustão
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    sagrada. É o momento em que você percebe
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    que não pode controlar tudo, que não
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    precisa se provar o tempo todo, que
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    carregar tantas preocupações não faz
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    sentido algum.
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    Esse momento Monten conheceu bem e é a
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    partir dele que sua filosofia floresce.
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    A entrega não como renúncia, mas como
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    reconciliação com a vida. Ele não
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    propunha passividade, mas uma ação livre
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    de angústia, uma vida engajada, mas
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    desobrigada de garantias. Ele entendeu
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    que há uma paz profunda que só nasce
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    quando deixamos de resistir à
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    impermanência do mundo. E essa paz é
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    revolucionária, porque ao soltar o
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    controle, você se torna mais leve e com
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    essa leveza você enxerga melhor, age com
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    mais clareza e se torna receptivo ao
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    inesperado. O que acontece quando você
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    para de se importar com o que os outros
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    pensam? Você fala com mais verdade. O
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    que acontece quando você para de buscar
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    perfeição? Você age com mais coragem. E
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    quando você solta o medo de falhar, você
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    abre espaço para criar, amar,
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    viver. A entrega para a montanha não era
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    fuga, era presença. Era parar de
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    guerrear contra a realidade e começar a
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    dançar com ela. E aqui está o maior dos
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    paradoxos. Quanto menos você tenta
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    controlar a vida, mais ela começa a se
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    alinhar. Talvez porque nesse estado de
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    rendição você finalmente se torna quem é
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    o mundo responde a essa verdade com
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    harmonia. Monten nos deixou um legado
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    silencioso, não de regras, fórmulas ou
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    certezas, mas de uma presença mais
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    inteira diante da vida. Ele nos ensinou
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    que a obsessão por controle é o oposto
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    da
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    liberdade, que o esforço constante para
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    agradar os outros é o maior inimigo da
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    autenticidade e que o medo de falhar é
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    muitas vezes o único obstáculo real
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    entre nós e aquilo que desejamos viver.
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    Ao longo desta jornada, vimos que
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    desapegar não é abandonar, é confiar, é
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    sair do centro do palco e permitir que a
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    vida revele sua coreografia. E aqui está
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    o mistério mais belo de todos. Quando
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    você para de se importar com o que não
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    importa, o que importa começa a
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    florescer. Quando você solta o medo, vem
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    a
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    coragem. Quando solta a necessidade de
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    provar, vem o poder silencioso de
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    simplesmente ser. Monteném não nos pede
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    para mudar o mundo. Ele nos convida a
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    mudar a forma como habitamos a nós
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    mesmos. E quando isso acontece, o mundo
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    ao nosso redor também muda. E você, o
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    que ainda está segurando com tanta força
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    que já começou a te ferir? O que poderia
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    acontecer se você, por um momento,
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    apenas soltasse? Compartilhe nos
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    comentários uma experiência sua com o
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    desapego, com o ato de deixar ir.
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    Talvez, ao contar sua história, você
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    ajude outras pessoas.
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    Am.
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