O PECADO DO DÍZIMO QUE NUNCA TE ENSINARAM - BILLY GRAHAM

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https://www.youtube.com/watch?v=nrjUyt9laMw

Summary

TLDREste vídeo analisa a prática do dízimo desde suas origens bíblicas, começando com Abraão, que ofereceu 10% das suas conquistas a Melquized, por gratidão a Deus. O dízimo evolui ao longo do tempo, tornando-se uma parte da lei mosaica, destinada a sustentar os levitas e ajudar os necessitados. No Novo Testamento, Jesus e os apóstolos apresentam uma nova perspectiva, destacando que dar deve ser um ato de amor e gratidão, em vez de uma obrigação. A mensagem finaliza alertando sobre as distorções modernas desse ensinamento, onde a prática pode se tornar um peso e uma forma de manipulação, e encoraja a generosidade que vem do coração.

Takeaways

  • 💡 O dízimo começou como um ato de gratidão por não ser uma obrigação.
  • 📖 Abraão oferece 10% como reconhecimento da soberania de Deus.
  • 👥 O dízimo na lei de Moisés sustentava os levitas e ajudava os pobres.
  • 🔍 Jesus enfatiza que o coração importa mais que a porcentagem no dar.
  • 🙏 Generosidade no Novo Testamento é mais sobre intenções que valores fixos.
  • ⚖️ O dízimo não deve ser uma ferramenta de manipulação ou pressão.
  • 🌱 Dar deve ser um reflexo do amor e zelo pela comunidade.
  • ✋ Esteja atento à teologia da prosperidade e suas repercussões.
  • 👐 A prática de dar deve ser alegre, não uma obrigação.
  • 💞 A generosidade verdadeira flui do reconhecimento de que tudo pertence a Deus.

Timeline

  • 00:00:00 - 00:05:00

    A introdución enfoca a importancia do dízimo e cuestiona se realmente é un mandato divino ou un acto voluntario de gratitud. O orador propón unha reflexión sobre a verdadeira esencia do dar e como esta práctica se orixinou.

  • 00:05:00 - 00:10:00

    A historia do dízimo remóntase a Abraham, quen, tras unha batalla, decidiu ofrecer un décimo das súas ganancias a Melquizedec como un acto de agradecemento. Este xesto espontáneo de honra non foi unha orde divina, senón unha expresión de recoñecemento à soberanía de Deus na vida de Abraham.

  • 00:10:00 - 00:15:00

    Co tempo, durante a era de Moisés, o dízimo adquiriu un carácter organizativo coa lei, onde Deus instrúe ao pobo a separar un 10% das súas colleitas para sustentar aos levitas e axudar aos necesitados, presentando o dízimo como un acto de comunidade e xenerosidade, non de medo ou obrigación.

  • 00:15:00 - 00:20:00

    O sistema do dízimo na época de Moisés tamén incluía axudar aos máis vulnerables, como viúvas e orfos, demostrando que dar era parte integral da vida en comunidade e da adoración a Deus, e non simplemente unha transacción monetaria, xa que se realizaba con produtos agrícolas.

  • 00:20:00 - 00:25:00

    Co paso do tempo, o significado do dízimo distorceuse. O que comezou como un acto de gratitud púxose baixo presión, e algúns líderes relixiosos comezaron a usalo como unha ferramenta de control e manipulación, afastándose do seu propósito orixinal de unidade e coidado do outro.

  • 00:25:00 - 00:30:00

    O sermón analizou como Jesus non aboliu o dízimo, senón que enfatizou a importancia do corazón detrás do acto de dar, chamando á xenerosidade e ao amor por encima da simple obediencia ás regras. Alí, o do retorno de dádivas como reflexo da fé e da relación co próximo, sen enfocar en porcentaxes fixas.

  • 00:30:00 - 00:35:00

    A chegada do Novo Testamento trouxo una nova perspectiva sobre o dar, onde a gratuidade e a xenerosidade espontánea dos primeiros crentes superou a noción do dízimo como regra. A xenerosidade, de acordo con Paulo, está relacionada co corazón e non con unha porcentaxe específica, promovendo a abonda por unidades de amor e creación de comunidades.

  • 00:35:00 - 00:43:30

    O sermón conclúe co desafío de reconsiderar a práctica do dízimo e a xenerosidade na actualidade, pensando non en porcentaxes ou obrigas, senón en como cada un pode usar os seus recursos, talentos e tempo para bendicir aos demais, sempre con xoy e gratitude. A auténtica xenerosidade non se mide polo que se dá, senón polo amor e a gratitude que a acompañan.

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Video Q&A

  • O que é o dízimo na Bíblia?

    O dízimo é a prática de separar 10% dos ganhos como oferta a Deus, originada com Abraão e formalizada na lei de Moisés.

  • Qual era a intenção original do dízimo?

    A intenção original do dízimo era expressar gratidão e apoiar os necessitados e o serviço a Deus, não uma obrigação para receber bênçãos.

  • O dízimo ainda é relevante no Novo Testamento?

    No Novo Testamento, o foco é o coração e a generosidade, ao invés de uma percentagem fixa; dar deve ser um ato de amor e liberdade.

  • Como o dízimo foi distorcido na modernidade?

    O dízimo foi usado como ferramenta de manipulação por alguns líderes religiosos, promovendo uma teologia da prosperidade que promete bênçãos financeiras.

  • Qual é o papel da generosidade na vida cristã?

    A generosidade deve ser um reflexo do amor de Deus em nossas vidas, enfatizando a ajuda mútua e a mordomia do que já recebemos.

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    Imagine por um instante uma cena comum
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    em muitas igrejas aos domingos, com
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    pessoas reunidas ouvindo mensagens
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    intensas sobre a importância de dar o
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    dízimo, frequentemente acompanhadas de
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    um aviso sério. Se você não separar essa
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    parte dos seus ganhos, estaria vivendo
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    sob uma maldição divina. Talvez você já
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    tenha escutado algo assim ou até sentido
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    o peso dessas palavras no coração, mas
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    será que esse é o desejo de Deus para
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    nós? Será que o criador do universo, que
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    nos deu a vida e tudo que possuímos,
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    fica só esperando um pagamento mensal
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    para nos abençoar?
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    Hoje quero convidar você a abrir a mente
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    e o coração para uma jornada
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    diferente. Vamos voltar às origens,
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    descobrir o que a Bíblia diz sobre o
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    dízimo, entender como tudo começou e
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    refletir sobre o verdadeiro significado
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    de dar com integridade e fé. Não se
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    preocupe. Não se trata apenas de
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    dinheiro, mas de algo muito maior. Uma
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    vida de devoção, sincera, sem medo, ou
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    pressão. Então, pegue sua Bíblia,
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    respire fundo e venha comigo desvendar o
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    que está por trás dessa prática antiga,
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    porém cheia de controvérsias.
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    Para começar, precisamos viajar no
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    tempo, muito antes das igrejas modernas
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    e até mesmo da lei de Moisés, chegando
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    aos dias de um homem chamado Abraão. Ele
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    é uma figura central na história da fé,
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    escolhido por Deus para ser o pai de uma
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    nação inteira. No livro de Gênesis
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    encontramos um dos primeiros registros
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    do que parece ser o dízimo. Após vencer
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    uma batalha contra reis inimigos,
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    resgatando seu sobrinho e recuperando
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    muitos bens, Abraão se deparou com um
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    homem enigmático chamado Melquized,
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    descrito como rei de Salém e sacerdote
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    do Deus Altíssimo. Segundo o texto,
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    Abraão ofereceu a Melquized um dízimo de
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    tudo o que havia conquistado, ou seja,
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    10%, dando origem ao conceito de dízimo.
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    Mas surge uma questão importante. Deus
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    mandou Abraão fazer isso? Nada no texto
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    indica que foi uma ordem divina. Pelo
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    contrário, parece que Abraão tomou essa
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    decisão por conta própria, como um gesto
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    de gratidão e honra, sem estar cumprindo
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    uma regra, mas expressando um sentimento
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    que vinha do
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    coração. Isso é realmente interessante,
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    pois mostra que desde o início dar um
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    décimo não era uma obrigação imposta por
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    Deus, mas uma escolha espontânea de
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    alguém que reconhecia a soberania divina
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    em sua vida. Pense bem, naquela época as
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    pessoas viviam num mundo onde oferecer
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    presentes aos reis ou deuses era comum.
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    Imagine um agricultor que, após uma
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    colheita abundante separava o melhor dos
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    seus grãos ou frutos para levar ao
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    templo local como sinal de respeito,
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    dizendo: "Eu sei que essa bênção vem de
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    Deus e quero devolver uma parte para
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    demonstrar minha gratidão." Abraão, ao
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    dar esse décimo a Melquized, participava
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    de uma prática cultural já existente,
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    mas o fez para o Deus Altíssimo e não
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    para um ídolo qualquer. Em troca,
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    Melquizede abençoou Abraão, criando um
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    momento de reconhecimento e comunhão.
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    Esse encontro não tratava de regras ou
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    cálculos exatos, mas de um
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    relacionamento. E é aí que começamos a
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    entender o verdadeiro sentido do dízimo,
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    um ato voluntário de um coração grato e
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    não uma fórmula fixa baseada em
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    porcentagens ou no medo de
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    punição. A história do dízimo continua.
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    Muitos séculos depois, quando o povo de
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    Israel se tornou uma nação sob a
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    liderança de Moisés, o dízimo ganhou um
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    novo papel na lei que Deus deu ao seu
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    povo. Por meio de Moisés, encontramos
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    instruções claras sobre essa prática. Em
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    Levítico está escrito que todos os
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    dízimos da terra, tanto das sementes
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    quanto dos frutos das árvores, pertencem
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    ao Senhor. Isso é sagrado para Ele.
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    Nesse momento, o dízimo deixou de ser
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    apenas uma decisão pessoal e passou a
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    fazer parte de um sistema
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    organizado. Deus ordenou que o povo
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    separasse 10% de suas colheitas e
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    rebanhos para um propósito específico,
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    que não era enriquecer líderes
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    religiosos ou construir templos
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    luxuosos, mas sustentar os levitas, uma
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    das 12 tribos de Israel, que não recebeu
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    terras como herança. Esses levitas foram
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    destinados a servir no tabernáculo e
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    depois no templo, cuidando das
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    cerimônias, orações e do ensino da lei.
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    Sem terras para cultivar, dependiam do
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    dízimo para sobreviver. Além disso, em
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    Deuteronômio, o texto revela que a cada
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    3 anos uma parte do dízimo deveria ser
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    destinada aos pobres, viúvas, órfãos e
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    estrangeiros que viviam entre o povo.
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    Imagine então uma pequena vila em Israel
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    naquela época onde um agricultor chamado
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    Jonas, após colher seus grãos, separava
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    10% da produção, trigo, azeitonas, uvas
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    e levava ao depósito
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    comunitário. Ele sabia que esses bens
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    iriam alimentar os levitas que ensinavam
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    os filhos sobre Deus e também ajudariam
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    uma viúva chamada Sara, que após perder
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    o marido, lutava para criar seus filhos
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    sozinha. Jonas não fazia isso por medo
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    de uma maldição, mas porque compreendia
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    que fazia parte de um povo escolhido por
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    Deus, no qual cuidar uns dos outros era
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    essencial.
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    Esse era o espírito do dízimo na lei de
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    Moisés, um sistema prático e, ao mesmo
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    tempo, profundamente espiritual, que
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    refletia o cuidado de Deus com os
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    necessitados. Em Números, Deus reforça
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    essa ideia, dizendo: "A filhos de Levi,
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    dei todos os dízimos em Israel como
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    herança pelo serviço que prestam no
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    tabernáculo." Assim, o dízimo funcionava
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    como um meio de manter a nação unida. e
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    funcionando como um povo
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    sagrado. Um detalhe importante é que na
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    Bíblia o dízimo não era feito com
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    dinheiro, mas com alimentos, grãos,
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    frutos e animais. Isso faz sentido,
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    porque Israel era uma sociedade agrária.
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    As pessoas não tinham salários fixos ou
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    contas bancárias como hoje. Viviam do
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    que a Terra produzia. E o dízimo era uma
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    forma de compartilhar essa produção.
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    Pense bem, quando alguém diz de 10% do
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    seu salário, isso é uma adaptação
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    moderna, não algo que vem diretamente do
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    texto bíblico. Naquela época, ninguém
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    contava moedas ou escrevia cheques. Era
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    simplesmente um punhado de trigo, um
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    cesto de figos ou um cordeiro do
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    rebanho. Esse ponto mostra como o dízimo
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    estava intrinsecamente ligado à vida
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    diária do povo, não sendo uma taxa fixa
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    sobre uma renda mensal, mas uma oferta
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    extraída do que Deus já havia
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    proporcionado através da terra. Em
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    Deuteronômio, o povo era instruído a
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    declarar que separou o dízimo para os
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    levitas, estrangeiros, órfã e viúvas,
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    obedecendo aos mandamentos de Deus. um
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    ato de obediência, mas também de
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    generosidade
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    coletiva. Agora vamos avançar e pensar
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    sobre o significado disso tudo. No
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    Antigo Testamento, o dízimo tinha uma
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    função clara: sustentar o culto a Deus e
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    cuidar dos mais vulneráveis, e também
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    carregava um simbolismo profundo. Ao
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    oferecer o dízimo, o povo reconhecia que
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    tudo vinha de Deus. Em Salmos lemos que
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    a terra e tudo que nela há pertencem ao
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    Senhor. Separar uma parte do que se
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    produzia era uma maneira de dizer: "Nada
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    disso é realmente meu. Sou apenas um
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    administrador do que Deus me confiou".
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    Esse princípio de mordomia, de cuidar do
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    que recebemos, está no centro do dízimo
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    original. Não se tratava de comprar
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    bênçãos ou evitar punições, mas de viver
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    em harmonia com um Deus que provê e
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    chama seu povo a demonstrar essa
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    providência uns com os outros. Em
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    Provérbios, a ideia é honrar o Senhor
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    com nossos bens e as primícias de nossa
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    renda, para que nossos celeiros se
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    encham e nossos lagares transbordem,
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    sempre enfatizando a atitude de gratidão
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    e não uma fórmula mágica para a riqueza.
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    Com o passar do tempo, porém, as coisas
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    começaram a mudar. O que era uma prática
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    de fé e cuidado mútuo foi se distorcendo
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    à medida que a história avançava,
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    especialmente após o exílio de Israel e
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    com a influência de outras culturas.
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    O dízimo passou a ser visto de maneira
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    diferente. Alguns líderes religiosos
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    começaram a usá-lo como uma ferramenta
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    de poder, cobrando-o rigorosamente e
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    esquecendo seu propósito original. Esse
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    processo foi gradual, plantando as
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    sementes das controvérsias que
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    conhecemos
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    hoje. Imagine um sacerdote em Jerusalém,
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    anos depois de Moisés, exigindo o dízimo
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    de um agricultor humilde, não para
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    ajudar os levitas ou as viúvas, mas para
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    manter um estilo de vida confortável.
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    Embora esse tipo de abuso não fosse a
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    regra, começou a aparecer e lançou uma
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    sombra sobre o que o dízimo deveria
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    representar. O ato de dar, que nasceu
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    como uma expressão de gratidão e união,
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    passou a carregar, em alguns casos, o
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    peso da obrigação e até mesmo da
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    manipulação. O que isso nos ensina hoje?
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    Em sua essência, o dízimo sempre foi
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    sobre reconhecer que Deus é dono de tudo
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    e cuidar da comunidade que ele formou
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    não era uma taxa para garantir bênçãos
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    ou evitar maldições, mas um reflexo de
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    um povo que vivia em aliança com Deus e
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    entre si. Contudo, essa ideia pura
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    acabou se transformando com o tempo, o
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    que começou com Abraão num simples gesto
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    de gratidão e foi organizado na lei de
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    Moisés como uma provisão prática, ganhou
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    novos significados, alguns alinhados ao
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    coração de Deus, outros menos. Antes de
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    continuar, reflita o que o dízimo
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    significa para você hoje? Você o pratica
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    por amor, por obrigação ou por medo?
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    Essa pergunta é o primeiro passo para
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    entender como essa prática milenar se
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    conecta com nossa
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    fé. Agora, porque o que realmente
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    importa não é o quanto damos, mas o
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    porqu damos. Vamos explorar isso a
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    seguir. Já vimos como o dízimo começou
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    com Abraão e se estruturou na lei de
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    Moisés como uma provisão para os levitas
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    e necessitados. Chegou o momento de dar
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    um salto para o Novo Testamento.
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    Deixamos para trás o deserto de Sinai,
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    os campos de trigo de Israel e os
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    altares de pedra, e entramos no mundo do
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    Novo Testamento, onde tudo muda. Jesus
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    chega trazendo uma nova forma de
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    entender a relação entre Deus e seu
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    povo. Muitos cristãos hoje se perguntam:
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    "O dízimo ainda é válido para nós? Será
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    que os 10% que foram separados na antiga
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    aliança continuam sendo uma regra para
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    os que seguem Cristo? Ou será que algo
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    maior, algo mais livre tomou o seu
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    lugar? Primeiro vamos olhar para Jesus.
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    Ele nasceu numa época em que a lei
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    mosaica ainda governava a vida dos
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    judeus. Os fariseus, que eram os líderes
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    religiosos daquela época, eram
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    especialistas em seguir cada detalhe da
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    lei, inclusive o dízimo. Eles separavam
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    até mesmo as menores porções, como
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    ervas, menta, endro e cominho para
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    demonstrar sua obediência. Mas Jesus
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    tinha algo a dizer sobre isso. Em
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    Mateus, ele confronta os fariseus,
  • 00:13:18
    dizendo: "Ai de vocês, mestres da lei e
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    hipócritas. Vocês dão o dízimo da menta,
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    doendro e do cominho, mas ignoram os
  • 00:13:28
    preceitos mais importantes, a justiça, a
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    misericórdia e a fidelidade. Vocês devem
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    praticar essas coisas sem deixar de
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    cumprir o restante da lei. Jesus não
  • 00:13:41
    afirma que o dízimo em si era errado.
  • 00:13:44
    Ele reconhece que os fariseus o
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    praticavam, mas o problema estava em
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    seus corações. Para eles, dar 10% se
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    transformou numa demonstração de
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    santidade, uma forma de aparentar
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    justiça externamente, enquanto
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    internamente estavam repletos de orgulho
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    e indiferença. Jesus aponta para algo
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    mais fundamental. A justiça que reflete
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    o caráter de Deus, a misericórdia que
  • 00:14:11
    acolhe os quebrados e a fidelidade que
  • 00:14:14
    mantém uma relação verdadeira com o Pai.
  • 00:14:18
    Para ele, o dízimo não era o ponto
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    final, mas apenas o começo, que
  • 00:14:24
    precisava ser complementado com amor
  • 00:14:27
    genuíno. Imagine um fariseu chamado
  • 00:14:30
    Elias, que todos os sábados contava suas
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    ervas com precisão, separando exatamente
  • 00:14:36
    um décimo para o templo. Ele fazia isso
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    com orgulho, demonstrando sua fidelidade
  • 00:14:42
    na sinagoga. Mas no mesmo dia, ao passar
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    por um mendigo, sequer parava para
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    ajudar. Elias cumpria a lei, mas seu
  • 00:14:52
    coração estava fechado. Jesus viu isso e
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    disse: "Não basta dar apenas o que a lei
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    exige. Você precisa viver de acordo com
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    o que ela ensina". Em Lucas, ele repete
  • 00:15:05
    essa ideia, criticando os líderes que se
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    focavam no dízimo e esqueciam do amor
  • 00:15:10
    por Deus. O ensinamento de Jesus é
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    revolucionário. Dar não é seguir uma
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    fórmula, mas transformar toda a vida em
  • 00:15:19
    uma
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    oferta. Ele não aboliu o dízimo
  • 00:15:23
    diretamente, pois ainda se dirigia a um
  • 00:15:26
    povo que vivia sob a lei, mas semeou a
  • 00:15:29
    ideia de que o coração importa mais do
  • 00:15:31
    que o percentual.
  • 00:15:33
    Essa semente floresceu de verdade após a
  • 00:15:36
    cruz, quando Jesus morreu e ressuscitou,
  • 00:15:39
    mudando tudo. A antiga aliança, com
  • 00:15:42
    todas as suas regras detalhadas, deu
  • 00:15:44
    lugar a uma nova escrita não em tábuas
  • 00:15:47
    de pedra, mas nos corações daqueles que
  • 00:15:50
    creem. No livro de Hebreus lemos que ao
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    chamar essa aliança de nova, ele tornou
  • 00:15:57
    a antiga obsoleta, e o que está
  • 00:16:00
    envelhecendo logo desaparecerá. Se a
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    lei, inclusive o sistema levítico que
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    sustentava o dízimo, foi cumprida em
  • 00:16:08
    Cristo, o que nos resta? Para responder
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    a essa pergunta, olhemos para os
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    primeiros cristãos. Em Atos encontramos
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    uma descrição marcante. Todos os que
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    acreditavam estavam unidos e
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    compartilhavam tudo. Vendiam suas
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    propriedades e bens e os dividiam
  • 00:16:27
    conforme a necessidade de cada um. Note
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    que não há menção a dízimo. Ninguém
  • 00:16:33
    calculava 10% ou levava grãos ao templo.
  • 00:16:37
    Em vez disso, havia uma generosidade
  • 00:16:40
    radical, um ato espontâneo movido pelo
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    amor e pela unidade proporcionados pelo
  • 00:16:46
    Espírito Santo. Pense numa jovem chamada
  • 00:16:49
    Lídia, uma das primeiras convertidas na
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    Europa, mencionada em Atos. Ela era
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    vendedora de púrpura e após crer em
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    Jesus e ser batizada, abriu sua casa
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    para os irmãos, dizendo: "Se vocês me
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    consideram uma serva fiel do Senhor,
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    venham morar comigo." Lídia não se
  • 00:17:10
    preocupou em perguntar quanto precisava
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    dar para ser aceita por Deus. Ela
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    ofereceu o que tinha, seu lar, seus
  • 00:17:18
    recursos, porque via a igreja como sua
  • 00:17:20
    família. Esse era o espírito da igreja
  • 00:17:24
    primitiva, um dar que fluía da alegria
  • 00:17:27
    de pertencer a Cristo e não de uma lista
  • 00:17:31
    de
  • 00:17:31
    obrigações. Em Atos lemos que os crentes
  • 00:17:35
    eram de um só coração e alma, não
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    considerando suas posses como
  • 00:17:39
    exclusivas, mas as compartilhando, de
  • 00:17:42
    modo que não havia necessitados entre
  • 00:17:45
    eles. Esse tipo de doação supera o
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    conceito do dízimo na lei antiga, que
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    era total, livre e movido por fé. O
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    apóstolo Paulo, o maior missionário do
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    Novo Testamento, nos dá uma visão clara
  • 00:18:00
    em sua carta aos Coríntios, dizendo:
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    "Quem semeia pouco, colhe pouco. Quem
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    semeia abundantemente, colhe
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    abundantemente. Cada um dê, conforme
  • 00:18:12
    determinou em seu coração, não com
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    tristeza ou por obrigação. Pois Deus ama
  • 00:18:19
    quem dá com alegria. Essa é a essência.
  • 00:18:23
    No Novo Testamento, dar é uma questão de
  • 00:18:26
    coração e não de regras fixas. Paulo não
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    menciona o dízimo, mas fala sobre semear
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    de forma viva, como se plantássemos algo
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    com a esperança de ver crescer,
  • 00:18:38
    insistindo: "Façam isso com alegria, não
  • 00:18:41
    por pressão".
  • 00:18:43
    Imagine um agricultor chamado Mateus,
  • 00:18:46
    que vive em Corinto. Ao ouvir a carta de
  • 00:18:48
    Paulo na igreja, ele decide ajudar um
  • 00:18:51
    irmão que perdeu tudo em um incêndio.
  • 00:18:54
    Mateus não usa uma calculadora para ver
  • 00:18:57
    se já separou 10%. Ele simplesmente
  • 00:19:00
    observa o que tem, alguns sacos de
  • 00:19:02
    grãos, algumas moedas e entrega com um
  • 00:19:06
    sorriso, sabendo que está semeando algo
  • 00:19:08
    de bom na vida de alguém. Para Paulo, o
  • 00:19:12
    importante não era o quanto, mas o
  • 00:19:15
    motivo por trás do gesto. Essa ideia de
  • 00:19:17
    doar com alegria reaparece em
  • 00:19:20
    Filipenses. Quando Paulo agradece aos
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    filipenses por ajudarem nas suas
  • 00:19:25
    necessidades, não por obrigação, mas
  • 00:19:27
    porque o fizeram de coração. Ele chama
  • 00:19:30
    essa oferta de aroma suave, um
  • 00:19:33
    sacrifício aceitável e agradável a Deus,
  • 00:19:36
    mostrando que o ato de dar não segue um
  • 00:19:38
    manual, mas é uma expressão de parceria
  • 00:19:41
    no
  • 00:19:42
    Evangelho. Gálatas, Paulo lembra que foi
  • 00:19:45
    para a liberdade que Cristo nos
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    libertou. Portanto, permaneçam firmes e
  • 00:19:51
    não se submetam novamente a um julgo de
  • 00:19:54
    escravidão. Se o dízimo fazia parte de
  • 00:19:56
    uma lei opressora, Cristo nos libertou
  • 00:19:59
    para algo melhor, uma generosidade que
  • 00:20:02
    brota da graça e não da culpa. Isso,
  • 00:20:05
    entretanto, não quer dizer que dar se
  • 00:20:07
    tornou opcional. Pelo contrário,
  • 00:20:10
    tornou-se mais profundo, porque passou a
  • 00:20:13
    ser pessoal, intencional e cheio de
  • 00:20:16
    vida.
  • 00:20:17
    Mas o que dizer daquele versículo usado
  • 00:20:19
    para defender o dízimo hoje? Em
  • 00:20:22
    Malaquias, Deus diz: "Tragam o dízimo
  • 00:20:26
    inteiro ao depósito do templo, para que
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    haja alimento na minha casa. Ponham-me à
  • 00:20:32
    prova, diz o Senhor dos Exércitos, e
  • 00:20:34
    vejam se não vou abrir as janelas dos
  • 00:20:37
    céus e derramar sobre vocês uma bênção
  • 00:20:40
    tão grande que não haverá espaço para
  • 00:20:43
    guardá-la". Parece simples, não é?
  • 00:20:46
    Dê o dízimo e receba bênçãos. Mas é
  • 00:20:49
    importante olhar o contexto. Essas
  • 00:20:52
    palavras foram dirigidas a Israel, um
  • 00:20:54
    povo sob a lei que havia negligenciado o
  • 00:20:57
    templo e os pobres. Deus o chamava de
  • 00:21:00
    volta à aliança, não estabelecendo uma
  • 00:21:03
    fórmula universal. Em Hebreus é
  • 00:21:06
    explicado que com a mudança do
  • 00:21:08
    sacerdócio levítico para o de Cristo, o
  • 00:21:11
    sistema que sustentava o dízimo também
  • 00:21:14
    perdeu sua função original. Jesus, nosso
  • 00:21:17
    sumo sacerdote, não precisa de grãos ou
  • 00:21:20
    moedas. Ele quer nossas vidas. O que
  • 00:21:23
    isso significa para nós no Novo
  • 00:21:25
    Testamento? O dízimo não é uma regra
  • 00:21:28
    imutável. Jesus demonstrou que dar vai
  • 00:21:31
    muito além de percentuais. É uma questão
  • 00:21:34
    de justiça, misericórdia e
  • 00:21:37
    fidelidade. A igreja primitiva provou
  • 00:21:40
    que a generosidade pode ser completa,
  • 00:21:43
    sem listas de obrigações. E Paulo nos
  • 00:21:46
    ensinou que o segredo está em ter um
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    coração alegre ao doar. Bem em Ana, uma
  • 00:21:52
    viúva que hoje faz um bolo para ajudar
  • 00:21:55
    uma família em dificuldade. Ela não
  • 00:21:58
    calcula 10% da farinha. Ela oferece o
  • 00:22:01
    que pode com amor. Esse é o espírito da
  • 00:22:05
    nova aliança, a liberdade para sermos
  • 00:22:09
    generosos, pois Cristo se entregou por
  • 00:22:11
    nós. Mas se o dízimo não é mais uma lei
  • 00:22:14
    fixa, porque tantas igrejas ainda o
  • 00:22:17
    exigem? Será que estamos presos a um
  • 00:22:19
    passado que já foi superado? Essas
  • 00:22:22
    perguntas nos levam a refletir sobre
  • 00:22:24
    como em alguns lugares o ato de dar
  • 00:22:28
    virou uma ferramenta de pressão e não de
  • 00:22:31
    bênção. Chegamos a um ponto crucial
  • 00:22:34
    desta conversa. Já vimos como o dízimo
  • 00:22:38
    começou com Abraão num simples gesto de
  • 00:22:41
    gratidão e se organizou na lei de Moisés
  • 00:22:44
    como um meio de sustentar os levitas e
  • 00:22:47
    os necessitados.
  • 00:22:49
    Depois, no Novo Testamento, vimos que
  • 00:22:52
    Jesus e os apóstolos abriram as portas
  • 00:22:55
    para uma doação mais livre, guiada pelo
  • 00:22:58
    coração e pela graça, e não por regras
  • 00:23:01
    rígidas. Contudo, também precisamos
  • 00:23:03
    enfrentar uma realidade desconfortável.
  • 00:23:05
    Ao longo dos séculos, o dízimo, que
  • 00:23:09
    deveria ser uma expressão de fé, virou
  • 00:23:11
    para muitos um peso, uma pressão ou até
  • 00:23:15
    uma forma de manipulação. Talvez você já
  • 00:23:18
    tenha sentido isso. Seja em uma pregação
  • 00:23:21
    que prometia bênçãos infinitas se você
  • 00:23:24
    desse seus 10%. ou em um apelo que o fez
  • 00:23:29
    questionar se você estava falhando com
  • 00:23:31
    Deus por não contribuir o suficiente.
  • 00:23:35
    Imagine uma cena familiar. Num domingo
  • 00:23:38
    qualquer, o pastor sobe ao púlpito, abre
  • 00:23:41
    a Bíblia em Malaquias e diz com
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    entusiasmo: "Tragam o dízimo completo ao
  • 00:23:46
    depósito do templo para que haja
  • 00:23:49
    alimento na minha casa. Ponham-me à
  • 00:23:51
    prova, diz o Senhor dos Exércitos, e
  • 00:23:54
    vejam se não vou abrir as janelas dos
  • 00:23:56
    céus e derramar sobre vocês uma bênção
  • 00:23:59
    tão imensa que não haverá espaço para
  • 00:24:03
    guardá-la. A congregação ouve
  • 00:24:06
    atentamente e o pastor
  • 00:24:08
    continua: "Se você der seu dízimo
  • 00:24:11
    fielmente, Deus multiplicará seu
  • 00:24:13
    dinheiro, abrirá portas no seu trabalho
  • 00:24:16
    e consertará suas finanças. Mas se você
  • 00:24:18
    não doar, estará roubando a Deus e
  • 00:24:21
    vivendo sob
  • 00:24:23
    maldição. As palavras ecoam e muitos
  • 00:24:26
    pegam. Seus envelopes, alguns com fé,
  • 00:24:30
    outros com medo. Essa mensagem conhecida
  • 00:24:33
    como teologia da prosperidade é comum em
  • 00:24:36
    igrejas ao redor do mundo, especialmente
  • 00:24:38
    no Brasil, e pinta o dízimo como uma
  • 00:24:41
    chave mágica, doe 10% e colha bênçãos
  • 00:24:46
    materiais. Mas será que é isso que
  • 00:24:49
    Malaquias realmente quis dizer? E mais
  • 00:24:52
    importante, isso reflete o verdadeiro
  • 00:24:54
    evangelho de Jesus? Para entender,
  • 00:24:57
    precisamos voltar ao contexto de
  • 00:24:59
    Malaquias. Esse livro foi escrito por
  • 00:25:02
    volta de 430 anos antes de Cristo,
  • 00:25:06
    quando Israel havia retornado do exílio
  • 00:25:09
    na Babilônia.
  • 00:25:11
    O povo estava reconstruindo sua vida,
  • 00:25:13
    mas negligenciava tanto o templo quanto
  • 00:25:17
    os pobres. Os sacerdotes estavam
  • 00:25:20
    corrompidos e a nação vivia em
  • 00:25:22
    desobediência.
  • 00:25:24
    Deus, por meio do profeta, os chamava ao
  • 00:25:28
    arrependimento, e o dízimo se encaixava
  • 00:25:30
    nesse chamado. Pois trazer os dízimos ao
  • 00:25:33
    templo garantiria sustento para os
  • 00:25:35
    levitas e renovaria a aliança com o
  • 00:25:38
    povo. A promessa de abrir as janelas dos
  • 00:25:41
    céus visava restaurar a terra e a nação
  • 00:25:45
    e não enriquecer indivíduos. Era um
  • 00:25:47
    chamado coletivo, não um contrato
  • 00:25:50
    pessoal de
  • 00:25:52
    prosperidade. Hoje, esse versículo é
  • 00:25:55
    muitas vezes tirado do contexto original
  • 00:25:58
    e usado para provocar reações
  • 00:26:01
    emocionais. Imagine um agricultor
  • 00:26:03
    chamado Pedro, que ouvia Malaquias na
  • 00:26:06
    época. Ele levava seus grãos ao templo,
  • 00:26:09
    não para ficar rico, mas para ver sua
  • 00:26:12
    comunidade prosperar sob a bênção de
  • 00:26:14
    Deus. O foco era a fidelidade de Israel
  • 00:26:18
    e não o saldo bancário de Pedro. Em
  • 00:26:21
    contraste, Jesus em Mateus ensina: "Não
  • 00:26:25
    se preocupem com o que vão comer, beber
  • 00:26:27
    ou vestir, pois os pagãos é que correm
  • 00:26:30
    atrás dessas coisas, mas o Pai celestial
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    sabe que vocês precisam delas.
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    Busquem antes de tudo, o reino de Deus e
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    a sua justiça, e todas essas coisas lhe
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    serão acrescentadas.
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    Jesus inverte a lógica da prosperidade.
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    Ele não diz: "Dê 10% e encha seus
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    bolsos, mas sim confie no Pai, busque o
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    reino e ele cuidará de vocês." A bênção,
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    segundo ele, não é um prêmio por doar,
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    mas uma promessa de provisão para quem
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    vive para Deus. Em Lucas, ele ensina que
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    ao dar receberemos de volta uma boa
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    medida, calculada, sacudida e cheia. Mas
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    o contexto é sempre sobre generosidade e
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    perdão, e não sobre um cálculo
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    financeiro. Jesus nunca tratou Deus como
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    um banqueiro que negocia bênçãos em
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    troca de dízimos. A ideia de que o
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    dízimo traz riqueza tem raízes
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    históricas. Nos primeiros séculos da
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    igreja, o dízimo continuava em algumas
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    regiões como uma oferta voluntária. Com
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    o passar do tempo, especialmente durante
  • 00:27:43
    a Idade Média, a Igreja Católica
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    transformou-o em um imposto eclesiástico
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    cobrado para sustentar clérigos e
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    catedrais. Mais uma questão
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    administrativa do que espiritual. No
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    século XX, com o crescimento do
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    movimento pentecostal nos Estados
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    Unidos, pregadores começaram a associar
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    o dízimo à prosperidade pessoal.
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    Versículos como o de Malaquias foram
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    reinterpretados, dando origem à teologia
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    da prosperidade, d para receber. No
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    Brasil, essa mensagem se espalhou,
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    misturando-se com a busca por esperança
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    em tempos de dificuldade econômica, mas
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    acabou distorcendo o verdadeiro sentido,
  • 00:28:29
    o dízimo, que era para sustentar a
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    comunidade e honrar. Deus passou a ser
  • 00:28:35
    visto como uma aposta, onde se prometia
  • 00:28:38
    um retorno extraordinário em troca dos
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    10%. Imagine uma mulher chamada Mariana,
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    que trabalha como faxineira e ganha
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    pouco. Ela ouve na igreja que, se doar o
  • 00:28:50
    dízimo, Deus abrirá as janelas dos céus.
  • 00:28:53
    Com fé, ela separa 10% do salário, mas
  • 00:28:57
    mesmo assim as contas continuam
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    apertadas. O pastor diz que ela precisa
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    semear mais ou ter mais fé. E Mariana
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    começa a se sentir culpada como se
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    estivesse falhando com Deus. Esse é o
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    lado negativo da prosperidade. Quando as
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    bênçãos não aparecem, a culpa recai
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    sobre quem deu e não sobre quem fez as
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    promessas. Em uma passagem de Primeiro
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    Timóteo, Paulo alerta que aqueles que
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    desejam enriquecer podem cair em
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    tentações e armadilhas, pois o amor pelo
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    dinheiro é a raiz de todos os males. Ao
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    focar na riqueza como meta, a teologia
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    da prosperidade inverte o evangelho.
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    Jesus em Marcos disse: "E é mais fácil
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    um camelo passar pelo fundo de uma
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    agulha do que um rico entrar no reino de
  • 00:29:49
    Deus, mostrando que ele não via o
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    dinheiro como sinal de bênção, mas como
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    um perigo para a alma. Esse uso moderno
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    do dízimo cria um ciclo emocional.
  • 00:29:59
    Pregadores sabem que promessas de
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    prosperidade atraem multidões. Contando
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    histórias de milagres financeiros,
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    fulano deu o dízimo e comprou uma casa.
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    Mas raramente mencionam aqueles que
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    doaram e continuaram na mesma situação.
  • 00:30:17
    Isso não é fé, é marketing. Em Mateus,
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    Jesus adverte: "Cuidado com os falsos
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    profetas que parecem inocentes, mas por
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    dentro são lobos ferozes." Não estou
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    dizendo que todos os pastores que falam
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    de dízimos são maus, mas quando o foco
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    se desloca de Deus para o dinheiro, algo
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    está errado. Imagine um pai de família
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    chamado João, que ouve essa mensagem
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    todo domingo. Ele quer o melhor para
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    seus filhos e mesmo precisando cortar
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    despesas essenciais, dá o dízimo. Quando
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    nada muda, ele se sente traído, mas o
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    medo de desagradar a Deus o mantém
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    preso. Esse é o poder da manipulação,
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    usar a palavra para gerar culpa em vez
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    de promover
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    liberdade. O que a Bíblia diz sobre usar
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    a fé para pressionar? Em segunda Pedro,
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    lemos que na ganância alguns líderes
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    exploram as pessoas com histórias
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    inventadas e a condenação deles está
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    certa há muito tempo. Pedro fala de
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    líderes que distorcem a verdade por
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    lucro, algo que já acontecia na época
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    dos apóstolos, quando alguns viam a fé
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    como um negócio. Hoje, com a televisão,
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    redes sociais e grandes eventos, esse
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    problema se agrava. O dízimo que deveria
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    unir o povo de Deus às vezes se
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    transforma em um instrumento que
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    enriquece poucos e confunde muitos. Em
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    Tiago, o apóstolo questiona: "Se um
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    irmão ou irmã precisa de roupas e de
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    alimento diário e vocês apenas desejam
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    que a pessoa se aqueça e se alimente sem
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    oferecer nada, de que adianta isso?"
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    Devemos ajudar os necessitados e não
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    manter estilos de vida extravagantes.
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    Assim, o dízimo pode ser uma bênção ou
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    um meio de pressão, dependendo de como é
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    ensinado. Se for apresentado como um ato
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    de amor a Deus e ao próximo, pode ser
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    algo lindo, mas se virar uma troca, dê
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    para receber ou um fardo de culpa, perde
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    seu sentido. Em Romanos, Paulo nos
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    lembra que quem dá deve sentir paz, não
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    ansiedade. Reflita ao doar, você sente
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    alegria ou peso. Se for o segundo,
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    talvez seja a hora de questionar o que
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    lhe foi ensinado. O Evangelho não é
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    sobre comprar bênçãos, mas sobre viver
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    para um Deus que já nos deu tudo por
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    meio de
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    Cristo. Nossa conversa nos levou por um
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    caminho cheio de reviravoltas.
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    Vimos o dízimo surgir como um gesto de
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    gratidão com Abraão, se transformar numa
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    provisão comunitária na lei de Moisés e
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    depois ser repensado por Jesus e os
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    apóstolos como um chamado a uma doação
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    livre e cheia de amor. No entanto,
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    também enfrentamos a dura realidade de
  • 00:33:15
    que em muitos lugares essa prática foi
  • 00:33:18
    distorcida, tornando-se um peso, uma
  • 00:33:21
    forma de pressão e até mesmo um negócio
  • 00:33:24
    que beneficia poucos. Agora é hora de
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    olhar para o futuro. Como cristãos,
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    hoje, o que devemos fazer? Como podemos
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    doar de um jeito que honre a Deus,
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    edifique os outros e traga alegria ao
  • 00:33:39
    nosso coração?
  • 00:33:41
    Primeiro, precisamos entender o que
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    significa ser um bom administrador,
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    segundo a Bíblia, tudo começa com uma
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    verdade simples, mas profunda, expressa
  • 00:33:52
    em Salmos. Meus são todos os animais da
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    floresta e o gado sobre mil colinas.
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    Conheço todas as aves dos montes e tudo
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    o que se move no campo me pertence. Se
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    eu estivesse com fome, não precisaria
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    dizer: "O mundo é meu e tudo o que nele
  • 00:34:10
    há".
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    Deus é dono de tudo. O ar que
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    respiramos, a comida que comemos, até
  • 00:34:18
    mesmo o dinheiro que temos. E nada é
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    realmente nosso. Somos apenas
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    responsáveis pelo que ele nos confiou.
  • 00:34:26
    Isso muda completamente nossa
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    perspectiva. Se enxergarmos nosso
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    salário, nossa casa, nosso tempo como
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    empréstimos de Deus, não os agarramos
  • 00:34:35
    com egoísmo, mas perguntamos: "Como
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    posso usar isso? para fazer o
  • 00:34:41
    bem. Em Mateus, Jesus conta a parábola
  • 00:34:44
    dos talentos, onde um Senhor entrega
  • 00:34:47
    bens aos seus servos e espera que eles
  • 00:34:50
    os multipliquem. O servo que enterra seu
  • 00:34:53
    talento é repreendido, enquanto os que
  • 00:34:56
    fazem rendimentos são elogiados. Ser um
  • 00:34:59
    administrador não é apenas guardar, mas
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    investir no reino de Deus. Imagine uma
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    dona de casa chamada Clara, que mora
  • 00:35:08
    numa cidade pequena. Ela não tem muito,
  • 00:35:11
    mas entende que seus recursos, seja um
  • 00:35:14
    valor pequeno ou algumas horas do dia,
  • 00:35:18
    pertencem a Deus. Certo dia, ela vê sua
  • 00:35:21
    vizinha, dona Rosa, chorando porque não
  • 00:35:24
    tem leite para os filhos. Clara pega o
  • 00:35:26
    pouco que tem em casa e leva com um
  • 00:35:29
    sorriso e uma oração. Ela não se
  • 00:35:31
    preocupa com percentuais, enxerga a
  • 00:35:34
    necessidade e age. Isso é o verdadeiro
  • 00:35:37
    significado de mordomia. Usar o que Deus
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    nos dá para abençoar e não para
  • 00:35:43
    acumular. Em primeiro Crônicas Daviora,
  • 00:35:46
    quem sou eu e quem é o meu povo para
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    oferecer tanto? Tudo vem de ti e apenas
  • 00:35:51
    devolvemos o que vem de tuas mãos. Dar
  • 00:35:55
    assim é devolver a Deus o que já é dele
  • 00:35:58
    com gratidão e intenção. Não uma perda,
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    mas uma parceria com o Criador. Mas como
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    aplicar isso hoje? A Bíblia nos oferece
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    orientações claras. Em segunda
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    Coríntios, Paulo fala sobre uma coleta
  • 00:36:13
    para os pobres, explicando que se há boa
  • 00:36:16
    vontade, a oferta deve ser feita
  • 00:36:18
    conforme a capacidade de cada um e não
  • 00:36:22
    baseada no que alguém não tem. O
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    objetivo não é que alguns sejam
  • 00:36:26
    aliviados enquanto outros ficam
  • 00:36:29
    sobrecarregados, mas que haja
  • 00:36:31
    equilíbrio. A mensagem é: doe conforme
  • 00:36:35
    puder, com disposição, pensando no bem
  • 00:36:39
    comum. Não se trata de esvaziar sua
  • 00:36:41
    conta bancária ou se endividar, mas de
  • 00:36:44
    compartilhar de maneira equilibrada.
  • 00:36:47
    Imagine um jovem chamado Lucas, que
  • 00:36:50
    trabalha como motoboy. Mesmo ganhando
  • 00:36:52
    pouco, ele decide separar uma parte do
  • 00:36:55
    salário para ajudar num projeto da
  • 00:36:58
    igreja que ensina crianças carentes. Ele
  • 00:37:01
    não doa tudo, mas o que pode, sempre com
  • 00:37:05
    um sorriso e também dedica seu tempo,
  • 00:37:09
    levando os filhos de um amigo para
  • 00:37:11
    passear. Lucas entendeu que generosidade
  • 00:37:15
    não se resume a dinheiro, mas a
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    compartilhar a vida. Em Hebreus somos
  • 00:37:20
    lembrados de fazer o bem e compartilhar,
  • 00:37:24
    pois com essas ofertas Deus se agrada.
  • 00:37:27
    Fazer o bem pode significar ouvir um
  • 00:37:30
    amigo em dificuldade, preparar uma
  • 00:37:33
    refeição para uma família doente ou
  • 00:37:36
    ensinar algo que você sabe. Imagine uma
  • 00:37:39
    costureira chamada Beatriz. que usa suas
  • 00:37:42
    tardes para confeccionar máscaras para
  • 00:37:45
    um asilo. Ela pode não ter muito
  • 00:37:47
    dinheiro, mas tem habilidade e um
  • 00:37:50
    coração generoso. E isso já é o
  • 00:37:53
    bastante. Em Gálatas, Paulo nos
  • 00:37:56
    incentiva a não desistir de fazer o bem,
  • 00:37:59
    pois no tempo certo colheremos os
  • 00:38:02
    frutos. E enquanto tivermos
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    oportunidade, devemos ajudar a todos,
  • 00:38:07
    especialmente os da família da fé.
  • 00:38:11
    Doar deve ser feito com alegria, não com
  • 00:38:14
    peso. Em segunda Coríntios, Paulo diz
  • 00:38:17
    que cada um deve dar conforme determinou
  • 00:38:20
    em seu coração, não com tristeza ou por
  • 00:38:23
    obrigação, pois Deus ama quem dá com
  • 00:38:26
    alegria. O prazer de doar é o que torna
  • 00:38:29
    esse ato especial. Se você se sente
  • 00:38:32
    amargurado, ao dar perdeu o objetivo.
  • 00:38:36
    Imagine uma avó chamada Dona Maria, que
  • 00:38:38
    adora fazer bolos. Quando sua neta faz
  • 00:38:41
    aniversário, ela passa horas na cozinha
  • 00:38:44
    feliz, pois sabe que o bolo vai alegrar
  • 00:38:47
    a festa. Ela não reclama do trabalho,
  • 00:38:50
    celebra o momento. Doar para Deus e para
  • 00:38:54
    os outros deve ter o sabor de um
  • 00:38:56
    presente e não de uma cobrança. Em
  • 00:38:59
    Êxodo, quando Moisés pedia ofertas para
  • 00:39:02
    o tabernáculo, ele dizia: "Todo aquele
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    que sentir no coração, traga uma oferta
  • 00:39:08
    ao Senhor". O povo deu tanto que Moisés
  • 00:39:11
    precisou pedir para que parassem. Isso
  • 00:39:14
    mostra que doar deve ser feito com
  • 00:39:17
    entusiasmo e não por
  • 00:39:19
    relutância. Mas e se você já se sentiu
  • 00:39:23
    pressionado a doar por medo? Muitos
  • 00:39:26
    cresceram ouvindo que se não doarem o
  • 00:39:30
    valor certo sofreriam maldições, como se
  • 00:39:34
    ao não doar estivessem falhando com
  • 00:39:36
    Deus.
  • 00:39:38
    Em Romanos encontramos a chave: "O
  • 00:39:41
    pecado não os dominará, porque vocês não
  • 00:39:45
    estão debaixo da lei, mas da graça. A
  • 00:39:48
    graça de Cristo nos liberta do peso da
  • 00:39:51
    obrigação. Você não precisa provar nada
  • 00:39:54
    a Deus com seu bolso, pois ele já te
  • 00:39:57
    aceitou na cruz." Em João, Jesus
  • 00:40:00
    promete: "Eu vim para que tenham vida e
  • 00:40:03
    a tenham em abundância. Essa abundância
  • 00:40:06
    é espiritual, não material e não depende
  • 00:40:10
    de cheques. Imagine um jovem chamado
  • 00:40:12
    Rafael, que ouvia que o dízimo era uma
  • 00:40:15
    forma de garantir a proteção de Deus. Um
  • 00:40:19
    dia, ao ler Romanos, ele percebeu: "Eu
  • 00:40:23
    já sou livre em Cristo". Assim, começou
  • 00:40:27
    a doar o que podia, sem culpa,
  • 00:40:30
    encontrando paz. Pois a generosidade
  • 00:40:33
    floresce, onde o medo desaparece. Quanto
  • 00:40:37
    às igrejas que ainda exigem o dízimo
  • 00:40:39
    como regra, não precisamos julgá-las,
  • 00:40:42
    mas sim avaliá-las. Em Primeira João,
  • 00:40:45
    somos chamados a examinar os espíritos
  • 00:40:48
    para ver se vem de Deus. Se uma igreja
  • 00:40:51
    usa o dízimo para construir o reino,
  • 00:40:54
    ajudar os pobres e pregar o evangelho,
  • 00:40:57
    ótimo. Mas se o foco é enriquecer
  • 00:41:00
    líderes ou assustar fiéis, é melhor
  • 00:41:03
    evitar. Em Atos, Paulo cita Jesus
  • 00:41:06
    dizendo que é mais bem-aventurado dar do
  • 00:41:10
    que receber. Uma igreja fiel vive esse
  • 00:41:13
    princípio sem distorcer a mensagem.
  • 00:41:16
    Pergunte a si mesmo: "Meu ato de dar
  • 00:41:19
    está glorificando a Deus ou sustentando
  • 00:41:22
    um sistema? Seja sábio, mas sem rigidez.
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    O objetivo é crescer, não condenar."
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    Então, como o cristão deve doar hoje com
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    liberdade, propósito e alegria? É
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    preciso ter a liberdade de decidir
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    quanto e como doar, sem regras rígidas,
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    ter o propósito de dar com sentido para
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    ajudar um necessitado, apoiar uma causa,
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    louvar a Deus e ter a alegria para que
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    cada oferta seja um sorriso e não um
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    fardo. Em Lucas, Jesus observa uma viúva
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    que doou duas moedinhas, dizendo que ela
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    deu mais do que os outros, pois do que
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    lhes restava ela deu tudo. Não se trata
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    do valor, mas do coração. Imagine uma
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    menina chamada Sofia, que junta moedas
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    para comprar material escolar para um
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    colega. Ela doa pouco, mas com tanto
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    amor que brilha. Esse é o verdadeiro
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    modelo, doar do que temos com o que
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    somos. Para encerrar, deixo um convite.
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    Em Filipenses, Paulo agradece por uma
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    oferta, dizendo que ela é como um aroma
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    suave, um sacrifício aceitável e
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    agradável a Deus, e que Deus suprirá
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    todas as necessidades de vocês, conforme
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    a sua gloriosa riqueza em Cristo Jesus.
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    Doar é como oferecer um perfume a Deus.
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    E ele cuida de nós. Não é uma troca, mas
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    uma demonstração de confiança. Hoje,
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    olhe para o que você tem, seja dinheiro,
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    tempo ou talentos, e pergunte: "Como
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    posso usar isso para fazer o bem? Talvez
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    seja um café para um amigo, uma doação
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    para uma causa ou um abraço num dia
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    difícil. Faça isso de coração. Leve,
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    sabendo que Deus vê e se alegra. A
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    generosidade verdadeira não se mede pelo
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    quanto se dá, mas por quem somos em
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    Cristo, um filho amado chamado a amar.
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    Que sua vida seja sempre essa oferta de
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    amor.
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