COMO A POLÍTICA FUNCIONA | Professor HOC

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Summary

TLDRHeni Ozi Cuckier, un político y académico, explica cómo la política está presente en todos los aspectos de la vida cotidiana y la importancia de entenderla para participar activamente en la democracia. Presenta su teoría sobre seis elementos fundamentales de la política: agentes, fines, fuentes, poder, medios y estrategia. A través de ejemplos históricos y contemporáneos, ilustra cómo estos elementos interactúan y cómo la política no es solo una actividad de políticos, sino una parte integral de nuestras relaciones diarias. La comprensión de estos elementos permite a los ciudadanos tomar decisiones informadas y participar en la vida política.

Takeaways

  • 🗳️ La política está en todas partes, no solo en parlamentos.
  • 👥 Todos somos agentes políticos en potencia.
  • 🎯 Los fines son los objetivos que queremos alcanzar.
  • 💡 Las fuentes son las motivaciones detrás de nuestras acciones.
  • ⚡ El poder es la capacidad de lograr lo que queremos.
  • 🛠️ Los medios son las herramientas disponibles para alcanzar nuestros fines.
  • 📊 La estrategia es cómo utilizamos nuestros medios.
  • 📚 La política no es solo para políticos, es parte de la vida diaria.
  • 🌍 La política se desarrolla en contextos históricos y sociales.
  • 🤝 Entender la política nos permite participar activamente.

Timeline

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    La política está presente en todos los aspectos de nuestra vida, no solo en los parlamentos, sino también en nuestras relaciones diarias. Es fundamental entender cómo funciona para participar activamente en una democracia. Heni Ozi Cuckier, un científico político y actual diputado en São Paulo, comparte su teoría sobre la política, que se basa en seis elementos fundamentales: agentes, fines, fuentes, poder, medios y estrategia. Estos elementos son esenciales para comprender la política en cualquier contexto histórico y social.

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    La política surge de la interacción entre agentes. En un escenario primitivo, un individuo aislado no puede participar en la política. A medida que las sociedades evolucionan, la complejidad de los agentes aumenta, desde familias en tribus hasta instituciones en sociedades modernas. Cada agente político, como un presidente, debe interactuar con múltiples actores, lo que complica la toma de decisiones y la consecución de objetivos.

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    Las motivaciones detrás de las acciones políticas son cruciales. Desde necesidades biológicas básicas hasta creencias y valores, las fuentes influyen en los objetivos que los agentes persiguen. En un contexto tribal, las decisiones pueden estar motivadas por la seguridad o la tradición. En la actualidad, los políticos son influenciados por su educación, experiencias y entorno, lo que forma su visión del mundo y sus decisiones políticas.

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    Los medios y estrategias son esenciales para alcanzar los objetivos. Los agentes deben utilizar sus recursos y habilidades para lograr lo que desean. La historia de Hermes ilustra cómo la creatividad y la persuasión pueden ser herramientas poderosas. Finalmente, el poder es la capacidad de lograr objetivos y se manifiesta a través de la estrategia y la influencia. La política es una actividad que todos experimentamos en nuestra vida diaria, y es vital reconocer su presencia y complejidad.

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Video Q&A

  • ¿Quién es Heni Ozi Cuckier?

    Es un científico político, profesor y diputado estatal en São Paulo.

  • ¿Cuáles son los seis elementos fundamentales de la política?

    Agentes, fines, fuentes, poder, medios y estrategia.

  • ¿Por qué es importante entender la política?

    Es esencial para participar activamente en la democracia y tomar decisiones informadas.

  • ¿Cómo se relacionan los agentes en la política?

    Los agentes son individuos o grupos que interactúan y tienen objetivos en común.

  • ¿Qué papel juega el poder en la política?

    El poder es la capacidad de alcanzar los objetivos deseados.

  • ¿Qué son las fuentes en la política?

    Son las motivaciones que impulsan a los agentes a actuar.

  • ¿Cómo se define la estrategia en la política?

    Es la forma en que se utilizan los medios para alcanzar los fines.

  • ¿La política es solo para políticos?

    No, la política está presente en todas nuestras interacciones diarias.

  • ¿Qué ejemplos se dan para ilustrar la política?

    Se utilizan historias de un ser humano en una isla y un presidente moderno.

  • ¿Cuál es la lección principal del discurso?

    La política es parte de nuestras vidas y debemos ser conscientes de ella.

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    Não dá para fugirmos da política, ela está em todo lugar.
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    Não apenas nos parlamentos, mas também, no nosso dia a dia.
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    Em casa ou no trabalho, todas as nossas relações são políticas.
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    Minimamente, precisamos entender como a política funciona,
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    porque nós somos cidadãos de uma democracia.
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    É nossa obrigação.
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    Precisamos entendê-la para participar ativamente e para tomarmos decisões com conhecimento.
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    Mas, principalmente e fundamentalmente, nós precisamos entender como a política funciona,
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    porque ela faz parte das nossas vidas em todos os momentos.
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    Meu nome é Heni Ozi Cuckier.
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    Sou cientista político, professor e, atualmente, estou deputado estadual aqui em São Paulo.
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    Eu passei bom tempo estudando a política, e hoje, estou vivendo a política formal aqui dentro.
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    Eu quero contar para vocês a minha teoria sobre como funciona a política.
  • 00:01:42
    Na minha experiência, eu descobri que existem coisas que são permanentes na política.
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    Elas estão presentes em qualquer lugar e durante toda a história.
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    Isso é, a essência da política. Aquilo que ela é de fato.
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    De acordo com a minha teoria, existem seis elementos fundamentais que compõem a política.
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    O primeiro deles, os agentes.
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    São as pessoas, os grupos ou as instituições que tomam a iniciativa e participam da política.
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    Sou eu. Pode ser você.
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    Na verdade, todos os seres humanos são agentes políticos em potencial.
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    Mas, ninguém faz as coisas sem um propósito ou por razão nenhuma.
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    Todo agente tem um fim.
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    Um objetivo a ser alcançado, seja ele qual for. Esses objetivos são os fins, nosso segundo elemento.
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    Isso nos leva ao próximo elemento, porque os fins não são aleatórios.
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    Existem razões que nos levam a querer aquilo que queremos.
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    Eu as chamo de fontes, ou seja, as motivações iniciais que nos dizem o que desejamos.
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    Elas podem ser conscientes, mas, também, podem ser inconsciente.
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    Portanto, para fazer com que um agente motivado pelas suas fontes consiga alcançar o seu fim,
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    temos outros três elementos da política.
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    E o primeiro deles ou o quarto, é o poder.
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    E ele é fundamental, pois é, nada mais, nada menos do que a capacidade
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    que nós temos de conseguir o que queremos.
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    Claro, poder é extremamente complexo e ele pode se manifestar de inúmeras maneiras.
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    O próximo elemento, são os meios com os quais chegaremos aos fins.
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    Ou seja, os meios são as ferramentas que nós temos disponíveis para conquistar os nossos objetivos.
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    E o último, sexto.
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    A maneira como utilizamos os nossos meios para chegar aos nossos fins.
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    Ela é conhecida como estratégia.
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    Mesmo que, a gente não pense muito sobre isso no nosso dia a dia.
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    Nós estamos sempre elaborando estratégias para conseguir aquilo que queremos.
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    É isso, esses são os seis elementos fundamentais da política.
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    Não se preocupem que eu vou voltar a falar de cada um deles detalhadamente.
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    Mas antes, eu preciso ressaltar que a política está inserida em contextos maiores.
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    Ela não existe por si só.
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    Há um contexto histórico, formado por inúmeros fatores
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    políticos ou não, e que sem dúvida, influenciam na formação da política.
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    Também existe uma diferença entre o tamanho das sociedades.
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    A escala de uma civilização, tanto a população quanto a extensão do seu território.
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    Sem dúvida, impactam a política.
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    Por fim, temos o acaso, acontecimentos que fogem do nosso controle ou que, simplesmente,
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    não poderiam ser antecipados com precisão.
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    Juntos, esses elementos formam a realidade, o mundo sobre o qual a política existe e acontece.
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    Para começar, a nossa explicação sobre política, nós precisamos abandonar o mundo atual
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    e voltarmos milhares de anos do passado.
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    Imaginar um tempo em que ainda não havia grandes civilizações,
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    quando, na verdade, os humanos ainda não tinham sequer se agrupado em tribos.
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    E talvez, na maioria dos lugares do mundo se parecesse com essa floresta.
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    Vamos imaginar que em uma ilha pequena e isolada de todo o resto do mundo,
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    haja um ser humano, uma criança.
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    Vamos chamá-lo de Hermes.
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    Sozinho na ilha, Hermes é absolutamente, verdadeiramente livre.
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    Sua única limitação é a natureza.
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    Ele pode fazer o que bem entende,
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    afinal, não há mais ninguém ali que se sente incomodado ou que o proíba de fazer o que quer.
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    Esse é o primeiro entendimento sobre os agentes da política.
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    Não basta apenas um agente para que a política aconteça.
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    O Hermes sozinho e livre na ilha,
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    ele não negocia com ninguém, não interage, não se relaciona
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    e, portanto, não existe política.
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    Não dá para fazer política com uma árvore,
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    A política surge apenas quando houver a interação de dois ou mais agentes.
  • 00:06:21
    Mas, nós não vamos parar por aqui.
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    Se avançarmos mais alguns milhares de anos, chegamos às primeiras tribos.
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    E nelas, a noção de agentes se tornará mais complexa.
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    Numa sociedade tribal, Hermes continua sendo um agente.
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    Porém, agora existem vários outros.
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    Sua mãe e seu pai assim como seus irmãos, são todos individualmente agentes políticos.
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    Mas nessa nova configuração de sociedade um pouco maior do que a anterior,
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    Hermes e seus parentes formam juntos uma família.
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    Assim como a sua família, existe uma dezena de outras famílias na tribo, cada uma composta por seus membros.
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    Vamos supor que nessa tribo em específico, os líderes são escolhidos pelos votos de cada família.
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    Podemos entender, então, que cada família da tribo
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    composta por agentes políticos e individuais, é também um agente político em si.
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    Agora, imaginem que exista duas outras tribos na região ao redor da tribo de Hermes.
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    A relação entre essas tribos é uma forma de política também.
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    E, nesse contexto, cada tribo é um agente político.
  • 00:07:34
    Com o avanço das sociedades, cada vez mais agentes foram adicionados ao processo político
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    e esses agentes se tornaram cada vez mais complexos.
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    Se avançarmos alguns milhares de anos, chegamos até hoje em dia,
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    onde o processo político envolve centenas de agentes de todos os tipos.
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    Vamos imaginar agora que Hermes é o presidente da maior potência mundial.
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    Podemos pensar que ele tem o poder para fazer o que quiser, não é mesmo?
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    Mas não é bem assim.
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    Para tomar uma decisão em uma sociedade complexa e atingir os seus objetivos.
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    O presidente Hermes precisa lidar com uma infinidade de agentes políticos.
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    Se antes éramos apenas nós, nossa família em nossa tribo, hoje em dia temos também várias instituições.
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    Hermes precisa lidar com seus ministros do Executivo, com deputados do Poder Legislativo
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    e até mesmo com a decisão de juízes do Judiciário.
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    Hermes terá que lidar com a imprensa, com a população, empresários, militares, partidos políticos,
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    organizações internacionais e até mesmo com outros países.
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    O que é preciso entender aqui é que cada um desses agentes políticos
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    se influenciam entre si de alguma maneira
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    e operam sobre a mesma lógica da política, tanto internamente quanto externamente,
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    na busca de seus objetivos.
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    Agora que vocês entenderam quem são os agentes na política.
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    Vamos falar do próximo elemento, as fontes, ou seja, as motivações por trás das ações dos agentes políticos.
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    O que te leva a querer o que você quer?
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    Vamos retomar a nossa primeira história.
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    Quando Hermes ainda era jovem e estava numa ilha milhares de anos atrás,
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    se Hermes não tivesse qualquer motivação, dificilmente faria qualquer coisa.
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    Porém, sempre temos alguma motivação.
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    A mais básica e primitiva delas são as nossas próprias necessidades biológicas.
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    Precisamos comer e beber.
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    O Hermes, por exemplo, mesmo depois de passar tanto tempo sem fazer nada
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    vai sentir fome e sede e, portanto, vai começar a procurar alimento.
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    Mas, as motivações nem sempre são tão simples quanto a fome e a sede.
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    E com o desenvolvimento das sociedades, as fontes também se tornaram mais complexas.
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    Voltando à época das tribos, a motivação política pode vir por uma questão de segurança.
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    Uma das tribos vizinhas tem cada vez mais desmatado uma área de floresta
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    considerada sagrada pela nossa tribo.
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    Essa situação, imediatamente, impõe um dilema ao nosso grupo.
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    Deixar a tribo vizinha destruir o seu santuário
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    ou protegê-lo usando a força e correr o risco de iniciar uma guerra.
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    O desmatamento feito pela tribo vizinha
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    é uma situação que, por si só, motivaria uma reação da tribo do Hermes.
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    Mas as fontes não param por aí.
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    No momento, a tribo é liderada por Brutus, cujas crenças pessoais
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    o levam sempre a olhar as coisas por uma ótica realista, ou seja, busca sempre uma solução prática.
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    Já o Hermes, que busca tornar se o líder de sua tribo, cresceu muito mais apegado às tradições religiosas.
  • 00:10:40
    E tende a favorecer soluções que busquem um entendimento de todas as partes.
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    Viram como os valores que temos, as coisas em que acreditamos e até mesmo a criação que tivermos
  • 00:10:52
    irá influenciar o nosso comportamento político.
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    Agora vamos pensar nos dias de hoje, quantos elementos são capazes de nos influenciar?
  • 00:11:00
    No momento de tomar uma decisão, uma série de coisas
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    passam pela cabeça do político, mesmo que inconscientemente.
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    Os valores que lhe foram passados pela sua família, a educação que teve na escola,
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    os livros que leu durante a vida, a sua escolha partidária.
  • 00:11:17
    Todas essas coisas formam a sua visão de mundo que lhe dirá o que deve fazer.
  • 00:11:22
    As fontes podem ser tanto materiais, como a necessidade por um recurso natural
  • 00:11:27
    quanto imateriais, como as nossas crenças ou visões de mundo.
  • 00:11:32
    O que importa é que elas vão nos dizer quais objetivos devemos perseguir.
  • 00:11:37
    E são deles que iremos falar agora, afinal, todo agente político tem as suas motivações
  • 00:11:43
    e por causa delas, escolhem os seus objetivos.
  • 00:11:46
    Hermes, sozinho na ilha e com fome, tenta encontrar alguma coisa para comer.
  • 00:11:52
    Eis que ele encontra um coco no topo de uma árvore.
  • 00:11:56
    Alcançar o coco é, portanto, o objetivo de Hermes.
  • 00:12:01
    Mas, é claro, nem sempre o objetivo é tão simples e direto,
  • 00:12:04
    e nós podemos ter mais de um objetivo ao mesmo tempo.
  • 00:12:07
    Na história das tribos, lembra que a tribo vizinha está desmatando uma área considerada sagrada?
  • 00:12:12
    Então, o objetivo principal do líder Brutus e de Hermes é impedir que isso siga acontecendo.
  • 00:12:19
    Mas, como os dois têm visões de mundo tão diferentes, não vão concordar no que deve ser feito.
  • 00:12:25
    Brutos acha que o melhor jeito é atacar a tribo vizinha e vencê-los em batalha.
  • 00:12:31
    Já Hermes, acredita que a melhor solução será convencê-los a respeitar o espaço sagrado da sua tribo.
  • 00:12:38
    Vejam, ambos têm o mesmo objetivo principal de impedir que a tribo vizinha avance sobre seu território.
  • 00:12:44
    Mas, para que possam convencer o resto da sua tribo, precisam vencer politicamente o outro.
  • 00:12:50
    Hermes precisa derrotar Brutus e Brutus precisa eliminar a oposição de Hermes.
  • 00:12:55
    Esses são os objetivos secundários.
  • 00:12:57
    Agora vamos ver quais são os objetivos do presidente Hermes.
  • 00:13:01
    Naturalmente, o presidente tem diversos objetivos.
  • 00:13:04
    Mas vamos imaginar que, em sua campanha,
  • 00:13:07
    Hermes prometeu que iria acabar com a falta do saneamento básico.
  • 00:13:11
    Agora, para conseguir cumprir sua promessa de campanha com o projeto do saneamento básico,
  • 00:13:17
    presidente Hermes, começa a pensar em tudo o que precisa conseguir para alcançar o seu objetivo principal.
  • 00:13:24
    Em meio ao mundo de infinitos agentes políticos para conseguir o que quer,
  • 00:13:29
    o presidente também vai precisar construir uma maioria no Congresso,
  • 00:13:33
    alinhar a execução do projeto com as prefeituras, conseguir o apoio da opinião pública através da mídia.
  • 00:13:39
    Conquistar o apoio de organizações envolvidas
  • 00:13:42
    e estar certo de que a sua proposta atende requisitos internacionais.
  • 00:13:47
    Mesmo algo tão fundamental quanto o saneamento básico, tem um processo político muito complexo.
  • 00:13:52
    O presidente precisa atingir diversos objetivos secundários para conseguir o que ele quer.
  • 00:13:58
    E se pararmos para pensar, a nossa vida está repleta dessas situações,
  • 00:14:02
    onde precisamos conquistar várias etapas até finalmente conseguirmos o que realmente nós queremos.
  • 00:14:09
    Concluímos, então, a primeira metade dos elementos que formam a política.
  • 00:14:15
    Vimos que, sempre há agentes, motivações e objetivos.
  • 00:14:21
    Agora vamos à segunda metade.
  • 00:14:23
    E vamos entender como que os agentes conquistam os seus objetivos.
  • 00:14:28
    Vamos começar, novamente, pela história do Hermes na ilha, centenas de milhares de anos atrás.
  • 00:14:34
    Quais são os meios que ele tem à sua disposição para alcançar os seus objetivos?
  • 00:14:39
    Como Hermes conseguirá chegar até o coco e saciar a sua fome?
  • 00:14:44
    Essa pergunta que ele mesmo está se fazendo. Hermes, por azar, não é tão alto e nem tão forte.
  • 00:14:51
    Por isso não consegue escalar a árvore e pegar o coco com as próprias mãos.
  • 00:14:56
    Mas, por sorte, é muito criativo e inteligente.
  • 00:15:00
    Qualidades inatas dele.
  • 00:15:01
    Ele, então, tenta elaborar diversas maquinações para tentar tirar o coco da árvore.
  • 00:15:07
    Mas, não consegue.
  • 00:15:08
    A princípio, os meios que temos são as nossas próprias qualidades e as ferramentas à nossa disposição.
  • 00:15:15
    A primeira ferramenta dos seres humanos foi o nosso próprio corpo e a segunda pedaço de pau.
  • 00:15:24
    Como vimos, há um padrão à medida que nos desenvolvemos como sociedade,
  • 00:15:29
    as ferramentas à nossa disposição também se desenvolveram.
  • 00:15:32
    Avançando para a época das tribos, nos deparamos de novo com Hermes
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    disputando a liderança com Brutus, e o crescente desmatamento das áreas sagradas pela tribo vizinha.
  • 00:15:43
    Vamos analisar os meios à disposição de cada um dos protagonistas dessa história.
  • 00:15:48
    Brutus é muito forte e grande, poderia vencer qualquer disputa no braço.
  • 00:15:54
    Por ser o líder da tribo há muito tempo foi capaz de levar uma vida confortável
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    E muitos se aliaram a ele em troca de proteção e informações.
  • 00:16:03
    Já Hermes, não vem de uma família particularmente prestigiada na tribo e tão pouco é forte.
  • 00:16:11
    Sempre trabalhou duro, mas não obteve muito em troca.
  • 00:16:14
    Portanto, tem menos recursos, menos posses e menos informações do que Brutus.
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    Mas Hermes, como dissemos, é muito criativo e muito inteligente.
  • 00:16:27
    Com o passar do tempo, desenvolveu uma capacidade de convencimento admirável.
  • 00:16:33
    Ele, então, tem uma ideia que pode lhe dar alguma vantagem sobre seu rival.
  • 00:16:38
    Hoje em dia, é claro, temos mais meios à nossa disposição, e mais ferramentas.
  • 00:16:43
    Imagine todos os meios possíveis, que o presidente tem ao seu dispor.
  • 00:16:48
    Para resolver a questão do saneamento básico, o presidente Hermes
  • 00:16:52
    podia simplesmente mandar um Exército para cada cidade do país
  • 00:16:57
    e ordená-los que construam um bom sistema de esgoto.
  • 00:17:00
    Pode parecer absurdo, mas estamos considerando todas as possibilidades.
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    Ele tem a seu dispor muito do dinheiro do país, mas isso também só resolveria uma parte do projeto.
  • 00:17:10
    E, é claro, ele também tem o apoio de diversos aliados
  • 00:17:14
    que fez durante a sua jornada até a Presidência da República.
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    Certamente ele poderia contar com eles.
  • 00:17:21
    A lição que fica e podemos ter mais ou menos meios que os nossos adversários
  • 00:17:26
    sermos mais ou menos fortes, termos mais ou menos aliados.
  • 00:17:31
    Mas, o que realmente importa, é o que fazemos com os meios que temos.
  • 00:17:36
    Por isso não chegaremos a lugar nenhum, se não usarmos os nossos meios com boas estratégias.
  • 00:17:43
    Por exemplo, se não conseguirmos pegar o coco sozinho
  • 00:17:46
    ou usando o que temos ao nosso redor, precisaremos alcançá-lo de outra maneira.
  • 00:17:52
    Após ter tentado de tudo, Hermes não conseguiu pegar o coco.
  • 00:17:56
    Neste momento, surge um grupo de pessoas e com eles está Brutus.
  • 00:18:03
    Uma nova oportunidade se apresenta para Hermes, que resolve utilizar o único meio
  • 00:18:09
    que tem à sua disposição, sua inteligência para conseguir o que quer.
  • 00:18:13
    A nova estratégia de Hermes é convencer Brutus e seus aliados que o atacam
  • 00:18:20
    de que se eles ajudarem a conseguir chegar até os cocos,
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    todos poderão comer sem derramar o sangue de ninguém.
  • 00:18:27
    Hermes teve uma boa estratégia, pois ele soube usar os meios
  • 00:18:30
    que ele tinha à sua disposição para atingir os seus fins.
  • 00:18:34
    O que será que ele poderá fazer na nossa história das tribos?
  • 00:18:37
    Para conseguir o que quer, Brutus decide matar Hermes.
  • 00:18:42
    Ele tem o apoio de muitos membros da tribo que concordam com a sua decisão.
  • 00:18:46
    Assim, ele poderá invadir a tribo vizinha e acabar com eles também.
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    Bom contador de histórias que ele é, Hermes, decide fazer um discurso
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    a fim de convencê-los de que Brutus está errado.
  • 00:18:59
    Ele conta que na noite anterior foi dar uma caminhada pela Floresta Sagrada,
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    na esperança de encontrar alguns membros da outra tribo e convencê-los a não matarem aquela área.
  • 00:19:11
    Foi então que, ao invés de ver os membros da tribo vizinha,
  • 00:19:16
    Hermes se deparou com o próprio Brutus, cortando as árvores ele mesmo.
  • 00:19:22
    A verdade, segundo Hermes, era que Brutus havia forjado a história
  • 00:19:29
    de que a tribo vizinha estava cortando as árvores sagradas
  • 00:19:33
    apenas para ter uma desculpa para invadí-los e conquistar o seu território.
  • 00:19:38
    Como um bom comunicador, Hermes conseguiu persuadir a população a seu favor.
  • 00:19:43
    A gente não sabe ao certo se ele disse a verdade ou não.
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    O que importa é que o Hermes usou a sua inteligência
  • 00:19:49
    para construir uma estratégia que o fizesse ele alcançar o fim desejado.
  • 00:19:54
    E quanto ao presidente Hermes nos tempos atuais,
  • 00:19:57
    o que ele pode fazer para conseguir resolver o saneamento básico?
  • 00:20:02
    Sabendo que usar a força do Exército poderia não ser a melhor opção
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    e que simplesmente investir o pouco dinheiro que sobra para o saneamento
  • 00:20:11
    não garantiria o resultado que esperava.
  • 00:20:14
    O presidente Hermes decidiu usar da sua sabedoria política
  • 00:20:20
    e tentou satisfazer os interesses daqueles que não o apoiam
  • 00:20:25
    para que se juntasse a ele na busca pelo seu objetivo final.
  • 00:20:31
    O saneamento básico.
  • 00:20:33
    Assim, mesmo seus mais ferrenhos rivais teriam como contribuir com o projeto,
  • 00:20:39
    concedendo a Brutus que alguns de seus projetos teriam o seu apoio.
  • 00:20:44
    Hermes conseguiu, em troca, o apoio de Brutus em torno de um projeto comum pro saneamento básico,
  • 00:20:52
    algo que trouxe muito entusiasmo à mídia e à população em geral.
  • 00:20:56
    Será que o projeto vai ser como o presidente Hermes gostaria?
  • 00:21:00
    Muito provavelmente não.
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    Mas em uma situação com tantos interesses em jogo, dificilmente seria.
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    A verdadeira habilidade estratégica de Hermes, estava em reconhecer
  • 00:21:10
    que ele precisaria de mais meios do que ele tinha à sua disposição.
  • 00:21:14
    Concedendo à oposição algum dos seus desejos em troca de uma aliança no projeto do saneamento básico.
  • 00:21:21
    Por fim, chegamos ao último elemento que explica a política.
  • 00:21:24
    Não é porque eu apresento ele por último, que ele é menos importante.
  • 00:21:27
    Pelo contrário, ele é fundamental para o entendimento da engrenagem política.
  • 00:21:32
    O poder, a capacidade de conseguirmos aquilo que queremos.
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    Sabendo lidar com a situação, Hermes soube desenvolver uma estratégia para alcançar o seu objetivo.
  • 00:21:43
    O coco. Ou seja, obteve poder.
  • 00:21:47
    O poder demonstrado, também lhe trouxe, dentre outras coisas, o prestígio com as pessoas.
  • 00:21:53
    E quanto à história na tribo?
  • 00:21:55
    Usando a sua perspicácia e baseando a sua estratégia no discurso e na capacidade de persuasão,
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    Hermes soube convencer o público e ganhar a sua confiança, buscando o apoio até mesmo da oposição.
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    O presidente Hermes conseguiu executar o seu projeto para o saneamento básico
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    e, com a sua popularidade em alta, foi reeleito.
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    O poder é o resultado e a materialização da sua conquista.
  • 00:22:22
    Viram só?
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    O poder é o grande motor da política e da vida
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    que permite que as pessoas conquistem ou não os seus objetivos.
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    O poder não é bom, nem mau, nem feio, nem bonito.
  • 00:22:35
    Se você tiver objetivos maus, o poder vai servir tais propósitos.
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    E o mesmo vale se você tiver boas intenções.
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    Espero que com essas histórias, vocês tenham, não apenas percebido
  • 00:22:46
    a complexidade da política, mas também, como ela funciona.
  • 00:22:51
    A trajetória do Hermes ao longo das épocas, serviu para ilustrar como os elementos da política interagem.
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    E não se esqueçam que os seis elementos da política que eu apresentei,
  • 00:23:03
    os agentes, as fontes, os fins, os meios, a estratégia e, é claro, o poder.
  • 00:23:12
    Estão sempre presentes em toda e qualquer relação política.
  • 00:23:17
    Mas, a principal lição que eu quero que vocês guardem é a seguinte,
  • 00:23:22
    a política não é uma atividade reservada aos partidos, parlamentos e políticos.
  • 00:23:27
    Não.
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    A política é vivida por todos nós, em absolutamente todos os momentos.
  • 00:23:37
    Em casa, no seu trabalho, no seu relacionamento.
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    A política existe e é fazendo política que convivemos.
  • 00:23:46
    Espero que, após esses ensinamento, vocês estejam mais preparados para enxergar a política.
  • 00:23:53
    E ver que não há escapatória.
  • 00:23:55
    Se você, o agente, não tiver objetivos, fontes, meios, estratégias e poder,
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    será condenado a viver pelos objetivos, fontes, meios, estratégias e poder dos outros.
  • 00:24:16
    Muito obrigado.
  • 00:24:18
    Até breve.
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